sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

CITAÇÕES

 
Vai por aí uma valentia nunca vista na política de habitação.

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[A ministra da Habitação] tem três meses para apresentar “novos instrumentos”, mesmo que “provisórios”. 

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A habitação tem sido tratada pelo Governo com a mesma displicência com que tratou qualquer problema estrutural.

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A promessa de resolver as carências urgentes teve a mesma sorte que a de garantir a cada pessoa um médico de família.

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[Mas] o apodrecimento da questão [da habitação] fez disparar os alarmes.

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No programa eleitoral de 2019, o PS propôs “uma meta muita clara: erradicar todas as carências habitacionais até ao 50º aniversário do 25 de Abril, em 2024”.

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[Após muito mais retórica vinda a público], execução, nada.

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Em 2022 houve novas eleições e lá veio a mesma promessa.

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Houve quem acreditasse, chegou o dinheiro [do PRR].

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Mais uma vez, continuamos na promessa dos médicos de família — vai haver, não pergunte nem como, nem quando, nem se.

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O ultimato do primeiro-ministro à ministra, que felizmente se vai resolver a bem com os tais “instrumentos”, resulta da perceção de que, se não se fizer nada, mais vale parecer. 

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80% das famílias compraram casa, a maioria continuará a pagá-las por eternidades (…), mas os filhos não podem comprar (…) nem arrendar casa (as rendas subiram 7,6% em 2022). 

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Em Portugal os jovens e já não tão jovens vivem em casa dos pais, em média, até aos 34 anos, um desastre geracional.

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Ao mesmo tempo, o mercado imobiliário está pujante. 

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O poder das empresas imobiliárias permite-lhes vencer a realidade do país, pela simples razão de que têm a procura estrangeira.

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As casas são mais caras em Lisboa do que em Milão, Madrid e Barcelona.

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Para o poder imobiliário, o desastre social que está a ser multiplicado na habitação é um bom negócio.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Percebeu-se a desorientação do Governo com a explosão dos professores que combinou exaustão com indignação em consequência das políticas aplicadas entre 2006 e 2009.

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[Foram ignorados] os inúmeros sinais de um estatuto social desvalorizado, e sucessivamente humilhado, de uma profissão tão difícil e exigente.

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O mundo mudou e, acima de tudo, é imperativo que os professores reconstruam o ambiente democrático da escola. 

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Urge partir de quatro eixos – carreira, avaliação, gestão e burocracia – e discutir propostas sustentáveis com um ponto prévio: a carreira implicará investimento e as outras reduzirão despesa.

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[Um dos objetivos das políticas aplicadas, entre 2006 e 2009 foi] a precarização das profissões mais numerosas do Estado social. Resultou num crepúsculo das democracias.

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Objectivamente, a carreira dos professores registou duas décadas de precarização.

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O surpreendido Governo recorreu a tácticas antigas: público contra professores e propostas que repetem o que existe.

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O processo de vinculação resulta novamente de uma intimação, e não de qualquer boa vontade, de Bruxelas em 21 de Julho de 2022.

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A recuperação do tempo de serviço reclama há muito um qualquer faseamento e exige estudos financeiros actualizados uma vez que milhares de professores já se reformaram ou estão em escalões de topo.

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Acima de tudo, nenhuma profissão pode ser avaliada como os professores portugueses.

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A farsa administrativa, com avaliadores sem "olhos nos olhos" com avaliados, tem requintes totalitaristas.

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Há soluções civilizadas [de avaliação de professores] não métricas e a decência democrática usa mecanismos elevados para a requalificação de profissionais.

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O descrito agravou-se porque se impôs (2009) um modelo autocrático de gestão de escolas que abriu portas a parcialidades avaliativas, e organizacionais.

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Portanto, e no domínio da gestão, um primeiro passo será regressar ao modelo anterior a 2009.

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[Sobre burocracia], desde que há escolas que os professores devem estar sempre preparados para a prestação de duas contas: como gerem o programa da disciplina que leccionam e como avaliam os alunos.

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Aplicou-se aos professores uma inversão do ónus da prova que explica a insanidade burocrática.

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Só surpreende [a atual explosão] quem vivia numa bolha ilusória alimentada pelas organizações da situação que asseguravam que o bom seria governar sem os incompreensíveis professores.

Paulo Prudêncio, “Público” (sem link)

 

Razões ponderáveis para a defesa da dignidade no trabalho estão em discussão e debate alargado, em sede de especialidade parlamentar, sem que se evite o habitual bloqueio central pelos interesses.

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É perante velhos truques que estamos.

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A repercussão da dinâmica do poder exige, sistematicamente, o cumprimento ponderoso da agenda, gerando novos poderes e novas questões sem resposta. A insustentabilidade é gigante. 

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As obrigações de uma maioria absoluta deveriam acarretar, por higiene pública, um acrescido sentimento de náusea perante o exercício da opacidade.

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O que havia sido aprovado em matéria de remissão de créditos laborais pode cair perante a pressão de quem manda.

Miguel Guedes,JN

 

A economia da Arábia Saudita superou a da Índia como a de maior crescimento no mundo em 2022 – 8,7% contra 6,8%. Em grande medida ajudada pelos preços altos do petróleo.

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A gratidão de Kristalina Georgieva pelo maná saudita liga pouco à situação de direitos humanos no reino, onde o clima de terror não tem paralelismo na história moderna da Casa de Saud.

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Em 2022, foram 147 execuções, 90 delas por crimes não violentos.

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Para Georgieva [Diretora Executiva do FMI], a Arábia Saudita é um “ponto brilhante” para a economia mundial, como lhe chamou há duas semanas, no Fórum Económico Mundial, em Davos.

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A iluminação alimentada pelo petróleo de um dos maiores produtores do planeta ofusca quaisquer escrúpulos ocidentais.

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Em tempo de guerra, não se tangem inquietações.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Tomará o PS alguma medida que condene legalmente esta sistemática violação da Constituição [com repetidas palavras de incitamento ao ódio por parte da extrema-direita na AR] ou ficar-se-á por palavras vãs, como na repreensão de Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República, ao líder do partido Chega por este, mais uma vez, fazer um discurso racista numa sessão parlamentar?

Cristina Roldão, “Público” (sem link)


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