(…)
Tivemos
casos que não são casos.
(…)
Tivemos
infindáveis desdobramentos do mesmo caso.
(…)
E
chegámos ao ponto de descobrir que há um problema de corrupção na Madeira com…
o PS.
(…)
Uns
têm semanas, outros quase uma década.
(…)
Que
milagre se deu para se engarrafarem nos alinhamentos dos noticiários com o
carimbo enganador de “investigação”?
(…)
Da falta
de critério da comunicação social ao calculismo trapalhão de Costa, que
desaguou num questionário que o vai perseguir todo o mandato, o mundo
político-mediático preparou este pântano.
(…)
Montenegro
não pode abrir a boca sem que lhe façam perguntas sobre Espinho e os custos do
palco da Jornada Mundial da Juventude ganharam uma dimensão improvável.
(…)
As
pessoas ficam com uma perceção desfocada de asco que só beneficia os que podem
dizer tudo e o seu contrário e a quem nada é exigido.
(…)
O
resultado será uma direita cada vez mais amarrada à extrema-direita para
governar.
(…)
Sem
nada para dizer de distintivo sobre as escolhas económicas do Governo,
sobra-lhe pouco tempo ao PSD para fazer cair esta maioria absoluta.
(…)
Impedir
que António Costa passe o cabo das Tormentas e chegue ao fim (sempre
provisório) da crise e aos efeitos dos dinheiros europeus é uma urgência para a
direita.
(…)
Juntando
aumento das taxas de juro à inflação, há uma crise social que escapa aos
conflitos políticos do ‘centrão’ e às estatísticas triunfantes do crescimento
económico.
(…)
[Costa]
usou a maioria absoluta para se indiferenciar da direita.
(…)
Costa,
que ficaria na história por ter unido a esquerda, pode ficar nela por
destruí-la.
(…)
Há uma
forma de travar esta degradação: o Governo responder aos problemas das pessoas
com políticas socialistas.
(…)
Ou as
forças mais à esquerda reerguerem-se da ressaca do fim da ‘geringonça’ e
fazerem oposição social sem receio de fechar o ciclo anterior.
(…)
Neste
momento, suspeito que até os socialistas estão a perder votos para a
extrema-direita.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
Em
todo o mundo há populações imensas que vivem e trabalham em zonas que o mar já
galgou.
(…)
[Há outras
que] se sabe que irão ficar, mais tarde ou mais cedo, submersas pela subida do
nível médio do mar causada pelas alterações climáticas.
(…)
E com
esta subida do nível do mar chegam também violentas tempestades marítimas, cujo
ímpeto leva tudo à frente.
(…)
Porquê
insistir no erro óbvio [de construir junto ao mar]?
(…)
Tivemos
no inverno de 2014 uma pequena amostra do que poderá vir a acontecer no nosso
país.
(…)
Com
que nome qualificaremos pois, em 2023, o facto de continuarem a ser propostos
e licenciados em zonas de alto risco e dano ambiental tantos novos
empreendimentos?
(…)
O país
já perdeu 13,5 km2 de território costeiro — o equivalente a 1300 campos de
futebol!
(…)
Se não
houver uma inversão nas práticas governativas locais e centrais, Portugal
perderá não só muito mais quilómetros quadrados, como também património e
equipamentos.
(…)
O
nível médio do mar vai subir, e subir depressa. Quantos desastres serão
precisos para ver declarada a emergência climática na nossa faixa costeira?
Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)
A possibilidade de municipalização dos concursos (apesar dos
desmentidos do Governo) fez com que os professores portugueses chegassem ao
limite, mas isso foi só a gota de água que fez transbordar o copo, a encher há
anos.
(…)
Os motivos de descontentamento são múltiplos.
(…)
Os problemas da carreira, os ordenados baixos (especialmente
para fazer face às despesas de deslocação), a precariedade, o envelhecimento da
classe, as más condições de trabalho e a falta de proteção a docentes com
doenças incapacitantes.
(…)
Um bom professor faz bons alunos, faz da escola uma casa de
saber e das aprendizagens uma felicidade.
(…)
É um recurso que não pode ser desperdiçado, tem de ser
valorizado e reconhecido.
(…)
A Educação é mesmo a arma mais poderosa para mudar o mundo
(…)
Quando os professores lutam por melhores condições, lutam por
melhor Ensino e melhor Escola.
(…)
A Escola Pública é, juntamente com o Serviço Nacional de
Saúde, a grande conquista de Abril.
(…)
A Educação é um direito fundamental que o Estado tem a
obrigação – e o imperativo moral – de garantir e defender.
Martha Mendes, “Diário as beiras”
[O autor deste texto] é inteiramente favorável à luta
dos professores de todos os graus de ensino por condições de vida e de trabalho
que de há muito se têm vindo a desvalorizar.
(…)
Mais: não lhe parece que ela consiga algo de positivo se não
for levada a cabo de uma forma unitária e vigorosa, impedindo os seus
interlocutores de a desvalorizarem.
(…)
A luta dos professores, recentemente elevada a patamares de
mobilização e de impacto público sem dúvida inéditos, deve necessariamente, (…),
passar pelo crivo de uma atenção crítica.
(…)
Não existe movimento social ou corrente política que possam
ser avaliados apenas pelos objetivos que reclamam e pelas necessidades a que
dizem corresponder.
(…)
No mundo de hoje, as diferentes formas do perigoso populismo
recorrem invariavelmente a objetivos justos e «populares», ainda que estes
sejam por ele muitas vezes instrumentalizados.
(…)
Os professores ganhariam em manter na sua justa luta alguma
vigilância crítica, evitando deixar-se aprisionar por interesses de quem
pretende algo que a democracia não contempla.
Rui Bebiano, “Diário as beiras”
A
Shell enganou as autoridades dos Estados Unidos, os investidores e o público em
geral ao registar nas suas contas um investimento em energias renováveis muito
maior do que realmente investe.
(…)
Um
modelo de sucesso [baseado em grande medida em
combustíveis fósseis poluidores climáticos] que permitiu à
petrolífera britânica [Shell] conseguir em 2022 o maior lucro em 14 anos: 45 mil milhões de euros.
(…)
O passado da Shell é especialmente negro como o crude
que explora.
(…)
Em
2017, a Amnistia Internacional chegou a denunciar a empresa pela sua
cumplicidade nos crimes horríveis cometidos pelos militares na Nigéria.
(…)
Segundo
a Global Witness, a Shell escondeu tantos combustíveis fósseis no item de
investimento em energias renováveis, que a ONG só conseguiu contabilizar 288
milhões de dólares (264 milhões de euros) dos 2,4 mil milhões (2,2 mil milhões
de euros) como directamente destinados a energia solar e eólica.
António Rodrigues, “Público”
(sem link)
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