domingo, 30 de agosto de 2009

Francisco Louçã promete que Bloco vai "incomodar os responsáveis pela crise"



O líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, afirmou que "o Bloco sabe quem são os responsáveis pela crise e vai incomodá-los", sublinhando que o BE representa "o único voto fiel à esquerda".

"O Bloco é a força que pode desafiar o PS e o PSD", acrescentou Louçã perante cerca de 400 apoiantes no comício de encerramento do Fórum Socialismo 2009, a decorrer desde sexta-feira na Escola Secundária Cacilhas-Tejo, em Almada.

Francisco Louçã não poupou críticas à esquerda e à direita e esclareceu que o Bloco traz às eleições legislativas de 27 de Setembro "três ideias claras": "a crise tem responsáveis"; "esses responsáveis continuam a governar e querem continuar a governar" e "é preciso acabar com a aventura irresponsável que gerou a crise económica e voltar aos valores do socialismo e da solidariedade".

"Para o PS a crise é uma espécie de maldição cósmica, que vem de fora para travar o curso do glorioso Sócrates, a caminho da maioria absoluta", afirmou Louçã. O líder do Bloco responsabilizou José Sócrates pela crise económica e sublinhou que "os números escandalosos do desemprego são a marca da governação falhada".

Também a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, foi alvo de críticas: "Para ela não há crise e por isso não há responsáveis. A líder não olha para o país, não quer ver, não que saber", afirmou. Louçã defendeu que "a única estratégia do PS e PSD é que tudo volte ao normal" e ressalvou que "a coragem das medidas é o que fará a diferença para o Bloco": "Os responsáveis pela crise não podem continuar a governar", disse, reiterando que o país não pode aceitar "a aventura de uma governação de bloco central".

O líder do BE defendeu um incremento da "transparência pública para se "acabar com o sigilo bancário" e "com as offshores" e "para permitir um imposto sobre as grandes fortunas".

"É preciso que se saiba das fortunas e que elas paguem o que têm de pagar. E se acabe com a fraude fiscal", defendeu Louçã. "É preciso que se acabe com esta aventura de tê-los a governar. Esta gente não pode continuar a governar", repetiu.

Para Louçã, as eleições que aí vêm são "uma escolha entre a decência e a cornucópia de negócios".

O líder do BE criticou as propostas do PS e do PSD para a Segurança Social: "Só o que meia dúzia de homens do BPN receberam, mesmo depois de se saber que falsificavam as contas do banco, equivale a 80 mil anos de uma pensão média nacional", afirmou. "Não se atrevam a dizer que não há dinheiro para reformas".

Francisco Louçã terminou o seu discurso afirmando que "o Bloco é o único voto que é sempre fiel à esquerda", acrescentando que "nunca ninguém se arrependeu de votar no Bloco de Esquerda": "O BE vai para estas eleições com a força que nunca teve e com a motivação que nunca lhe falta. Vamos com mais força para lutar. Com mais luta para vencer. Vencer por toda a justiça e por toda a democracia".
Publico

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