sábado, 31 de dezembro de 2022

MAIS CITAÇÕES (213)

 
Como iria uma secretária de Estado do Tesouro que custou meio milhão ao Estado explicar que, apesar dos excedentes orçamentais, não há dinheiro para travar a degradação de serviços públicos? 

(…)

E a administração da TAP nunca mais poderá conti­nuar a dizer que os trabalhadores em greve põem em perigo uma empresa salva com dinheiros públicos depois de ter estourado meio milhão para se ver livre de uma administradora.

(…)

As legítimas dúvidas legais e a revolta popular com esta indemnização [a Alexandra Reis] não o abandonariam [Pedro Nuno Santos].

(…)

Em circunstâncias normais, Pedro Nuno Santos sairia chamuscado mas não precisaria de se demitir.

(…)

Governar [a TAP] sabendo que não se tem a solidariedade do primeiro-ministro é insustentável.

(…)

[Pedro Nuno Santos] sai assumindo a responsabilidade política do que acontece no seu ministério.

(…)

Nem todos podem ser Costa, que, com onze governantes demitidos em nove meses, nunca assume as responsabilidades do que sabe, do que não sabe e do que prefere não saber.

(…)

Foi por causa dessa qualidade exterminadora, e não por ter cartão do PS, que [Alexandra Reis] foi parar ao Governo. 

(…)

[Quem fala em “sociedade civil] está a pensar, na melhor das hipóteses, na academia e, mais frequentemente, nas empresas.

(…)

Quem consegue reduzir drasticamente a massa salarial e despedir com rapidez dará, em princípio, uma boa secretária de Estado do Tesouro.

(…)

Se as empresas públicas devem ser geridas como as privadas, a ideia de serviço público faz pouco sentido.

(…)

Alexandra Reis (e a TAP) limitou-se a seguir o critério da casta a que ela julga pertencer e onde o Governo a foi buscar.

(…)

É impressionante a diferença de critérios para a indemnização de um trabalhador ao fim de uma vida numa empresa e de um gestor que por lá passa dois anos a despedir pessoas.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

[Dentro da imigração] ha uma etnização de algumas nacionalidades que estão um pouco presas dentro de um conjunto muito limitado de profissões como os guineenses, os nepaleses, os chineses, e depois há populações tão grandes como a brasileira que contêm de tudo um pouco.

(…)

Eu acho que já superámos os 800 mil estrangeiros residentes.

(…)

Uns e outros [brasileiros e naturais do sudoeste asiático] são, na sua maioria, migrantes económicos, ou seja, vêm para Portugal trabalhar a troco de um rendimento superior ao que conseguiriam no seu país de origem. Portanto, irão ficar algum tempo.

(…)

No caso da população brasileira, haverá seguramente maior rotação. No caso da migração do Sudoeste Asiático, será uma migração mais permanente por falta de alternativas.

(…)

A população jovem do Brasil é muito grande e o mercado de trabalho não está a conseguir encaixar toda esta população que está a chegar a uma idade activa.

(…)

Se olharmos para os dados da nossa demografia, vamos ser um país de imigração, porque já não temos população nacional capaz de preencher todas as vagas no mercado de trabalho.

(…)

Nas próximas décadas, continuaremos a considerar normal que haja muitos portugueses a circular por outros países da União Europeia e muitos cidadãos da União Europeia que escolhem Portugal para residir e trabalhar.

(…)

Há países onde as pensões de reforma são de tal forma parcas face ao custo de vida que regressar a Portugal é uma racionalidade, como acontece na Suíça ou no Luxemburgo.

(…)

Pensava-se que a partir de 2050 pudéssemos ser menos de oito milhões, eventualmente a população diminuirá para esse valor antes disso.

(…)

Os dados dos censos mostram-nos que, sem imigração, o país já não sobrevive.

(…)

Penso que precisamos de ter um plano estratégico para as migrações.

(…)

Temos de fazer uma selecção dos imigrantes que a sociedade e a economia portuguesa podem acolher e de que necessitam para o seu desenvolvimento.

(…)

O que não podemos é continuar a conceder benefícios fiscais aos mais velhos que vêm para Portugal como inactivos e penalizar fiscalmente os que estão a chegar em idade jovem e activa.

(…)

Se os imigrantes são necessários em zonas onde não há habitação, temos de ter planos especiais para criar habitação nessas zonas, para que os imigrantes permaneçam onde são necessários.

(…)

Talvez os projectos de alojamento local tenham provocado uma disrupção maior nos mercados locais de habitação do que os “vistos gold”.

(…)

[No caso dos imigrantes do Sudoeste Asiático] aí seria importante, por exemplo, promover um eficaz reagrupamento familiar, já que a grande maioria dos trabalhadores são ainda homens sozinhos.

(…)

As universidades têm uma estratégia de captação [de estudantes estrangeiros], mas não têm uma estratégia de retenção porque acham que isso não faz parte dos seus objectivos.

(…)

Nós também não conseguimos reter as segundas gerações de filhos de imigrantes.

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[A elevada percentagem de bebés nascidos de mães estrangeiras constitui] um biombo que não nos permite ver a verdadeira dimensão da queda da natalidade.

(…)

[Quando a cultura é distante] os desafios de integração aumentam.

(…)

Em Portugal, temos sido capazes de integrar os imigrantes, embora continuemos a ter muito pouca participação dos estrangeiros residentes na nossa vida política.

(…)

E a integração destas pessoas no nosso sistema político tem de acontecer muito rapidamente.

(…)

Vai continuar a haver emprego na construção civil nos próximos tempos, bem como na agricultura, onde algumas tarefas não são mecanizáveis.

(…)

Vamos continuar a alimentar esse mercado de trabalho [das plataformas] com estrangeiros recém-chegados, que ficarão aí alguns meses [até encontrarem outra profissão].

(…)

Nós estamos aqui presos entre uma Europa que paga muito melhor do que Portugal e todo um hemisfério sul que paga muito pior.

Pedro Góis, “Público” (entrevista)

 

Os governos capazes de resolver grandes problemas com que se deparam as pessoas e os países não são suportados por maiorias absolutas, mas sim por compromissos entre forças políticas portadoras de programas diferenciados, dispostas a uma trabalhosa negociação contínua.

(…)

[Quando uma maioria absoluta é] tomada para uma governação feita ao sabor de contextos de circunstância, num taticismo contínuo, a estabilidade é posta em causa e a confiança esvai-se.

(…)

A falta de um programa político estruturado e coerente dá lugar a compromissos desfocados da realidade, que nada ou pouco dizem às pessoas e à economia.

(…)

O facilitismo da maioria levou para governantes atores politicamente medíocres, enfraqueceu a análise crítica, a atenção à transparência e fiscalização dos atos políticos.

(…)

O PS assumiu uma atitude de desconsideração da Esquerda, que provocou uma sucessão de estilhaços e fragilização da sua ação.

(…)

Se António Costa não definir um programa e der qualidade ao Governo, o descontrolo prosseguirá.

(…)

A Direita continuará a não ter de expor as políticas que tem em gaveta: basta-lhe a multiplicação de "casos" e um presidente da República que os sabe espremer bem.

Carvalho da Silva, JN


GOVERNO ESPANHOL ELIMINA IVA DE ALIMENTOS BÁSICOS

 
In "Expresso" Economia

A ECONOMIA VAI BEM QUANDO O TRABALHADOR É VALORIZADO E TEM RENDIMENTO PARA CONSUMIR

 

Uma declaração de Lula feita há alguns anos mas com uma tremenda validade atual e futura.


NO BRASIL, SE BILIONÁRIO PAGAR IMPOSTO, É "COMUNISMO"

 

O novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda nem começou e a disputa entre liberais e desenvolvimentistas já tomou o país. Enquanto emissários do “mercado” criticam gastos sociais, membros da gestão Lula tentam dar fôlego a promessas feitas durante a campanha, como o Bolsa Família no valor de R$ 600 e a valorização real do salário mínimo.

Fernando Haddad (PT), novo ministro da Fazenda, já deu declarações de que foi incumbido por Lula para levar adiante uma missão: colocar os pobres no orçamento e os ricos no imposto de renda.

A tarefa, no entanto, será “imensa”, segundo o geógrafo Elias Khalil Jabbour. Com as declarações, afirma Jabbour, “Lula está tentando explicar que colocar os ricos no imposto de renda não é buscar equilíbrio fiscal, mas buscar uma menor desigualdade social no Brasil”. (Via “Brasil de fato”)


APOIANTES DE BOLSONARO MANTIVERAM ACAMPAMENTOS EM FRENTE DE QUARTÉIS

 

Eles bloquearam rodovias, acamparam em frente a quartéis e, mais recente, promoveram verdadeiros atos de vandalismo em Brasília. O movimento de extrema direita brasileiro se mantém nas ruas baseado em fatos que se aproximam mais do sonho, ou pesadelo, do que da realidade.

“Na cabeça das pessoas que estão na rua, o mundo está acabando e o mal está dominando. Eles acreditam que estão numa guerra santa, numa cruzada”. Essa é a avaliação do professor Dimas Antônio de Souza, do Instituto de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais e que tem se dedicado a estudar a base ideológica do bolsonarismo.

O movimento, afirma o professor, cria para si uma mitologia, com direito a vilão, conspiração e salvador. Seriam eles, respectivamente e resumidamente: Lula, Foro de São Paulo e Bolsonaro. Longe de ser uma piada de mau gosto, a estrutura dessa narrativa tem bases históricas. (Via “Brasil de fato”)


sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

CITAÇÕES

 
Deixou de ser preciso demonstrar como se gera esta bolha de favorecimento, os factos falam por si, mesmo que seja notório que o Governo tem um medo instintivo desta evidência e prefira a vaga de demissões.

(…)

[O caso Alexandra Reis é] o resultado de uma construção meticulosa de redes de poder, ou de como uma casta se incrustou no uso do Estado.

(…)

Essa casta é o passado de Portugal e quer ser o nosso futuro.

(…)

É útil estudar como têm sido produzidos os governantes.

(…)

Com dois colegas, João Teixeira Lopes e Jorge Costa (…) queríamos perceber como a hegemonia da burguesia sobre a economia e a reprodução social seleciona os governantes.

(…)

O facto mais notável era a passagem posterior [de governantes] para as chefias de empresas. 

(…)

[Até ao início da segunda década deste século] quase metade dos governantes emigrou para o topo de empresas da finança (248) e imobiliário (95).

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170 desses governantes foram para grandes grupos económicos, 107 para os que gerem parcerias público-privado.

(…)

O seu circuito fundamental tem sido partido-Governo-empresas.

(…)

Chegar ao topo destas empresas, seja como facilitador com o partido, seja para abrir uma nova carreira, não é de somenos. 

(…)

No entanto, a formação de ligações de casta também segue outros caminhos. Há a corrupção.

(…)

O processo sobre os pagamentos do BES a Manuel Pinho arrasta-se em tribunal, bem como outros. 

(…)

Há ainda os vínculos do finan­ciamento declarado: em 2021, o IL recebeu dinheiro do CEO da EDP, que os Champalimauds e Mellos pagaram ao Chega e que o PS continua a receber donativos da gente fiel da Mota Engil.

(…)

Tudo merece ser visto à luz da casta que ocupa e ocupará estes lugares. 

(…)

Alexandra Reis não inventou nada. Reclamou para si a regra que protege os gestores, se forem despedidos recebem tudo.

(…)

Disso benefi­ciou, achando que começaria uma carreira política sem que alguém questionasse o privilégio daquele pagamento.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Neste período de gestação de nove meses, de Sara Abrantes Ribeiro a Pedro Nuno Santos, contam-se 10 saídas do Governo maioritário de António Costa, umas mais impactantes do que outras. 

(…)

A montanha não pariu um rato, deu à luz uma gestão em sobressalto e aos solavancos.

(…)

Os portugueses perguntar-se-ão como, ainda este ano, entregaram uma maioria absoluta a António Costa pelo referencial de estabilidade e pelo receio da Direita que se perfilava.

(…)

A estabilidade dos quatro anos de "geringonça" surpreendeu todos aqueles que olhavam com desconfiança para BE e PCP como forças de fiabilidade e de manutenção da estabilidade política.

(…)

Agora, nove meses depois, o referencial de estabilidade que todos davam como garantido, esvai-se incompreensivelmente.

(…)

Com mais uma remodelação governamental, a vertigem política começa a fazer um caminho paralelo à instabilidade.

Miguel Guedes, JN

 

Quando fazemos o balanço do ano político, no sentido lato do termo, é verdade que não temos grandes razões para regozijo e esperança no novo ano que aí vem.

(…)

Existe debate entre visões mais otimistas e pessimistas do progresso da humanidade.

(…)

Se medirmos o sucesso da nossa espécie pela sua disseminação, podemos ter razões para ser otimistas.

(…)

Somos 8 mil milhões. Em 1800 éramos mil milhões.

(…)

Para tal feito, contribuíram avanços consideráveis em termos de medicina e cuidados de saúde.

(…)

Mas o sucesso de uma espécie, e nomeadamente da espécie humana, deve ser medido pelo seu número?

(…)

Apesar de a quantidade ser também sinónimo, muitas vezes, de qualidade de vida, resta saber: qualidade de vida de quem? E saber quem sustenta a qualidade de vida dos outros?

(…)

E como desviar os olhos do horizonte face a níveis astronómicos de discriminação e de desigualdade económica e social?

(…)

Neste final de ano (…) podemos pelo menos não desesperar.

(…)

A esperança terá de vir acompanhada pelo desejo e a imaginação, mas também a humildade de saber que há outro horizonte.

Luísa Semedo, “Público” (sem link)

 

Do que se sabe, nenhum dos dois [ministros envolvidos – Pedro Nuno Santos e Fernando Medina) tinha esse conhecimento [do montante recebido por Alexandra Reis].

(…)

Quem vai para a vida política não está apenas obrigado a cumprir a lei, tem também de acatar as regras de um código, muito exigente, de conduta e de aparências, que constitui uma malha apertada pela qual poucos conseguem passar.

(…)

As suas [de Marcelo] palavras relativamente à demissão de Alexandra Reis deixavam adivinhar que mais demissões estavam para vir.

(…)

É certo que apenas resultados eleitorais diferentes dos alcançados nas últimas legislativas, sobretudo no que diz respeito à maioria absoluta do PS, legitimariam a decisão (radical) de dissolver o Parlamento.

(…)

As coisas correm muito mal à governação socialista, mas o descalabro tem sido tão rápido que a própria direita (…) não está preparada para ele.

(…)

Um dia perceberemos que foi um erro deixar estar na vida democrática quem [leia-se o Chega] quer acabar com ela e se revigora cada vez que ela fraqueja.

(…)

A governação do PS acabou por proporcionar a Marcelo verdadeiro protagonismo e por colocá-lo no olho do furacão.

(…)

Nem todos os que votaram PS ficaram contentes com a maioria absoluta, mas diria que não ficaram com vontade de repetir eleições.

(…)

Não acredito que os portugueses aceitem tolerar mais trapalhadas. Acabou.

(…)

E quem conseguiu a proeza de fazer tremer uma maioria absoluta? Os mesmos que a conquistaram.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)

 

As causas mais óbvias da generosidade aparecem associadas a razões sociais de cultura, religião e tradição.

(…)

Outro aspecto interessante, que facilmente intuímos no Natal, é que as acções de caridade são largamente influenciadas pela publicidade e pela recompensa social da aprovação por terceiros.

(…)

[Há estudos que nos dizem que] a nossa generosidade não é só determinada por sentimentos altruístas.

(…)

É igualmente movida por interesses egoístas, de obtenção de benefícios físicos e psicológicos próprios e de aprovação social.

Manuel Soares, “Público” (sem link)


CATARINA MARTINS: 2023 NÃO TEM DE SER O ANO DO "HABITUEM-SE" À CRISE

 

2022 foi um ano difícil. A maioria absoluta provou-se incapaz de responder à inflação e tropeça nos próprios erros. Mas Portugal viu também a força de quem se levanta pelo futuro. 2023 não tem de ser o ano do "habituem-se" à crise. Lado a lado, encontramo-nos nas lutas pelo trabalho, pela habitação, pelo clima, pela igualdade. Bom 2023! (Catarina Martins)


O GOVERNO PRECISAVA DE UMA AJUDINHA, A IL SERVE BEM

 

A moção de censura da IL é a única boa notícia que o governo podia ter numa semana de desastre. Ter a IL a juntar-se ao Chega e a procurar dar essa vitória ao governo é um bálsamo para o PS, permitindo-lhe, com a vantagem dos tempos de debate de uma moção destas, ensaiar um discurso de recuperação com o governo entretanto remodelado. Se Costa precisava de tentar um contra-ataque depois dos "casos e casinhos" que tem vindo a gerar com uma frequência espantosa, aqui a tem. Pode sempre contar com a unidade das extremas-direitas para continuarem este modelo em que uns só querem pressionar o PSD e o PS só quer que essas direitas tenham voz, pois lhe prometem os votos do susto. (Francisco Louçã, fb)


O PRIMEIRO-MINISTRO A QUERER TOMAR-NOS POR PARVOS…


Via José Gusmão

AFEGANISTÃO: ONU TOMA POSIÇÃO RELATIVAMENTE A TRABALHO DAS MULHERES EM ONG

 
In "Diário as beiras"

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

ANTÓNIO COSTA DEVE EXPLICAÇÕES URGENTES AO PAÍS

 

Não podemos ficar à espera do debate do PSD ou da censura da IL. O primeiro-ministro deve respostas ao país sobre os pagamentos a Alexandra Reis, o regime de privilégio dos administradores da TAP e o percurso da ex-secretária de Estado do Tesouro. António Costa não se pode esconder atrás das demissões de membros do governo.

Pedro Filipe Soares


CASAS QUE SE POSSAM PAGAR!

 

Via Bernardino José Guia


FRASE DO DIA (1979)

 
O dado mais preocupante do ano, aquele que nos garante que o que se passou em 2022 não é passageiro, é o facto do recorde de emissões de gases com efeito de estufa à escala global ter sido novamente batido.

João Camargo, “Expresso” online


MARX ATUAL, COMO SEMPRE

 
Via Elias Richau

UMA CENA QUE ENVERGONHARÁ AS GERAÇÕES FUTURAS NO BRASIL

 

Imagem que ficará na História, lembrada sempre como um momento de ruptura com a lucidez e o bom senso! Algo que envergonhará as futuras gerações. (Via “O Esquerdista”)


7 MIL PALESTINIANOS DETIDOS POR ISRAEL EM 2022

 

As forças da ocupação israelitas detiveram cerca de 7.000 palestinianos nos territórios palestinos ocupados em 2022, informou o Ministério de Assuntos de Detentos. (Via Maria Matos)


quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

CITAÇÕES À QUARTA (34)

 
Com o meio milhão recebido da TAP, a sua [de Alexandra Reis] autoridade era próxima de nula, num Governo que utiliza a retórica dos “sacrifícios” por conta da inflação.

(…)

Mas mesmo após a demissão, a história continua a ser exemplar.

(…)

Porque o meio milhão não passou a bater certo depois das explicações.

(…)

Se o contrato cessava por decisão da empresa, o valor legal não seria necessariamente aquele.

(…)

Não foi esta a regra que se aplicou, está à vista, mas sim um regime excecional de privilégio.

(…)

Por outro lado, se a saída fosse por iniciativa da própria (…), então a "renúncia" não daria direito a nada.

(…)

Já se percebeu que não estamos no domínio das regras gerais, nem das que se aplicam aos trabalhadores pelo direito laboral privado, nem das que regem a administração pública.

(…)

Estamos no puro reino das regras da gestão privada, da sua arbitrariedade e da sua lógica de desigualdade.

(…)

Nas empresas do PSI-20, que têm de divulgar estes dados, as desigualdades não têm parado de crescer nos últimos anos e é tido como “normal” os gestores ganharem 15, 20, 100, 150 vezes mais do que outros trabalhadores da mesma empresa.

(…)

Haver leques salariais máximos, também no setor privado e no setor empresarial do Estado, é uma questão de decência.

(…)

[Os gestores que pregam aos trabalhadores os “sacrifícios” em “nome da empresa” encontram] sempre para si formas de proteção muito mais “rígidas” e “protetoras” do que a própria lei que se aplica a quem trabalha. 

(…)

[As compensações por despedimento com valores miseráveis] só são boas para os outros…

(…)

O secretismo e a ausência de transparência, que é o “modus operandi” do privado.

(…)

Oxalá a indignação mais que justa com o meio milhão ilegítimo de Alexandra Reis (e vai devolvê-lo?) nos faça questionar a falta de transparência e de racionalidade deste tipo de gestão privada.

José Soeiro, “Expresso” online

 

A legalidade da abundância [da indemnização recebida por Alexandra Reis] e a sua não devolução foi o argumento que ela própria veio escrever (…), em todo o caso tendo sido deixada sozinha, não vá a coisa complicar-se. 

(…)

Como é que alguém que sai de uma administração tem o direito a receber todos os salários de todo o mandato, regra que não se aplica em mais nenhum posto na sociedade portuguesa?

(…)

Porque é que nos tentam entreter com meandros comunicacionais, como se nisto houvesse algum mistério que exige longos dias de investigação?

(…)

O governo não tem como explicar, (…), que governantes têm para consigo próprios um critério espantosamente mais generoso e a que se lhe agarram como se fosse o seu direito divino.

Francisco Louçã, “Expresso” online

 

O Senhor Starlink [Elon MusK] é a metáfora perfeita para o maior dos desafios que esperam todo o mundo, incluindo Portugal, já no próximo ano.

(…)

Mais importante que trabalhar a favor de qualquer um dos 17 estimáveis objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 (…) é defender a democracia.

(…)

E Musk representa, vamos acreditar ainda que sem eventual dolo, a maior ameaça que sobre ela paira.

(…)

[Na agenda sustentável não é referida] a palavra democracia.

(…)

Esquecimento ou compromisso, a omissão é grave.

(…)

A democracia é a matriz fundadora, a matriz principal, mas não está nomeada.

(…)

O seu desaparecimento desta agenda cria a perigosa ilusão de que ela não é fundamental.

(…)

O empresário de Marte chama para a sua narrativa os condimentos da política, até agora apenas disponíveis nos sistemas constitucionalmente elencados.

(…)

E foi sob a égide dessa constitucionalidade que a democracia – e as suas instituições – se mostraram fortes.

(…)

Mas onde a democracia não está aparada pela lei isso não acontece.

(…)

Ao contrário de Trump, ou Bolsonaro, Elon Musk é hoje um político que não foi eleito, e por isso, muito mais perigoso que aqueles que a democracia pode derrotar.

(…)

Se a defesa da democracia não for pautada, ela não vai sobreviver.

José Manuel Diogo, “Diário de Coimbra” (sem link)

 

Costa e o seu Governo são tão incompetentes que nem sabem o passado de quem escolhem, ainda por cima para a Secretaria de Estado do Tesouro.

(…)

A incompetência compensa. Alexandra diz ter sido demitida e não ter renunciado ao cargo.

(…)

Medina falhou, pois se a escolha foi partilhada com o primeiro-ministro, como é normal, como é possível ignorar o passado tão recente de Alexandra?

(…)

Antigamente, a vida de um putativo candidato a governante era passada a pente fino.

(…)

Agora a displicência é tal, é tal a sensação de mando absoluto que ou não se procede a esta investigação ou ela é leviana.

(…)

Costa e seus apaniguados não têm mais base de recrutamento, ou seja, cada vez menos gente aceita integrar governos seus.

(…)

Os valores da saída de Alexandra foram, como é habitual e legal, negociados entre duas sociedades de advogados.

(…)

Medina convida Alexandra para secretária de Estado, com o acordo de Costa.

(…)

[Medina] é já reincidente, pois havia um tal ex-director da TVI que iria ganhar mais que ele, soube-se, estalou a bronca, e a versão oficial é que o jornalista teve mais vergonha na cara que Medina e saiu.

(…)

Ainda que legal, é absolutamente imoral e até porco que, por se sair de uma empresa em que os contribuintes já injectaram milhões de euros, se ganhe meio milhão por se ter sido despedida.

(…)

[Devíamos vir] para a rua exigir que não nos tomem por parvos! 

(…)

Tudo ficará na mesma e os políticos tirarão mais uma ilação: asneira da grossa é para ser feita na semana entre o Natal e a passagem de ano.

(…)

Se o povo saísse à rua, em massa, mesmo uma maioria absoluta, com tanta asneirada seguida, vinha abaixo.

(…)

O efeito anestesiante tomou completamente conta da moribunda dignidade do povo português. Paz à sua alma!

André Lamas Leite, “Público” (sem link)