terça-feira, 31 de julho de 2018

FRASE DO DIA (903)


A entrada de milhares de casas públicas no mercado é a única forma de moderar a pressão especulativa causada pelo turismo e pelo investimento financeiro que migrou dos bancos para o imobiliário.
Daniel Oliveira, Expresso Diário

PERFIL DE RICARDO ROBLES


O perfil de Ricardo Robles que Maria Lopes traça no “Público” de hoje talvez contribua para explicar uma parte das violentas críticas de que o ex-vereador do Bloco de Esquerda na Câmara de Lisboa tem sido alvo e que conduziram à sua demissão do cargo que ocupava na autarquia. O poder de forças poderosas que Robles em particular e o Bloco em geral denunciam fazem deles alvos altamente apetecíveis num momento em que supostamente terão revelado alguma incoerência entre o que defendem e o que praticam. “Supostamente” porque Robles não é seguramente um especulador imobiliário e porque os verdadeiros especuladores imobiliários acabam por ficar na penumbra de toda a campanha que tem sido orquestrada.
Estamos perante um exemplo do muito que poderá vir a acontecer a forças democráticas e de esquerda que venham a terreiro enfrentar interesses poderosíssimos armados apenas com a sua palavra contra o poder de comunicação dos meios agora dominados pela direita mais radical.
Trinta e oito semanas e meia depois, o acordo assinado entre o presidente da Câmara de Lisboa e o vereador eleito pelo Bloco de Esquerda, que permitiu a Ricardo Robles receber o pelouro da Educação e Áreas Sociais e a Fernando Medina chegar à maioria absoluta, vai conhecer outro protagonista. Embora saia por causa da habitação – para a qual tinha também uma lista de compromissos que até envolviam a pasta do alojamento local –, foi sobretudo na educação que Robles conseguiu deixar uma marca nestes quase nove meses de meia “geringonça” autárquica em Lisboa.
A poucos dias do Natal, Robles conseguiu que o executivo municipal aprovasse a gratuitidade dos manuais escolares (os livros de estudo no 2.º e 3.º ciclos; os livros de fichas no 1.º ciclo) para todos os alunos até ao 9.º ano das escolas do concelho para o ano lectivo que agora terminou, o que será estendido ao 12.º ano já a partir de Setembro. A educação e as áreas sociais eram o seu pelouro, mas para conseguir o apoio bloquista – perante as costas viradas pela CDU, que elegeu dois vereadores – Fernando Medina teve que assinar compromissos também em matérias de habitação que extravasam as questões sociais, apesar de ter já uma vereadora socialista com essa pasta. Como foi o caso do Programa Renda Acessível em prédios públicos, que previa a disponibilização de 3000 fogos durante o mandato e que já lançou 250 apartamentos; ou a oferta de mais residências universitárias (400 camas por ano), de que já estão previstos mais 226 quartos.
Esta aposta na educação e na habitação não será estranha ao percurso de Ricardo Robles, engenheiro civil formado no Instituto Superior Técnico. Ali pertenceu ao Fórum Civil, a associação de estudantes de engenharia do IST que deixou de ser representada por um presidente para ter uma direcção colectiva – onde é que já ouvimos isto na cúpula do Bloco? Nessa direcção de Robles, as praxes em Civil no Técnico perderam o pendor de violência e abuso e tiveram um perfil de maior integração dos caloiros; e endureceram as lutas contra as propinas. Mas a sua militância estudantil começou antes: andava no 8.º ano quando se juntou aos protestos anti-PGA, que só os alunos do 12.º ano faziam.
Nascido em Almada, passou parte da infância, entre os seis e os dez anos, nos Açores, na ilha de Santa Maria, para onde o pai, militar, foi destacado. A adolescência passou-a depois no Seixal, onde se começou a fazer político – os pais não eram militantes mas contribuíram para a sua consciência de esquerda. As preferências por Matemática e Física fizeram-no ingressar no IST, o Erasmus levou-o a Copenhaga, onde participou num projecto sobre desenvolvimento sustentável que implicava a recuperação de um quarteirão da cidade. Ainda aluno universitário, integrou a candidatura autárquica Esquerdas Unidas por Lisboa, a coligação entre o PSR e a Política XXI. Foi com a facção PSR que se tornou fundador do Bloco de Esquerda e foi dirigente da organização concelhia de Lisboa desde 2005. Nos últimos 20 anos participou em protestos internacionais do G8, em diversos fóruns sociais europeus e mundiais.
A experiência de Copenhaga haveria de moldar a sua maneira de olhar as cidades e de as pensar – com mais gente, com maior aproveitamento dos espaços, mais eficiência energética, por exemplo. É-lhe reconhecida a sua capacidade de organização e motivação mas também de mostrar trabalho feito. Era o que fazia amiúde nas redes sociais – as mesmas que agora o condenam desde sexta-feira.

domingo, 29 de julho de 2018

ESCRAVATURA MODERNA: NÚMEROS À ESCALA GLOBAL


In Expresso

CITAÇÕES


O medo tornou-se a arma política mais importante na Europa.
(…)
Quem trabalha [na fp] com congelamento há nove anos já perdeu mais de um mês de salário em termos reais.
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O SNS vai sempre consumir mais esforço orçamental, dado que vão estando acessíveis medicamentos de ponta que são, mais caros, vivemos mais anos e spmos mais exigentes.
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A parte do PIB dedicada à saúde tem diminuído, ao mesmo tempo que te aumentado a conta das famílias.
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O SNS está a ser e vai ser o incêndio deste verão.
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Ganhar a batalha do SNS é hoje o maior dos desafios para a democracia portuguesa.
Francisco Louçã, Expresso Economia (sem link)

A desvalorização do carácter patrimonial das bibliotecas leva muitas vezes a considerá-los um “peso morto” que ninguém consulta.
(…)
Por exemplo, o lixo diz-nos que estão a desaparecer arquivos e livros que pertenciam a antigos altos funcionários coloniais, que estão a morrer e, com eles, parte da nossa história “ultramarina”.
Pacheco Pereira, Público (sem link)

2016 foi o ano mais quente desde que há registos, 2015 o segundo, 2017 o terceiro.
(…)
Em Portugal, o combate às alterações climáticas passa, imediatamente, por travar o furo de Aljezur, que o Governo deu ordem à Galp e à ENI para fazerem, sem sequer avaliar o impacto ambiental, a partir de Setembro.
(…)
Quem quer combater as alterações climáticas em Portugal não pode ficar passivo perante a ameaça de contribuirmos ainda mais para aumentar as emissões de gases com efeito à escala global.
João Camargo, Público (sem link)

Os Estados soberanos são hoje subordinados de facto a um poder financeiro que se sobrepõe às escolhas democráticas dos cidadãos.
(…)
Os direitos sociais e económicos passam por um processo de erosão e de recuo sem precedentes.
João Arriscado Nunes, Público (sem link)

A maioria dos deputados do Knesset [israelita] optou por um Estado não democrático e por uma lei [do apartheid] que fomenta o racismo.
Narciso Machado, Público (sem link)

Talvez o verdadeiro receio dos reitores seja o de ver desmoronar os seus feudos, onde uns trabalham sem direitos e são avaliados e outros dissertam sobre o mérito.
Daniel Oliveira, Expresso (sem link)

O ordenamento marítimo nunca pode ser pensado sem ligação direta ao espaço costeiro e compatibilização com as actividades ali implantadas.
Luísa Schmidt (sem link)

sábado, 28 de julho de 2018

SOBRE A ESCRAVATURA MODERNA


In Expresso

O POVO "ESCOLHIDO" ATACA OS MUÇULMANOS EM ORAÇÃO




Sexta-feira, dia de orações os crentes muçulmanos sofrem brutal ataque da parte das forças de ocupação israelitas na esplanada de Al Aqsa. 

DENUNCIAR AS MENTIRAS SOBRE ROBLES




Dois dias seguidos em que há capas de jornal que dizem mentiras sobre o Ricardo Robles.
Acontece no mesmo momento em que há projectos de lei à espera de promulgação pelo Presidente da República, para limitar o alojamento local, limitar os despejos e reforçar o direito de preferência.
Compreende-se que o que o Bloco está a fazer incomode interesses imobiliários. Mas o Bloco de Esquerda não se deixa intimidar.