segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Bloco de Esquerda aumenta representação na Assembleia Intermunicipal do Algarve



Bloco de Esquerda

PORTIMÃO

Portimão, 29 de Novembro de 2009

À atenção da comunicação social

Assunto: Bloco de Esquerda aumenta representação na Assembleia Intermunicipal do Algarve

O Bloco de Esquerda vai continuar a ter uma voz activa na nova Assembleia Intermunicipal do Algarve, que irá ser constituída por força das últimas eleições autárquicas. Como se sabe, este novo modelo imposto pelo governo Sócrates há cerca de 1 ano e que veio substituir a Assembleia Metropolitana do Algarve, impede a possibilidade de se constituírem listas candidatas no conjunto das Assembleias Municipais, sendo apenas possível no âmbito restrito de cada Assembleia, o que provoca uma grave diminuição da representatividade de algumas forças políticas presentes e intervenientes no Algarve, caso do Bloco de Esquerda com vários eleitos nas Assembleias Municipais da região. O razoável pluralismo que, apesar de tudo, existia na Assembleia Metropolitana da AMAL, fica assim mais reduzido à expressão monopolizadora e bipolar do bloco central PS/PSD.

Apesar da existência de uma lei construída para favorecer o bloco central, o Bloco de Esquerda consegue duplicar a sua representação para a Assembleia Intermunicipal, sendo eleitos Luísa Penisga Gonzalez, na Assembleia Municipal de Portimão, e Carlos Martins, na Assembleia Municipal de Loulé. Trata-se de uma importante vitória bloquista na região e os trabalhadores e demais cidadãos algarvios estão de parabéns, pois as suas reivindicações e exigências irão continuar a ser levantadas e defendidas com força redobrada. Como é do conhecimento geral, o Algarve encontra-se mergulhado numa grave crise social e económica, com o desemprego a atingir cerca de 20 mil pessoas, devido principalmente, às políticas nefastas do governo Sócrates. Uma das prioridades do Bloco no Algarve será o combate ao desemprego e à precariedade.

Um outro aspecto prende-se com a eleição, no passado dia 27, de uma nova Comissão Coordenadora Concelhia do Bloco de Portimão, constituída pelos seguintes elementos: Eduardo Miguel, Fernando Gregório, Fernando Oliveira, Francisco Reis, João Vasconcelos, Luísa Penisga Gonzalez, Maria Rosa Serra, Miguel Madeira, Nuno Miguel Santos, Paula Cristina Faria, Paulo Oliveira, Pedro Mota e Simeão Quedas. Brevemente reunirá a nova Coordenadora Concelhia, onde será eleito o Secretariado, definidas as áreas de intervenção a atribuídas responsabilidades. Um dos objectivos do Bloco de Esquerda em Portimão irá continuar a ser a luta, reforçada, contra a maioria absoluta do Partido Socialista e a luta contra toda e qualquer política que não tenha por finalidade a melhoria das condições de vida das populações.

Desde já, agradece-se a divulgação desta nota de imprensa nos V/órgãos de comunicação social.

O Secretariado BE/Portimão

HORROR À DEMOCRACIA


Se numa revista com uma orientação claramente de direita, a “Sábado”, se pode ler o seguinte excerto em editorial, não restam dúvidas de que a União Europeia tem horror à democracia, não vá o povo estragar a Europa dos governos:

“Quando quer escolher as pessoas que vão ocupar os principais cargos na sua estrutura dirigente, a União Europeia não usa uma caneta e um boletim de voto (Deus nos livre de meter a democracia em matérias tão importantes) – usa uma régua e um esquadro. O novo presidente do Conselho Europeu é um homem; a nova alta representante para os Negócios Estrangeiros é uma mulher. Ele é de direita; ela é de esquerda. Ele é de um país euro-entusiasta, a Bélgica; ela é de um país eurocéptico, o Reino Unido. Ele é de um país pequeno; ela é de um país grande. Ele é um plebeu; ela pertence à Câmara dos Lordes.

Esta tentativa desesperada de arranjar um meridiano perfeito de todas as sensibilidades evita o confronto e promove a incompetência. Van Rumpuy e Catherine Ashton são irrelevâncias políticas e isso deixa toda a gente contente: os países mais fortes, porque podem fazer de conta que cedem algum poder quando continuam a mandar; os belgas, porque podem fazer de conta que valem alguma coisa; os ingleses, porque podem fazer de conta que se importam coma Europa; e Portugal porque pode fazer de conta que Durão Barroso, sem concorrentes na burocracia da EU, é um grande estadista europeu.”

domingo, 29 de novembro de 2009

PORQUE O POLITICAMENTE CORRECTO CORROMPE E DESTRÓI

ESTAR ONDE DEVE ESTAR


O Bloco de Esquerda está onde deve estar ou seja, na apresentação e defesa de propostas para a resolução dos grandes problemas nacionais mas também na defesa das populações locais e na solução de problemas imediatos que contribuem para a melhoria das suas condições de vida.

Assim se passa com o encerramento, para obras, do Ramal da Lousã, cujo comboio transporta mais de um milhão de passageiros por ano. É um problema estritamente local mas que afecta muita gente que necessita deslocar-se para os seus locais de trabalho, para aceder às escolas ou aos estabelecimentos de saúde.

A situação em apreço coloca duas questões: por um lado não há previsão do tempo efectivo de encerramento da linha ferroviária e, por outro, a alternativa – autocarros – não leva em conta as más condições da estrada, com os inerentes custos para o dia-a-dia de milhares de utentes.

No cumprimento de uma promessa anteriormente feita, o líder da bancada do BE e deputado por Coimbra, José Manuel Pureza, remeteu ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações as perguntas seguintes:

  1. Pretende o Governo analisar as distintas alternativas técnicas para a reabilitação do ramal da Lousã, nomeadamente a electrificação e modernização da linha e das composições que nela circulam?
  2. Qual o calendário das empreitadas a realizar e que medidas estão a ser planeadas a fim de minorar o impacto que as mesmas irão ter na vida de milhares de utentes?

Este é o exemplo acabado que contraria o que muitas vezes se afirma em relação aos deputados eleitos que, uma vez, no cargo nunca mais se lembram das populações que os elegeram. Acontece isto com muitos, em especial com os partidos do arco do poder mas meter todos no mesmo saco é injusto. É bom que os eleitores vão tomando nota e se lembrem na hora de votar quem esteve efectivamente a seu lado quando mais precisavam.

Luís Moleiro

sábado, 28 de novembro de 2009

Pelas suas próprias palavras: o aquecimento global é uma fraude



"Nós precisamos de algum apoio com ampla base, para capturar a imaginação do público ... Então, temos que oferecer cenários assustadores, simplificando, declarações dramáticas e fazer pouca menção de quaisquer dúvidas ... Cada um de nós tem de decidir o equilíbrio entre ser efetivo e ser honesto. " Stephen Schneider, professor de Climatologia de Stanford, autor de vários relatórios do IPCC

"A menos que anunciemos catástrofes ninguém nos vai ouvir." - Sir John Houghton , first chairman of IPCC - Sir John Houghton, primeiro presidente do IPCC

"Não importa o que é verdadeiro, só importa o que as pessoas acreditam que é verdade." - Paul Watson , co-founder of Greenpeace - Paul Watson, co-fundador do Greenpeace

" "Temos de resolver este problema do aquecimento global. Mesmo se a teoria do aquecimento global é errada, nós estaremos fazendo a coisa certa em termos de política económica e ambiental". - Timothy Wirth , President of the UN Foundation - Timothy Wirth, presidente da Fundação das Nações Unidas

"Não importa se a ciência do aquecimento global é tudo falso ...as alterações climáticas fornecem a maior oportunidade para trazer justiça e igualdade no mundo." - Christine Stewart , fmr Canadian Minister of the Environment - Christine Stewart, FMR-ministro canadense do Meio Ambiente

"A única maneira de obter da nossa sociedade uma verdadeirada mudança é assustar as pessoas com a possibilidade de catástrofes". - emeritus professor Daniel Botkin - Professor Daniel Botkin

"Precisamos de um princípio organizador central - un sistema acordado de manera voluntaria. Pequenas mudanças na política, a melhora moderada em leis e regulamentos, a retórica oferecida em lugar da verdadeira mudança - essas são todas as formas de apaziguamento, concebido para satisfazer o desejo do público a acreditar np sacrifício , na luta e uma violenta transformação da sociedade, não será necessário. " - Al Gore , Earth in the Balance - Al Gore, Earth in the Balance

"Não é a única esperança para o planeta que o colapso civilizações industrializados? Não é nossa responsiblity trazer isso?" - Maurice Strong , founder of the UN Environment Programme - Maurice Strong, fundador do Programa Ambiental da ONU

"Uma grande campanha deve ser lançada para de-desenvolvimento nos Estados Unidos. De-desenvolvimento significa trazer nosso sistema econômico em consonância com as realidades da ecologia e da situação do recurso mundo". - Paul Ehrlich , Professor of Population Studies - Paul Ehrlich, professor de Estudos Populacionais

"A única esperança para o mundo é para se certificar de que não há outro Estados Unidos. Não podemos deixar que outros países tenham o mesmo número de carros, a quantidade de industrialização, temos em os E.U.. Temos de parar os países do Terceiro Mundo de modo a que não se desenvolvam. " - Michael Oppenheimer , Environmental Defense Fund - Michael Oppenheimer, Environmental Defense Fund

"Sustentabilidade Global exige a busca deliberada de pobreza, consumo reduzido de recursos e definir níveis de controle da mortalidade". - Professor Maurice King - Professor Maurice King

"Estilos de vida e padrões atuais de consumo da influente classe média - envolvendo o enorme consumo de carne , o uso de combustíveis fósseis, aparelhos de ar condicionado e habitação suburbana - não são sustentáveis". - Maurice Strong , Rio Earth Summit - Maurice Strong, Rio Cúpula da Terra

"A tecnologia complexa de qualquer espécie é um ataque à dignidade humana. Seria pouco menos que desastroso para descobrirmos uma fonte de energia limpa, barata e abundante, por causa do que poderíamos fazer com ela." - Amory Lovins , Rocky Mountain Institute - Amory Lovins, Rocky Mountain Institute

"A perspectiva da energia de fusão barata é a pior coisa que poderia acontecer ao planeta". - Jeremy Rifkin , Greenhouse Crisis Foundation - Jeremy Rifkin, Greenhouse Crisis Foundation

"Dar à sociedade , abundante energia seria o equivalente a dar uma criança idiota uma metralhadora." - Prof Paul Ehrlich , Stanford University - Prof Paul Ehrlich, da Universidade de Stanford

"A grande ameaça para o planeta são as pessoas: há muitos, fazendo muito bem economicamente e queimando óleo demais". – Sir James Lovelock , BBC Interview - Sir James Lovelock, BBC Interview

"Meus três objetivos principais seria a de reduzir a população humana para cerca de 100 milhões em todo o mundo, destruir a infra-estrutura industrial e ver o deserto, com o seu complemento total de espécies, retormado em todo o mundo." - Dave Foreman , co-founder of Earth First! - Dave Foreman, co-fundador do Earth First!

"A população total de 250-300 milhões de pessoas, um declínio de 95% em relação aos níveis atuais, seria o ideal." - Ted Turner , founder of CNN and major UN donor - Ted Turner, fundador da CNN e da ONU principais doadores

"... A população ideal resultante sustentável é, portanto, mais de 500 milhões, mas inferior a um bilhão." - Club of Rome , Goals for Mankind - Clube de RFrases subliminares - Aquecimento globaloma, Goals for Mankind

"Se eu reencarnasse gostaria de ser devolvido à terra como um vírus mortal para baixar os níveis de população humana." - Prince Philip , Duke of Edinburgh, patron of the World Wildlife Fund - Prince Philip, duque de Edimburgo, patrono do World Wildlife Fund

"Eu suspeito que a erradicação da varíola estava errado. Desempenhou um papel importante no equilíbrio dos ecossistemas." - John Davis , editor of Earth First! - John Davis, editor da Earth First! Journal Jornal

"A extinção da espécie humana não só pode ser inevitável, mas uma coisa boa." - Christopher Manes , Earth First! - Christopher Manes, Earth First!

"A gravidez deve ser um crime punível contra a sociedade, salvo se os pais obtiverem uma licença do governo. Todos os potenciais pais devem ser obrigados a usar produtos químicos anticoncepcionais, o governo deve usar antídotos para os cidadãos escolham quando engravidar." - David Brower , first Executive Director of the Sierra Club - David Brower, primeiro diretor executivo do Sierra Club

Google Translate(29 November 2009)

http://translate.google.com/translate?hl=en&langpair=en|pt&u=http://www.informationliberation.com/?id=27941

http://snipurl.com/th0ry

Climategate – Uma máfia no debate do clima ?


O escândalo já ganhou nome. Climategate. E às vésperas de uma conferência mundial sobre mudanças climáticas. Mensagens trocadas ao longo da última década entre os maiores nomes da comunidade científica que defendem a influência humana no aquecimento global revelam tentativas de manipulação de dados e sonegação de informações no que alguns cientistas já classificam como uma “conspiração” para defraudar a ciência. Tudo veio à tona após hackers terem invadido os computadores da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, um dos principais centros mundiais de pesquisa sobre as mudanças climáticas. Mais de mil arquivos foram roubados, incluindo 1.079 emails e 72 documentos, trocados ao longo dos últimos 13 anos entre os cientistas. O material inclui mensagens de James Hansen, director do Goddard Institute for Space Studies da NASA; Michael Mann, famoso pelo gráfico hockey stick que produziu para mostrar que a Terra passa pelo período mais quente em mil e anos e que depois foi acusado de ser uma fraude matemática; Gavin Schmidt, especialista em modelagem climática da NASA; e Stephen Schneider, professor da Universidade de Stanford e consultor de Al Gore. Em comunicado, a universidade de East Anglia confirmou a invasão de seus computadores, mas se negou a dizer se os arquivos que passaram a circular pela internet eram autênticos.

O jornalista Andrew Revkin, especialista em meio ambiente do jornal norte-americano New York Times, confirmou com vários dos envolvidos nas discussões a autenticidade de suas mensagens. “Estes documentos vão, sem dúvida, levantar muitas dúvida sobre a qualidade das pesquisas e das acções de alguns cientistas”, disse Revkin. Nas mensagens, existem frases que podem deitar por terra as teorias mais alarmistas relacionadas com o aquecimento global.

Numa delas, alegadamente escrita por Phil Jones, responsável pela unidade de estudos climáticos da Universidade de East Anglia, pode ler-se sobre a necessidade de em um gráfico (acima) se “esconder a queda da temperatura no planeta” por meio de um “truque” já utilizado por Michael Mann. Procurado, Mann se negou a responder se o conteúdo do seu correio electrónico era verdadeiro e se resumiu a qualificar a acção dos hackers de criminosa.

From: Phil Jones
To: ray bradley ,mann@XXXX, mhughes@XXXX
Subject: Diagram for WMO Statement
Date: Tue, 16 Nov 1999 13:31:15 +0000

Dear Ray, Mike and Malcolm,

Once Tim’s got a diagram here we’ll send that either later today or first thing tomorrow.

I’ve just completed Mike’s Nature trick of adding in the real temps to each series for the last 20 years (ie from 1981 onwards) amd from 1961 for Keith’s to hide the decline. Mike’s series got the annual land and marine values while the other two got April-Sept for NH land N of 20N. The latter two are real for 1999, while the estimate for 1999 for NH combined is +0.44C wrt 61-90. The Global estimate for 1999 with data through Oct is +0.35C cf. 0.57 for 1998.

Thanks for the comments, Ray.

Cheers
Phil

Prof. Phil Jones
Climatic Research Unit Telephone XXXX
School of Environmental Sciences Fax XXXX
University of East Anglia
Norwich

Em entrevista à revista australiana “Investigate”, Jones disse que não se recorda exactamente o que queria dizer há dez anos com aquela expressão, mas que não era sua intenção enganar ninguém. Em diversas mensagens de correio electrónico, Kevin Trenberth do National Center for Atmospheric Research (NCAR) e outros cientistas discutem as dificuldades em entender recentes variações da temperatura do planeta e o caráter ‘inadequado da nossa rede de observação’.

From: Kevin Trenberth
To: Michael Mann
Subject: Re: BBC U-turn on climate
Date: Mon, 12 Oct 2009 08:57:37 -0600
Cc: Stephen H Schneider , Myles Allen , peter stott , “Philip D. Jones” , Benjamin Santer , Tom Wigley , Thomas R Karl , Gavin Schmidt , James Hansen , Michael Oppenheimer

Hi all

Well I have my own article on where the heck is global warming ? We are asking that here in Boulder where we have broken records the past two days for the coldest days on record. We had 4 inches of snow. The high the last 2 days was below 30F and the normal is 69F, and it smashed the previous records for these days by 10F. The low was about 18F and also a record low, well below the previous record low.

The fact is that we can’t account for the lack of warming at the moment and it is a travesty that we can’t. The CERES data published in the August BAMS 09 supplement on 2008 shows there should be even more warming: but the data are surely wrong. Our observing system is inadequate.***

Em um correio electrónico, Phil Jones pede ao seu interlocutor que sejam “destruídos” qualquer mensagem que ele tenha relacionada ao AR4, sigla para o relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) da ONU, publicado em 2007.

Mike, Can you delete any emails you may have had with Keith re AR4? Keith will do likewise. He’s not in at the moment – minor family crisis. Can you also email Gene and get him to do the same? I don’t have his new email address. We will be getting Caspar to do likewise.

A revelação dos e-mails fez a festa dos céticos quanto às teses mais alarmistas sobre a influência humana no clima do planeta. Blogs e páginas na internet dedicadas a oferecer teses alternativas às mudanças do clima, apontadas como decorrentes de causas naturais, passaram a reproduzir as mensagens e repercuti-las. Para o jornalista Andrew Bolt, do jornal australiano The Herald, um crítico de longa data das teses alarmistas, trata-se de um dos maiores escândalos da ciência moderna. “Os e-mails sugerem conspiração, conluio para exagerar o aquecimento, possivelmente destruição de informações, resistência organizada a tornar público os dados usados nas pesquisas, confidências sobre falhas em seus estudos e muito mais”, declarou Bolt. As mensagens ainda trazem uma montagem fotográfica com os rostos de pesquisadores céticos no aquecimento sobre um pedaço de gelo flutuante.

Um dos e-mails chega a comemorar a notícia da morte de um céptico de longa data, o australiano John Daly, morto em 2004. “Isso é horrível” afirmou Pat Michaels, climatologista do Cato Institute em Washington que é atacado nos e-mails desviados. “Isso é que todos temiam. Ao longo dos anos, se tornou cada vez mais difícil para qualquer um que seja descrente de que o aquecimento global seja o fim do mundo, publicar trabalhos. Isso não é prática questionável, mas falta de ética”, acusou Michaels. O pesquisador alemão Mojib Latif, do Instituto Leibniz de Pesquisas Marinhas, disse não poder acreditar que “exista uma máfia tentando impedir que trabalhos críticos sejam publicados”.

A invasão dos computadores teria partido de um site ‘ambientalista-céptico’ chamado “The Air Vent” que divulgou o material, mediante um arquivo “zipado” com 61 megabites. A página opera a partir de um servidor russo e foi encerrada algumas horas depois, quando todo o conteúdo já se encontrava disseminado na internet. O jornal inglês “The Telegraph” chama o caso de “Climategate” e considera preocupante para os investidores em energia verde. “Se você detém quaisquer acções de empresas ligadas a energias alternativas, deve começar a livrar-se delas imediatamente”, aconselhou o diário britânico. (artigo por Alexandre Amaral de Aguiar, diretor de comunicação da MetSul Meteorologia)

Autor: Alexandre Amaral de Aguiar em O Arauto do Futuro
Publicado em 23/11/2009 03:02

"Portugal está à beira da irrelevância, talvez do desaparecimento"

A justiça está refém de grupos prof issionais e os portugueses sem esperança. António Barreto em entrevista




Dedica hoje o melhor de si mesmo à Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), cujo grande objectivo é "pensar, estudar e contribuir para o melhor conhecimento da realidade portuguesa", como se lê na sua carta de princípios. Mas não é de agora que António Barreto, 67 anos, gosta de números, factos, dados. À excelência com que tem vindo a desenvolver e profissionalizar esse gosto não foi certamente alheio o convite de Alexandre Soares dos Santos para presidir ao conselho de administração da FFMS. Foi nessa pele que, com sedutora fluidez e um grande conhecimento de causa, este ex-ministro, ex-deputado e ex-dirigente partidário viajou comigo pelo país. Os resultados são ácidos, a radiografia má, embora - surpreendentemente? - não concorde que o país esteja doente: "O nosso problema não é doença nem asfixia, mas sim dependência, o que é muito mais grave". Com brilho, sabedoria e substância, explica porquê.

António Barreto, está a tempo e alma inteira na fundação que dirige?

A tempo inteiro. Estamos na fase inicial e a fazer coisas tão prosaicas como estatutos, legalização, escrituras notariais, etc. Um trabalho que me leva o dia inteiro, incluindo fins-de-semana e noites. É necessário pensar, criar os primeiros textos, delinear projectos, estudos, programas de trabalho a médio e longo prazo, procurar as pessoas que os possam levar a cabo...

Com que objectivo prioritário? Dotar o país de instrumentos para que ele se conheça melhor a si próprio?

A nossa prioridade é dar informação e instrumentos de conhecimento aos cidadãos. Aquilo que transmite informação faz homens e mulheres livres. E uma das lacunas de Portugal - por falta de hábito, de experiência, de cultura - é não ter cidadãos livres, informados, capazes de participarem de modo independente na vida pública.

Dirige uma fundação que não só é totalmente portuguesa como é a primeira a visar exclusivamente esses objectivos...

Fazer estudos sobre a realidade nacional, torná-los públicos e organizar projectos à roda deles, sim, é caso único português. Os think thank que conheço são organizações para pensar, promover e publicitar ideias, mas são organizações programáticas, têm um programa político. Como nos Estados Unidos, onde grande parte destas fundações servem para organizar a discussão pública promovendo as ideias dos partidos republicano e democrático. Portugal é uma sociedade diferente e nem foi essa a vontade do fundador nem a minha. Não somos um think thank, na medida em que não temos um programa político. Temos uma carta de princípios.

E têm o conselho científico e o de curadores. Actuam em nome de quê?

A carta foi aprovada pelos conselheiros e define justamente alguns princípios. Além dos princípios gerais da liberdade e da igualdade de oportunidades visa-se o reforço dos direitos dos cidadãos, para um maior conhecimento por parte deles, uma opinião mais participada e independente, para a melhoria das instituições públicas. Eis o que define uma missão e uma causa e não um programa político. É-me totalmente indiferente se houver colaboradores um bocadinho à esquerda ou um bocadinho à direita...

O que pode já anunciar?

Até à Primavera de 2010, creio poder ter já concretizados dois projectos a que chamamos, em linguagem interna, "permanentes" - durarão sempre. O primeiro - e digo-lhe o nome em primeira mão - chama-se Pordata, nome já registado, que serve para o mundo inteiro e para a net, sem acentos circunflexos, nem til, nem cedilhas... Por baixo há um subtítulo, "Base de Dados Portugal Contemporâneo": é a tentativa de agregar, organizar e homogeneizar os dados existentes sobre Portugal desde 1960 até hoje, em todos os domínios: demográfico, sanitário, educativo, populacional, emprego, desemprego, salários, vencimentos, justiça, cultura... Houve rupturas estatísticas nos últimos 20, 30 ou 40 anos que fazem com que muitas delas sejam deficientes e exista um enorme défice de informação pública. Não podemos obviamente produzir estatísticas - só as instituições oficiais o podem fazer -, mas estamos a coligi-las com uma fantástica colaboração do Instituto Nacional de Estatística - principal fonte de estudo - e ainda do Banco de Portugal, dos organismos da saúde e da educação, com as ordens, por exemplo, que têm dados interessantes sobre as profissões. Harmonizaremos depois tudo isto de modo a estar disponível para todos. É de graça e será feito de modo tão moderno quanto possível, como as melhores coisas que se fazem no mundo!

Mais?

A segunda iniciativa é uma espécie de contraponto desta. Os números - tenho uma grande atracção pessoal por eles - têm uma grande vantagem: sugerem factos. E não há boas opiniões sem bons factos por trás. Em paralelo vamos lançar - talvez na Primavera de 2010 - uma colecção de ensaios, no verdadeiro sentido da palavra. Contactámos dezenas de pessoas, algumas delas têm prazos já marcados. E todas vão ser surpresas.

Quais os temas?

Os que são relevantes na vida nacional: saúde, envelhecimento da população, natalidade, mortalidade infantil. Mas também a propriedade, o ensino do Português, a corrupção, a organização de certos aspectos da justiça processual. A ideia é organizarmos 10 ou 12 por ano com 60 a 100 páginas, no máximo. Não produzirão factos ou estatísticas, não terão uma linguagem hermética. Queremos que sejam acessíveis a todos, para que todos fiquem informados. Não ambiciono concorrer com as telenovelas ou o futebol, mas muitas das pessoas que vêem telenovelas ou futebol poderão estar interessadas em lê-los. Aliás, os termos de referência com os autores são sempre os mesmos: não se trata de um livro de um jurista para juristas, de um economista para economistas. Destinam-se a especular sobre ideias, e por isso lhe disse que eram o contraponto dos factos. Quero discutir como se nasce e morre em Portugal, discutir os pobres e os ricos, a liberdade das empresas, a dependência do Estado. Quero uma opinião fundamentada e uma discussão informada.

É como se estivesse debruçado sobre a sociedade portuguesa. Como é a nossa sociedade?

É muito antiga, o que deixa marcas e faz dela uma sociedade complexa. E preocupada com a sua memória. Eduardo Lourenço diz que os portugueses sofrem por ter identidade a mais e eu concordo. Habituámo-nos a viver da memória, o que cria frustração. É também uma sociedade que vive obnubilada, obcecada com o seu atraso. A ideia de que há um problema de subdesenvolvimento e sociedades que se desenvolvem menos que as outras deve ter começado cá há 200 ou 250 anos! Havia a memória da grandeza, mas quando a seguir vem a pobreza ou o atraso é pior, funciona como mito. E há a ideia da periferia. Ainda hoje os portugueses pensam que não estão no centro do mundo e das coisas. Há uma invenção de que Portugal estava no centro do Atlântico e fazia a charneira, mas não é a mesma coisa que estar no centro. É o facto de estar num canto da Europa não sendo bem Europa, não sendo bem África, não sendo bem Mediterrâneo, não sendo bem Atlântico. Os portugueses há 500 anos que vão para qualquer sítio, para a emigração, para África, para as conquistas, para o Oriente, para o Brasil ou para o Atlântico... e agora não sabem para onde ir. Não podem ir para a Europa porque já lá estão. Há quem diga que Angola é novamente uma oportunidade. É uma relação interessante, mas é preciso reconstruir, sarar feridas, fechar cicatrizes. Não faço a mínima ideia se vamos conseguir e se os angolanos vão conseguir...

Mas houve mudanças e aberturas...

Sim, décadas de abertura com a emigração, a televisão, o turismo e, depois do 25 de Abril, as liberdades, as viagens, a integração europeia, a adesão, a liberdade do comércio. Os portugueses ficaram a conhecer o que há de melhor no mundo e portanto a ambicionar o que há de melhor no mundo. As pessoas querem ter o sistema médico sueco, o escolar dos noruegueses, as estradas dos alemães, os automóveis dos ingleses. Ambicionar uma coisa medíocre é em si mesmo um sinal de mediocridade. Os portugueses querem o máximo, simplesmente não são capazes de fazer o máximo: não têm organização, nem capital, nem empresas, nem experiência, nem treino.

E porquê, justamente?

Porque já estamos atrasados há 250 anos, porque perdemos 15 ou 20 anos com a guerra colonial, com uma ditadura que durou, durou, com uma Revolução que fez disparates, disparates. Tivemos de revolucionar e fazer a contra-revolução, nacionalizámos e privatizámos. Foi uma perda de tempo, de recursos, de energia e abriu feridas. Ainda hoje noto que Portugal tem uma maneira de fazer política mais crispada que muitos países da Europa. O primeiro-ministro, o chefe da oposição, os partidos da oposição falam uns com os outros no Parlamento aos gritos, evocando problemas de honra, evocando a mentira, a coragem, a vigarice. Nos debates parlamentares de Madrid, de Paris, dos Estados Unidos, ou até de Itália vemos que as pessoas são capazes de falar racionalmente, com bons modos e educação, sem que lhes falte energia ou têmpera. Mas nunca com esta crispação portuguesa, que se vem mantendo ao longo dos últimos 20 ou 30 anos. No fundo, o facto de os portugueses serem os mais pobres dos mais ricos cria uma terrível frustração... Fazendo parte dos ricos - parece paradoxal mas é verdade, há 150 países mais pobres que nós -, somos o último deles, e isso aumenta- -nos a frustração. A distância entre o que temos e o que gostaríamos de ter é muito maior que noutros casos.

No início dos anos 70 a nossa situação era boa...

Continuo a pensar isso. Mas comparando com países que tiveram recentemente de fazer profundíssimas reformas, como a República Checa, a Polónia, a Hungria, a Eslovénia, dou-me conta de que estão a ir mais depressa e melhor que nós. Estão mais consolidados e, tendo menos anos de democracia, parece que têm mais. Têm melhor cultura, melhor formação e usam muito melhor que nós os meios que têm.

Qual a falta mais gritante?

Parece-me óbvio que há uma falta de empresários, de capitalistas. Será um problema ancestral? Vem da nossa maneira passada de viver e de gastar? Dos desperdícios? Do facto de os ricos portugueses terem vivido à sombra do Estado durante 200, 300 ou 400 anos? De o Estado ter ocupado tudo desde os Descobrimentos? Não quero ir por aí, mas o resultado é este. Há poucos empresários, poucos capitalistas com capitais, as elites são fracas e têm uma noção medíocre do serviço público. É raríssimo encontrar ricos, poderosos, famílias antigas, com um sentimento forte do contributo que podem dar à sociedade.

Que mais falta?

Falta literacia. Tínhamos há 30 anos a mesma taxa de analfabetismo que a Inglaterra de 1800. Em matéria de alfabetização havia 150 anos de atraso. Porque é que os portugueses não lêem jornais? A falta de hábito de ler os jornais é muito importante, porque o jornal é a fonte de informação que mais está virada para o raciocínio, o pensamento, a participação. Quem vê televisão está geralmente em posição passiva.

Mas hoje a imagem é rainha. O apetite por um jornal nunca igualará o da televisão...

Mas quem tem como informação exclusiva a televisão subordina o raciocínio, o pensamento, o estudo, o lápis que toma as notas, às emoções. É mais fácil ser livre e independente com um papel na frente do que diante de uma imagem que é fabricada com som e se dirige às emoções e aos sentimentos e não à razão - ou pouco à razão. Sou consumidor de televisão e da net, mas o que quero dizer é que, ao contrário de todos os países europeus, quando os portugueses começaram a aceder à escola e a aprender a ler, nos anos 50 e 60, já havia televisão. Não se fez o caminho que todos os outros países da Europa fizeram, que foi dois séculos a lerem jornais e só depois com uma passagem gradual para a rádio e para a televisão.

Portugal deprime-o?

Não. Entristece-me umas vezes, irrita- -me outras. O que se passa hoje com a justiça em Portugal entristece-me muito, mas também me irrita.

Quando se debruça especificamente sobre o mapa político e social o que o aflige mais é a justiça?

É. Há muito que falo disso e todos os anos com mais razão que no anterior. Não há alternativa para a justiça, como na saúde, em que se pode escolher o privado, ou na educação, onde se vai para outra escola. Na justiça não há alternativa e ainda bem, não deve haver. Mas a nossa justiça está hoje refém, capturada...

Por quem?

Pelos grandes grupos profissionais: o dos magistrados, dos procuradores e dos advogados, que são quem ordena e quem comanda a justiça, os operativos, os agentes. Não sei como lhes chame, mas qualquer nome é bom. Agora até já há sindicatos, que são uma espécie de infantaria avançada de cada um destes grupos. Há evidentemente centenas de juízes fantásticos. Sei que há, e é possível hoje fazer a diferença entre os 100 ou 200 tribunais que funcionam muitíssimo bem e os outros. Só que a sociedade portuguesa contemporânea está essencialmente nas grandes áreas metropolitanas, o resto é paisagem. Não é bem, mas conta muito menos. E o que se passa é que a sua vida privada, familiar, as sucessões, as heranças, os despejos, os contratos de trabalho, os requerimentos... tudo está hoje em causa porque não há justiça, não há recurso para nada nem para ninguém. Se quiser resolver um problema, recorre a quem? À justiça. Há 20 anos os magistrados vinham em primeiro lugar, era o grupo profissional que mais confiança merecia dos portugueses. Estão hoje em penúltimo lugar; abaixo só os deputados. É o grupo mais destituído da confiança dos portugueses. Os portugueses não confiam nos tribunais nem nos magistrados e isto é terrível, mina a alma, mina os sentimentos, mina o coração.

Como se inverte tal estado de coisas?

O poder legislativo e o poder executivo. Não há outra maneira. Em Portugal há uma confusão profunda entre independência e autogestão. A independência dos juízes é aquela com que, no tribunal, diante das partes, julgam e ditam a sentença, e não pode haver a menor beliscadura a essa independência. No entanto, isso não quer dizer autogestão, que significa organizar as carreiras, os dinheiros, as comarcas, as promoções, fazer nomeações e avaliações. Ora isso está totalmente em autogestão. Enquanto o poder executivo, através do poder legislativo - porque ambos representam o povo -, não tomar a iniciativa, a justiça piorará. Há meses que assistimos a ela estar cada vez pior, cada vez pior...

Tem a tentação de fazer comparações negativas entre a classe política de hoje e a gente do seu tempo, quando foi ministro, deputado, dirigente partidário, fundador dos Reformadores, o movimento político criado em 79?

Isso é ingrato, as circunstâncias eram tão diferentes... Eram tempos de grande empenho, grandes causas, quase de vida ou de morte. Hoje estamos na "vida normalizada", em que os políticos fazem carreira e ela pode produzir pessoas interessantes, ou não. Não é uma vocação, é uma carreira. Diz-se que muitas pessoas competentes saíram da política mas fizeram-no porque dantes ela era uma vocação que se confundia com uma causa. Hoje há certamente pessoas capazes, o que têm é uma maneira muito diferente de fazer política.

Diferente como?

Porque se fala tanto, há cinco ou seis anos, de um crescendo da propaganda política? Porque a vontade não é que as pessoas participem, mas que se limitem a subscrever, e passivamente. Se se quiser participação, há que respeitar as pessoas, dando-lhes conhecimento, informação e manifestando respeito pelas opiniões contrárias. Participar é isso. Quando não se quer que as pessoas participem faz-se propaganda: exigindo obediência ou impassibilidade.

Nunca houve como hoje um governo tão praticante da propaganda?

Há 15 anos que vem aumentando, aumentando... O último governo foi o que teve mais vontade e mais meios - que hoje são fantásticos: empresas, agências, inúmeras pessoas a trabalhar com esse objectivo...

Daí à tal "asfixia" vai - ou não vai - um passo?

O problema é a dependência, não a asfixia...

Prefere chamar-lhe "dependência"?

Prefiro, acho que é mais grave. Em Portugal quase toda a gente depende do Estado, do governo, das instituições públicas oficiais, dos superiores, dos empregadores. Não há verdadeiros focos de independência. Depende-se de muita coisa: do alvará, de ter autorização, de ser aceite, da boa palavrinha do bom secretário de Estado que diz ao bom banqueiro que arranje uns bons dinheirinhos para fazer o investimento. A dependência é enorme. Não é asfixia, uma vez mais, é dependência. As pessoas têm receio pelo seu emprego, pelo seu trabalho, pelo trabalho da família. Conheço algumas que até têm receio de falar...

Já fomos mais independentes?

Há 20 anos havia mais independência em Portugal, nas associações, nas empresas... Durante o marcelismo, por exemplo, não havia mais independência mas as pessoas estavam mais dispostas a correr riscos e nessa altura eles eram bem mais pesados: metia deportação, cadeia, polícia. Hoje há muito menos disponibilidade para o risco porque a dependência é muito, muito forte.

O país está muito doente?

Está dependente, doente não. Há um fenómeno de esgotamento, de cansaço. Entre 1960 e 1995 houve uma verdadeira cavalgada: fomos o país que mais cresceu e se desenvolveu na Europa, com uma mudança demográfica completa, outra nos costumes, algo de absolutamente fantástico! De repente chegámos a 90 ou 95 e percebemos que não tínhamos inovado nem criado muito... Fizemos auto-estradas - qualquer país com um cheque na mão as faz -, mas não fizemos novas empresas, novos projectos, novos produtos. E perdemos muito do que tínhamos: demos cabo da floresta, demos cabo da agricultura, demos cabo do mar. Três coisas imperdoáveis, três erros históricos. E não sei se ainda é possível voltar a prestar atenção à floresta, à agricultura, ao mar...

No Portugal de hoje que há que valha

a pena?

Há coisas que se conseguiram: nas telecomunicações, na organização da banca, um bocadinho na universidade, outro bocadinho na ciência, numa ou outra indústria, na distribuição dos produtos de consumo diário (que está muito bem organizada). Mas são as excepções. No resto, importamos 4/5 do que comemos. Hoje, no produto nacional, 3% ou 4% são agricultura e alimentação, 20% ou 25% são indústria. Ou seja, produtos novos, feitos em Portugal, são 30%, menos de um terço. Que vamos exportar daqui a dez anos? E daqui a 20? Serviços? Quais? Financeiros, bancários, serviços de informações, serviços de quê? Estamos a quilómetros e quilómetros de distância da capacidade de exportação de serviços da Espanha, de Inglaterra, da França, dos Estados Unidos... Novas coisas, novas indústrias, novos projectos, novos planos, novas ideias, fizemos muito pouco. Chegados a 95, 96 ou 97, começaram a aparecer os países de Leste, apareceu a China, apareceram os grandes concorrentes. No fim da década de 90 já a Irlanda estava à nossa frente com inúmeras reformas feitas - embora hoje se encontre em dificuldades -, a Espanha também, e até a Grécia já nos estava a ultrapassar...

Que conclusão se impõe tirar? E isto para não lhe perguntar que caminho pisar...

Se não houvesse a Europa e se ainda houvesse Forças Armadas, já teríamos tido golpes de Estado. Estamos à beira de iniciar um percurso para a irrelevância, talvez o desaparecimento, a pobreza certamente. Duas coisas são necessárias para evitar isso. Por um lado, a consciência clara das dificuldades, a noção do endividamento e a certeza de que este caminho está errado. Por outro, a opinião pública consciente. Os poderes só receiam uma coisa: a opinião dos homens livres.

Poderemos estar à beira de uma crise institucional?

Com a justiça que temos, sim! Com a cultura dominante nos partidos, sim!

Em face de tudo o que me disse e daquilo que sabemos - do endividamento aos fumos de corrupção -, convinha que o país ouvisse mais o Presidente da República?

Penso que sim. Desde o conflito sobre o Estatuto dos Açores que está esgotada a cooperação estratégica, e com isso a boa saúde das relações entre os dois órgãos de soberania, Presidência e governo. Não creio que ainda se possa esperar mais alguma coisa. A não ser cordialidade institucional. Por isso defendo o envio de mensagens do Presidente à Assembleia da República. Os argumentos serão mais consistentes e terão o povo como testemunha. A opinião pública pode ser a grande parteira da democracia.

Este país é para pobres


Este país é para pobres

Este país é para pobres

Aumentar o salário mínimo para 500 euros não serve para nada. Não nos aproxima dos europeus, que ganham muito mais que isso, e afasta-nos dos chineses e indianos, que trabalham por uma malga de arroz. O que seria da nossa competitividade?

1 - Regressam os debates ao Parlamento, regressam as boas notícias. Mostrando um elevado sentido de responsabilidade social, o Governo anunciou que vai aumentar as pensões. Quanto mais baixa a pensão, maior será o aumento. No limite, pode chegar à loucura de subir 1,25%. Mais ainda, como oportunamente lembrou o primeiro-ministro: se a lei fosse cumprida, as pensões não só não aumentariam, como teriam de diminuir. Tudo por causa da inflação negativa. Ou seja, os pensionistas com pensões miseráveis terão um aumento real que chega aos 2%. E em tudo isto, o Estado vai gastar, de forma altruísta, 150 milhões de euros, que tanta falta fazem, por exemplo, para tapar o buraco do BPN, ou para a construção de uma terceira ponte sobre o Tejo. O senhor Silveira, reformado e residente em Torneiros, Vila Real, recebeu a notícia de forma efusiva. A sua pensão passará de uns míseros 374 euros, para uns abastados 378 euros. Poderá deixar a venda de couves e grelos que cultiva no quintal, para se dedicar a tempo inteiro a programas de turismo sénior.

2 - Nada como as sábias declarações de um antigo ministro das Finanças, ainda por cima também antigo administrador do Banco de Portugal, para acabar com a balbúrdia que se adivinhava no que diz respeito a aumentos salariais. Silva Lopes não esteve com meias tintas e qualificou os aumentos salariais, quaisquer que sejam, como "fábricas de desemprego". Um dia depois, José Sócrates mostrava ter tomado boa nota dos conselhos, deste ou de outros economistas. E no que lhe diz respeito, o aumento das pensões será mesmo a única loucura a cometer. Quanto ao salário mínimo, o melhor é renegociar os prazos, assume o primeiro-ministro. Porque o que estava aceite por sindicatos e patrões, agora já não convém aos patrões. Sendo que o que estava acordado era a ousadia de passar o salário mínimo de 450 para 475 euros em 2010, e para uns incríveis 500 euros já em 2011. Com nenhuma vantagem, como é evidente. Porque não só não nos aproxima dos europeus, que ganham muito mais que isso, como nos afasta dos chineses e dos indianos, que aceitam trabalhar por uma malga de arroz. Se começassem para aí a dar aumentos salariais, pequeninos que fossem, o que aconteceria à nossa competitividade?

3 - Os lucros da Corticeira Amorim aumentaram no terceiro trimestre do ano, pela terceira vez consecutiva. Foram 5,7 milhões de euros (3,6 milhões no mesmo período do ano passado). Lucros que só se conseguiram graças a vendas de 103 milhões de euros. E é aqui que bate o ponto. Porque, ao contrário dos lucros, as vendas apresentam valores mais baixos do que um ano antes. Assim, se há lucro, isso deve-se à diminuição dos custos da empresa. E como conseguiram os notáveis gestores da Corticeira Amorim diminuir os custos para aumentar os lucros? Com o despedimento de cerca de duas centenas de trabalhadores, pois claro. Mas atenção que a isto não se chama "fábrica de desemprego", chama-se visão estratégica.

Choque frontal-Fernando Sobral

Fernando Sobral
Choque frontal
fsobral@negocios.pt


Clausewitz dizia que nenhum plano de batalha sobrevive ao contacto com o inimigo. Isso, claro, acontece tanto na guerra como na paz podre da política portuguesa. Compare-se dois planos de batalha desenvolvidos pelos principais partidos indígenas. No Governo, o PS elegeu a criação de emprego como o seu principal desafio: 150 mil novos empregos na anterior legislatura era a meta.

Até a criação de "call centers" serviu para mostrar que o emprego avançava a todo o vapor. Foi então que o Governou acertou com a cabeça na crise. E, aí, como Clausewitz alertava, todos os planos do Governo entraram em curto-circuito. O emprego, em vez de descer, comprou um ascensor e não se sabe em que andar parará. O défice pediu-lhe boleia e já vai no oitavo andar.

As multinacionais esconderam-se na cave e debandam do país. Nem Mary Poppins, com toda a sua capacidade mágica, sobreviveria a este choque do plano de batalha com a realidade. Nisso, o PS não está sozinho. O PSD tinha o seu plano perfeito para ocupar o poder. Mas tudo o que as Europeias prometeram as Legislativas se encarregaram de tirar.

O resultado foi uma das cíclicas convulsões dentro do partido. Se o PSD fosse um país seria uma espécie de Libéria: criado com a melhor das intenções, tornou-se num pesadelo ingovernável. A única diferença é que o PSD não tem riquezas naturais, nem ideias, para explorar e para garantir um futuro em paz a quem quer que seja. É essa a sorte do PS: tendo pouco para oferecer defronta-se com alguém que só tem uma guerra civil para partilhar.

Berlim, o muro e a Europa


Por Elísio Estanque

1989 foi sem dúvida um ano de viragem, em larga medida devido à queda do "muro da vergonha" e ao fim do regime soviético. Esse ano abriu novos horizontes às sociedades do Leste europeu, ao mesmo tempo que simbolizou um golpe de morte nesse modelo de "socialismo". Vale a pena rever o filme Adeus Lenine (de Wolfgang Becker), porque ele nos ajuda a compreender, com fina ironia, o significado das ideologias e sentimentos contraditórios dos cidadãos da ex-RDA perante os escombros do Muro de Berlim.

A nossa ideia do campo soviético é, todavia, muito distorcida. Já visitei por diversas vezes essa região e dei-me conta que no quotidiano da ex-URSS a vida do cidadão comum ganhara, de facto, maior equilíbrio, sentido de segurança e de entreajuda. Houve uma desmaterialização das ambições que, ao longo de sucessivas gerações, deu lugar a expressões mais sólidas de convivialidade, de solidariedade e de humanidade. O individualismo cedeu o passo ao colectivismo e a ambição económica cedeu o passo ao capital intelectual e à formação cultural para todos. As crianças brincavam nas ruas e eram livres. Os sistemas de ensino e de educação funcionavam. Quem quisesse podia estudar até concluir a universidade. E terminados os estudos o emprego estava garantido.

Esse ambiente de estabilidade perdeu-se e o poder está agora nas mãos das máfias. É por isso que muita gente do Leste lamenta a queda do muro. Ninguém quer, como é óbvio, o regresso ao passado estalinista, dos "desaparecimentos" silenciosos de madrugada. Mas sentem saudades dos contextos amigáveis onde os valores humanos eram estimulados e os egoísmos combatidos.

Como afirmaram Marx e Engels, "tudo que é sólido se dissolve no ar" (Manifesto), e foi isso mesmo que aconteceu à velha utopia do socialismo do Leste. Mas a erosão não ocorreu apenas a Leste. A "utopia capitalista", sonhada por muitos dos que saltaram o muro como o mundo da opulência, da liberdade e das oportunidades, revelou-se, afinal, uma Europa (ocidental) já em crise, onde as liberdades políticas se conjugavam com desigualdades, miséria, pobreza e desemprego. As próprias classes médias - e o seu consumismo -, que haviam feito a inveja dos filhos do operariado da ex-RDA, já davam sinais de fraqueza e proletarização.

Por outro lado, com o fim da URSS e da guerra fria desapareceu também o "papão comunista", um dos principais álibis que serviram para erguer os nossos fascismos e o liberalismo do Ocidente, ou seja, se as ortodoxias de esquerda (comunistas) ficaram órfãs, também as ideologias de direita e de extrema-direita perderam a sua contraparte identitária.

Enfim, tanto no Leste como no Oeste muitos outros muros se perpetuaram. Dentro da própria União Europeia abundam os exemplos: os novos despotismos, as novas segregações, preconceitos, tráficos e exclusões de todos os tipos. Como retrata o recente filme Éden à l"Ouest (de Costa-Gavras), o paraíso europeu transporta consigo uma sucessão de infernos onde o mais inocente dos crentes está sujeito a cair. Por isso, muitos milhares dos que vieram do Leste não passaram do purgatório. Frustradas as esperanças, regressaram às suas origens, aí enfrentando a vida no mundo "pós-socialista". Centro de Estudos Sociais - Universidade de Coimbra

Luisa Penisga eleita para a Assembleia InterMunicipal do Algarve


Na reunião da Assembleia Municipal de Portimão de 26 de Novembro foram eleitos os representantes para a Assembleia InterMunicipal do Algarve: 3 para o PS, 1 para o PSD e 1 para a lista conjunta BE/CDU (Luisa Penisga Gonzalez).

Muse - Take A Bow


CLIMATEGATE! Fox RIPS Global Warming Advocate! 1000's of Emails / Documents Reveal FRAUD!

Grito e choro por Gaza e por Israel


Há momentos em que a nossa consciência nos impede, perante acontecimentos trágicos, de ficarmos silenciosos porque ao não reagirmos estamos a ser cúmplices dos mesmos por concordância, omissão ou cobardia.

O que está a acontecer entre Gaza e Israel é um desses momentos. É intolerável, é inaceitável e é execrável a chacina que o governo de Israel e as suas poderosíssimas forças armadas estão a executar em Gaza a pretexto do lançamento de roquetes por parte dos resistentes (“terroristas”) do movimento Hamas.



Importa neste preciso momento refrescar algumas mentes ignorantes ou, muito pior, cínicas e destorcidas:

- Os jovens palestinianos, que são semitas ao mesmo título que os judeus esfaraditas (e não os askenazes que descendem dos kazares, povo do Cáucaso), que desesperados e humilhados actuam e reagem hoje em Gaza são os netos daqueles que fugiram espavoridos, do que é hoje Israel, quando o então movimento “terrorista” Irgoun, liderado pelo seu chefe Menahem Beguin, futuro primeiro ministro e prémio Nobel da Paz, chacinou à arma branca durante uma noite inteira todos os habitantes da aldeia palestiniana de Deir Hiassin: cerca de trezentas pessoas. Esse acto de verdadeiro terror, praticado fria e conscientemente, não pode ser apagado dos Arquivos Históricos da Humanidade (da mesma maneira que não podem ser apagados dos mesmos Arquivos os actos genocidários perpetrados pelos nazis no Gueto de Varsóvia e nos campos de extermínio), horrorizou o próprio Ben Gourion mas foi o acto hediondo que provocou a fuga em massa de dezenas e dezenas de milhares de palestinianos para Gaza e a Cisjordânia possibilitando, entre outros factores, a constituição do Estado de Israel..


- Alguns, ou muitos, desses massacrados de hoje descendem de judeus e cristãos que se islamisaram há séculos durante a ocupação milenar islâmica da Palestina. Não foram eles os responsáveis pelos massacres históricos e repetitivos dos judeus na Europa, que conheceram o seu apogeu com os nazis: fomos nós os europeus que o fizemos ou permitimos, por concordância, omissão ou cobardia! Mas são eles que há 60 anos pagam os nossos erros e nós, a concordante, omissa e cobarde Europa e os seus fracos dirigentes assobiam para o ar e fingem que não têm nada a ver com essa tragédia, desenvolvendo até à náusea os mesmos discursos de sempre, de culpabilização exclusiva dos palestinianos e do Hamas “terrorista” que foi eleito democraticamente mas de imediato ostracizado por essa Europa sem princípios e anacéfala, porque sem memória, que tinha exigido as eleições democrática para depois as rejeitar por os resultados não lhe convirem. Mas que democracia é essa, defendida e apregoada por nós europeus?


- Foi o governo de Israel que, ao mergulhar no desespero e no ódio milhões de palestinianos (privados de água, luz, alimentos, trabalho, segurança, dignidade e esperança ), os pôs do lado do Hamas, movimento que ele incentivou, para não dizer criou, com o intuito de enfraquecer na altura o movimento FATAH de Yasser Arafat. Como inúmeras vezes na História, o feitiço virou-se contra o feiticeiro, como também aconteceu recentemente no Afeganistão.


- Estamos a assistir a um combate de David (os palestinianos com os seus roquetes, armas ligeiras e fundas com pedras...) contra Golias (os israelitas com os seus mísseis teleguiados, aviões, tanques e se necessário...a arma atómica!).


- Estranha guerra esta em que o “agressor”, os palestinianos, têm 100 vezes mais baixas em mortos e feridos do que os “agredidos”. Nunca antes visto nos anais militares!


- Hoje Gaza, com metade a um terço da superfície do Algarve e um milhão e meio de habitantes, é uma enorme prisão. Honra seja feita aos “heróis” que bombardeiam com meios ultra-sofisticados uma prisão praticamente desarmada (onde estão os aviões e tanques palestinianos?) e sem fuga possível, à semelhança do que faziam os nazis com os judeus fechados no Gueto de Varsóvia!


- Como pode um povo que tanto sofreu, o judeu do qual temos todos pelo menos uma gota de sangue (eu tenho um antepassado Jeremias!), estar a fazer o mesmo a um outro povo semita seu irmão? O governo israelita, por conveniências políticas diversas (eleições em breve...), é hoje de facto o governo mais anti-semita à superfície da terra!


- Onde andam o Sr. Blair, o fantasma do Quarteto Mudo, o Comissário das Nações Unidas para o Diálogo Inter-religioso e os Prémios Nobel da Paz, nomeadamente Elie Wiesel e Shimon Perez? Gostaria de os ouvir! Ergam as vozes por favor! Porque ou é agora ou nunca!


- Honra aos milhares de israelitas que se manifestam na rua em Israel para que se ponha um fim ao massacre. Não estão só a dignificar o seu povo, mas estão a permitir que se mantenha uma janela aberta para o diálogo, imprescindível de retomar como único caminho capaz de construir o entendimento e levar à Paz!


- Honra aos milhares de jovens israelitas que preferem ir para as prisões do que servir num exército de ocupação e opressão. São eles, como os referidos no ponto anterior, que notabilizam a sabedoria e o humanismo do povo judeu e demonstram mais uma vez a coragem dos judeus zelotas de Massada e os resistentes judeus do Gueto de Varsóvia!

Vergonha para todos aqueles que, entre nós, se calam por cobardia ou por omissão. Acuso-os de não assistência a um povo em perigo! Não tenham medo: os espíritos livres são eternos!



É chegado o tempo dos Seres Humanos de Boa Vontade de Israel e da Palestina fazerem calar os seus falcões, se sentarem à mesa e, com equidade, encontrarem uma solução. Ela existe! Mais tarde ou mais cedo terá que ser implementada ou vamos todos direito ao Caos: já estivemos bem mais longe do período das Trevas e do Apocalipse.

É chegado o tempo de dizer BASTA! Este é o meu grito por Gaza e por Israel (conheço ambos): quero, exijo vê-los viver como irmãos que são.

Texto de Fernando Nobre, presidente da AMI, originalmente publicado aqui.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Governo sofre primeira derrota

Governo sofre primeira derrota
A oposição votou em conjunto contra o PS pelo adiamento para Janeiro de 2011 a entrada em vigor do Código Contributivo. A aprovação na generalidade de 11 dos 13 diplomas com medidas “anti-crise” venceu a maioria relativa do PS, que votou contra.

Em discussão estavam diversas iniciativas, entre as quais foram aprovadas: o projecto do PSD que propõe a extinção do Pagamento Especial por Conta (PEC), e dois projecto de lei do CDS-PP, um que obriga o Estado a reembolsar o IVA no prazo de 30 dias, e outro que prevê o pagamento de juros de mora pelo Estado pelo atraso no cumprimento de “qualquer obrigação pecuniária”. Os projectos do PCP para “eliminar o PEC” e diminuir os prazos de reembolso do IVA também tiveram o apoio de todas as bancadas, com excepção do PS.

O BE também apresentou um projecto de resolução do BE que previa o adiamento da entrada em vigor do código contributivo, mas viu a proposta ser rejeitada com o voto contra do PS e a abstenção do PSD, sendo as restantes bancadas favoráveis. Do pacote “anti-crise” a proposta do PSD para reduzir a taxa social única suportada pelos empregadores foi chumbada.

Com o adiamento da entrada em vigor do Código Contributivo as empresas e os trabalhadores independentes escapam a aumentos da carga contributiva, o Governo alega que a Segurança Social perderá no próximo ano uma fonte de 80 milhões de euros de receita.

Durante o debate, o líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, acusou o PS de tentar vetar a votação com um requerimento a formalizar a baixa à comissão dos diplomas sobre o Código Contributivo. Louçã afirmou que "Quando o PS anuncia baixa a comissões sem votações de projectos de outros partidos, sabe bem que não tem direito de veto. Não há tradição neste Parlamento de um acto de ameaça, de prepotência e de brutalidade como o PS está a sugerir. O PS está a dizer que, se uma votação não lhe correr bem, pode tentar impedi-la".

Bloco central contra reforma aos 40 anos de descontos






PS e PSD contra a reforma aos 40 anos de descontosPS e PSD intervieram, nesta Quarta feira na AR, contra a proposta de direito à reforma completa, para quem tenha trabalhado e descontado durante 40 anos.

A Assembleia da República debateu, nesta Quarta feira, um projecto de lei do Bloco de Esquerda e outro do PCP para que os trabalhadores tenham direito à reforma completa aos 40 anos de trabalho e de descontos, independentemente da idade com que se reformam.

"É preciso pedir desculpa a uma geração que foi prejudicada pelo trabalho infantil e que deve ter direito a viver com dignidade", salientou a deputada Mariana Aiveca do Bloco de Esquerda.

O PS, que já na anterior legislatura se tinha oposto a idêntica proposta do Bloco de Esquerda, voltou a manifestar-se contra. Sónia Fertuzinhos, deputada do PS, disse que "com estas propostas, a ruptura da Segurança Social não era daqui a uns anos, era no próximo Orçamento de Estado". É um argumento estranho para um partido que se vangloria de ter impedido a ruptura da Segurança Social. Sónia Fertuzinhos considera que a Lei de Bases da Segurança Social já bonifica as longas carreiras contributivas.

Quanto ao PSD, o deputado Adão Silva disse que as propostas seriam aceitáveis "em tempos normais", mas que com a crise poderiam pôr em causa a sustentabilidade da segurança social. Em Janeiro passado, o PSD tinha-se abstido numa proposta semelhante apresentada pelo Bloco de Esquerda.

PS e PSD unem-se contra a reforma para quem trabalhou e descontou durante 40 anos e argumentam com a crise, o mesmo argumento que tem justificado o socorro do Estado aos bancos, como o BPN.

As propostas do Bloco e do PCP serão votadas pela Assembleia da República na próxima Sexta feira.

Controle Mental das Massas

Nesse importante documentário Tsarion trata sobre controle mental das massas através da manipulação, passando pela história, desde os hashashins, Companhia das Índias, assassinatos ritualisticos em massa - como o caso Jim Jones, os Panteras Negras, manipulação da média, manipulação religiosa, culto ao deus dionísio, manipulação da mídia, era do despertar e anatomia da psique, Ego e consciência.

Como podemos ter sido hipnotizados desde nossa tenra idade e passarmos a fazer parte de um programa sem que sequer pudessemos nos dar conta.


Como toda a realidade pode ter sido construída ou desconstruída pelos Senhores do Caos.

Um documentário que vc deve assistir de forma imparcial e ponderar com imparcialidade, para poder talvez chegar a compreender a profundidade do buraco do coelho branco.









quarta-feira, 25 de novembro de 2009

CUIDADO COM O PIB!

Todos sabemos a especial apetência que o Governo Sócrates tem pela manipulação da informação, sempre que isso reverte em proveito próprio. São autênticos profissionais da mistificação. Ainda estão bem presentes nas nossas memórias as campanhas contra vários sectores profissionais como os professores e os magistrados. Se nos descuidarmos, um dia destes vão tentar convencer-nos que 2+2=5.

Os indicadores estatísticos são dados facilmente manipuláveis e que, com frequência, enganam, até, os mais atentos.

O Produto Interno Bruto (PIB) de um país – o montante de bens e serviços por ele produzidos num dado ano – não tem qualquer significado em termos de nível de bem-estar nem cauciona a qualidade de vida dos cidadãos. O cálculo do seu valor é de tal forma confuso que acaba por consubstanciar em si próprio uma contradição. Vejamos os três exemplos seguintes:

* Os engarrafamentos de trânsito que quase todos os dias têm lugar nas grandes cidade, com o grande consumo de combustível que implicam, tem uma contribuição positiva no PIB mas, por outro lado, concorre para a degradação ambiental com todas as consequências negativas para a saúde das pessoas e a sobrevivência das espécies.
* As catástrofes naturais que acarretam enormes perdas em vidas humanas levam, normalmente, a investimentos avultados na reconstrução de infra-estruturas.
* O despedimento de trabalhadores em empresas cotadas na bolsa valoriza as suas acções mas provoca os dramas humanos a que temos vindo a assistir todos os dias.

Estamos, assim, perante um indicador que contraria a percepção que temos da realidade de certos fenómenos económicos e sociais.

Tão óbvia se tornou esta situação que, em 1990, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento passou a adoptar, como indicador, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que constitui uma medida comparativa de riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e outros factores, para os diversos países do mundo. O valor do IDH varia entre 0 e 1, sendo este o que revela as melhores condições sócio-económicas e, por isso, um objectivo a alcançar por todos os países. Encontra-se dividido em três classes: elevado (superior a 0,800); médio (entre 0,500 e 0,799) e baixo (inferior a 0,500). Todos os países da ONU são classificados, de acordo com estas medidas. Portugal encontra-se englobado na classe “elevado”.

A insistência de Bruxelas no uso do PIB como hipotético indicador do nível de bem-estar das populações é, pois, completamente desonesta e só pode ser entendida como uma estratégia de encobrimento da realidade que todos sentimos, como, por exemplo, restrições nas políticas sociais ou alterações significativas das condições dos reformados.

O PIB tornou-se, assim, mais um instrumento de propaganda política relativamente ao qual o cidadão comum deve estar preparado para o reconhecer e desmontar.

Luís Moleiro

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O escândalo climategate representa um duro golpe para o movimento do aquecimento global


Enquanto em Portugal se fala sobre o Aquecimento Global provocado pelo homem e seus perigos, na América e Grâ-Bretanha debate-se o tema do o Aquecimento Global alterado e modificado por cientistas de renome do IPCC pertencente à ONU, cuja base de dados e emails foram retirados por hackers e divulgados em vários sites internacionais. Um bomba que explodiu antes da conferência de Copenhaga sobre o acordo de redução de emissão de CO2. Com esta informação ficamos todos a saber das tramas realizadas por alguns ditos cientistas sobre a manipulação de dados climatéricos de forma a enquadrar a agenda de políticos e multinacionais interessadas não em controlar a poluição mas em impor taxas sobre a poluição e nomeadamente o CO2. Esta matéria vai ainda dar que falar.

Estas são as notícias que interessam à propaganda e aos interesses dos políticos e multinacionais:

Previsto aumento da temperatura em sete graus até 2100
por Lusa

Um grupo de 24 cientistas internacionais alertou hoje que a temperatura global deverá aumentar sete graus até 2100, pelo que são necessárias medidas rápidas e eficazes para travar o aquecimento climatérico.

Impacto ecológico do Homem atinge níveis recorde

por Lusa
Impacto ecológico do Homem atinge níveis recorde

A concentração de gases com efeito de estufa atingiu níveis recorde e aproxima-se do “cenário pessimista” previsto pelos cientistas, advertiu a Organização Meteorológica Mundial (OMM) a duas semanas da Cimeira de Copenhaga. Um estudo independente revela também que o planeta precisa cada vez de mais tempo para repôr os recursos consumidos pelas actividades humanas.

Vejam agora os vídeos acerca dos mail hackeados do servidor do IPCC da ONU e a bomba que explodiu , que irá ser arrasadora para Al Gore e seus amigalhaços




























Global Warming On Trial: Inhofe Solicita uma investigação ao IPCC da ONU



Em resposta à revelações surpreendentes decorrentes dos e-mails hacked CRU, o senador Jim Inhofe afirmou que a menos que algo seja feito nos próximos sete dias, ele vai levar o pedido de uma investigação rigorosa em evidências de que os conceituados cientistas do clima conspiraram para manipular dados para ocultar provas de resfriamento global, enquanto exercíciam a caça às bruxas a académicos para eliminar os cientistas cépticos de mudança climática feita pelo homem.

Falando no programa "Américas Morning Show" hoje cedo, Inhofe, Membro do Senado do Meio Ambiente e Comissão das Obras Públicas , disse que as novas revelações provam o que ele tem advertido há sobre mais de quatro anos, que os políticos orientaram o preconceito dos cientistas do clima filiadas com a ONU IPCC, fraudulentamente "cozinharam a ciência" para estar conforme com sua agenda.

"Se nada acontecer nos próximos sete dias, quando voltamos para a sessão de hoje a uma semana que iria mudar essa situação, vou pedir uma investigação", disse Inhofe. "Cause this thing is serious, you think about the literally millions of dollars that have been thrown away on some of this stuff that they came out with." "Porque este assunto é sério, você pensa literalmente acerca dos milhões de dólares que foram gastos em algumas dessas matérias que saíram."

Ouça a entrevista com Inhofe





Link para um artigo interessante AQUI




domingo, 22 de novembro de 2009

Escurecimento Global vs Aquecimento Global










O Aquecimento Global






QUE FUTURO PARA O ENSINO?


Nos dias que correm, uma nova esperança se levantou com a substituição da Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues – de má memória – pela escritora de livros infanto-juvenis, Isabel Alçada. Parece ser uma pessoa mis aberta ao diálogo com os professores, também graças à perda da maioria absoluta do PS. De qualquer maneira, muito do mal que foi feito ao sistema de ensino em Portugal já é irreversível. Exemplo é a aposentação de muitos dos docentes com maior experiência, mesmo com fortes prejuízos financeiros.

Durante toda uma legislatura houve uma linha mestra que o Governo Sócrates seguiu, apontando em duas direcções: poupar uns milhões de euros e subjugar, para sempre, os professores. A principal tarefa dos docente – ensinar – passou a ser substituída pela de amanuenses de formulários sem fim. Será possível ir, ainda, a tempo de reverter esta situação de funcionalização a que se pretendeu submeter os professores?

Partindo desta questão, achei interessante partilhar com os frequentadores deste blog – nomeadamente professores – o seguinte excerto deu um artigo de opinião do professor universitário Amadeu Carvalho Homem, inserido no Diário de Coimbra de 17/11/2009:

“Hoje, um Professor do ensino secundário não tem espaço psicológico nem tempo mental para reflectir sobre a sua missão, para preparar cuidadosamente a sua aula, para auscultar as suficiências deste aluno brilhante, que urge promover, ou os défices daquele outro aluno deficitário, que importa amparar. Também não lhe é consentida margem de manobra para frequentar colóquios, congressos ou acções de formação, a menos que essas extravasem os tempos “obrigatórios” reservados à Escola, como se nesta se esgotassem todas as oportunidades de valorização. A tutela, na ânsia de funcionalizar esta bolsa de docentes, ajouja-lhe a missão com o preenchimento de formulários cretinos, de tabelas rombas, de inquéritos imbecis, de levantamentos fantasmáticos. E tudo isto já converteu a nobilíssima missão do ensino numa ópera bufa de Offenbach, onde nem sequer falta um General Boum, ventrudo e crasso, assumindo habitualmente a forma de um Secretário de Estado, que opina, entre flatulências de estômago ou de ventre, que “estes professorzecos precisam de ser metidos na ordem”. Uma Pátria digna de si, honra os seus Docentes como o mais precioso capital do futuro. Uma coelheira malcheirosa e desqualificada converte os seus papagueadores de livros únicos numa cáfila de serventuários babosos, de rojo perante os manipansos do Poder. O que o Engenheiro Sócrates tem de informar – e depressa – é se quer ser Primeiro-Ministro de uma Nação ou de uma capoeira. É que, Senhor Primeiro-Ministro, todos nós sabemos que há quem prefira o bónus do ensino feito à pressa. Há que lhe perguntar para que lado propende a sua opção. Quer responder?”