quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

CITAÇÕES À QUARTA (39)

 
No início de janeiro de 2023, numa minúscula aldeia no Oeste da Alemanha, dezenas de milhares de ativistas pela justiça climática enfrentaram milhares de polícias, num confronto pelo destino da indústria fóssil no centro da Europa.

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Mais do que simbólica, a batalha de Lützerath travou-se por iniciativa do movimento pela justiça climática para travar a extração de 280 milhões de toneladas de carvão que estão por baixo da devastada aldeia.

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[A opor-se aos ativistas pela justiça climática] não estava apenas uma empresa, mas grande parte do aparelho de Estado alemão, posto em campo a favor da expansão da mina de Garzweiller e da indústria fóssil. 

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O Estado alemão gastou milhões de euros para garantir o direito à destruição de Lützi pela RWE.

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No centro da decisão da destruição da aldeia para expansão da mina de carvão está o partido “Os Verdes”. 

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Na quarta feira, 11 de Janeiro, filas de polícias a perder de vista, a pé, a cavalo e em jipes marcharam sobre este lugarejo como se fossem um exército, com tanques, helicópteros e canhões de água.

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Foi feita uma sondagem na Alemanha acerca da manutenção de Lützerath, e 59% das pessoas pronunciaram-se a favor, com 33% a favor da demolição.

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No sábado, pelo menos 35 mil manifestantes vieram até Lützi, incluindo Greta Thunberg. 

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[Ao lado da destruída Lutzerath] a mina de carvão que a vai começar a engolir parece a superfície da Lua, um território irrecuperável por milhares de anos.

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Esta foi a conquista da aliança capital fóssil - Estado alemão.

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A mobilização e utilização massiva dos recursos do Estado para garantir a continuação da destruição foi necessária.

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Ativistas climáticos em vários países da Europa estão a ser detidos preventivamente para tentar travar grandes ações disruptivas.

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Nos Estados Unidos um ativista climático que protegia uma floresta na Geórgia foi assassinado a sangue frio pela polícia.

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[O sistema] vai mobilizar todos os recursos que forem necessários para manter a destruição [e o lucro capitalista].

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Usará da força bruta para manter a máquina insaciável do lucro a funcionar, mesmo que tal custe o colapso climático.

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Qualquer protesto climático (ou social) consequente terá de ser proibido.

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Isto será feito tanto com o aval dos Verdes na Alemanha como com o do Labour no Reino Unido.

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Se recordarmos que o anunciado presidente da cimeira do Clima deste ano é o presidente de uma das maiores petrolíferas do mundo, fecha-se o nó.

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Nenhuma eleição e nenhuma cimeira vai travar o caminho para a catástrofe desenhado pelo capitalismo.

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O sistema já escolheu: quer o colapso e confrontará violentamente quem se lhe opuser.

João Camargo, “Expresso” online

 

Na palavra “respeito” [os docentes] resumem tudo – exatamente a mesma que mostraram a outra maioria absoluta do PS, que alienou a escola a quem tinha declarado um “amor” infindo ainda há pouco tempo.

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A desconfiança é fundada em décadas de promessas e de desinteresse pela escola, garrotada entre restrições orçamentais, arrogâncias ministeriais e despreocupação em relação ao percurso pedagógico dos estudantes.

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O primeiro-ministro fez da questão da não reposição do tempo de serviço uma questão fundamental para a sua carreira política.

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[O Governo alega] misteriosas razões orçamentais, “é muito dinheiro” e, claro está, Bruxelas poderia enfadar-se com isso.

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Já não foram poucas as vezes em que o Governo aldrabou negociações com números fantasiosos.

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[Os governantes] anunciam a ruína de Portugal se os professores forem pagos pelo que trabalham.

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Os professores, como outras profissões, comparam as notícias desses abundantes milhões com a austeridade que lhes é imposta.

Francisco Louçã, “Expresso” online

 

António Costa ficará para a História como aquele que, em sete anos de Governo, recorreu mais vezes a mecanismos de excepção para impedir greves do que todos os outros, nos restantes 42 da nossa democracia.

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É mestre em serviços mínimos e requisições civis, talhadas para servir os seus interesses políticos e os interesses do patronato que atestam bem a qualidade do socialismo que defende.

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[A opinião pública] desconhece a natureza de negociações flácidas, cujo prolongamento é favorável ao Governo, que aposta em cansar os docentes.

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O Ministério da Educação anunciou que ia permitir que todos os que completem 1095 dias de serviço a tempo integral entrem na carreira.

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Mesmo assim, não resistiu a mais uma artimanha, para tornar perene a iniquidade: no momento do concurso, os docentes terão de estar contratados em horário completo.

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[Em pleno litígio saíram] anúncios de uma empresa contratada pela Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares para recrutar médicos que, em Fevereiro, irão fiscalizar baixas por gravidez de risco.

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Está aqui bem evidente a sanha persecutória e a inabilidade política do um ministro incendiário.

Santana Castilho, “Público” (sem link)

 

Vejo muitas pessoas aliviadas, porque a taxa de inflação está a abrandar, ou seja, continua alta, mas com uma taxa mais baixa do que a verificada nos meses anteriores.

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Significa muito pouco. Os preços continuam a aumentar, embora um pouco menos do que há três meses.

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Mesmo que os preços não estivessem a subir, ninguém nos poderia aliviar do que já aconteceu e que já se cristalizou na economia.

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Vejo muitas pessoas na expectativa do abrandamento da inflação este ano.

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A essas pessoas deve ser dito que a perda de poder de compra que agora sentem é definitiva.

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[Costa afirmou que o aumento da inflação] era extraordinário no sentido em que era superior ao que tivemos nos últimos anos, mas as suas consequências, e refiro-me ao aumento dos preços, estão estruturalmente consolidadas na vida dos portugueses.

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O crescimento da inflação abrandou, mas ela continua a existir e para já ainda muito alta, ou seja, os portugueses continuam a perder poder de compra todos os dias.

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A realidade, para todos os que vivem dos rendimentos do seu trabalho, é que estão cada vez mais pobres.

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Enquanto os salários não aumentarem de forma proporcional à inflação que conhecemos no ano passado, e à deste ano, estaremos a empobrecer.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)

 

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