sábado, 20 de maio de 2023

MAIS CITAÇÕES (233)

 
A dualidade de critérios ajuda a esconder o desastre que foram as últimas grandes privatizações.

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O país ficou sem controlo de sectores estratégicos como o da energia, perdeu dos maiores polos de inovação e investigação, capacidade de internacionalização e instrumentos para influenciar e regular áreas-chave da economia.

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Os CTT voltaram a falhar os 22 indicadores de qualidade do serviço de correio universal.

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Numa década, passaram de marca prestigiada que garantia generosos dividendos ao Estado a exemplo de incompetência.

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Numa década, a empresa entregou aos acionistas €373 milhões em dividendos, 40% do que pagaram ao Estado.

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O Estado perdeu receitas e os portugueses deixaram de receber cartas e encomendas a tempo e horas.

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O Estado vendeu a maior empresa de energia e a sua distribuidora ao regime chinês, comprometendo a soberania e a segurança nacionais. 

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Na REN, o Estado recebeu €749 milhões por uma empresa que, em apenas 10 anos, já devolveu €430 milhões

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A aposta pública nas renováveis, que contribuiu para um cluster industrial que perdura, garantiu dividendos a Pequim enquanto a EDP cortava no investimento e nos funcionários em Portugal.

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A ANA, adquirida por um operador francês, tem gerado margens de 45% para a VINCI, depois de esta ter aumentado por 20 vezes as taxas aeroportuárias de Lisboa. 

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Graças ao investimento no centro tecnológico de Aveiro, a Portugal Telecom foi a primeira empresa mundial a desenvolver um cartão pré-pago.

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Hoje, a empresa que mais investia em inovação foi reduzida ao papel de operador periférico de uma empresa periférica.

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O mesmo aconteceu com a Cimpor, que chegou a ser a nona maior cimenteira do mundo (…) é hoje uma pequena cimenteira propriedade de um grupo turco.

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[Os mesmos que aplaudiram a privatização da Cimpor] achavam que a privatização da Galp ia abrir portas a maior concorrência e descer os preços dos combustíveis.

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Somos o segundo país europeu com menor peso económico do sector empresarial do Estado e estamos abaixo da média europeia na percentagem de funcionários públicos

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O país abdicou, por tuta e meia, de empresas-chave para a definição de uma política energética, industrial e de inovação.

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Talvez fosse altura de parar de atalhar debates e discutirmos se queremos fazer o mesmo com uma companhia de bandeira e um hub aeroportuário num país dependente do turismo.

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No auge da pandemia, Neeleman não quis manter a TAP sem auxílios públicos.

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Esperava repetir a velha receita: lucros privados, prejuízos públicos. 

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Condenados a servir à mesa e a arrendar casas a turistas, mas estamos exemplarmente privatizados.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

O que escrevi recentemente sobre o modo como, no afã de derrubar o Governo, se está a estuporar a democracia era suficiente, porque nada mudou e é minha convicção que nada vai mudar.

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As regras do jornalismo desapareceram do espaço público, substituídas por um tratamento comicieiro e politicamente motivado e orientado.

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O efeito adictivo de uma droga está em pleno funcionamento e tentar falar racionalmente a uma assembleia intoxicada deliberadamente é em grande parte inútil.

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Os estragos que tudo isto está a fazer à democracia são enormes em dois planos: um, o do poder político democrático e a sua legitimação; outro o da degradação acentuada do jornalismo e dos seus critérios.

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Ambos [Galamba e Frederico Pinheiro] estão obviamente a mentir e isso é tão evidente que as suas mentiras envenenam tudo.

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Muitas das trapalhadas têm apenas que ver com a cobardia de não dizer a verdade, que é bastante menos grave do que as mentiras para a encobrir.

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E o primeiro-ministro ao dar-lhe [a Galamba] cobertura só aumenta a gravidade do caso para o Governo.

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No caso de Frederico Pinheiro, [as mentiras] são igualmente evidentes.

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É igualmente interessante como tudo o que mostrava que ele estava a mentir era rapidamente esquecido para se passar ao elogio e para apagar a violência dos seus actos.

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No seu conjunto, a CPI foi muito hostil a Galamba e muito amável com Frederico Pinheiro.

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André Ventura pareceu um santo junto do tom agressivo e despropositado do representante do PSD. 

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Não se esqueçam do efeito arruaceiro de como alguns deputados intervêm na CPI.

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No caso da CPI mais que se justificava ter reduzido os directos a certas intervenções, gravar tudo e evitar o efeito de “lavagem ao cérebro” gerado por horas e horas de repetição das mesmas perguntas e das mesmas respostas.

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O que estava suceder foi entregue a comentadores e jornalistas-comentadores esmagadoramente de direita, com relevo para a brigada do Observador, agora também à noite na CNN.

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Quando um diz mata, o outro diz esfola e, por fim, outro diz esquarteje-se.

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[O Governo] merece muito, mas o que se está a passar atinge muito mais a democracia do que o PS e o Governo, como se verá.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

A banca nacional (a que opera no país) teve, no primeiro trimestre deste ano, 955 milhões de euros de resultados (lucro). O povo português está a ser literalmente roubado.

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O presidente da República, em vez de fazer uma crítica forte a esta realidade, optou por apelar à boa vontade dos banqueiros para refletirem sobre as taxas de juros aplicadas.

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Quem perdeu, e muito, na anterior crise foi o povo, não os detentores da banca.

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Os portugueses até pagaram os roubos feitos, ao longo de muitos anos, por gestões desastrosas e corruptas.

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As taxas de juros impostas aos cidadãos são um escândalo, até em comparação com as práticas europeias, e não podem continuar.

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A questão dos lucros ilegítimos devia estar no centro do debate político.

Carvalho da Silva, JN


Diz o relatório da [consultora imobiliária] Knight Frank que os preços nos 100 principais mercados residenciais de luxo do mundo subiram 5,2% em 2022, ao mesmo tempo que o investimento em bens de luxo cresceu 16%.

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Segundo o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, 1,6 mil milhões de pessoas vivem sem condições e mais de 100 milhões nem casa têm.

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[Vivemos] num sistema capaz de emprestar dinheiro a um capitalista tendo como garantia aquilo que o próprio vai adquirir, mas a um país carente de liquidez só dão crédito a “taxas de juro predatórias”.

António Rodrigues, “Público” (sem link)


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