domingo, 25 de junho de 2023
sábado, 24 de junho de 2023
MERITOCRACIA E RANKINGS DAS ESCOLAS SÃO DAS MAIORES MENTIRAS DOS ÚLTIMOS ANOS
A IL não tem solução para a falta de professores e é obcecada com os
rankings. Para a IL, os alunos e os professores das escolas que não cumprem os
rankings não têm mérito.
MAIS CITAÇÕES (238)
(…)
Metade
por atrasos nos esforços de salvamento ou pela ausência de qualquer missão de
salvamento.
(…)
Uma
pequena parte dos meios despendidos com o “Titan” salvariam centenas destas
vidas.
(…)
Uns
pagaram €230 mil para acrescentarem risco às suas vidas confortáveis, outros
empenharam aldeias inteiras para fugirem ao risco das suas vidas precárias.
(…)
Já dos
mais de 700 que naufragaram, há uma semana, a 80 quilómetros do Peloponeso (…),
sabemos que apenas 100 foram resgatados.
(…)
Dos
que morreram, só sabemos que se apinhavam num barco com 20 a 30 metros de
comprimento.
(…)
Aos
que sobreviveram, o Governo grego tenta impor o silêncio, talvez para não
confirmarmos a estratégia europeia de pouco fazer para salvar vidas.
(…)
O
cemitério em que se transformou o Mediterrâneo é a muralha que nos protege
enquanto acompanhamos, angustiados, o destino de cinco milionários.
(…)
A
invisibilidade protege-nos da humanidade de 26 mil cadáveres.
(…)
Imaginem
como viveríamos se fossem, aos nossos olhos e nas nossas consciências, tão
humanos, tão individualmente humanos, com os cinco aventureiros do “Titan”.
(…)
Sem
vermos os escravizados das estufas de Odemira, das amêijoas de Alcochete ou do
incêndio na Mouraria poderíamos acreditar que recebemos bem os estrangeiros.
(…)
Que
percentagem teria o Chega se fôssemos um país realmente cosmopolita, como a
França, o Reino Unido ou a Alemanha?
(…)
O
segredo para alimentarmos a fantasia da nossa tolerância é manter os outros
invisíveis para não vermos como os tratamos.
(…)
Maravilhados
com a nossa própria solidariedade, abrimos as portas aos brancos e loiros que
vieram da Ucrânia.
(…)
[O
segredo para acreditarmos na superioridade dos “valores europeus”] é não
vermos os corpos das crianças que fugiam à fome e à guerra enquanto nos angustiamos
com cinco milionários que buscaram a aventura.
(…)
O
segredo [da discriminação] é a invisibilidade do outro.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
Esta semana, tivemos mais um exemplo, em torno das condições
da atribuição de subsídio ao pagamento de rendas das casas.
(…)
Como diz o povo, quem se lixa é o mexilhão, sempre convocado
para pagar os custos das “asneiras” da gestão, seja ela pública ou privada.
(…)
Na Administração Pública, a percentagem de trabalhadores com
licenciatura ou mais é incomparavelmente maior que no privado, dado o papel do
Estado na garantia de direitos e serviços fundamentais.
(…)
A diferença salarial entre os salários praticados nos dois
setores (nos seus globais) é hoje “menor que no passado”, mesmo para o conjunto
dos que possuem licenciatura ou mais.
(…)
No caso dos “licenciados no início de carreira, no período
recente” verifica-se erosão total da diferença.
(…)
Existem dados que provam um crescimento acelerado do número
de trabalhadores, com licenciatura ou mais, em trabalhos não qualificados no
setor privado e recebendo o salário mínimo.
(…)
O setor privado fica, assim, mal na fotografia: anda muito
pouco à procura de “talento”.
(…)
[Os salário do setor público] agora estão a crescer menos que
no privado.
(…)
Temos uma harmonização de salários entre os dois setores
feita em retrocesso e inserida numa política de desvalorização salarial e das
profissões.
(…)
Neste processo, o Governo assume, tristemente, o papel de
vanguarda.
Há-de
haver uma altura em que este governo do PS seja substituído por um governo do
PSD, muito provavelmente aliado à IL e com qualquer forma de acordo com o
Chega.
(…)
A comunicação social permanecerá politizada e persecutória
como é hoje, misturando casos sérios com trivialidades.
(…)
Continuando a não haver escrutínio no sentido jornalístico da
palavra, mas secções de escândalos, misturando tudo.
(…)
E,
convém não esquecer, protegendo pelo silêncio quem querem proteger, seja para
manter o alvo político, seja porque são dos “nossos”.
(…)
O
Ministério Público continuará a actuar como faz hoje, noticiando com grande
celeridade que abriu um inquérito sobre determinada pessoa ou acção, mesmo
quando sabe que não tem qualquer fundamento legal para a penalizar.
(…)
Se esta “herança” permanecer intacta, nenhum governo
sobrevive sem ter, ou grandes poderes, ou grandes protecções.
(…)
As
leis e práticas referidas vão continuar, mas deixarão de ser um escândalo, a
comunicação social, se se mantiver a politização actual à direita, vai respirar
de enorme alívio porque “conseguiu” e vai proteger os seus “seus”.
(…)
O PS e
a esquerda farão então o que a oposição faz hoje, mas sem os mesmos meios dado
que não têm o aparelho de propaganda jornalístico-político que está hoje
montado, e muito menos a sua agressividade.
(…)
Terão a tarefa facilitada na substância, mas fraca no
altifalante.
(…)
O
fundo populista vai continuar em crescendo, mas o populismo pelo seu conteúdo
antidemocrático não “come” da mesma maneira o mesmo alimento.
(…)
Haverá gente que cuidará disso, e são bons nessa gestão da
fúria do escândalo.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)
O
eurodeputado Pietro Bartolo tentou fazer passar no Parlamento Europeu (PE), no
princípio desta legislatura, uma resolução para criar um serviço de busca e
salvamento europeu, mas, estranhamente, a proposta acabou chumbada por dois
votos.
(…)
O
segundo pior naufrágio de migrantes na história recente do Mediterrâneo, em que
terão morrido mais de 500 pessoas, grande parte delas mulheres e crianças, já
foi, entretanto, abafado mediaticamente pela caça ao submarino de turismo para
ricos que desapareceu no Atlântico Norte.
(…)
É
pouco provável que o seu impacto venha a alterar a política europeia em relação
aos desesperados que arriscam a vida para chegar a um qualquer bom porto que os
receba.
(…)
O que
Bruxelas parece desejar mesmo é que a questão desapareça por si só ou que as
embarcações dos traficantes de seres humanos sejam condenadas.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
ESTAMOS A ASSISTIR A UM RETROCESSO NOS DIREITOS DAS MULHERES
O que o governo diz hoje a uma grávida é que não consegue garantir que a
maternidade estará aberta no dia em que estiver em trabalho de parto ou se a
equipa que a seguiu estará no seu hospital no dia em que precisar. Nem mesmo,
se tiver azar na zona do país em que vive, se terá acompanhamento devido
durante toda a gravidez.
É POSSÍVEL RESOLVER A CRISE DA HABITAÇÃO
As propostas do Governo para a habitação eram insuficientes, com a cedência
aos especuladores imobiliários tornaram-se irrelevantes. É possível resolver a
crise da habitação: limitar o valor das rendas e controlar as prestações do
crédito à habitação.
“LADO A LADO” SOBRE O PACTO EUROPEU DE ASILO E MIGRAÇÕES, A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E O FIM DOS ESTÁGIOS NÃO REMUNERADOS
Neste
episódio do “Lado a lado”, O José Gusmão e eu, conversámos sobre o Pacto Europeu de Asilo
e Migrações, a Inteligência Artificial e o fim dos estágios não remunerados. (Marisa
Matias)
Para
ver a versão completa do podcast 🏼https://youtu.be/bQIrlusMJsA
sexta-feira, 23 de junho de 2023
CITAÇÕES
(…)
Tudo é
leve e, portanto, passa depressa.
(…)
O que
restou, no entanto, foi a pergunta mais difícil: e o “não passarão”, entoado em
tom heroico em comícios ainda há pouco, aliás até repetido no Parlamento como
um chamamento às armas.
(…)
Que é
feito dessa promessa garbosa de um levantamento antifascista, de uma
intransigência moralizante, de uma aliança progressista europeia.
(…)
Nada,
pois era o que se esperava.
(…)
Qual é
então a surpresa sobre a confraternização com Orbán? Nenhuma.
(…)
Para
esta política internacional não valem valores.
(…)
O que
“passa” e o que “não passa” não importa neste jogo de bancada.
(…)
Orbán
tem 17 anos de primeiro-ministro e domina a Hungria sem limitação à sua deriva
autoritária.
(…)
Putin,
que declara terçar contra a degradação homossexual do Ocidente, financia
partidos de extrema-direita onde pode.
(…)
[A
extrema-direita pode recuperar] presidência argentina, com a particularidade de
que o candidato seguinte é sempre mais estapafúrdio do que o anterior.
(…)
Trump
2 é pior do que Trump 1 e DeSantis é a sua caricatura.
(…)
Assim,
o “não passarão” teria bons argumentos: é preciso para salvaguardar e ampliar
direitos essenciais e essa política tem povo.
(…)
No
discurso [da extrema-direita] sobre as migrações e o medo do outro não há
novidade, foi assim desde sempre.
(…)
Mas a
incidência do ódio contra as mulheres tem contornos novos.
(…)
Elas,
entretanto, constitucionalizaram e normalizaram direitos e formas de igualdade
que passaram a fazer parte da cultura social.
(…)
[As
extrermas-direitas] não passarão se a maioria se erguer pelos fundamentos da igualdade
democrática.
(…)
A
hipótese de vitórias em grandes países europeus, além de Itália, (…), está,
portanto, a ser jogada nestes anos, não estando determinada.
(…)
No
entanto, o que se pode perguntar é qual é a razão para uma resistência tão
débil.
(…)
Pior
do que uma desilusão, [Macron, Scholz e Costa] são uma confirmação, cada
qual à sua maneira, da recusa de constituir um campo alternativo.
(…)
[Eles
pensam] que assim conseguem uma confiança da oligarquia, que os preferirá às
aventuras dos arruaceiros da extrema-direita.
(…)
É que
não há solução social que não seja mais exigente do que qualquer política
redistributiva do passado.
(…)
A
resposta aos problemas “estruturais” — energia, transportes, habitação, saúde
— exige levantar do chão os bens comuns como raiz da democracia.
Francisco Louçã, “Expresso” (sem link)
Há um
contributo que o Governo poderia perfeitamente dar para evitar que o debate
político e o espaço mediático estejam permanentemente tomados por lamentáveis
sobressaltos.
(…)
Ao ir
à bola com Viktor Orbán — o tirano húngaro (…) o nosso primeiro-ministro
protagonizou mais um desses episódios recorrentes.
(…)
Primeiro,
o nevoeiro. A viagem não estava na agenda oficial, embora tenha sido feita em
avião do Estado.
(…)
Costa
acabou por vir esclarecer que afinal tratara de aceitar um convite da UEFA.
Essa informação não muda nada.
(…)
A
questão é: o que levou Costa a aceitar este e a omitir a deslocação da sua
agenda oficial?
(…)
Sabe-se
apenas que o resultado é um momento politicamente censurável.
(…)
Que
Costa tenha de sentar-se à mesa do Conselho Europeu com este leal amigo de
Trump e Putin é uma obrigação institucional.
(…)
Que
agora decida ir ao convívio com Orbán (…), é ao mesmo tempo frívolo e infame.
(…)
[Há
ainda] a contradição absoluta entre o discurso inflamado do PS e do próprio
António Costa em torno das “linhas vermelhas” contra a extrema-direita em
Portugal.
(…)
A
sensação que fica só pode desgostar todas as pessoas democratas.
(…)
Os
valores democráticos merecem mais rigor na atuação dos responsáveis políticos.
José Soeiro, “Expresso” (sem link)
Stockton Rush, é o diretor executivo da empresa proprietária
do Titan e era ele que pilotava o submarino nesta expedição.
(…)
[Ele] tinha afirmado que a segurança pode ser puro
desperdício e que existe um limite para as preocupações com ela.
(…)
Acontece
que, quase em simultâneo com o desaparecimento deste submarino com cinco pessoas
a bordo, naufragou junto à Grécia uma traineira, vinda da Líbia, com 700
pessoas a bordo.
(…)
A grande maioria continua desaparecida e fala-se em 100
crianças entre elas.
(…)
A
quase simultaneidade das duas notícias permitiu estabelecer com clareza o
impiedoso contraste com que elas foram tratadas pela comunicação social e o do
interesse que mereceram da nossa parte.
(…)
Neste contraste está espelhada a
miséria coletiva que nos domina e que domina o mundo ocidental.
(…)
As autoridades gregas não deixam os sobreviventes falar com a
comunicação social e relatar o que viveram.
(…)
Há
também relatos de sobreviventes a nadarem para longe do auxílio da Guarda
Costeira, por acharam que estes guardas os iriam afogar.
(…)
As
buscas por sobreviventes não mereceram atenção nem o uso de meios sofisticados.
Sejamos claros: salvar estas pessoas e trazê-las para terra pode ser crime.
(…)
As
vítimas e os sobreviventes do naufrágio de Pylos não reúnem os requisitos que
prendem as televisões e que comovem a maioria dos portugueses. Ficou à vista.
Carmo Afonso, “Público” (sem link)
À confirmação da morte dos cinco ocupantes do Titan no
Atlântico Norte, contrapõe-se o desaparecimento recente de mais de 500
migrantes no mar Mediterrâneo que, neste último caso, se soma às 21 mil mortes
e desaparecimentos desde 2014.
(…)
Não há parentes pobres na morte, mesmo quando a visibilidade
e interesse da opinião pública se dirigem mais para o episódio e menos para a
História.
(…)
A utilização de veículos subaquáticos operados remotamente
para inspeccionar o fundo do mar, denominados ROV, convocaram três países e um
dispendioso conjunto de meios, enquanto que aos migrantes do Mediterrâneo
entregam-se simples buscas à superfície.
(…)
Esta esquadria de discrepância não pode servir para
fundamentar senão o desinteresse pelas causas e pelas motivações.
(…)
Aos migrantes sobreviventes do Mediterrâneo, a Grécia impõe a
ditadura do silêncio.
(…)
Apesar dos protestos da comunidade civil, a guarda costeira
grega não se desvia um milímetro de eventual grau de culpa.
(…)
A dimensão da morte não se pode ligar aos números, mas sim às
causas que lhe dão vida.
É PRECISO ALARGAR OS PRAZOS DE PRESCRIÇÃO DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA MENORES
O projeto de lei do Bloco, já aprovado na generalidade, propõe que nos
crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual de menores, bem como no
crime de mutilação genital feminina sendo a vítima menor, o procedimento
criminal não se extingue, por efeito da prescrição, antes de o ofendido
perfazer 30 anos.
IL QUER ABRIR UMA GUERRA COM OS PROFESSORES
A IL propõe o fim do concurso por graduação e a seleção de professores
pelos diretores. Nuno Crato implementou um modelo semelhante e o resultado foi
um caos completo na Escola Pública.
CONTINUA A FÚRIA TERRORISTA ISRAELITA CONTRA OS PALESTINIANOS
Colonos
terroristas israelitas levaram a cabo 310 ataques contra casas e propriedades
palestinianas em Nablus e áreas circundantes durante as últimas 24 horas (notícia
de ontem). Via Palestinian Information Center
quinta-feira, 22 de junho de 2023
CONTA-NOS O TEU TESTEMUNHO DE COMO É QUE ENFRENTAS ESTA CRISE DA HABITAÇÃO
Estás em risco de perder a tua casa por causa do aumento da renda ou dos
juros do crédito à habitação?
Não encontras casa porque o preço é demasiado alto?
Preenches os critérios do apoio do Estado para a renda mas não o recebeste?
Envia-nos o teu testemunho para casaparamorar@bloco.org
FRASE DO DIA (2074)
Vasco Barata, “Público”
GOVERNO DESISTIU DO SNS
A progressiva e crescente substituição do SNS pelos grupos privados
alastra-se a todas as especialidades, aos meios de diagnóstico e aos serviços
de farmácia. Perante 1,7 milhões de pessoas sem médico de família, o Ministro
da Saúde entusiasma-se com um concurso em que 7 em cada 10 vagas ficaram por
preencher e alegra-se com o desastre porque se conforma com um SNS de cuidados
mínimos.
O Bloco sabe bem quais são as prioridades para o SNS e propõe as soluções
para lhes dar resposta. Atribuir médico de família a todas as pessoas, aumentar
a resposta em todo o território, respeitar as carreiras dos profissionais e um
SNS centrado nos utentes. O governo, por seu lado, desistiu.
Mariana Mortágua
GOVERNO ESTÁ A CRIAR UM HISTÓRICO DE RECUOS
Dos vistos gold ao apoio no pagamento das rendas, o governo do PS tem-se
pautado por falsas promessas e recuos.
quarta-feira, 21 de junho de 2023
OBSTETRÍCIA: QUEM NÃO CONSEGUE PAGAR NO PRIVADO FICA SEM ACOMPANHAMENTO
A saúde materna está a ser colocada em causa. Ao governo não basta explicar
o que fez para garantir a previsibilidade dos serviços obstétricos, é preciso
garantir que eles não encerram.
CITAÇÕES À QUARTA (58)
(…)
A superioridade dos hegemons (…) já não é o medo da
potência dominante que faz mover os seus adversários, é antes a perceção da sua
fragilidade que impulsiona a sua própria iniciativa.
(…)
Assim foi e a justificação para as guerras posteriores foi
sempre a de Péricles, o que representa a luz do mundo deve impor-se sobre as
sombras.
(…)
Claro que ouvir Putin a anunciar que tem por missão combater
a decadência homossexual do Ocidente (…) tem a sua particularidade obscena.
(…)
Sabemos como começa a Cruzada que pretendem e tantos
políticos desejam, mas não sabemos como acaba.
(…)
Os europeus, que se juntaram ao coro, bem se podiam lembrar,
se vamos por analogias, de que a quarta cruzada se dedicou a pilhar a sua
aliada Constantinopla.
(…)
O objetivo da guerra é justificar a guerra, o que significa
desumanizar o inimigo, bestializá-lo e retirá-lo do âmbito da conversação
possível, ou da diplomacia.
(…)
Os discursos dos chefes desta guerra [na Ucrânia] prosseguem esse
objetivo [de ter um inimigo absolutamente inumano] e a prática confirma-o.
Francisco Louçã, “Expresso” online
(sem link)
O
recente caso das crianças colombianas que conseguiram sobreviver durante quase
mês e meio na floresta amazónica é um testemunho de que sem água não há vida e
sem biodiversidade não sobreviveremos no globo terrestre.
(…)
A floresta amazónica é uma floresta trópico-equatorial (…) é
de extrema relevância para a vida na Terra.
(…)
Estas florestas (pluvisilva)
das regiões equatoriais são ecossistemas de elevadíssima biodiversidade.
(…)
É do
conhecimento geral, que só há vida na Terra porque há água neste planeta e que
o corpo dos seres vivos é maioritariamente constituído por água.
(…)
Todos sabem que a espécie humana é capaz de sobreviver dois a
três meses sem comer.
(…)
Mas não há ninguém que faça greve de sede, pois não aguentava
mais do que dois ou três dias vivo.
(…)
É por
isso que, em todo o Globo Terrestre, é fundamental preservar as florestas e as
zonas húmidas, não só por conterem uma grande diversidade e quantidade de seres
vivos, como também por serem reservas de água.
(…)
O
derrube florestal tem sido tão intenso que da floresta que cobria grande parte
do Globo Terrestre quando surgiram os hominídeos, nem 25% dessa floresta existe
atualmente.
(…)
Atualmente, efeitos drásticos nas áreas húmidas estão também
a ser produzidos por outras “pragas” da civilização.
(…)
As zonas húmidas, além de serem ecossistemas de elevada
biodiversidade, são essenciais para a vida e para a agricultura.
(…)
Por
outro lado, com a revolução industrial iniciou-se a poluição do globo,
agravada, durante a segunda metade deste século, com a revolução verde da
agricultura.
(…)
A água, desde que esteja poluída, pode matar-nos ou
provocar-nos doenças que, posteriormente, muitas vezes levam à morte.
(…)
A maioria das pessoas, não só não tem a educação ambiental
necessária para entender o que se está a passar.
(…)
Há uma enorme falta de civismo, fundamentalmente por culpa
dos políticos mundiais, que se preocupam essencialmente com o desenvolvimento
económico.
(…)
Se
conseguirmos, desta maneira, alertar e educar bem e claramente as pessoas,
talvez as próximas gerações se tornem mais conscientes e sejam geridas por
políticos não associados ao poder económico.
Jorge Paiva, “Público” (sem link)
Desde
10 de Junho que o tema de todos os dias é o alegado racismo do cartaz que
irritou António Costa.
(…)
A inapropriada invocação de racismo não é nova em António
Costa.
(…)
O
resto foi uma manobra mediática, previamente pensada para prejudicar a imagem
pública dos professores e o generalizado apoio às suas reivindicações.
(…)
Entendamo-nos:
tanto o cartaz de António Costa, como outro, análogo, de João Costa, foram
usados em várias manifestações, há vários meses. Porquê, então, esta reacção,
só agora?
(…)
Porque
António Costa optou por uma estratégia de vitimização para desviar a discussão
política daquilo que é essencial e realmente interessa.
(…)
[Contudo, o que interessa a todos] é discutir a forma de
interromper uma política educativa distópica, pela qual ele é o principal
responsável.
(…)
[Costa] irritou-se, visivelmente, quando dialogou com eles
[os professores].
(…)
Mas os professores também não gostam do que António Costa
lhes vem fazendo.
(…)
Como
se fosse natural congelar uma carreira, suspendendo parcial e unilateralmente,
a favor do Estado, um contrato assinado com os professores, titulado por
decreto-lei não derrogado.
(…)
Os
professores estão cansados dos atropelos à sua dignidade, das mentiras e da
desonestidade intelectual do ministro da Educação, que António Costa apoia.
Santana Castilho, “Público” (sem link)
Agora,
é o Estado português a receber dias 20 e 21 de junho, através da Presidência da
República e da Assembleia da República, o Presidente do Senegal com todas as
honras e solenidades institucionais.
(…)
Não
haveria qualquer problema se não fosse o caso de Macky Sall ser um ditador que
governa através da repressão e do nepotismo.
(…)
Neste momento, existem mais de mil presos políticos no Senegal.
(…)
Macky
Sall foi eleito [em 2011] e quer agora exercer um terceiro mandato que a
constituição não permite.
(…)
MS
urdiu um complot através de processos judiciais para afastar o seu principal
challenger da corrida eleitoral ao mesmo tempo que instalou o caos para reforçar
e legitimar a repressão.
(…)
Dezenas de militantes partidários e ativistas estão em prisão
domiciliária por delito de opinião, com pulseira eletrónica.
(…)
Os
célebres jornalistas Pape Alé Niang e Thioro Makhou Mandela, em liberdade
provisória, continuam sob controlo judicial após terem sido torturados em
prisão preventiva.
(…)
[Apesar
de fazer parte dos 25 países mais pobres do mundo], o Senegal tem uma elite que
gravita à volta do seu Presidente ostentando sinais obscenos da riqueza obtida
em esquemas de corrupção.
(…)
Nunca
antes o Estado foi tão capturado nas suas funções vitais como está hoje pelo
clã presidencial que saqueia os recursos e reprime qualquer veleidade
democrática.
(…)
MS [Macky Sall] tornou-se o pior Presidente da história do
Senegal [apesar da espectativa que a sua eleição suscitou].
(…)
O
regime do Presidente MS é um regime mafioso à moda da "família
Corleone", em que o próprio, sua mulher, seus filhos, irmão e cunhado são
o núcleo duro do clã.
(…)
O
Senegal vai iniciar a exploração do petróleo, do gás natural, do lítio
tornando-se assim uma cobiça de tantos interesses económicos e geopolíticos.
(…)
Macky
Sall quer aproveitar disso para arranjar aliados a nível internacional para
limpar a imagem de ditador e manter-se ao poder para garantir o controlo dos
recursos naturais ao seu clã.
(…)
Portugal deve escolher intransigentemente a democracia e os
direitos humanos em detrimento dos negócios.
(…)
Nenhuma diplomacia económica autoriza a legitimação da
ditadura.
(…)
O Estado Português não pode branquear um ditador como Macky
Sall.
Mamadou Ba, “Público” (sem link)