sábado, 16 de dezembro de 2023

MAIS CITAÇÕES (262)

 
A compra de 40% da REN, um monopólio estratégico para a nossa soberania, também já garantiu 60% do valor da venda em dividendos aos chineses.

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Os acionistas [dos CTT] já receberam mais de 40% do que pagaram ao Estado apesar da empresa valer menos.

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Quanto à TAP, privatizada à 25ª hora, sabe-se que Neeleman comprou o cão com o pelo do cão, através de um negócio com a Airbus, em que todos ficaram a ganhar menos a empresa.

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Já Alfredo Casimiro comprou a Groundforce em 2012, mas só pagou os €3,7 milhões em 2018, depois de ter recebido €7,6 milhões em comissões de gestão.

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Foi este o padrão das privatizações da troika e de Passos: rendas garantidas, retorno muito rápido e nenhuma atenção ao interesse nacional.

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Numa década, a Vinci já recebeu a totalidade do que pagou por meio século de concessão e metade do valor global que investiu na privatização.

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A todas as exigências de renovação [do aeroporto de Lisboa], por mais insignificantes que sejam, a Vinci tem resistido.

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A ANA foi vendida como uma renda. Sem esforço, os lucros dispararam, desde a privatização, 2635%.

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A ANA não quer gastar um cêntimo para garantir as infraestruturas aeroportuárias adequadas, sem as quais o país perde três milhões por dia.

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O contrato de concessão negociado pelo “patriota” Passos Coelho deu à empresa o direito de preferência de construção de um novo aeroporto na região de Lisboa e de negociar com o Estado, em exclusivo, a sua localização. 

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A Vinci aceita o Montijo porque é mais barato, mais rápido no retorno.

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Alcochete é uma opção racional para o país, irracional para quem tem uma estratégia rentista.

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Se não houver acordo, o Estado pode ter de resgatar uma concessão que deixa um país que depende do turismo refém, por meio século, do monopólio de uma empresa privada.

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O grupo que o PSD criou para estudar o estudo da CTI inclui Miguel Pinto Luz, que autorizou as cartas de confortos do Estado para a banca emprestar dinheiro à TAP privada.

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Não admira que o PSD não queira que a localização do novo aeroporto “contamine a campanha”, deixando a sua posição para depois das eleições.

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Quanto mais custarão ao futuro do país as carreiras dos profissionais das portas giratórias?

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Não existe nenhum país no mundo onde mulheres e homens partilhem os cuidados de forma igual. Os dados apresentados resultam de um inquérito a que responderam cerca de 12.000 pessoas em 17 países, incluindo Portugal.

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O que significa um mundo que coloca os cuidados no centro das prioridades políticas e da vida quotidiana?

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Será um mundo em que todas as pessoas têm acesso a cuidados de saúde e educação, em que se partilham os cuidados de forma igualitária, em que a licença parental igual para todos os pais e mães seja a norma.

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Ao longo dos séculos as tarefas de cuidado têm sido assumidas sobretudo por mulheres e raparigas, sendo consequentemente invisibilizadas e subvalorizadas, não são remuneradas ou são mal remuneradas.

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São realizadas diariamente em todo o mundo mais de 16 mil milhões de horas de trabalho de cuidado não remunerado – um montante que representaria 9 % do PIB mundial.

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Apesar de se registarem progressos em alguns países, os números mostram que nos melhores cenários as mulheres dedicam ainda 1,2 a 2 vezes mais de tempo com cuidados não remunerados.

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De acordo com os dados, globalmente, os homens gastam apenas 19% do seu tempo total de não-lazer em trabalho não remunerado, em comparação com 55% para as mulheres.

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A pandemia fez-nos pensar mais seriamente sobre o significado do cuidado e sobre a forma como este constitui a base da nossa vida.

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Enquanto o relatório sublinha alguns dos resultados positivos da investigação sobre os papéis de homens e mulheres na prestação de cuidados e ou/partilha equitativa, apresenta também as barreiras que impedem a participação igualitária na prestação de cuidados.

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Ou seja, as barreiras persistem e são estruturais, tanto nas políticas como nas normas sociais: custos dos serviços de cuidado; a falta de serviços públicos de cuidado; a falta de licenças para cuidar; atitudes/políticas laborais.

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Mas apesar disto, temos que reconhecer os pequenos passos que estão a ser dados e o seu potencial. Desde logo, a paternidade como catalisador para a mudança.

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Atualmente os pais e homens cuidadores estão cada vez mais envolvidos no bem-estar emocional e na educação dos seus filhos e dependentes, desafiando as normas tradicionais.

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O cuidado é hoje um dos grandes fossos de desigualdade de género – cuidemos de mudar isso.

Tatiana Moura e Alexandre Sousa Carvalho, “Público” (sem link)

 

O trabalho surge-nos, sempre, no centro de todas as grandes questões da sociedade e no cerne da política. Relembre-se todos os dias: os direitos fundamentais do trabalho são direitos humanos.

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[O discurso de Saramago] de Estocolmo denuncia a fraca concretização dos direitos humanos e apela a que, “tomemos, nós, cidadãos comuns, a palavra e a iniciativa”, ou seja, os deveres de dar efetividade aos direitos.

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Em várias obras [Saramago] expôs dimensões da centralidade do trabalho, inclusive a da alienação que, por vezes, também propicia. 

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Quem trabalha tem direito a não estar na pobreza, a poder organizar a família e ter condições de habitação dignas. 

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Desengane-se quem, para eternizar baixos salários e precariedade, afirma que os jovens gostam da “liberdade” de estar agora aqui, logo ali.

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Hoje, em Portugal, 85% dos jovens que trabalham afirmam que não têm contrato permanente, somente porque não lhes é propiciado.

Carvalho da Silva, JN

 

Kiana e Ali Rahmani, os dois filhos gémeos da ativista iraniana Narges Mohammadi, receberam no último fim de semana o Prémio Nobel da Paz em nome da Mãe, presa no Irão, pela sua luta humanitária não-violenta pela liberdade e contra a opressão das mulheres iranianas.

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É um dos símbolos da luta “Mulher, Vida, Liberdade” (“Zan, Zendegi, Azadi”) que tem trazido para a rua milhares de mulheres iranianas, de todas as idades, em protesto contra a opressão. 

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O fim do “hijab” – véu que cobre o cabelo e o corpo das mulheres muçulmanas – tem sido uma das lutas mais importantes na revolução pelos direitos das mulheres no Irão e uma das maiores bandeiras de Narges.

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A atribuição do Nobel da Paz a Narges veio reforçar quão importante e urgente é a luta destas mulheres e premiar a coragem incrível de uma mulher capaz de abdicar da sua vida, liberdade e família, para lutar pelos ideais em que acredita.

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[Kiana, filha de Nerges] sabe que o mais certo é o futuro passar pela ausência da Mãe, mas o futuro será certamente um lugar mais justo, também, graças a esta mulher.

Marta Mendes, “diário as beiras”


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