sábado, 20 de julho de 2024

MAIS CITAÇÕES (292)

 
Na minha infância e juventude, a missa dominical era o único lugar e tempo significativo onde estavam presentes pobres e ricos. 

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A “justiça” que pobres e miseráveis podiam almejar exigia subserviência perante ricos e poderosos, associada ao reconhecimento da sua condição como algo que emanava da vontade de Deus.

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[O mau funcionamento da justiça] não cumpre uma das suas missões em democracia: propiciar reequilíbrio de poderes e direitos, e assegurar reparação para cidadãos ou entidades lesadas. 

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Temos 50 anos de vida democrática e o direito à justiça, em pleno e em tempo útil, continua a não existir para a maioria dos portugueses.

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A justiça funciona mal e não parece ter tendência para melhorar. Os portugueses consideram que pior só está a saúde - que seria hoje um drama se não existisse o SNS.

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Os magistrados, juízes e procuradores, são seres humanos como todos os outros: têm relações sociais e estão sujeitos ao erro, como o comum dos mortais. 

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Como salientou o juiz conselheiro atrás mencionado [Noronha do Nascimento], um poder discricionário corre o risco de se tornar arbitrário. 

Carvalho da Silva, JN

 

A liberdade política original dos EUA respira um espírito de independência, das comunidades e indivíduos, contra qualquer tutela externa.

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[A liberdade económica] é não só mais indomável e irrestrita do que a liberdade política, como, tem capacidade para a controlar e, eventualmente, destruir.

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A liberdade económica norte-americana é iliberal. Não tem limites constitucionais, e ainda menos éticos. 

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A concentração de riqueza é hoje pornográfica. A desigualdade campeia. Cada cidade norte-americana fecha os olhos aos seus milhões de sem-abrigo (losers), pobres e doentes.

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O Estado federal (haverá exceções nos planos municipal e estadual) é hoje uma instituição plutocrática, uma “democracia bilionária” .

Viriato Soromenho Marques, DN

 

Há momentos na história em que se entra numa era negra quase sem se dar por ela. No caso actual, damos de tal maneira por ela que o céu já está todo negro.

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Trump e toda a convenção republicana apresentam-se como os ungidos de Deus, que, pelos vistos, entrou nas eleições americanas para apoiar um narcisista patológico.

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Cumprida a obrigação de Deus [de salvar Trump da bala assassina], entrou em cena o Diabo disfarçado de Deus, de boné MAGA na cabeça.

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Se Trump ganhar as eleições, o mundo vai conhecer uma crise que pode ser daquelas que marcam o fim de uma era.

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As democracias não se esgotam no voto, podendo os eleitos fazer o que quiserem, sem lei nem limites ao seu poder. Isso não é democracia, mas demagogia.

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Trump poderá ter a legitimidade para governar, mas não tem legitimidade para fazer o que quiser, para se substituir à lei e à Constituição, actuar como um ditador pessoal, que está acima da lei

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Quando se apresenta um homem como sendo a mão terrestre de Deus, a pressão sobre a democracia é global, porque a vontade do ungido é que é a lei.

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Trump tem os seus fiéis, OK. Mas a força de Trump não vem só daí, ela estende-se por toda uma mancha de minimizadores, que fazem a expressão wishful thinking ganhar um pleno sentido.

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Será que se esquecem de um homem que não aceita os resultados eleitorais quando perde, tentou de forma ilegal mudá-los, que impulsionou uma tentativa de golpe de Estado a 6 de Janeiro de 2021, que ameaça com uma guerra civil [mais um sem número de tropelias, qual delas a pior] ?

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[Mal ganhe as eleições]. o célebre plano para acabar a guerra na Ucrânia, e de passagem por Gaza, passa por dar a Putin e Netanyahu o que eles querem sem restrições.

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Há um homem que conhece bem Trump: Putin. Sob todos os aspectos.

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E há outro que conhece a vaidade de Trump, e isso basta: Kim Jong-un

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Ambos sabem como manipulá-lo, embora no caso de Putin possa haver mais do que isso. 

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Ambos sabem que o seu melhor instrumento é um homem, Trump, que acha ele próprio que manda em tudo.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

As bombas caem, explodem, matam; desde 7 de Outubro que a vida é um augúrio de morte em Gaza.

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[Ao pesadelo dos bombardeamentos] junta-se uma contribuição involuntária – a do lixo não recolhido que junta ao ar metralhado um forte odor de decomposição.

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Depois de mais de nove meses de constantes ataques de Israel, os serviços públicos palestinianos [como os da limpeza] de Gaza estão em fanicos.

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Os serviços municipais da segunda maior cidade da Faixa de Gaza não têm capacidade para manter o serviço de recolha a funcionar.

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O acesso a água potável é uma miragem em grande parte da Faixa de Gaza.

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O alerta para esta fonte silenciosa de doença e morte já foi dado várias vezes ao longo do conflito. 

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Por onde passa, o ser humano deixa a sua marca. Na terra, no mar, no ar e até no espaço a sua pegada vai ficando também em formato de lixo.

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Em órbita da Terra circula a grande velocidade uma colecção de detritos que nos lembra a todo o instante a conquista humana do espaço. E o seu perigo.

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Mesmo que muitos deles sejam do tamanho de um bago de uva, a orbitar a Terra a 45 mil quilómetros por hora podem causar danos catastróficos.

António Rodrigues, “Público” (sem link)


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