(…)
A organização, a direção e a administração das comunidades,
das nações e dos estados - o primado da política - são orientadas por uma
espécie de confraria do cifrão.
(…)
Há grandes interesses que se conflituam e demasiadas loucuras
belicistas.
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No “Ocidente” alastra o desrespeito pelas instituições e
escondem-se dos povos delicados desafios que temos pela frente. Ora, a falta de
verdade não ajuda a democracia, nem contribui para a paz.
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Muitos dirigentes políticos têm responsabilidade no
esvaziamento da democracia.
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Daí nasce marginalização, pobreza, miséria, descrença na
democracia e aumento de conflitos.
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Uma sociedade marcada pela promoção de inimizades, que coloca
todos contra todos, desagua em soluções políticas autoritárias.
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Existem compromissos coletivos que podem e devem ser
seriamente revisitados.
(…)
Estes compromissos foram estabelecidos para dar dignidade à
pessoa humana, evitar injustiças, descalabros humanitários e novas guerras.
Tomemo-los em mãos em 2025.
Na sua primeira visita oficial como presidente do Conselho
Europeu, António Costa rumou a Kiev.
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Costa esteve reunido com duas personalidades que comungam da
tese de que a NATO se deve envolver num confronto direto com a Rússia.
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O anterior PM português, com o apoio da maioria esmagadora do
Parlamento e do Presidente da República, é o rosto do maior fracasso histórico
em matéria de Segurança Nacional.
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O momento, aparentemente, mais alto da carreira política de
Costa, coincide com o momento mais baixo e perigoso de toda a História
portuguesa.
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A guerra, por ser um desafio existencial, revela a fibra dos
indivíduos e a inteligência estratégica dos Estados e seus líderes.
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Foi nessa ótica [do interesse nacional] que Portugal precisou
de aliados tendo em vista o serviço que eles prestassem a esse interesse, em
troca de contrapartidas equilibradas.
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Os fundadores da III República, e em especial Mário Soares,
colocaram a integração europeia como o novo desígnio nacional.
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O que a guerra na Ucrânia revelou, contudo, foi o culminar de
uma perigosa metamorfose do papel dos EUA na política mundial.
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Desde o final da Guerra Fria, os EUA têm perseguido uma
hegemonia em que o soft power é sacrificado - perante inimigos e aliados - ao primado
do poderio militar.
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Contudo, hoje, a UE foi totalmente capturada por uma NATO de
postura expansiva e ofensiva.
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Os EUA, recuperaram essa prepotência de Brejnev face aos
países do antigo Pacto de Varsóvia, aplicando-a brutalmente na UE.
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A maior ameaça ao nosso interesse nacional não é externa. Só
por estultícia se poderá temer uma invasão russa de Portugal.
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Como já escrevi (DN, 11/02/ 2023), não seria preciso sair da
NATO para evitar transformar o país num alvo direto em caso de guerra nuclear.
Bastava cumprir as regras da NATO.
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Não encerrámos o nosso destino imperial, através de uma
revolução democrática, para sacrificar no altar da desmesura alheia.
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