quarta-feira, 7 de maio de 2025

CITAÇÕES À QUARTA (154)

 
Boa parte dos problemas de Coimbra são os problemas que enfrenta o país: o preço descontrolado da habitação, a degradação do SNS, a desvalorização de quem trabalha ou trabalhou, uma crescente normalização da extrema-direita e do ideário conservador.

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A escalada dos preços da habitação está a afetar o Concelho de Coimbra mas também os concelhos do distrito.

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Estudar na UC [Universidade de Coimbra] custa cerca de 600€ por mês fora a propina [números de um estudo feito em 2023]. Se hoje fosse feito um novo estudo, o valor seria certamente maior.

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Logo, limitar as rendas e controlar os preços da habitação é essencial para garantir que ninguém é impedido de estudar por critérios económicos.

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Há um saque ambiental em toda a região.

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Desde logo é preciso também dar resposta à mobilidade.

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Boas redes de transportes públicos são uma medida essencial de combate à desertificação.

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O país tem um problema histórico do despovoamento do interior.

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O Estado tem um papel essencial na reversão disso.

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O IP3 deve adquirir o perfil de autoestrada, mas sem portagem, cuja introdução seria socialmente injusta.

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[Um bom resultado] em termos nacionais, fazer crescer a sua [do Bloco] representação.

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É possível e necessário dar voz à esquerda no distrito [de Coimbra]

Miguel Cardina, cabeça de lista do BE às Legislativas 2025, entrevista ao “diário as beiras” (sem link)

 

Vivemos um tempo de caos político e social, em que a disseminação de discursos de ódio, preconceito e exclusão se tornou banal.

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Num país maioritariamente católico, assistimos à proliferação de opiniões discriminatórias e ao culto da estigmatização dos pobres.

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Esta incoerência é um dos traços mais preocupantes da nossa sociedade contemporânea.

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Enquanto os 10% mais ricos concentram 60% da riqueza nacional (Banco de Portugal), a maioria dos portugueses trava uma batalha diária por salários que não chegam para pagar rendas inflacionadas ou tratamentos dentários inacessíveis no SNS.

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[A escolha de um novo Governo] deve ser uma oportunidade para refletirmos sobre os nossos direitos, as nossas responsabilidades e as desigualdades estruturais que nos rodeiam.

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Para votarmos de forma consciente, precisamos de desenvolver uma consciência de classe sólida.

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Ter consciência de classe é reconhecer [que estamos inseridos numa] estrutura social profundamente desigual que precariza o trabalho (…) e privilegia interesses privados sobre o interesse coletivo.

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Ainda lutamos por direitos básicos que deveriam ser universais. 

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É preciso perceber que a melhoria individual é ilusória num sistema que perpetua a pobreza para que poucos possam enriquecer ainda mais.

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Uma das maiores armadilhas da política contemporânea é a promessa de ascensão individual sem qualquer compromisso de transformação estrutural.

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Quando o Orçamento do Estado não investe o necessário na saúde, mas mantém benefícios fiscais a grandes empresas, está a escolher o lucro em detrimento das pessoas.

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O exemplo dos Estados Unidos com Donald Trump mostra como a polarização social e o protecionismo exacerbado podem ser usados para dividir a população em benefício próprio.

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Na Europa, movimentos de extrema-direita, como o Chega em Portugal, seguem a mesma lógica.

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A ordem social não se constrói com autoritarismo, mas sim com justiça e inclusão.

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A eleição de líderes que fomentam o ódio e as divisões sociais traz consequências devastadoras para a unidade e o futuro das nações.

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Governar não é apenas administrar números para agradar aos mercados financeiros. Governar é garantir dignidade humana.

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No campo da saúde, isso exige priorizar o SNS.

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A saúde não pode ser tratada como um negócio movido pelo lucro.

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Um Estado capturado pelos interesses das grandes corporações deixa de ser um Estado para todos e torna-se uma ferramenta de concentração de riqueza e exclusão.

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A mesma lógica que transformou a educação pública num degrau para colégios privados: direitos básicos convertidos em privilégios de quem pode pagar.

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Nas próximas eleições, não escolhemos apenas deputados: escolhemos que Portugal queremos ser.

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São as propostas concretas para a saúde, educação, habitação e trabalho que revelam os verdadeiros projetos de país.

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Devemos votar não apenas pensando nos nossos interesses imediatos, mas também na sociedade que queremos construir.

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A História mostra que as mudanças mais profundas surgiram quando o povo disse "basta". Está nas nossas mãos repetir esse gesto.

Isabel Oliveira, “Público” (sem link)

 

Quem desejar aprender como se faz um programa eleitoral para a Saúde que não consulte os responsáveis da AD sobre a matéria.

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Em política de saúde, é a evidência sócio-epidemiológica que sustenta as medidas que se deseja concretizar.

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Nesta área, não estamos a lidar com dois mundos –​ o mundo da saúde, e o mundo da doença.

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O mundo é só um que se altera no sentido da doença quando não se cuida da manutenção da saúde

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[Proteger a saúde] é a acção mais nobre que há-de caber a um sistema de saúde. E é aqui que entram as escolhas políticas.

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As 12 páginas do programa eleitoral para a Saúde da AD demonstram ou total desconhecimento daqueles pressupostos ou ignoram-nos.

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[Para a AD] o SNS não passa de uma expressão retórica  apesar de jurar, a pés juntos, ser uma sua estrénua defensora.

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[A AD] tem uma agenda que consiste em manter produtivo quem trabalha, e aumentar a renda de quem manda trabalhar, entregando-lhe a exploração de parte substancial das instituições do SNS.

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Analisado de perto, o conjunto de medidas e de metas nele inscritas não passa de um cacho de intenções dependurado de uma entidade etérea.

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Caso ganhasse as eleições, em vez de melhorar, a AD lançaria o SNS na desordem, sem linhas de comando e controlo, cada medida por si, e fé nos profissionais de saúde.

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Este programa iria piorar o que aconteceu nestes quase 12 meses de governo, com sector da Saúde sistematicamente no topo do descontentamento da população.

Cipriano Justo, “Público” (sem link)


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