(…)
A
escalada dos preços da habitação está a afetar o Concelho de Coimbra mas também
os concelhos do distrito.
(…)
Estudar
na UC [Universidade de Coimbra] custa cerca de 600€ por mês fora a propina [números
de um estudo feito em 2023]. Se hoje fosse feito um novo estudo, o valor seria
certamente maior.
(…)
Logo,
limitar as rendas e controlar os preços da habitação é essencial para garantir
que ninguém é impedido de estudar por critérios económicos.
(…)
Há um
saque ambiental em toda a região.
(…)
Desde
logo é preciso também dar resposta à mobilidade.
(…)
Boas
redes de transportes públicos são uma medida essencial de combate à desertificação.
(…)
O país
tem um problema histórico do despovoamento do interior.
(…)
O
Estado tem um papel essencial na reversão disso.
(…)
O IP3
deve adquirir o perfil de autoestrada, mas sem portagem, cuja introdução seria
socialmente injusta.
(…)
[Um
bom resultado] em termos nacionais, fazer crescer a sua [do Bloco]
representação.
(…)
É
possível e necessário dar voz à esquerda no distrito [de Coimbra]
Miguel Cardina, cabeça de lista do BE às
Legislativas 2025, entrevista ao “diário as beiras” (sem link)
Vivemos
um tempo de caos político e social, em que a disseminação de discursos de ódio,
preconceito e exclusão se tornou banal.
(…)
Num país maioritariamente católico, assistimos à proliferação
de opiniões discriminatórias e ao culto da estigmatização dos pobres.
(…)
Esta incoerência é um dos traços mais preocupantes da nossa
sociedade contemporânea.
(…)
Enquanto
os 10% mais ricos concentram 60% da riqueza nacional (Banco de Portugal), a
maioria dos portugueses trava uma batalha diária por salários que não chegam
para pagar rendas inflacionadas ou tratamentos dentários inacessíveis no SNS.
(…)
[A escolha de um novo Governo] deve ser uma oportunidade para
refletirmos sobre os nossos direitos, as nossas responsabilidades e as
desigualdades estruturais que nos rodeiam.
(…)
Para votarmos de forma consciente, precisamos de desenvolver
uma consciência de classe sólida.
(…)
Ter consciência de classe é reconhecer [que estamos
inseridos numa] estrutura social profundamente desigual que precariza o
trabalho (…) e
privilegia interesses privados sobre o interesse coletivo.
(…)
Ainda lutamos por direitos básicos que deveriam ser
universais.
(…)
É preciso
perceber que a melhoria individual é ilusória num sistema que perpetua a pobreza
para que poucos possam enriquecer ainda mais.
(…)
Uma das maiores armadilhas da política contemporânea é a
promessa de ascensão individual sem qualquer compromisso de transformação
estrutural.
(…)
Quando
o Orçamento do Estado não investe o necessário na saúde, mas mantém benefícios
fiscais a grandes empresas, está a escolher o lucro em detrimento das pessoas.
(…)
O
exemplo dos Estados Unidos com Donald Trump mostra como a polarização social e
o protecionismo exacerbado podem ser usados para dividir a população em
benefício próprio.
(…)
Na Europa, movimentos de extrema-direita, como o Chega em
Portugal, seguem a mesma lógica.
(…)
A ordem social não se constrói com autoritarismo, mas sim com
justiça e inclusão.
(…)
A
eleição de líderes que fomentam o ódio e as divisões sociais traz consequências
devastadoras para a unidade e o futuro das nações.
(…)
Governar não é apenas administrar números para agradar aos
mercados financeiros. Governar é garantir dignidade humana.
(…)
No campo da saúde, isso exige priorizar o SNS.
(…)
A saúde não pode ser tratada como um negócio movido pelo
lucro.
(…)
Um
Estado capturado pelos interesses das grandes corporações deixa de ser um
Estado para todos e torna-se uma ferramenta de concentração de riqueza e
exclusão.
(…)
A
mesma lógica que transformou a educação pública num degrau para colégios
privados: direitos básicos convertidos em privilégios de quem pode pagar.
(…)
Nas próximas eleições, não escolhemos apenas deputados:
escolhemos que Portugal queremos ser.
(…)
São as propostas concretas para a saúde, educação, habitação
e trabalho que revelam os verdadeiros projetos de país.
(…)
Devemos votar não apenas pensando nos nossos interesses
imediatos, mas também na sociedade que queremos construir.
(…)
A
História mostra que as mudanças mais profundas surgiram quando o povo disse
"basta". Está nas nossas mãos repetir esse gesto.
Isabel Oliveira, “Público” (sem link)
Quem
desejar aprender como se faz um programa eleitoral para a Saúde que não
consulte os responsáveis da AD sobre a matéria.
(…)
Em política de saúde, é a evidência sócio-epidemiológica que
sustenta as medidas que se deseja concretizar.
(…)
Nesta área, não estamos a lidar com dois mundos – o mundo da
saúde, e o mundo da doença.
(…)
O mundo é só um que se altera no sentido da doença
quando não se cuida da manutenção da saúde
(…)
[Proteger
a saúde] é a acção mais nobre que há-de caber a um sistema de saúde. E é aqui que
entram as escolhas políticas.
(…)
As 12 páginas do programa eleitoral para a Saúde da AD
demonstram ou total desconhecimento daqueles pressupostos ou ignoram-nos.
(…)
[Para a AD] o SNS não passa de uma expressão retórica – apesar de jurar, a pés juntos, ser uma sua
estrénua defensora.
(…)
[A AD]
tem uma agenda que consiste em manter produtivo quem trabalha, e aumentar a
renda de quem manda trabalhar, entregando-lhe a exploração de parte substancial
das instituições do SNS.
(…)
Analisado
de perto, o conjunto de medidas e de metas nele inscritas não passa de um cacho
de intenções dependurado de uma entidade etérea.
(…)
Caso
ganhasse as eleições, em vez de melhorar, a AD lançaria o SNS na desordem, sem
linhas de comando e controlo, cada medida por si, e fé nos profissionais de
saúde.
(…)
Este
programa iria piorar o que aconteceu nestes quase 12 meses de governo, com
sector da Saúde sistematicamente no topo do descontentamento da população.
Cipriano Justo, “Público” (sem link)
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