A “rotundomania” tornou-se um bem necessário para melhor facilitar a circulação automóvel nas grandes urbes, mas também é certo que o oportunismo dos governantes fez da rotunda uma arma política que é contornada por verbas orçamentais na faixa dos milhares de euros, o que contribui, aliás, para aumentar o despesismo público. Ultimamente, o nosso concelho tem sido pródigo nessa matéria, as rotundas têm despontado como cogumelos, não por obra e graça do Espírito Santo, mas provavelmente porque servirá de isco aos eleitores portimonenses nas autárquicas que se avizinham. Que seja ou não uma forma de atrair o cidadão desprevenido ao voto será uma estratégia eleitoral mas observar uma rotunda para carrinhos de barbies , construída defronte à escola básica do2º e 3º ciclos da freguesia da Mexilhoeira Grande, é algo surrealista que se tornou no ”ex libris” desta pacata vila. Os alunos com maior dificuldade na aprendizagem de figuras geométricas ou com pouca capacidade imaginativa, podem visualizar, da janela da sua sala de aula, aquela mini rotunda (poderá servir para os mais pequeninos simularem as normas de circulação às cavalitas dos professores que a tudo se prestam para obter uma avaliação de Excelente…) e depressa aprenderão a noção exacta de “pequeno círculo” localizado numa praça rectangular também ela minúscula; uma construção tão perfeita que é digna do prémio anual de arquitectura paisagística e que tanto serve para desordenar o trânsito e torná-lo caótico no término das aulas, como poderá eventualmente servir para meia dúzia de cabras pastarem na hora de menor afluência de trânsito.
Porventura, não se admirem os digníssimos autarcas se, no dia da sua inauguração, se virem confrontados com uma marcha lenta de “mata-velhos” a fim de reclamarem a construção de duas faixas de rodagem naquela pseudo rotunda.
Apraz-me perguntar quem terá sido a mente iluminada que toma a decisão de mandar construir uma rotunda completamente inútil e descura a falta de estacionamento que naquela zona obriga a que os moradores bem como os funcionários e os professores da escola da Mexilhoeira , estacionem os carros de forma menos correcta ,facto pelo qual já têm sido, por diversas vezes, autuados. Decisões como esta e outras que mais adiante exemplificarei , fazem-me questionar se ao slogan da campanha eleitoral do P.S., nas últimas autárquicas, “ Portimão tem rumo”, não faltará um ponto de interrogação ? – A construção de novas superfícies comerciais no perímetro da cidade, que ajudará a destruir o que resta do pequeno comércio tradicional e também irá contribuir para o congestionamento do trânsito visto algumas dessas superfícies serem próximas umas das outras…;também a localização da futura creche no Sítio do Malheiro, numa zona habitacional, que embora seja um equipamento necessário, é completamente inadequada por diversos factores, nomeadamente porque irá originar grandes estorvos a nível do trânsito, ruído e descanso dos moradores e comerciantes da zona ; este futuro equipamento bem como a tal rotunda na Mexilhoeira Grande vão contra os interesses e bem-estar das populações envolventes…e o lema do B.E. será sempre “ As pessoas em primeiro lugar “.
Luísa Penisga Gonzalez , membro pelo B.E. na Assembleia Municipal de Portimão.
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