quinta-feira, 28 de outubro de 2010
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Não Confundir Sionismo com Judaismo!!
Shministim - Movimento de Objectores de Consciência de Israel (2008)
Nome: Tamar Katz
Idade: 19
Local: Tel-Aviv
Why I am one of the Shministim:
“I refuse to enlist in the Israeli military on conscientious grounds. I am not willing to become part of an occupying army, that has been an invader of foreign lands for decades, which perpetuates a racist regime of robbery in these lands, tyrannizes civilians and makes life difficult for millions under a false pretext of security.”
Recuso alistar-me no exército de Israel por motivos de consciência. Não quero fazer parte de um exército de ocupação, que tem sido um invasor de terras estrangeiras há décadas, que perpetua um regime racista de roubo nessas terras, tiraniza civis e torna a vida difícil para milhões, sob um falso pretexto de segurança.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
A 'ditamole'
Se nada fizermos para corrigir o curso das coisas, dentro de alguns anos se dirá que a sociedade portuguesa viveu, entre o final do século XX e começo do século XXI, um luminoso mas breve interregno democrático. Durou menos de quarenta anos, entre 1974 e 2010. Nos quarenta e oito anos que precederam a revolução de 25 de Abril de 1974, viveu sob uma ditadura civil nacionalista, personalizada na figura de Oliveira Salazar. A partir de 2010, entrou num outro período de ditadura civil, desta vez internacionalista e despersonalizada, conduzida por uma entidade abstracta chamada “mercados”.
As duas ditaduras começaram por razões financeiras e depois criaram as suas próprias razões para se manterem. Ambas conduziram ao empobrecimento do povo português, que deixaram na cauda dos povos europeus. Mas enquanto a primeira eliminou o jogo democrático, destruiu as liberdades e instaurou um regime de fascismo político, a segunda manteve o jogo democrático mas reduziu ao mínimo as opções ideológicas, manteve as liberdades mas destruiu as possibilidades de serem efectivamente exercidas e instaurou um regime de democracia política combinado com fascismo social. Por esta razão, a segunda ditadura pode ser designada como “ditamole”.
Os sinais mais preocupantes da actual conjuntura são os seguintes. Primeiro, está a aumentar a desigualdade social numa sociedade que é já a mais desigual da Europa. Entre 2006 e 2009 aumentou em 38,5% o número de trabalhadores por conta de outrem abrangidos pelo salário mínimo (450 euros): são agora 804.000, isto é, cerca de 15% da população activa; em 2008, um pequeno grupo de cidadãos ricos (4.051 agregados fiscais) tinham um rendimento semelhante ao de um vastíssimo número de cidadãos pobres (634.836 agregados fiscais). Se é verdade que as democracias europeias valem o que valem as suas classes médias, a democracia portuguesa pode estar a cometer o suicídio.
Segundo, o Estado social, que permite corrigir em parte os efeitos sociais da desigualdade, é em Portugal muito débil e mesmo assim está sob ataque cerrado. A opinião pública portuguesa está a ser intoxicada por comentaristas políticos e económicos conservadores – dominam os meios de comunicação como em nenhum outro país europeu – para quem o Estado social se reduz a impostos: os seus filhos são educados em colégios privados, têm bons seguros de saúde, sentir-se-iam em perigo de vida se tivessem que recorrer “à choldra dos hospitais públicos”, não usam transportes públicos, auferem chorudos salários ou acumulam chorudas pensões. O Estado social deve ser abatido. Com um sadismo revoltante e um monolitismo ensurdecedor, vão insultando os portugueses empobrecidos com as ladainhas liberais de que vivem acima das suas posses e que a festa acabou. Como se aspirar a uma vida digna e decente e comer três refeições mediterrânicas por dia fosse um luxo repreensível.
Terceiro, Portugal transformou-se numa pequena ilha de luxo para especuladores internacionais. Fazem outro sentido os actuais juros da dívida soberana num país do euro e membro da UE? Onde está o princípio da coesão do projecto europeu? Para gáudio dos trauliteiros da desgraça nacional, o FMI já está cá dentro e em breve, quando do PEC 4 ou 5, anunciará o que os governantes não querem anunciar: que este projecto europeu acabou.
Inverter este curso é difícil mas possível. Muito terá de ser feito a nível europeu e a médio prazo. A curto prazo, os cidadãos terão de dizer basta! Ao fascismo difuso instalado nas suas vidas, reaprendendo a defender a democracia e a solidariedade tanto nas ruas como nos parlamentos.
A greve geral será tanto mais eficaz quanto mais gente vier para a rua manifestar o seu protesto. O crescimento ambientalmente sustentável, a promoção do emprego, o investimento público, a justiça fiscal, a defesa do Estado social terão de voltar ao vocabulário político através de entendimentos eficazes entre o Bloco de Esquerda, o PCP e os socialistas que apoiam convictamente o projecto alternativo de Manuel Alegre.
Artigo publicado na revista Visão de 21 de Outubro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Bloco de Esquerda acusa o executivo da Câmara de Portimão de não respeitar a Assembleia Municipal | ||
A Concelhia de Portimão do Bloco de Esquerda manifestou hoje, em comunicado, a sua «perplexidade e repúdio» pelo facto do Executivo Camarário não se ter feito representar na reunião ordinária da Assembleia Municipal do passado dia 27 de Setembro. Este é o segundo protesto da oposição pela ausência do presidente da Câmara Manuel da Luz e de todos os vereadores com funções no executivo da mais recente reunião da AM, depois de o PSD de Portimão também ter já manifestado o seu «repúdio». 12 de Outubro de 2010 13:58 |
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
BUZINÃO
Protesto silencioso anti-portagens entupiu vários quilómetros da EN 125
Filipe Antunes Ver Fotos » in:Barlavento
Aquilo que seria um buzinão contra as portagens, acabou por se transformar numa marcha lenta pouco ruidosa entre as localidades de Boliqueime e Alcantarilha, com as filas de trânsito a prolongar-se por vários quilómetros na EN125.
Apesar de, à hora marcada para o início do protesto contra a introdução de portagens na Via do Infante, os manifestantes, em Boliqueime, não ultrapassarem a dezena e de as buzinadelas se ouvirem de tempos a tempos, os congestionamentos vieram depois.É que, com a deslocação da caravana de protesto para a zona de Alcantarilha, juntamente com a adesão de outros manifestantes, em especial na zona da Guia, as filas de trânsito foram engrossando, de tal forma que um percurso de seis quilómetros entre a localidade de Boliqueime e o primeiro cruzamento de Albufeira demorou mais de 30 minutos a ser percorrido.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
10 Estratégias de Comunicação
Chomsky e as 10 Estratégias de Manipulação Midiática
Classificado em Internacional - Imperialismo
O lingüista estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das “10 estratégias de manipulação” através da mídia:
1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')”.
2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.
Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.
3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.
5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.
6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…
7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.
8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.
Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…
9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.
Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!
10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.
Sócrates arrasado!!
VASCO PULIDO VALENTE
ARRASA SÓCRATES
Um primeiro-ministro
Fora a gente sem nome que fez do PS um modo de vida, não há ninguém na política ou no jornalismo que se atreva a justificar o primeiro-ministro, José Sócrates. Não me lembro - excepto em ditadura - de nenhum homem público tão profundamente execrado. O desprezo e a hostilidade variam de tom e pretexto, mas Sócrates conseguiu unir Portugal inteiro contra ele. E não só por causa do PECIII, que infalivelmente nos levará à miséria (embora isso também conte). O que o cidadão comum detesta é a pessoa: a pessoa que ele exibe no Parlamento e no país. E que, se ainda não recebeu ordem de despejo, é porque o PSD e o dr. Cavaco não querem agravar a crise com um vácuo de poder na cena doméstica.
Nesta extravagante situação, é curioso relembrar como apareceu (e cresceu) a criatura que nos levou à ruína. Sócrates veio da província com a ambição de fazer carreira. Como educação formal, não foi além de um vaguíssimo diploma de engenheiro, extraído à complacência de uma universidade privada. E, como profissional, não se lhe conhece um currículo respeitável. E, no entanto, "subiu". "Subiu" sob a protecção de António Guterres, que fez dele deputado, secretário de Estado e, depois, ministro (do Ambiente). Não se percebe o que Guterres viu na criatura. Obediência? Dedicação ao trabalho? Algum jeito para a intriga partidária? Não se sabe. O certo é que Sócrates com certeza o serviu fielmente.
E, quando Guterres um belo dia se escapou, Sócrates, que não valia nada, emergiu de repente como um candidato plausível a secretário-geral do PS. Porquê? Por causa da RTP, que o resolveu escolher para um debate semanal com Pedro Santana Lopes. Sócrates "passa" bem na televisão (como é obrigatório num político moderno) e essa presença constante em casa de cada um acabou por o tornar numa espécie de encarnação do PS. O resto correu segundo as normas. Durante a campanha contra Manuel Alegre e João Soares, peritos de publicidade arranjaram maneira de ele não se comprometer com coisa nenhuma (uma técnica também obrigatória) e de mentir no caso de um aperto (sobre impostos, claro). Sócrates ganhou; e ganhou, a seguir, a maioria absoluta. Na noite da vitória não agradeceu ao país, com que nunca no fundo se importou. Agradeceu ao PS, a que devia tudo. E, assim, Portugal recebeu do céu (na verdade, do Largo do Rato) um primeiro-ministro, obscuro e vácuo, que não lhe merecia, em princípio, a menor confiança. Mas, tendo votado nesse grosseiro produto do PS, agora não se deve queixar.
in Público, edição impressa
domingo, 3 de outubro de 2010
PEC III
PEC III
No dia em que toda a Europa se uniu para lutar contra os Planos de Estabilidade e Crescimento, José Sócrates nada ouviu.
Março, Maio e Setembro. Três meses de má memória, o último com o anúncio do mais pesado dos três pacotes de medidas de austeridade até agora apresentados. No dia em que toda a Europa se uniu para lutar contra os Planos de Estabilidade e Crescimento, José Sócrates nada ouviu e veio dizer-nos como a partir de agora vai ser pior. Mais uma vez, não será para todos.
Pensionistas, desempregos, funcionários públicos, beneficiários do Rendimento Social de Inserção, famílias inteiras já o sentem e senti-lo-ão ainda mais. O desemprego continua a aumentar e nenhuma política efectiva para a criação de emprego digna desse nome está na calha. É a solução das vistas curtas e uma promessa amarga para o futuro.
A obsessão com o défice do Estado vai reforçando cada vez mais o défice social num país onde as desigualdades sociais aumentam e a justiça económica e social tarda, quer nos planos de quem governa, quer nos do maior partido da oposição. Junte-se a tudo isto o aumento de impostos e o resultado é simples: diminuição progressiva do poder e compra dos trabalhadores e pensionistas e aumento sistemático das despesas de consumo. O saldo, claro está de ver, será cada vez mais negativo. Some-se-lhe ainda uma saúde cada vez mais cara e cortes nos abonos de família. É por tudo isto que o PEC III é o rosto da vergonha e da cobardia.
Não se pode, em retórica, ser defensor do Estado Social e anunciar a frio a sua morte. É contraditório, senhor Primeiro-Ministro!
Como tão bem explicou João Ramos de Almeida, se o valor do plano de contenção orçamental fosse de 10 euros, 6 euros desse plano seriam pagos pela população, em particular os que menos têm, 3 euros seriam pagos pelo Estado (que, já agora, é pago pelos contribuintes) e apenas 1 euro seria pago pelos restantes actores (empresas, bancos, detentores de maiores rendimentos e investidores imobiliários). Uma distribuição assim tão injusta só se justifica porque, como diria um anúncio publicitário antigo, “é fácil e dá milhões”. É fácil porque não há necessidade de enfrentar os interesses instalados. É fácil porque é mais rápido. Mais difícil fica viver para a grande maioria da população portuguesa, mas isso parece já ser indiferente.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
O SOM DA ALCATEIA!!
O som da alcateia
A dupla Sócrates – Finanças entrou-nos em casa no entardecer do dia 29 de Setembro sem que a tenhamos convidado. Descarregou de uma assentada as ordens recebidas da Chanceler.
Os países em amável contiguidade europeia convenciam-nos do mérito da ordem continental. Falavam de uma específica cidadania, todos cidadãos de um território comum. Às vezes do discurso até soltavam uma ou outra coisa bonita.
Aliás bastava ver o telejornal para assistir aos sorrisos convictos e ao aprumo elegante dos governantes em parada. Parecia que eram todos iguais, e que as leis que engendravam não continham a fúria do poder, nem a agonia dos destinatários. Leis sólidas e supostamente solidárias encaminhavam-nos para o triunfo da prosperidade.
Tudo isso foi ontem, ou talvez anteontem.
Como um corpo indefeso que não resiste à investida de uma doença, assistimos e pagamos agora o declínio. A crise. Recebemos ordens de quem dá ordens. Cumprimos obediências.
A obediência tem garras possantes, perfurantes, que nos espetam a cabeça por dentro. De vez em quando como efeito secundário gera a culpa, a grande aliada de todos os sentimentos temerosos. A obediência tem uma cauda enorme que arrasta por todo o lado, deixando o usuário obediente, transmutado em cão domesticado. A obediência suga o poder, melhor dizendo, a capacidade de ter poder. Os povos obedientes, aqueles que interiorizaram a obediência como coisa benigna, assumem sempre uma forma animal, com os olhos acossados, medrosos e bovinos a olhar de lado porque a obediência não se dá com a frontalidade. Os melhores povos são os que se estão positivamente nas tintas para a obediência. Não é obviamente o nosso caso.
Vem tudo isto a propósito do novo PEC obediente.
A dupla Sócrates – Finanças entrou-nos em casa no entardecer do dia 29 de Setembro sem que a tenhamos convidado. Descarregou de uma assentada as ordens recebidas da Chanceler.
Há como que uma passagem secreta na acústica europeia. A Chanceler fala e o som reproduz-se cá em tradução simultânea, a que por vezes se junta alguma poesia adicional para prova provada da vassalagem.
A selvajaria, a violência, a intensidade das medidas decretadas, sofregamente engolidas e apreciadas pelos seminaristas comentadores, configuram uma verdadeira notificação para o caos.
Sócrates e Teixeira dos Santos são os grandes solicitadores de execução das ordens da matilha para a prática sacrificial anunciada.
Aparecem aos microfones e graves e sucintos declaram, vai ser assim. Lamentamos, não queríamos, mas tem de ser.
Vivemos num país de absurdos. A direita oposicionista critica as medidas que sempre reclamou. Entoa afinadamente a canção do bandido feita de promessas magníficas. Os socialistas aplicam as medidas que outrora criticaram com a veemência em que são peritos. Estão cada vez mais cinzentos de dedo murcho e nervoso a votar abstenções a direitos humanos essenciais, como no protesto contra a expulsão cigana decretada pela França alarve de Sarkozy. Com o mesmo dedo apoiarão as medidas alemãs deste Sócrates português.
A esquerda é vituperada pelos papagaios oficiais e oficiosos como se fosse demente quando recusa a lógica do labirinto em que os perdidos nos tentam mostrar a saída, como se houvesse uma saída para as linhas estreitas em que os bancos, os amigos dos bancos, os governos, os amigos dos governos e outras criaturas de olhar vazio nos incluíram.
Assistimos quarta feira a mais um capítulo do desnorte, servido com a altivez pesada dos culpados que fazem o mal e a caramunha, dos caçadores que culpam a natureza quando deixa de haver caça e a caçada deixa de ser festa para ser sobrevivência. A sobrevivência da depredação.
Políticos e financeiros juntos e ao vivo.
Transportam a fatalidade dos jogadores sem princípios.
BUZINÃO!!
Comissão de utentes da Via do Infante apela ao buzinão | ||
A Comissão de Utentes da Via do Infante/A22 vai aderir à jornada nacional de protesto contra a introdução de portagens nas até agora denominadas vias sem custo para o utilizador (Scut), no próximo dia 8 de Outubro, e apela aos algarvios para utilizarem o buzinão como forma de contestação. Durante uma conferência de imprensa, realizada ao final da tarde de quinta-feira, o líder da comissão João Vasconcelos anunciou que o protesto algarvio irá estar concentrado na Estrada Nacional 125 e nas entradas das principais cidades algarvias, entre as 16h30 e as 19h00. 30 de Setembro de 2010 20:59 in; Barlavento No inícío do Blog, no seu lado esquerdo terás acesso à petição pública contra as Portagens na Via do Infante!! |