sexta-feira, 6 de novembro de 2015

6500 ENFERMEIROS PORTUGUESES TRABALHAM NA UE



O Correio da Manhã (CM) publicou ontem uma curta entrevista Guadalupe Simões (GS) do Sindicato dos Enfermeiros sobre os 6500 enfermeiros a trabalhar na União Europeia (UE) em 2014.
CM – O relatório da OCDE diz que, em 2014, 6500 enfermeiros portugueses trabalhavam em países da UE. A que se deve esse número?
GS – Melhores condições de trabalho. As restrições nas admissões e a desvalorização do seu trabalho fá-los ir para fora. Em todos os países da Europa, os enfermeiros portugueses são bem acolhidos, valorizados e bem pagos.
CM – Qual a média de ordenados praticada nesses países?
GS – Na Suíça, por exemplo, a média dos ordenados é de 5 a 6 mil euros, no Reino Unido de 3 a 4 mil euros. Na Alemanha, um enfermeiro que trabalhe num hospital público recebe um salário de cerca de 2200 euros. Já para não falar na Arábia Saudita, que aí a média é superior a 3 mil euros.
CM – A saída para o Reino Unido é recorrente. Qual a explicação?
GS – Além do fator língua, no Reino Unido o governo cortou na formação dos enfermeiros. Decidiram não gastar mais dinheiro nisso e passaram a absorver enfermeiros de Portugal, Espanha e outros países. O mais importante nesses recrutamentos é o reconhecimento de que este e outros países têm do trabalho dos enfermeiros portugueses.
Nestas poucas palavras ficamos a perceber que: 1) os enfermeiros portugueses emigram porque, para além da falta de trabalho no seu país, contam ainda com melhores condições laborais no estrangeiro e ganham muito mais; 2) estamos a financiar a formação de técnicos superiores que vão criar riqueza noutros países.

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