domingo, 21 de agosto de 2016

CATARINA MARTINS ENTREVISTADA PELO PÚBLICO (o essencial das ideias expostas)



Catarina Martins concedeu ao Público uma longa entrevista que veio á estampa na edição de hoje daquele jornal diário. Lamenta-se que a citação apresentada como título da entrevista não representa, de modo algum o conteúdo da mesma, como poderá ser comprovado pela sua leitura integral. Essa é uma das razões pelas quais deixamos aqui o essencial das ideias expostas pela Coordenadora do Bloco de Esquerda. Por outro lado entendemos que os dados da vida pessoal de Catarina Martins têm um interesse secundário para os visitantes deste blog.
É certo que a maneira como olho para o mundo faz com que ache que as ideias de justiça, solidariedade, fraternidade, casam com ser de esquerda, com não nos conformarmos com a desigualdade, com a injustiça.
A direita parte de uma certa conformação, como se fosse um estado natural a desigualdade.
A política do ódio é o factor que une estes vários acontecimentos, é o mais preocupante neste momento na política internacional.
Não temos de fazer as coisas que nos são confortáveis, mas as que têm sentido.
Todos os dias são uma luta para ver o que é que é possível conseguir com a relação de forças que temos. Agora, sendo isso altamente complicado, há dias em que é mesmo ingrato, estou segura de que é muito melhor do que estar confortavelmente na oposição sem ser capaz de alterar.
Naturalmente, enquanto os objectivos que estiverem a ser traçados forem cumpridos, cá estamos. Com as dificuldades de todos os dias.
Todos os dias sou confrontada com os limites da geringonça. Isso custa.
Todos os dias tenho medo de não conseguir [ir mais além]. Todos os dias tenho de lutar para que seja possível. Não é mau.
[No BE] estamos muito preocupados com a pressão europeia [relativamente ao Orçamento de 2017 e a cortes nos fundos europeus].
O que querem dizer é que só pode haver uma política única na União Europeia, a da austeridade.
É preciso ser intransigentemente contra o corte em fundos estruturais.
O Governo tem de preparar o orçamento e o BE está disponível para negociar, para que não seja um orçamento que recua, porque há chantagem, mas queira recuperação da economia em Portugal, de rendimentos, que promova esse caminho diverso da austeridade.
Toda a chantagem está a ser feita para condicionar o orçamento. A política da União Europeia mantém-se, quer manter processos de privatizações, baixar custos de trabalho.
O país tem enormes problemas e foram feitas escolhas desastrosas, que levaram à desindustrialização em determinados sectores, abandono de capacidade produtiva.
O maior risco é perdermos todo o controlo sobre o sistema financeiro, porque aí a democracia passa a ser uma fantochada, deixamos de ter capacidade de decidir sobre o que quer que seja.
Não há ninguém que não assuma que é preciso reestruturar a dívida.
O sistema financeiro está a ficar com os recursos do país. Isso é intolerável.
Enquanto for possível negociar orçamentos de Estado, enquanto o PS mantiver a sua parte de continuarmos a recuperação de rendimentos do trabalho em Portugal, o BE também está aqui para dar esse apoio parlamentar que foi acordado.
Idealmente, o Tratado Orçamental devia ir para o caixote do lixo das más ideias, em vez de se tentar transformar em tratado europeu.
Hoje temos de saber que não podemos confiar nas regras europeias.
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