sábado, 16 de setembro de 2023

MAIS CITAÇÕES (249)

 
O que o Governo pretende com a devolução condicional das propinas é corrigir a perversidade de um espaço europeu que tem um mercado de trabalho que é comum mas um investimento em educação que é nacional.

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Nele, os países com menos recursos financiam a formação de quadros para alimentar a economia de países ricos.

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O problema não é com os jovens, é com o futuro do país.

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Se a devolução das propinas não chega, menos chegará a isenção de IRS no primeiro ano de trabalho.

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Em 2021, três quartos dos jovens trabalhadores recebiam menos de 950 euros líquidos por mês e apenas 14% mais de 1158 euros.

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São muito raros os que chegam a um escalão de IRS em que esta medida tenha um impacto significativo, ainda menos os que o conseguem no primeiro emprego. 

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Muito mais importante do que os impostos é a habitação.

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É precisa uma política pública de habitação, que, já agora, tem de ser financiada por receita fiscal.

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[Mais de metade dos jovens] acham que Portugal tem potencial e é um bom lugar para viver, mas querem fugir dos salários baixos, da habitação cara e da instabilidade laboral.

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E todos falaram de salário. 

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E nenhum se queixa do IRS, que os seus magros rendimentos mal chegavam a pagar. 

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Agora [Portugal] tem 17% [de licenciados].

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Mas as empresas (e o Estado, por pagar muito mal aos seus quadros) não conseguiram absorver este investimento público. 

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Duas décadas de aumento da qualificação dos jovens coincidiram com duas décadas de estagnação dos salários.

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Se as universidades qualificam e a economia se desqualifica, os qualificados vão para outro lado, onde são necessários.

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Estas foram as décadas em que se foram flexibilizando as leis laborais, para garantir melhores empregos e salários, e se foi liberalizando o mercado de arrendamento, para garantir casas mais baratas, e o resultado foi sempre o oposto.

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Não há políticas para segurar jovens, há políticas para criar e apoiar emprego de qualidade, com rendimento disponível decente.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

O BCE, fazendo política, impõe medidas promotoras da extrema-direita, agrava as condições de vida das pessoas e de muitas empresas, avança no caminho para mais desemprego. 

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[No discurso de Ursula von der Leyen vimos, por exemplo], uma visão sobre o futuro da UE sem espaço e objetivos próprios exequíveis no quadro das mudanças em curso no Mundo.

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Não vêm dali respostas aos problemas dos cidadãos, mas este discurso ajuda na submissão dos povos e facilita a entrada da extrema-direita no “projeto europeu”.

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A espiral inflacionista, que aí [com a pandemia de covid 19] começou e se ampliou com a guerra na Ucrânia, resultou da escabrosa exploração que alguns setores e grandes companhias fizeram mas o coro a culpabilizar os salários pela inflação foi forte..

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O neoliberalismo (o BCE é uma das suas expressões) tem utilizado os impactos de cada crise para amedrontar e submeter as pessoas. 

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Quer tornar inacessíveis sociedades democráticas e mais justas, com direitos universais e solidários.

Carvalho da Silva, JN

 

Dentro da mala de um TVDE um polícia encontrou… um segundo motorista.

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A ultraprecariedade que se vive nestes setores não é uma exceção atribuível a máfias; ela é a norma que torna este setor permeável a todo o tipo de explorações.

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Motoristas que passam 14 ou mais horas por dia na rua, que fazem jornadas semanais de 70h, que almoçam, jantam e dormem nos carros não são difíceis de encontrar.

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Uma vez instaladas, [empresas tipo UBER] cortam os rendimentos dos trabalhadores e aumentam as suas próprias comissões.

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Alguns não conseguem sequer suportar os custos da atividade.

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O negócio da Uber e das plataformas tipo Uber não é a tecnologia; é a precarização total e absoluta do trabalho.

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Estima-se que o simples facto de não assumir nenhuma responsabilidade perante estes motoristas [a UBER] reduza em 20% a 30% o custo da atividade.

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É uma disciplina da fome que garante mais produtividade e para a qual é preciso que haja uma desproteção total e absoluta dos trabalhadores.

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O maravilhoso mundo novo destas tecnológicas é tão velho como o capitalismo mais selvagem.

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Um motorista que dorme na bagageira do carro porque não tem dinheiro para um quarto não é sinal de progresso, é a prova da barbárie.

Moisés Ferreira, “Público”

 

Estamos nós, ecólogos, contra o investimento em renováveis e tecnologias digitais? Não, pelo contrário, consideramos que esse deve ser o futuro, mas não à custa da delapidação dos recursos naturais gerando problemas, mais do que sustentabilidade.

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O problema está, apenas, no uso do conhecimento e não nos avisos sobre os riscos e as consequências ambientais das acções, especialmente quando são justificadas em nome da “imprescindível utilidade pública”.

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Com esta bandeira, exploram-se e alteram-se os ecossistemas em nome da economia e do desenvolvimento. 

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Os ecossistemas são sistemas vivos complexos com fortes interacções entre espécies, que podem gerar respostas negativas e imprevisíveis quando em desequilíbrio.

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Se o investimento económico implica cortes de árvores, planta-se novo povoamento num outro local, esquecendo que se está a retirar um sorvedouro de carbono que levou anos a formar-se, para além de criar uma “ferida” no ecossistema.

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Até agora, temos apenas assistido a um “simplex ambiental”, com indiferença perante os ecossistemas e o território, porque tudo se transplanta e se adapta.

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A classe política deveria ficar cada vez mais sensível a este problema, já que os contínuos avisos dos cientistas e apelos do secretário-geral das Nações Unidas pressupõem a necessidade de uma transição energética, mas também de uma transição ecológica.

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A transição ecológica é tão necessária quanto a transição energética, já que urge disponibilizar mais conhecimento para saber actuar e minimizar os riscos que podem pôr em perigo a sobrevivência da humanidade.

Maria Amélia Martins-Loução, “Público” (sem link)


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