sábado, 23 de setembro de 2023

MAIS CITAÇÕES (250)

 
É extraordinário que o seu [de Marcelo] ciclo, que se encaminha para o fim, esteja a ser tão longo. 

(…)

Costa não deverá querer prolongar o mais longo mandato da nossa democracia. 

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E, depois de ter tentado tudo, não há alternativa de sucessão a Pedro Nuno Santos. 

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[Quanto ao PSD] não é certo o que acontecerá.

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Aí sim, os resultados das europeias são determinantes.

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Moedas só lhe ficará com o lugar — a obsessão com eventos e propaganda indicia essa vontade — se o PSD for claramente derrotado.

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Basta [Passos Coelho] piscar um olho para Montenegro desaparecer. 

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A polarização ideológica dentro do campo moderado tenderia a fazer com que o confronto parecesse irredutível, obrigando todos a escolher. 

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Um [Passos] é uma figura do passado (…), outro [Pedro Nuno Santos] tem, até pela idade, uma marca de futuro. 

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Um [Passos] está associado a um período de que os portugueses não têm saudades, outro [Santos] à devolução de direitos e rendimento.

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Diria que Passos tem maior rejeição, pelas memórias pessoais da crise que ativa, mas reconheço que posso ser parcial.

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Passos é odiado por sectores não politizados (não apenas os reformados) e qualquer promessa de esperança soaria estranha na sua boca. 

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Santos é apreciado por gente despolitizada e até próxima da direita, porque não empurra tudo com a barriga, como Costa.

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Mas a novela da TAP, que ofuscou os bons resultados, reforçou a imagem de impulsividade que fazia tremer “as pernas dos banqueiros alemães”.

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A polarização nada tem a ver com o radicalismo ou a moderação das propostas, mas com a representação de realidades sociais que se apresentam como inconciliáveis.

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Costa pode inventar um líder alternativo ou recandidatar-se, duas coisas improváveis. 

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Apesar da fragmentação partidária e do crescimento da extrema-direita não serem um fenómeno exclusivamente nacional, a política tem sempre a capacidade de sair de impasses.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

As greves e as manifestações são pacíficas, e, mesmo quando os discípulos da Extinction Rebellion se prendem a uma grade ou bloqueiam uma rua, é mais um acto simbólico do que qualquer “resistência séria”.

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A primeira forma de agressividade está em alta, em pico, a segunda espalha-se mais em mancha, manifesta-se através de comportamentos menos evidentes, mas que estão lá.

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[A agressividade individual] está por todo o lado e não tenho dúvida de que a violência doméstica é o seu melhor exemplo. 

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O espaço público urbano torna-se muito pouco habitável, resultado de um conjunto de factos que implica ideias erradas, opções urbanas erradas, medo de actuar, muita impotência, e interesses muito poderosos em nome da “mobilidade”.

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Basta atravessar a cidade para ver como cada vez mais se buzina ao mais pequeno atraso num semáforo e como cenas de insultos e ameaças são cada vez mais comuns.

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É muito maior a probabilidade de alguém ser multado por mau estacionamento do que uma trotineta a voar pelos passeios e a atravessar vermelhos.

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Já para não falar nessa multidão explorada por uma miséria com uma caixa de comida às costas que tem de entregar depressa para ir buscar mais e que precisa de violar as regras todas para ganhar… nada.

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Numa altura em que muito pouca gente tem razões para estar feliz (…) demasiado presos à “alegria” dos pobres, a telenovela, o futebol e o Big Brother, o que é que se espera? Civismo, boa educação, tretas!

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Perante a fragilidade dos projetos progressistas alternativos, o neoliberalismo dominante difunde, nos campos político, económico, social e cultural, conceitos que representam, somente, ideias precárias com ciclos de vida muito curtos, sempre vendidas como apolíticas.

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A panaceia das “reformas estruturais” (…) estão a caminho do caixote do lixo. 

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 O que vai acontecer com o conceito “talento”, utilizado sem sentido quando se procuram capacidades comuns para o “mercado de trabalho”?

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E, com o conceito “colaborador”, que não tem enquadramento jurídico e visa reforçar o poder unilateral da entidade empregadora?

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Serão postos a nu os seus objetivos manipuladores de aprisionamento dos cidadãos, em particular dos jovens, mas enquanto a relação de forças não se alterar, estes conceitos vão-se impregnando na sociedade. 

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O fundamental das respostas para os jovens não emigrarem não se situa em medidas “inovadoras” para reter “talento”, mas sim em políticas públicas e privadas que criem mais e melhor emprego, na resolução da escassez de habitação e na melhoria de mobilidades,

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Em democracia são, em primeiro lugar, os partidos políticos (…) que devemos responsabilizar pela construção de propostas.

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O dinheiro [dos impostos] devia ser utilizado para melhorar os serviços públicos, reforçar o investimento público e privado e a qualidade do emprego na Administração Pública, e para medidas de melhoria da justiça fiscal.

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[Para a CIP] nada de aumento real dos salários, e oferta de um chouriço aos trabalhadores, se o Estado lhes der um porco. 

Carvalho da Silva, JN

 

A Comissão Europeia apresentou em maio de 2022 uma proposta de regulamento para estabelecer regras para prevenir e combater o abuso sexual de crianças e jovens.

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Portugal tem a obrigação de proteger os mais vulneráveis e de assumir essa proteção sem rodeios. 

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A circulação de material de abuso sexual online de crianças e os casos de grooming (manipulação de crianças para o abuso sexual) tem estado em crescimento a um ritmo alarmante.

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Dados publicados este mês pela Internet Watch Foundation, indicam um aumento de 26% no alojamento de material de abuso sexual de crianças no espaço da União Europeia, relativamente a igual período do ano passado.

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Perante a possibilidade de estes números aumentarem drasticamente em resultado do vazio legislativo, a União Europeia questionou os cidadãos europeus sobre o assunto.

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Os resultados do Flash Eurobarometer 532 sobre a “Proteção das Crianças Contra o Abuso Sexual Online” são elucidativos, quer em termos europeus, quer nacionais:
- 92% dos europeus concordam que as crianças estão, de uma forma crescente, em risco online; 94% dos portugueses;

- 73% dos europeus consideram que o abuso sexual online é um problema difundido ou muito difundido; 76% dos portugueses;

- 78% dos europeus interrogados tendem a apoiar ou apoiam fortemente a proposta da Comissão Europeia para combater o abuso sexual de crianças; 80% dos portugueses;

- Os europeus indicam que apoiam claramente a deteção de abuso sexual de crianças online em mensagens como emails chats (87%) e mensagens encriptadas de ponta a ponta (83%); 93% e 91% em Portugal.

Cumpre aos representantes do povo português refletir o sentimento da sua esmagadora maioria.

Cristiane Miranda e Tito Morais, “Público” (sem link)


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