(…)
O Presidente dá uma
conferência de imprensa sobre emails que desmentiriam, embora sugiram uma
confirmação de que houve tentativa de influenciar o ministério da saúde e a
administração de um hospital no caso das crianças tratadas com o medicamento
mais caro do mundo. (…) É
tudo nevoeiro?
(…)
O ex-Primeiro-ministro
e ex-Presidente reclama a saudade de si próprio como norma para a política
portuguesa. É tudo vaidade?
(…)
Montenegro apresenta
uma proposta de aumento para todos os pensionistas, que afinal vão ser só alguns
e menos do que o sugerido.
(…)
Se toda a gente
acreditasse, o saldo poderiam ser alguns votos, mas a regra de proteger os
pensionistas da pobreza é que não será aplicada com aquela proposta.
(…)
Grandes sociedades de
advogados escrevem leis e organizam processos de privatizações, exibindo a sua
força e penetrando tentacularmente em todos os governos, e só se sabe das que
caíram ao chão. É o Estado-paralelo quem manda?
(…)
E depois queixam-se do
ascenso do populismo.
(…)
Melhor será reconhecer
o problema: os progenitores do populismo são a degradação da vida pública, a
desconfiança sobre as cunhas, a constatação da questiúncula (…).
(…)
O resultado é
descontentamento e ressentimento, quando já não se mascara o fingimento, o
nevoeiro, a vaidade, a mentira e o impulso do Estado-paralelo.
Francisco
Louçã, “Expresso” online (sem
link)
Foi sob sua [de António Costa] égide,
como secretário-geral do PS, que foi ensaiado um conúbio com o PSD para
promover uma revisão constitucional que visava suprimir o direito à liberdade,
consignado no art. 27.º da CRP.
(…)
António Costa ficará para a posteridade
como o primeiro-ministro que mais vezes recorreu a mecanismos de excepção para
impedir greves e permitiu os maiores atropelos ao seu exercício.
(…)
Assistimos também ao
resvalar das intervenções da IGEC [Inspeção-Geral da Educação e Ciência],
outrora respeitável e independente, para metodologias de cariz pidesco.
(…)
O poder judicial já havia declarado
ilegais os serviços mínimos impostos para dias de aulas e para as avaliações
finais dos 5.º, 6.º, 7.º, 8.º e 10.º anos.
(…)
Agora, conhecemos um novo acórdão do
Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) que declarou ilegais os serviços mínimos
impostos à greve às avaliações dos anos com provas finais ou exames (9.º, 11.º
e 12.º anos).
(…)
Depois desta exposição
do ME como vulgar fora de lei na matéria, ficaria bem uma palavra de contrição.
(…)
Mas das consciências
cavernosas dos governantes só nos chegou um cobarde silêncio.
Santana
Castilho, “Público” (sem
link)
Este processo [das
gémeas], para Marcelo, já tinha arrancado mal.
(…)
[Marcelo] ameaçou
processar quem se atrevesse a acusá-lo de favorecimento.
(…)
Dessa fase até à recente declaração aos
portugueses, em que admitiu a existência do email do filho e a sua intervenção
no processo na qualidade de Presidente da República, vai de facto uma distância
infinita.
(…)
Marcelo este ano, na sequência da não
aceitação da demissão de João Galamba por parte de António Costa, fez um
discurso duríssimo.
(…)
“Um governante, ao
aceitar sê-lo, aceita ser responsável por aquilo que faz e que não faz”,
recordemos as suas palavras.
(…)
Marcelo estabeleceu
padrões de exigência muito altos a propósito do caso de João Galamba (…)
mas ele próprio não consegue cumprir esses padrões de exigência.
(…)
Numa altura em que a
sua popularidade conhece mínimos históricos a sua autoridade política também
não rebenta a escala.
Carmo
Afonso, “Público” (sem
link)
Nas organizações empregadoras são sempre
o trabalho e as condições materiais e sociais em que é organizado, gerido,
realizado e reconhecido que, directa ou indirectamente, medeiam ou bloqueiam,
facilitam ou constrangem, melhoram ou pioram as relações sociais.
(…)
O trabalho (ainda) é central na
sociedade e na vida das pessoas. E daí que a condição estritamente pessoal e
familiar das pessoas não seja deixada à porta dos locais de trabalho quando
diariamente o iniciam.
(…)
“Levam” a casa para o
trabalho, tal como “levam” o trabalho para casa (aqui, muitas vezes mesmo
literalmente).
(…)
Enfim, assédio moral no trabalho é algo
a que a gestão das organizações empregadoras e os representantes dos
trabalhadores (…), nas empresas privadas e públicas bem como na administração
pública, não podem deixar de estar consequentemente atentas no sentido da sua
prevenção.
João Fraga de
Oliveira, “Público” (sem link)
O discurso que [Cavaco
Silva fez a 30 de Outubro de 2015 na tomada de posse do Governo de Passos Coelho]
foi, antes de tudo, uma nota de encomenda em defesa do que o PS veio a batizar
de “contas certas”.
(…)
Nesse discurso da posse
de Passos Coelho, um mês antes de António Costa o substituir, não há uma
palavra sobre a recuperação do Serviço Nacional de Saúde, a Escola Pública ou
os salários.
(…)
Na realidade, até se
pode dizer que Costa foi mais cavaquista do que Cavaco. E essa foi, do meu
ponto de vista, a nossa tragédia.
(…)
Agora, Cavaco Silva de
2023 não cai na armadilha de Cavaco Silva de 2015. Vêm eleições e Montenegro
precisa de prometer dinheiro, com a bênção do agora estouvado Cavaco.
(…)
Sobre a “baixa qualidade
moral de alguns ministros” deste governo, não poderia estar de acordo. Mas,
infelizmente, nem todos os primeiros-ministros têm um peneira tão apertada como
a de quem soube escolher Oliveira e Costa, Dias Loureiro, Arlindo Carvalho ou Duarte
Lima (este como líder parlamentar).
Daniel Oliveira, “Expresso” online (sem link)
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