(…)
O CDS perdeu a representação parlamentar. Já o PPM, nas
últimas eleições, arrecadou 260 votos.
(…)
Uma
associação do PSD com o CDS já dava desta direita uma imagem conservadora. O
PPM e Gonçalo da Câmara Pereira eram os ingredientes que faltavam para a
transformar em bafienta.
(…)
Ao pé do líder do PPM, o próprio Nuno Melo é um grande
progressista.
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A nova AD não aposta nas mulheres.
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A
direita tradicional coligou-se de forma a configurar o sonho molhado daqueles
que a luta feminista, a antirracista ou a LGBTQI+ tendem a combater.
(…)
A
consequência do enfraquecimento da direita tradicional é o desaparecimento da
alternância democrática entre o centro-direita e o centro-esquerda e o eventual
aparecimento de um novo eixo político que oporá o centro-esquerda à direita
radical.
Carmo Afonso, “Público” (sem link)
A compra de 0,24% do capital dos CTT em 2021 por parte do
Estado, após o assalto perpetrado ao interesse nacional pela governação de
Passos Coelho com a privatização da empresa, entre 2013 e 2014, no período da
“troika”, introduz mais um factor de irritante irracional na política
portuguesa na antecâmara pré-eleições.
(…)
O crescimento parlamentar da extrema-direita não acontece
apenas pela equação de alianças e branqueamento da sua ausência de princípios:
semeia e germina quando a direita democrática abraça o discurso e o faz seu.
(…)
É confrangedora a ideia de que o debate sobre os problemas do
país se irá resumir à troca de escândalos e casos eventuais entre PS e PSD, sem
mais.
(…)
Há limites para a falta de decência que não permita o decurso
democrático e possibilite golpes de Estado informais.
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A “entrega” dos CTT à Goldman Sachs ficará escrita como um
dos maiores desastres de que há memória nas opções económicas do Estado em democracia.
(…)
Tentar assacar responsabilidades à influência de BE e PCP na
aquisição de 0,24% de migalhas de uma empresa que sempre consideraram dever ser
inteiramente pública, são partes de um sinistro em parada, perante os nossos
olhos.
O
racismo é todas as desigualdades enraizadas em narrativas e estruturas de poder
que beneficiam os mesmos de sempre, é um sistema de opressão.
(…)
De repente, com a Palestina, existe muita hesitação e é
demasiado complexo para sequer tentarmos entender.
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De repente, não podemos fazer nada, não nos queremos “expor”
e não conseguimos perceber. Não é connosco.
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[Não é
inocente] que os Estados Unidos financiem Israel e exerçam o seu direito de
veto a favor de Israel no Conselho de Segurança da ONU.
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Não é
inocente que países da UE continuem cúmplices e subscrevam resoluções sem
exigir um cessar-fogo nem aplicar sanções a Israel.
(…)
Os outros eventos, guerras, atrocidades e actos terroristas a
que fomos expostos também eram, seguramente, complexos.
(…)
Mas
nós falámos na mesma, sem sentir “medo”, porque, no fundo, ainda existem
algumas coisas simples de entender: como o facto de Israel ser um Estado
terrorista.
(…)
Além
de ignorar apelos de cessar-fogo, impedir a ajuda humanitária a um povo sem
água, comida e medicamentos, destrói infra-estruturas e casas, bombardeia
escolas, hospitais e ambulâncias, invade o território e comete crimes de guerra
contra vítimas inocentes.
(…)
O nosso silêncio é exactamente a resposta que um poder
colonial quer.
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Neste momento, escolhermos o silêncio é internalizar
(conscientemente) a desumanização das pessoas palestinianas.
(…)
Sermos silêncio é sermos parte da opressão.
(…)
O nosso silêncio significa cumplicidade com o assassinato de
dois milhões de pessoas inocentes.
Carolina Pereira, “Publico” (sem link)
Não me lembro de uma manifestação tão triste como a que vi no
sábado à noite em Telavive.
(…)
Muitos
milhares de pessoas tristes na imensidão da praça do Museu de Arte de Telavive,
que depois de 7 de Outubro passou a ser conhecida como Praça dos Reféns.
(…)
Todas as noites de sábado desde então, familiares, reféns
libertados e outros testemunhos sucedem-se no palco, ampliados em ecrãs gigantes.
Alexandra Lucas Coelho, “Público” (sem link)
A oscilação
para cima [do índice de risco da confiança dos mercados na Argentina] mostra
que a lua-de-mel com o Presidente populista Javier Milei pode acabar mais
depressa do que se imaginava (e ainda não passou um mês da tomada de posse).
(…)
A
oscilação está relacionada com a decisão do Tribunal do Trabalho argentino de
suspender as reformas laborais e sindicais que o chefe de Estado tentou impor
por decreto.
(…)
Os
mercados estão desagradados porque foi travada a reforma que o economista
ultraliberal anti-Estado que assumiu a presidência de um país em crise tentou
impor por decreto.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
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