Daniel Santos Morais, “Público”
domingo, 31 de março de 2024
FRASE DO DIA (2220)
PRIMEIRO DIA NACIONAL DA VISIBILIDADE TRANS
No primeiro Dia Nacional da Visibilidade Trans, não aceitamos nenhum recuo,
lutamos para aprofundar direitos.
Como aqui explica Júlia Mendes Pereira, dirigente nacional do Bloco de
Esquerda, as pessoas trans e as suas lutas têm uma história que hoje
celebramos, lembramos e continuamos. A igualdade na lei e em todas as esferas
da vida é um combate que prossegue e de que o Bloco não abdica.
PAPA CONTRA "TODAS AS ASPIRAÇÕES DE PAZ DESTRUÍDAS PELA CRUELDADE DO ÓDIO E PELA FEROCIDADE DA GUERRA"
Este sábado, na vigília pascal na Basílica de São Pedro, em Roma, o Papa
Francisco falou contra "todas as aspirações de paz destruídas pela
crueldade do ódio e pela ferocidade da guerra".
Leia mais: https://expresso.pt/.../2024-03-30-Papa-Francisco...
sábado, 30 de março de 2024
MAIS CITAÇÕES (276)
(…)
Aguiar-Branco acabaria sempre por ser eleito, mas, apesar da
pressão estar sobre o Chega e as trapalhadas do PSD, foi o PS o primeiro a
ceder, fazendo um acordo absurdo.
(…)
O PS conseguiu um acordo que instituiu o bloco central para
uma legislatura inteira sem qualquer ganho para o país ou para si.
(…)
O que estava em jogo era bem mais do que a presidência da AR.
(…)
O PSD esperava usar a tática Carlos Moedas — aprovem ou sejam
responsáveis por uma crise —, mas foi longe demais nas conversas com o Chega.
(…)
Como correu mal, o Chega instalou o caos em que é especialista.
(…)
A tese dos três blocos é interessante e verdadeira. Só tem um
problema: não serve para nada, porque nenhum deles tem força para governar.
(…)
Mas o que está em causa é a sustentação previsível deste
Governo que se determina nos orçamentos de Estado.
(…)
É porque as pessoas acreditam que essa sustentação deve ser
previsível que quem viabiliza o primeiro é candidato a viabilizar os seguintes.
(…)
Se não o fizer será ele o responsabilizado por uma crise
política e punido nas urnas.
(…)
Pelos erros do PSD e a instabilidade do Chega, este primeiro
ensaio dava ao PS a oportunidade de começar a conquistar a liderança da
oposição.
(…)
Até para ser “oposição construtiva” é preciso ser oposição de
facto e ter autonomia estratégica para ser construtivo.
(…)
Quem está amarrado a um Governo depende da boa vontade do
governante.
(…)
Sempre que Ventura sentir que Pedro Nuno Santos vai fazer
oposição saltará para fora do barco para tentar atirar o PS para a maioria da
estabilidade.
(…)
Se os três blocos se mantiverem, as eleições acontecerão
brevemente, porque o impasse de ontem será recorrente.
(…)
Com a atual composição parlamentar, decidida pelo voto
popular e a irresponsabilidade do Presidente, vivemos a gestão da instabilidade
para decidir como isto estabiliza, sobrando dois blocos fortes.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
O que aconteceu na Assembleia é mais normal do que anormal,
dada a sua composição actual.
(…)
O que seria anormal é que um nome proposto solitariamente por
um único partido, sem maioria, sem qualquer negociação prévia (…) O que
seria anormal é que um nome proposto solitariamente por um único partido, sem
maioria, sem qualquer negociação prévia.
(…)
Todos os nomes da Mesa da Assembleia vão a votos e ir a votos
não é um pró-forma.
(…)
É
legítimo os deputados, para isso é que a sua decisão é protegida pelo voto
secreto, decidirem sobre os nomes propostos fazendo um julgamento moral e
político individual.
(…)
Reprovar um qualquer candidato é inteiramente legítimo.
(…)
A Assembleia não é, como se disse, o “local
onde se fazem acordos”, é o local onde se manifestam as diferenças, as “partes”
que são o ar da democracia.
(…)
Só a
nostalgia da não-política e a obsessão de que a boa política é o “consenso” –
uma das sombras deixada pelos 48 anos de censura e de demonização da política –
explicam a pseudo-indignação com o que se passou.
(…)
A
ecologia política dos nossos dias é a da radicalização, verdade seja dita, hoje
mais à direita do que à esquerda.
(…)
A
designação [Governo de combate] não é inocente, destina-se a minimizar aquilo
que, se o Governo fosse do PS, estaria a ser dito por todo o lado: é um governo
de partido.
(…)
Mas o
domínio da direita no comentário político e a impregnação do espaço público com
classificações convenientes exercem os seus efeitos.
(…)
Até à queda do Governo do PS, o silêncio era falta de
transparência, agora é recato.
(…)
Um dos aspectos fundamentais que distinguem a democracia da
demagogia é não ser uma democracia directa.
(…)
O
ciclo democrático implica usar o estado de graça para tomar decisões difíceis
no início dos mandatos e as mais fáceis, as “eleitoralistas”, no fim.
(…)
[Este governo] se governar apenas a pensar nas próximas
eleições, governará mal.
(…)
[Um bom governo] não ser um governo assente na resposta a reivindicações.
(…)
Uma
das fragilidades deste período final do Governo do PS sob tutela presidencial
foi criar um vácuo de poder que tornou as reivindicações de professores, polícias
e médicos, e de outros grupos profissionais, no cânone das promessas de
governação.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)
Tudo é instrumental [para a extrema-direita] ao serviço de um
desígnio: espalhar o caos, para justificar a reclamação da “ordem” e da
“autoridade” antidemocrática e fascista.
(…)
É conscientemente que entram em choque com o escrutínio e o
compromisso democráticos, que mentem descaradamente, que substituem o argumento
político pelo desrespeito e o insulto.
(…)
Nesta fase, o seu programa centra-se na montagem do circo
feito de bagunça, de confusão, de atos de humilhação do outro.
(…)
Em nenhum espaço institucional é tolerável a impunidade face
à violação de regras e princípios democráticos.
(…)
Há que encontrar formas de se irem fazendo retratos sérios
dos mentores do projeto.
(…)
O PSD não quer assumir a natureza do Chega. Mesmo debaixo de
uma provocação, não quis perceber que se trata de uma força “não confiável”.
(…)
O PS deu um passo para se resolver um problema institucional
e isso compreende-se. Contudo, não tinha de o fazer na forma de partilha de
lugares.
(…)
Para o imediato [as propostas vindas das forças à esquerda do
PS] têm de ser ofensivas.
(…)
[Alguns daqueles que se opõem à democracia] ocupam hoje
lugares relevantes nas instituições.
O PAPEL DOS VISTOS GOLD NO AUMENTO DOS PREÇOS DAS CASAS EM PORTUGAL
Os vistos gold foram um dos fatores que contribuíram para aumentar os
preços das casas em Portugal, conclui um artigo científico publicado pelo
Institute of Labor Economics, na Alemanha, e divulgado pelo Observatório Fiscal
Europeu. Depois da entrada em vigor deste regime, que permitia dar vistos de
residência a quem comprasse uma casa por um mínimo de €500 mil, e face ao
período anterior, houve um aumento de 60% de imóveis vendidos precisamente por
esse valor.
Saiba mais: https://expresso.pt/.../2024-03-28-Vistos-gold...
PALESTINA: FUNDAMENTALMENTE PELA PAZ
As
feministas portuguesas juntaram-se hoje, no dia da Terra, à Plataforma Unitária
de Solidariedade com a Palestina, pela condenação do genocídio do povo
Palestino, das violações a mulheres, da matança, à fome e à sede, de milhares
de crianças. Pela paz, pelo cessar fogo-imediato, pelo reconhecimento do Estado
da Palestina, pela condenação de Israel e dos Estados Unidos por crimes de
guerra hediondos.
Sandra
Cunha
Mais
Aqui
sexta-feira, 29 de março de 2024
UM DOS GOVERNOS MAIS À DIREITA DE SEMPRE
Defensores de vistos gold na habitação, uma paladina do imobiliário na
Justiça, uma académica contra os direitos dos trabalhadores no Trabalho, um
economista neoliberal na educação, ciência sem pasta própria, uma conservadora
na cultura, um dos governos mais à direita de sempre, que marca o regresso de várias
figuras da troika.
É um novo governo que cheira a passado e que, por isso, não trará as
soluções de que o país precisa.
Não terá soluções para baixar o preço da casa, resolver os problemas da
escola e da saúde, para fazer com que Portugal deixe de ser uma economia de
baixos salários.
O Bloco será a mais determinante oposição, no parlamento e na rua.
Fabian
Figueiredo
CITAÇÕES
(…)
O Chega, sem qualquer escrúpulo a dar o dito por não dito,
aposta no bloqueio institucional para dobrar Montenegro num acordo à luz dos
holofotes.
(…)
Da refrega sai um presidente do Parlamento enfraquecido e a
prazo, novos patamares de farsa na extrema-direita, e mais probabilidade de
eleições repetidas em breve.
(…)
No imediato, há que cobrar promessas eleitorais
(…)
O que foi dito em campanha por PSD e PS tem de ser submetido
ao teste da votação parlamentar.
(…)
Além das respostas aos aspetos sociais mais prementes - com a
habitação, a saúde e os rendimentos à cabeça -, há ainda o tema da
representação parlamentar e da consistência entre os votos expressos e os
mandatos atribuídos a cada partido.
(…)
Milhares de cidadãos veem-se condicionados e desincentivados
de participar eleitoralmente por saberem de antemão da improbabilidade da
eleição da sua escolha no seu círculo eleitoral, onde só dois ou três partidos
têm percentagem suficiente para eleger.
(…)
A ausência de mecanismos de compensação pelos votos não
convertidos em mandatos nos círculos distritais ou de região autónoma favorece
os maiores partidos.
(…)
Neste início de legislatura, enfrente-se também esta entorse
democrática.
José Soeiro, “Expresso” online
Mais do que capacidade técnica, estes ministros
terão de demonstrar preparação política e deverão falar a uma só voz.
(…)
É um
Governo de direita como era suposto. Estão de volta velhas tendências como
integrar no mesmo ministério a Educação, a Ciência e o Ensino Superior.
(…)
Fazer isto é retirar importância a cada uma
dessas áreas, o que terá impacto.
(…)
Preparem-se para recuos nas políticas do
anterior Governo, sobretudo nas que estão incluídas no pacote Mais Habitação.
(…)
A
esquerda que saiu à rua em protesto contra António Costa tem boas razões para começar
a dar corda aos sapatos.
(…)
O novo
ministro das Finanças, Miranda Sarmento, foi contra o aumento do salário mínimo
nacional no período pós-pandemia e considerou que a subida nessa altura foi
feita “às custas da produtividade da economia portuguesa.”
(…)
O
mesmo Miranda Sarmento é contra as 35 horas semanais e em tempos defendeu a
privatização da Caixa Geral de Depósitos.
(…)
Não esquecer também o novo ministro da
Economia, Pedro Reis, um crente na bondade do mercado.
(…)
Pedro
Reis parece acreditar que a função do Estado é não ser um empecilho para as
empresas e fica tudo dito.
(…)
Acredita que reduzir impostos é uma boa receita
para o crescimento económico.
(…)
Ventura
não é um político fiável e orientará a bancada parlamentar do partido ao sabor
de conveniências e não fará questão de honrar a palavra dada.
(…)
Montenegro não esteve à altura da dificuldade
desta equação e foi apanhado na curva numa clara demonstração de impreparação.
(…)
As
pessoas mais à esquerda não viram com bons olhos que tenha sido o PS a ajudar
Montenegro sem contrapartidas visíveis.
(…)
O PS
poderia, e deveria, ter negociado mais, mas ficou demonstrada a necessidade que
a direita tem do apoio de Pedro Nuno Santos.
Carmo Afonso, “Público” (sem link)
Três
meses e meio depois de assumir o poder, o Governo de Milei anunciou esta semana
que as pensões de Abril dos reformados serão pagas em duas prestações. Em que data, o executivo não disse.
(…)
[O aumento das reformas assim como a sua
atualização vai ser] adiado para data incerta e que os reformados receberiam em
primeiro apenas o valor sem actualização.
(…)
O
choque das políticas económicas do Governo Milei começa a atingir aqueles que
habitualmente sofrem com os ajustes destinados a resolver problemas que não
criaram, os mais pobres.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
O número
de pessoas a viver na pobreza em Itália subiu em 2023 para valores que não se viam há uma década –
desde que esta série começou em 2014.
(…)
Com
excepção de 2019, a pobreza vem subindo no país nos últimos dez anos, mas nunca
em valores tão altos como estes dois últimos anos.
(…)
Contra
todos os avisos, nomeadamente do Banco de Itália, o Governo de extrema-direita
de Giorgia Meloni decidiu começar a retirar os subsídios para os mais pobres,
criados para minimizar o impacto da pandemia nas família.
(…)
[Para
Meloni] que importa que os especialistas calculem que a Itália está a caminho
de ter mais um milhão de indigentes? E que os 5% mais ricos detenham cerca de
50% de toda a riqueza nacional, subindo de 40% há apenas dez anos?
António Rodrigues, “Público” (sem link)
Isabel
Díaz Ayuso lidera a ala mais à direita do Partido Popular espanhol. A
presidente da Comunidade de Madrid está no PP, mas o seu discurso político é mimético
do Vox.
(…)
Ayuso
é a típica política populista que sacrifica tudo e todos em prol do seu
calculismo político sem escrúpulos – e dos seus interesses pessoais e
familiares.
(…)
Pai, irmão, marido, amigos, todos surgiram
envolvidos em negócios mais ou menos obscuros.
António Rodrigues, “Público”
(sem link)
[A Federação Russa, ainda soviética] assinou,
aderiu, declarou que se submetia ao escrutínio das Nações Unidas,
comprometendo-se a acabar com a tortura no seu território.
(…)
A tortura é impiedosa, é errada e não é, de
modo algum, uma forma eficaz para obter informação.
(…)
Em
2023, a relatora especial das Nações Unidas para a tortura denunciou que a
Rússia recorria à tortura como prática e como “política de Estado para
intimidar e instalar o medo”.
(…)
Mais recentemente, a morte de
Alexei Navalny chocou o mundo e as circunstâncias da sua morte
continuam por esclarecer.
(…)
Vozes
houve que denunciaram também que Navalny foi sujeito a tortura ao longo dos
anos em que esteve detido e antes da sua morte numa prisão do Ártico.
(…)
[A tortura] segue em sentido contrário ao da
obtenção de justiça. Se for cometida, é também um crime.
(…)
A tortura não é um atalho no caminho da
justiça, da verdade e da reparação às vítimas, é um bloqueio.
(…)
A
tortura é errada. Bloqueia a verdade. Será que é isso que as autoridades russas
querem, para assim poderem culpar outros [no do ataque à sala de concertos Crocus City Hall?
Pedro A. Neto, “Público” (sem link)
“A EXTREMA-DIREITA VEM DA CRISE DO CAPITALISMO LIBERAL”
Ainda antes das eleições, Fernando Rosas esteve à conversa com o Gerador, a
propósito da série jornalística que a revista está a dedicar ao tema do
populismo e da ascensão da extrema-direita, fenómeno que o historiador previu
no seu ensaio «Salazar e os Fascismos».
Oiça a entrevista completa, aqui (https://tinyurl.com/rk8e8dv2),
e encontre este e outros livros de Fernando Rosas no nosso site: https://tinyurl.com/25exw2m5
O NOVO VICE-PRESIDENTE DA A.R. É UM FASCISTA DE BOA LINHAGEM...
Anda
por aí muita gente com saudades da velha portugalidade. Saudades do
nacionalismo, da fronteira, da ditadura, da guerra, da PIDE, de Caxias e do Tarrafal,
das cheias do Tejo e do Douro, da tuberculose infantil, das mulheres mortas no parto, dos soldados com madrinhas de guerra, da guerra com padrinhos políticos, dos caramelos espanhóis, do telefone e da televisão como privilégio, do serviço militar obrigatório, do queres fiado toma, dos denunciantes e informadores.
Manuel
Silvestre Gago
A DOR MENSTRUAL NÃO É NORMAL
Apesar de uma em cada dez mulheres sofrer de endometriose, segundo a
Organização Mundial de Saúde, a doença continua a ser “desvalorizada” e “sem
tratamentos eficazes e direcionados”. Mas há um medicamento que está a mostrar
resultados promissores e — se for aprovado — será o primeiro tratamento para a
endometriose descoberto em 40 anos.
Saiba mais: https://expresso.pt/.../2024-03-27-Se-atingisse-os-homens...
quinta-feira, 28 de março de 2024
FRASE DO DIA (2219)
José Soeiro, “Expresso” online
RECOLHA DE DADOS DA ÍRIS
Questionei a
Comissão Europeia sobre a recolha de dados biométricos pela empresa #Worldcoin, suspensa pela CNPD por suspeita de violação
de vários direitos. A Comissão Europeia deve agora deixar claro se considera
esta recolha ilegal e se exigirá a eliminação dos dados já recolhidos a milhões
de cidadãos. Nenhum princípio de precaução pode ser compatível com uma operação
de recolha massiva de imagens da íris em stands comerciais (sem garantia da sua
eliminação), manipulando e ocultando informação enquanto se acena vales de
criptomoeda a tantas pessoas com dificuldades económicas. José Gusmão
TAILÂNDIA É O TERCEIRO PAÍS ASIÁTICO A APROVAR A LEI SOBRE O CASAMENTO HOMOSSEXUAL
Após Taiwan e Nepal, foi o parlamento tailandês a aprovar a lei sobre o
casamento homossexual. A legislação que entra em vigor no final do ano garante
que as uniões LGBTI tenham os mesmos direitos atualmente reservados às uniões
entre pessoas de sexo diferente.
Leia mais: https://expresso.pt/.../2024-03-27-Tailandia-e-o-terceiro...
SOBRE O ATAQUE DE UM GRUPO ARMADO À SALA DE CONCERTOS CROCUS CITY HALL, NOS ARREDORES DE MOSCOVO
No passado dia 22 de março, um ataque de um grupo armado à sala de
concertos Crocus City Hall, nos arredores de Moscovo, provocou a morte de pelo
menos 137 pessoas e deixou centenas de feridos. Em reação a este massacre,
Marie Struthers, diretora da Amnistia Internacional para a Europa Oriental e
Ásia Central, refere como a reparação e justiça são fundamentais para as
vítimas, lembrando que a tortura dos suspeitos não pode ter lugar.
Saiba mais em http://www.amnistia.pt/russia-verdade-e-justica-para-as...
EM GAZA, A FOME TAMBÉM É ARMA DE GENOCÍDIO
“Hoje,
em Gaza, pode-se claramente falar em fome“, afirmou Jean-Pierre Delomier,
director-adjunto de operações da Handicap International (RFI, 25 de Março),
quando “bombardeamentos [prosseguem,] incessantes“. De regresso de Rafah – no
Sul da Faixa de Gaza, onde se amontoam 1,4 milhões de refugiados expulsos pelo
exército israelita – Jean-Pierre Delomier conta como “cinco ou sete quilómetros
antes de entrar na Faixa de Gaza, deparei com filas de camiões. É preciso lembrar que um camião corresponde a 20 toneladas de mercadorias em espera e que 100 metros correspondem a cinco camiões. Portanto, são 100 toneladas.” Só que o exército israelita bloqueia há meses a entrada destes milhares de toneladas de produtosalimentares transportados por camião em Gaza. Em Gaza, acrescenta, “cada dia é uma jornada a tentar encontrar comida para si e para a família“.
Via “Plataforma
Contra a Guerra”
Mais
Aqui
quarta-feira, 27 de março de 2024
CITAÇÕES À QUARTA (96)
(…)
[Este início de mandato de Luís Montenegro prova] que gerir
silêncios não chega para ser um bom líder, muito menos quando o contexto
político é tão difícil como este.
(…)
Um começo que já está a ajudar a marcar o lugar que cada um
ocupará neste complexo xadrez político.
(…)
Aconselha-se o respeito político [ao PSD] pelos oponentes.
(…)
É deslocada a arrogância com que [o PSD]
entrou neste processo.
(…)
PSD, PS e Chega estão
lutar pela sua autonomia estratégica que pode determinar a sua própria
sobrevivência política.
(…)
[Nestes primeiros
meses] ficará claro que se o PSD tem um interlocutor preferencial, se fica em
condições de o prender à sua governação e se terá condições para o
responsabilizar por uma crise política.
(…)
Nenhum aceitará ser
usado sem dar muita luta.
(…)
Os jogos de sombras, as
meias palavras, os acordos escondidos, as chantagens dissimuladas só
resultariam com muita arte política.
(…)
Neste jogo, o PSD terá
de fazer escolhas e aceitar o preço dessas escolhas.
(…)
Quando quiser falar com
o PS (…) tem em conta que está a conversar com um partido que tem os
mesmos deputados que ele.
(…)
O primeiro dia do resto
da vida do PSD não podia ter sido mais desastroso. Juntou-se o amadorismo ao
cinismo, uma combinação politicamente explosiva.
(…)
O Chega conseguiu o
caos de que se alimenta.
(…)
Ninguém conseguiria
tramar o PSD como o PSD se tramou.
Daniel
Oliveira, “Expresso” online (sem
link)
Pacheco de Amorim fez parte do grupo de
luta armada, de extrema-direita, Movimento Democrático de Libertação de
Portugal, responsável por vários ataques bombistas e mortes, entre elas a do
padre Max e da estudante Maria de Lurdes.
(…)
Tenham presente que os crimes de sangue
nunca foram amnistiados e que houve um julgamento no Tribunal da Boa Hora para
esses crimes.
(…)
Tenham sobretudo presente que o homem a
quem devemos a organização do 25 de Abril, Otelo Saraiva de Carvalho, não teve direito ao decretamento de luto nacional
por ter feito parte das FP-25. Neste caso houve consequências.
(…)
Em vida, Otelo foi
julgado e condenado a pena de prisão por associação terrorista. Cumpriu cinco
anos.
(…)
Otelo acertou as suas contas com a justiça
e com a sociedade. Mas não lhe reconheceram o direito às honras que os seus
feitos de Abril exigiam.
(…)
As contas ficaram por
acertar.
(…)
A história escreve-se mesmo quando não
nos apercebemos que está a ser escrita e a nossa história recente descreve um
país a virar à direita.
(…)
[Pacheco de Amorim] nunca
foi julgado pela sua associação a um movimento de luta armada. A
extrema-direita nunca acertou contas com a justiça.
(…)
[A luta armada] da
extrema-direita pretendia a reposição da ditadura do antigo regime.
(…)
Os ideais da
extrema-direita continuam vivos e presentes entre nós.
(…)
Em 2021, na Convenção do Movimento
Europa e Liberdade, os estados-gerais da direita, Rui Rio afirmou que o PSD
está muito mais à direita do que estava com Sá Carneiro.
(…)
Reparem que este
definia o PSD como um partido de esquerda não marxista.
(…)
O que aconteceu ao PSD é muito parecido
ao que aconteceu aos portugueses. Vamo-nos deslocando para a direita e,
entretanto, normalizando aquilo que deveria ser inaceitável.
(…)
A bancada parlamentar
do PSD já deveria saber que o Chega não é fiável.
(…)
O sistema [democrático]
ignorou as suas próprias regras para proteger quem diz estar na vida política
para o derrubar.
Carmo
Afonso, “Público” (sem
link)
É bastante distópico
ser estudante no tempo que estamos a viver.
(…)
Neste momento
histórico, só vemos algo que, mais que nunca, é completamente abstrato.
(…)
O nosso futuro nunca
foi tão incerto como agora.
(…)
Parece estranho
estarmos ativamente em construção de um futuro que não sabemos como virá.
(…)
Face a isto, muitos
estudantes sentem a desproporcionalidade no que toca à resposta do
"movimento estudantil" ao momento atual, em que seria necessária uma
maior combatividade.
(…)
Celebrar Abril sem o
cumprir é um erro que estamos a fazer há demasiado tempo.
(…)
O porquê destes
protestos [pelo fim ao fóssil, por exemplo] também é o mesmo: não aceitamos a
vida que nos está a ser imposta.
(…)
Como jovens no limiar
de um futuro, é nosso dever rebelar-nos contra as injustiças que este sistema
nos impõe.
(…)
Até há alguns anos isto
[polícia fora do campus das nossas faculdades] seria impensável, mas, de
facto, voltou a acontecer, e isso significa algo.
(…)
Clima não é causa.
Clima é contexto.
(…)
A ciência e a justiça
são claras quando alertam para o necessário: precisamos do Fim ao fóssil até
2030.
(…)
O sistema é claro ao
não ter sistema, é claro ao não ter nenhum plano para isto.
(…)
O ritmo atual de
mudança não é suficiente face ao que estamos a viver. Torna-se então claro que
a insurgência pela vida é uma necessidade.
(…)
[Os estudantes
organizados na Greve Climática Estudantil] após dois anos de marchas
perceberam que fazer isso apenas não era suficiente face à destruição, colapso
e mortes que a crise climática estava a causar com uma intensidade crescente.
(…)
É insanidade achar que
repetindo as mesmas coisas que não têm funcionado vamos chegar a lado algum.
(…)
A alternativa que nos
deixaram é uma luta que se deve fazer combativa e ativa, constante, criativa e
interseccional.
(…)
Precisamos de
interromper as instituições de poder que nos estão a condenar.
(…)
Sem futuro não há paz,
não é apenas uma frase para ser gritada numa marcha. É uma forma de luta.
(…)
É sabermos que enquanto
o nosso governo não tiver um plano que garanta fim ao fóssil até 2030, e com
isso nos garanta um futuro, nós não lhe daremos paz.
(…)
Precisamos de um
movimento massivo e disruptivo que se mobilize por justiça climática e justiça
social, porque não nos deixaram outra hipótese.
Matilde Ventura, “Expresso” online