sexta-feira, 4 de abril de 2025

CITAÇÕES

 
Como a ética republicana não começa e acaba na lei, não preciso de saber se [Montenegro] cometeu ilegalidades. Disso trata a justiça.

(…)

Com Montenegro, basta-me saber que recebia uma avença de casinos enquanto era primeiro-ministro e tropeçar nas sucessivas meias-verdades, omissões e coincidências entre os seus negócios privados, relações partidárias e funções técnicas para confirmar, a cada notícia que sai, que elegemos um videirinho.

(…)

As condições de governabilidade até eram excessivas para uma coligação com 29% que não mostrou interesse em construir entendimentos parlamentares com quem quer que fosse.

(…)

Apesar de ser óbvio que o que corre bem já corria bem e o que corre mal pio­rou mais um pouco. 

(…)

Montenegro apresentou uma moção de confiança que sabia chumbada, recorrendo ao sufrágio popular para atestar a sua própria honestidade.

(…)

É impossível que esta campanha não seja sobre a razão pela qual vamos a votos: as condições éticas para Montenegro ocupar o cargo que ocupa.

(…)

Ainda só começámos a puxar o fio à meada e já se percebeu que Montenegro será um poço de casos nos próximos anos. 

(…)

Não há vitória eleitoral que apague a sua biografia.

(…)

E não foi por falta de sinais, com uma carreira feita de ajustes diretos com autarquias do PSD.

(…)

As eleições não sufragam o cumprimento da lei. Só tribunais o podem fazer. 

(…)

Foi escolha de quem achou, muito provavelmente com razão, que o mau momento reputacional seria compensado pelo bom momento económico e orçamental.

(…)

Imagino que restarão dois temas nesta campanha: os casos de Montenegro e a governabilidade. E parece haver a tentação de separar os dois. Só que eles estão ligados. 

(…)

As histórias continuarão lá todas.

(…)

Montenegro será um primeiro-ministro vulnerável. Uma vulnerabilidade ditada por muitas suspeitas e algumas certezas.

(…)

A extrema-direita cresce com a degenerescência da democracia. Ela não representa a indignação.

(…)

A reeleição e reforço de um primeiro-ministro com este perfil ético pode corresponder ao derradeiro episódio de uma era.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Num país [India] onde a violência entre comunidades aumentou no ano passado 84% em relação a 2023, de acordo com um estudo do Centro para o Estudo da Sociedade e do Secularismo (…) Sadhan [uma aldeia a poucos quilómetros do Taj Mahal] resiste com amor.

(…)

 “As pessoas pensam no Taj Mahal como o símbolo máximo do amor”, conta à mesma agência o antigo lutador Kedar Singh, orgulhoso habitante da aldeia.

(…)

Jameel Jadon, antigo líder da aldeia, critica as políticas radicais fomentadas por Nova Deli desde que a extrema-direita hindu chegou ao poder há uma década.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Booker, senador democrata de Nova Jérsia (um dos 14 afro-americanos eleitos para o Senado na história dos EUA), falou no plenário do Senado durante 25 horas e quatro minutos.

(…)

O discurso de Booker contra um Presidente empenhado em fazer o país recuar em muitas das conquistas sociais dos últimos 70 anos transformou-se, dizia a NBC News, num “momento catártico para para uma vasta faixa de eleitores desmoralizados em todo o país”, ansiosos por uma verdadeira oposição do Partido Democrata ao que  Trump e o Partido Republicano estão a fazer.

(…)

O seu interesse não era ser uma pedra na engrenagem, mas chamar a atenção para os perigos da engrenagem posta em marcha por esta Casa Branca.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

O Eternauta  [filme] é, na realidade, uma obra realista sobre as ditaduras que se abatem sem dó nem piedade sobre as sociedades e sobre aqueles que resistem a se submeter a esses poderes obscuros arriscando a sua própria vida.

(…)

A Oesterheld interessava contar a história, não de um solitário sobrevivente como o criado por Daniel Defoe, mas de um grupo.

(…)

Ao invés do herói solitário tantas vezes encenado pelo cinema norte-americano (…) emergiu o que vemos em O Eternauta, a luta do herói colectivo.

(…)

Como tão bem diz a sinopse da série, “a única maneira de continuar vivo é resistir e lutar juntos”, pois “ninguém se salva sozinho”.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Nos cantos menos lidos da Bíblia podem estar ensinamentos que nos ajudam a navegar estes tempos de violência e desespero. E a partir dessa sombra [o padre franciscano Richard Rohr] tenta alumiar-nos o caminho.

(…)

Com esta obra, o autor de O Cristo Universal procura, com auxílio dos profetas, ajudar-nos a viver com a raiva que sentimos por todas as injustiças que vemos à nossa volta.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

O reforço de segurança à volta da juíza que acusou Marine Le Pen deveria inspirar-nos, a todos, ao cerco sanitário necessário à poluição produzida pelos autodenominados impolutos.

(…)

Limpar Portugal é um belíssimo “slogan” para quem tem feito vida subvertendo a lei dos mais fracos, porventura porque pretende colocar o país verdadeiramente limpo, ou seja, como resultado de um saque.

(…)

[Em França],dois dias depois da condenação da líder da União Nacional por desvio de fundos do Parlamento Europeu, são mais do que muitos os ataques a juízes pela extrema-direita, nomeadamente a Bénédicte de Perthuis, juíza especialista em crimes financeiros, agora com protecção policial diária.

(…)

É o primeiro momento em que a França se confronta com uma camisa de forças onde a democracia luta com a demagogia e a violência que lhe está associada.

(…)

Uma vez mais, é a França a iluminar caminho.

(…)

As fontes de financiamento da extrema-direita europeia estão bem estudadas e documentadas, nomeadamente a portuguesa.

(…)

Sair à rua é, ainda hoje, uma demonstração de determinação e poder. Amanhã será um sábado quente no mundo.

(…)

Talvez seja na rua, no combate ao medo, mais do que nos “outdoors”, que se venha a limpar a política.


Sem comentários:

Enviar um comentário