sábado, 1 de fevereiro de 2025

OBRIGADO, JOSÉ SOEIRO!

 

Desde 2007, combativo e sempre do lado certo da história, José Soeiro trouxe para dentro do Parlamento as vozes que muitas vezes ficaram à margem—trabalhadores precários, cuidadores informais, operários invisíveis, explorados das novas e velhas formas de trabalho. Trouxe-lhes dignidade, reconhecimento e luta, com a certeza de que os direitos não são concessões, mas sim conquistas arrancadas pela organização e pela persistência.

Num tempo em que nos querem convencer de que o trabalho é uma mercadoria descartável, que as jornadas nunca terminam e que as plataformas digitais são a nova lei, o José Soeiro nunca deixou de afirmar o essencial: sem justiça social, não há democracia digna desse nome. Foi presença incansável na denúncia da exploração, na construção de alternativas, na escrita de leis que fizeram diferença na vida de milhares. O seu compromisso nunca foi de gabinete, mas de chão de rua, ao lado dos trabalhadores.

O Parlamento fica mais pobre sem a sua voz, mas as lutas não perdem um camarada—ganham um professor, um militante que seguirá, como sempre, a construir caminhos de justiça e solidariedade. Se queremos a paz, cultivemos a justiça. Obrigado, José Soeiro.


MAIS CITAÇÕES (318)

 
O que se deu agora foi o contra-êxodo. Meio milhão de palestinianos dentro de carros, carrinhas, carroças mas sobretudo apeados.

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Cantavam de alegria, beijavam o chão. Agradeciam ter vivido para voltar. Muitos não tinham água nem comida, nem pernas para muito. Nem pernas, alguns.

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Todos viveram um holocausto, ficaram órfãos de alguém, e sabiam que voltavam para a ruína, da própria casa ou do que havia em volta.

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Hoje podem [dizer “estou vivo”], dizem, abrem a porta da ruína, montam uma tenda onde era a casa, respondem a Trump. Não serão “limpos”.

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Egipto e Jordânia não querem dois milhões de palestinianos. Nem um milhão, nem nenhum. Trump garante que os dobra, aos egípcios, aos jordanos.

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Nos últimos dias Steve Witkoff — o magnata do imobiliário que Trump transformou em negociador tipo máfia (assina o cessar-fogo, para teu bem) — já foi à Arábia Saudita, a Israel e a normalização está aí a apitar.

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Trump é a própria patente do estrilho para os próximos quatro anos.

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O seu novo embaixador em Israel diz que não há palestinianos, nem ocupação.

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A sua nova embaixadora na ONU diz que Israel tem direito bíblico à Cisjordânia.

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Enquanto 15 reféns já foram libertados em Gaza (incluindo cinco soldadas israelitas), felizmente muito mais saudáveis do que o mundo imaginava, Israel aproveitou para arrasar o campo de refugiados de Jenin.

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Milhares de desalojados. Mas além de Jenin, as forças de Israel têm atacado outras partes da Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Enquanto os colonos tratam de muitas outras, incendiando aldeias, casas, carros. 

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[Dezenas de prisioneiros palestinianos foram libertados na Cisjordânia] em geral mal-tratados, com marcas de tortura, alguns lembrando os sobreviventes do Holocausto.

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Quem conhece a Palestina sabe que o Hamas não vai ser extinto à bomba. Só é possível esvaziá-lo: se a Palestina for livre.

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Familiares de reféns israelitas imploram, entretanto, a Trump e ao governo de Israel que a guerra não recomece até ao último refém ser libertado.

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Destes 15 meses e meio emergiu uma grande maioria, mais clara do que nunca: a dos que não vêem, ou não querem ver, os palestinianos. Desumanizaram-nos.

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Viram que Israel pode fazer o que quer (…) negar as evidências de genocídio, torturar nas cadeias, colonizar mais, anexar e safar-se sem sanções.

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E nos próximos quatro anos Israel tem Trump. Está em velocidade de cruzeiro na alienação.

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Há a vergonha em curso, de [Israel] se continuar a fortalecer à custa de ser o mais forte, enquanto destrói outro povo.

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[A Europa perdeu a segunda guerra em Gaza] por ter deixado Israel fazer tudo o que fez desde 7 de Outubro, e por ter colaborado no genocídio mesmo.

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A Europa que foi gerando o Estado de Israel, pelo anti-semitismo de séculos, pelo sionismo desde o fim do século 19 e enfim pela sua culpa no Holocausto, é a mesma Europa que perdeu a guerra nas ruínas de Gaza.

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Os 80 anos da libertação de Auschwitz celebraram-se justamente na segunda-feira em que meio milhão de palestinianos voltavam a casa — mas não para a liberdade.

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E o que seria preciso dizer nesse dia em relação a Gaza, não foi dito pela Europa, mais uma vez.

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Salvam-se as excepções do costume. [Para além da Espanha que anunciou 50 milhões extra para a UNRWA, Alemanha, França, Reino Unido fizeram uma declaração de apoio à UNRWA, banida por Israel desde quinta-feira.]

Alexandra Lucas Coelho, “Público” (sem link)

 

O salário é a base primordial da sustentação da vida da esmagadora maioria da população.

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Associado a uma relação de trabalho contratualizada e regulada, torna-se elemento de previsibilidade, de futuro, para a vida dos trabalhadores e das suas famílias.

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O salário assegura o acesso ao sistema de segurança social nas dimensões que este garante enquanto o trabalhador está no ativo, e afiança o direito à reforma.

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O salário gera, também, pertença a um coletivo de interesses, o das pessoas cujo rendimento provém do trabalho.

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Foram precisas muitas e duras lutas, no século XIX e início do século XX, para o liberalismo aceitar os compromissos inerentes àqueles significados do salário.

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Só perante a exploração, a violência e destruição das I e II guerras mundiais foi assumido, universalmente, que “o trabalho não é uma mercadoria”.

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Os liberais da “modernidade” querem substituir o salário por prémios, por subsídios, por pretensos benefícios fiscais, em formas várias de prestação de serviços.

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Trata-se da anulação dos instrumentos de justiça e de dignidade do trabalho criados pelas sociedades democráticas e progressistas.

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Hoje, os neoliberais são meros serventuários da especulação financeira.

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Os fundos de pensões ou as políticas de imobiliário que defendem não são para servir as pessoas, mas sim para especular.

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As conversas sobre produtividade, competitividade ou crescimento só são sérias quando assegurada uma justa repartição da riqueza. Isso impõe respeito pelo conceito de salário.

Carvalho da Silva, JN

 

Ainda não passaram duas semanas desde que tomou posse e a Administração Trump já demonstrou ao que vem.

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[Desta vez os aliados de Trump] estão bem preparados para cumprir o seu grande objectivo: acabar com o Governo federal.

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A América e o mundo vão mudar nos próximos quatro anos e o vírus para iniciar a gangrena das instituições democráticas começou a ser introduzido ainda o Presidente não tinha aquecido o lugar.

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O que está em curso desde a primeira hora de Trump no poder é “um assalto” à democracia.

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E a julgar pelos primeiros dias desta nova Administração, o medo de fazer frente impera.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

A ética é a barreira única face à barbárie.

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O Mal dá-se mal com imperativos morais. O Poder dá-se mal com mundivisões éticas.

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Auschwitz não inaugurou o tempo dos holocaustos. Deu-lhes uma métrica nova. E uma natureza tecnocientífica e industrial.

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O homicídio em massa não acabou com Auschwitz. Lá fora, o mundo não permite desmentido.

Manuel Castelo Branco, “Diário de Coimbra” (sem link)


O BLOCO PROPÕE A OBRIGATORIEDADE DO PAGAMENTO DO SUBSÍDIO DE REFEIÇÃO NO PRIVADO

 

As duas centrais sindicais, CGTP IN e UGT Portugal declararam apoio à medida do Bloco. Se o PS mudar o seu voto face ao OE, o subsídio de refeição passa a ser obrigatório. Vamos a isso? José Soeiro


UMA MULHER FOI ASSASSINADA POR SEMANA NO MÊS DE JANEIRO, EM MÉDIA

 

Num dos casos, a vítima já tinha apresentado queixa de violência doméstica, mas o processo acabou arquivado. Noutro, os vizinhos relataram ter ouvido discussões e gritos no passado.

Mais Aqui


DENUNCIAM O SISTEMA ENQUANTO O ALIMENTAM

 

O Chega grita contra a corrupção, mas aprova leis feitas à medida dos negócios imobiliários! A Lei dos Solos abre caminho à especulação, conflitos de interesse e fortunas à custa da crise da habitação. Denunciam o sistema enquanto o alimentam. Hipocrisia ou conluio? Joana Mortágua


QUANDO UM PALHAÇO SE MUDA PARA UM PALÁCIO NÃO SE CONVERTE EM REI. O PALÁCIO SE CONVERTE NUM CIRCO

 

Provérbio Turco.