sábado, 31 de julho de 2021

PAULO OLIVEIRA, 3º CANDIDATO À CÂMARA MUNICIPAL DE PORTIMÃO

 

Bloco de Esquerda, a força que faz a diferença para ganhar Portimão.

Melhor qualidade e mais dignidade para Portimão.

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CITAÇÕES

 
Num sinal meridianamente claro da estratégia de um Governo em autopreservação, Costa repete que as autárquicas são para escolher quem vai gerir a chuva da fortuna.

(…)

[No PSD] é mesmo Rui Rio, que vai dando indicações de estar farto de si próprio. 

(…)

Ao colocar objetivos inalcançáveis [para as autárquicas], Rio alimenta a convicção de que preferiu a sua própria Lei de Murphy.

(…)

Todo o confronto que escolhe candidatos a candidatos no PSD tem o subtexto das alianças futuras e da trumpização do estilo político. 

(…)

[No PS] por cada dia que passa, subirão de tom as perguntas sobre as eleições de 2023, que, aliás, foi o próprio primeiro-ministro a sugerir.

(…)

[Pretende-se que Costa] revele se é de novo candidato ou se delega e espera uns meses pelo putativo cargo de presidente do Conselho Europeu.

(…)

Disputar uma eleição em tabu provoca uma campanha infernal, em que não se perguntará outra coisa.

(…)

Também internamente a escolha é complicada, pois não se vê como o Presidente aceitaria uma substitui­ção de primeiro-ministro sem ser sufragada em eleições.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

O futuro da guerra pode ser este, o de máquinas que tomam decisões bélicas sem ação humana direta. As consequências são gigantescas.

(…)

Não há, nem haverá, inteligência sem coração.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Apesar do mar de divergências que os separava [Eanes e Otelo], há um sentido de Estado a gratidão de quem conhece a importância do indivíduo na história e do seu papel insuperável.

(…)

Porque há momentos que são maiores do que a própria vida.

(…)

E é esse dia, inteiro e limpo, o primeiro de uma nova vida, que devemos a Otelo Saraiva de Carvalho, o estratega da revolução de abril.

(…)

Otelo merecia o luto nacional. Não que isso saldasse a dívida que o país lhe tem, mas porque um país com memória não podia fazer de outra forma.

(…)

Para que serve o luto nacional se não é usado quando morre a pessoa a quem devemos a liberdade e a democracia?

(…)

O principal crime pelo qual alguma direita quer condenar [Otelo] é o de ter feito o 25 de abril.

(…)

É o revanchismo histórico que tem ganho força, a tribalização em curso da política e a construção de enormes trincheiras pela direita portuguesa.

(…)

Conscientemente ou não, quando António Costa decidiu não sugerir ao Presidente da República a realização de um período de luto nacional fez uma escolha nesta luta sobre a memória do 25 de Abril e pela normalização do extremismo de direita.

 (…)

Felizmente, a opinião deles não é a do país.

(…)

À medida que se aproximam as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, que essa data se agiganta no horizonte, são cada vez mais audíveis as vozes dos derrotados da revolução que procuram novo ajuste de contas.

(…)

A vozearia contra Otelo é apenas uma batalha dessa guerra [cultural em curso].

(…)

Legitimar os serviços à ditadura com honras de Estado e apoucar os serviços à revolução – Salgueiro Maia viu Cavaco Silva dar pensões póstumas a agentes da PIDE enquanto lhe negava a ele esse direito.

(…)

Quase 50 anos depois do 25 de Abril, há uma direita que pretende levar a memória da revolução para uma luta na lama, usar na vida real a tática das redes sociais e tornar tudo num enorme pântano.

(…)

Manchar a memória da revolução é o caminho para atacar a democracia e a liberdade.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

Sabemos, desde o início, que a pandemia não atingiria, como não atingiu, todos os cidadãos em pé de igualdade. 

(…)

Foi o primeiro passo de um caminho de agravamento de desigualdades e injustiças. Daqui resultou um enfraquecimento progressivo da democracia.

(…)

As medidas de emergência e exceção chocaram, em muitos casos, com direitos e liberdades individuais e coletivas.

(…)

Há setores da economia que multiplicaram lucros, enquanto toda a reparação de prejuízos aos que foram afetados é entregue à responsabilidade do Estado.

(…)

A expectativa de uma recuperação económica "imediata" depois da pandemia - por efeito de bazucas milagrosas - que faça tudo voltar ao normal precisa de ser questionada. 

(…)

Voltar a produzir e vender não é necessariamente o mesmo que distribuir de forma equilibrada os proveitos da produção e das vendas.

(…)

As repercussões sociais do recuo da economia ainda não se manifestaram em toda a sua gravidade.

(…)

Alguns governantes, o presidente da República e líderes patronais continuam a impingir-nos aquela ilusão [de uma recuperação económica "imediata" depois da pandemia].

(…)

Não se admite que continuemos com um profundo desequilíbrio de poderes entre trabalhadores e patrões.

Carvalho da Silva, JN

 

Ao Estado, exige-se um pingo de coerência, um denominador comum que nos faça acreditar que as decisões não são tomadas de forma arbitrária.

(…)

Perante a morte do estratega e herói operacional do 25 de Abril, Otelo Saraiva de Carvalho, o Estado português ficou de cócoras.

(…)

Perante a partida de Otelo, Rebelo de Sousa e António Costa usaram a estratégia de meias-tintas-bolor de Marcelo, esse mesmo, o outro, o do passado.

(…)

Ficamos democraticamente sobressaltados sabendo que nada obstou a que se decretasse luto nacional na morte de Spínola, responsável pelo MDLP e pelos seus múltiplos atentados terroristas.

(…)

Para um país que condecorou PIDES, nada a acrescentar.

Miguel Guedes, JN

 

Que é óbvio, o reconhecimento da mulher negra é de tal forma uma miragem que é impossível afirmar que somos estrutura de um qualquer sistema ou sociedade.

(…)

Mantemo-nos a séculos luz de ser parte da estrutura e prova-o toda uma academia que enquanto casa do saber e pensamento é distópica no que ao estudo da mulher negra diz respeito.

(…)

Assim sendo, da soma das partes é razoável concluir que o lugar que não ocupamos na sociedade é prova de que serão precisos séculos (…) para que as mulheres negras sejam reconhecidas (…) pela sociedade onde se integram, mas que objectivamente não nos/as integra.

Ulika da Paixão Franco, “Público” (sem link)


FRANCISCO FANHAIS CANTOU “GRÂNDOLA, VILA MORENA” NO VELÓRIO DE OTELO

 

O Francisco Fanhais a cantar Grândola, Vila Morena no velório do Otelo.

25 de Abril sempre, fascismo nunca mais!


A PROPÓSITO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

 
Francisco Louçã, "Expresso" Economia

ENTÃO O 25 DE NOVEMBRO NÃO ACABOU COM OS EXTREMISTAS?

 
Via Celeste Santos

POR UMA PALESTINA LIVRE!

 

Pedalar de Bristol para Londres pela Palestina.


sexta-feira, 30 de julho de 2021

FRASE DO DIA (1661)

 
Só o facto de a morte de um capitão de Abril nunca ter merecido essa honra de Estado [luto nacional] já deveria encher de luto o luto nacional.

Miguel Guedes, JN


A EXCELÊNCIA DA GESTÃO PRIVADA NA SAÚDE

 

Se isto acontece quando o SNS ainda tem capacidade de provisão própria, o que acontecerá se se tornar um mero comprador de serviços, dependente de prestadores privados? Teremos um sistema pior e muito mais caro. (José Gusmão)

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UMA INTERESSANTE CANDIDATURA AUTÁRQUICA DO BLOCO NO CONCELHO DE PRAIA DA VITÓRIA (AÇORES)

 

Resumo da apresentação pública da Candidatura Autárquica do Bloco de Esquerda à Praia da Vitória (Açores). (via Com o Bloco trazemos a Praia de volta)


A UTOPIA DA SEMANA DE TRABALHO DE QUATRO DIAS ESTÁ A TORNAR-SE REALIDADE

 

Depois do exemplo vindo da Islândia, conhecido há poucas semanas, sabe-se agora que, em Espanha, a Telefónica vai implementar um sistema experimental de “jornada laboral de quatro dias por semana, com outros três consecutivos de descanso”, como se pode ler na edição de hoje do “Expresso” no seu suplemento de Economia.


BOLSONARO TEM NAZISMO NAS VEIAS…

 

O material encontrado pela pesquisadora é uma prova irrefutável do apoio de neonazistas brasileiros a Bolsonaro quando o hoje presidente da República era apenas um barulhento e improdutivo deputado. A base bolsonarista é, há quase duas décadas, composta por neonazistas. Leia mais Aqui


quinta-feira, 29 de julho de 2021

MELHOR QUALIDADE E MAIS DIGNIDADE PARA PORTIMÃO

 
Naturalmente, Pedro Mota, 1º Candidato à Assembleia Municipal de Portimão.
Eu voto Bloco.

CONHECER COM RIGOR PARA QUE O COMBATE POLÍTICO SEJA BEM CONDUZIDO

 

Com o Daniel Pinéu escrevi um capítulo sobre a extrema direita e a ordem internacional. Boa leitura. (José Manuel Pureza)


FRASE DO DIA (1660)

 
Infelizmente, o governo britânico vem agora dar razão à ignorância ao aprovar uma lei com o intuito de reforçar o combate à imigração ilegal através, entre outras medidas, de penas de prisão até quatro anos para refugiados e exilados que entrem no Reino Unido sem autorização.

João André Costa, “Público”


MAIS UMA AÇÃO NEFASTA DAS MULTINACIONAIS

 
Via "Justiça Ambiental

FINANCIAMENTO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

 

Há quem se oponha ao financiamento público da comunicação social porque "não há almoços grátis". E quando são os privados a financiar, já há? (José Gusmão)


CRIANÇA PALESTINIANA ASSASSINADA

 
A criança palestiniana de 11 anos, Mohammad Al-Alami foi executada hoje por forças de ocupação israelitas que o balearam no interior do seu carro de família em Al-Khalil na Margem Ocidental. (via Whomen for Palestine)
 

quarta-feira, 28 de julho de 2021

MELHOR QUALIDADE E MAIS DIGNIDADE PARA PORTIMÃO

 
Vota Bloco de Esquerda nas próximas eleições autárquicas.

FRASE DO DIA (1659)

 
Em Otelo está a coragem e a capacidade de desafiar o fatalismo, concretizando o que muitos sonhavam mas que poucos ousaram fazer.

André Costa Lapeira, “Público


RITMO DE VACINAÇÃO CONDICIONA REGRESSO DAS ECONOMIAS À NORMALIDADE

 

“Ritmo muito diferente no processo de vacinação entre países ricos e países pobres será decisivo para a velocidade a que as economias regressam à normalidade.” (via José Gusmão)

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OBVIAMENTE NENHUMA VITIMA SE PÕE A JEITO

 

“Nenhuma vitima se põe a jeito! É uma vítima que vê a sua liberdade desrespeitada por quem não sabe viver em sociedade! Que se apure toda a verdade! Decidir ter um encontro sexual com uma pessoa não significa e jamais poderá significar que a seguir esse acordo seja desrespeitado para que se seja usado ou usada por muitos ou muitas sem o prévio acordo ou consentimento! Saber respeitar os limites das nossas ações é saber viver em sociedade! Se não sabem ou não querem, para isso existe o sistema judicial! Não deve ser premiada a impunidade com o apoio ou a desvalorização destas possíveis ou alegadas ações!(Celeste Santos)

Século XXI, Portugal. Ainda vemos na TV a conversa do "Pôs-se a jeito". Não sei se os homens acusados de violação são culpados. Apenas o tribunal poderá apurar os factos. Mas se forem culpados, serão os únicos culpados. E as vítimas serão apenas vítimas. É assim tão difícil?(José Gusmão)


ABOLIÇÃO DA PENA DE MORTE NA SERRA LEOA

 

A 23 de julho de 2021, o Parlamento de Serra Leoa votou a favor de um projeto de lei para abolição da pena de morte.

Esta é uma grande vitória para todos aqueles que lutaram incansavelmente para transformar em passado este cruel castigo naquele país, e é mais um passo no sentido da abolição da pena de morte em todo o mundo.

Para ler ou reler, a análise global sobre o recurso à pena de morte pelos Estados em 2020, disponível Aqui.


terça-feira, 27 de julho de 2021

FRASE DO DIA (1658)

 
Homenagear Otelo, ou reconhecer o facto da sua coragem determinante na revolução fundadora da vida democrática, é por isso mesmo a única forma de respeitar, viver e conviver agora com a liberdade.

Francisco Louçã, “Expresso” Diário


MILIONÁRIOS VIAJARAM PELO ESPAÇO À CUSTA DE QUEM?

 
Mais em Esquerda.net

PALESTINIANOS REALIZAM MANIFESTAÇÃO DE APOIO AOS PRESOS EM GREVE DE FOME

 

Via Maria Matos

MDLP: TERRORISMO DE EXTREMA-DIREITA NO “VERÃO QUENTE” DE 1975

 

O Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP) foi uma das três organizações terroristas de extrema-direita que atuaram em Portugal no Verão Quente de 1975 contra a suposta ameaça comunista. Foi liderado pelo general António de Spínola.

A Justiça responsabilizou o MDLP pelo atentado terrorista que assassinou a 2 de abril de 1976 o padre Maximino Barbosa de Sousa e a estudante Maria de Lurdes Correia.

Entre maio e novembro de 1975 as organizações terroristas de extrema-direita foram responsáveis por:

119 ataques bombistas

123 assaltos a sedes partidárias

31 incêndios

8 atentados a tiro

8 espancamentos

6 apedrejamentos


FAZ HOJE 51 ANOS QUE MORREU O DITADOR SALAZAR

 

Hoje, 27 de julho, assinalamos o 51° aniversário da morte de António Augusto de Oliveira Salazar, responsável pelos 48 anos de ditadura fascista portuguesa, o salazarismo.

Condenamos veementemente qualquer tipo de memória ou de menção elogiosa à opressão, repressão, miséria e atraso que esta personagem tenebrosa representou para Portugal.

Bendita cadeira.

25 de Abril sempre. Fascismo nunca mais!

A grande frustração de muitos democratas em 27 de julho de 1970 é que morreu o bicho mas não acabou a peçonha. Afinal, o veneno continuava a atuar…


segunda-feira, 26 de julho de 2021

OTELO: OBVIAMENTE, ABRIL NAO TE ESQUECERÁ!

 
Via Bernardino José Guia

QUANDO O POVO QUISER A FESTA ACABA...

 
Via Sociologia & Análise

UM GOVERNO SEM CREDIBILIDADE

 

Sexta-feira passada assistimos a algo muito pouco normal no parlamento.

Primeiro, por várias vezes a Ministra da Coesão não respondeu ao que estava a ser questionado.

Segundo, demorou mais de uma hora e meia a explicar porque é que o desconto nas ex-SCUTS aprovado de 50% apenas está a ser de cerca de 30%.

E percebemos que o Governo conseguiu fazer algo surreal: em vez de aplicar o desconto sobre os valores de portagens pagos em dezembro de 2020, aplicou o desconto a valores de 2011. Sim, de 2011.

Tantas proclamações sobre o combate às desigualdades territoriais e da necessidade de coesão territorial para depois utilizarem este tipo de manobras.

No final, o governo não está a cumprir a lei e não disse quando e como vai alterar esta situação. Não será por falta de insistência. (Isabel Pires)


FRASE DO DIA (1658)

 
De Otelo, escolho o momento em que arriscou tudo num país onde tão poucos com muito mais poder do que ele, estavam dispostos a fazê-lo. Chega para fazer uma vida.

Daniel Oliveira, “Expresso” Diário


ESTRATÉGIA DA ELITE PORTUGUESA PARA O PAÍS: ZERO

 

A elite económica portuguesa não perde uma oportunidade de demonstrar a sua mediocridade. Estratégia para o país? Zero. A única preocupação é poderem continuar a fazer contratos precários com salários de miséria. Uma coisa tem de ser certa para toda a esquerda: numa altura de crise, mais do que nunca, o OE2022 tem de responder pelos direitos de quem trabalha… (José Gusmão)

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ESTRATÉGIAS DE MANIPILAÇÃO MEDIÁTICA (NOAM CHOMSKY)

 
Via Anabela Espada

domingo, 25 de julho de 2021

OTELO SARAIVA DE CARVALHO (1936-2021)

 

“Na sua morte, Otelo será lembrado como o organizador militar do 25 de Abril e como um participante determinante dos primeiros meses da revolução. Sem ele e outros que tomaram a mesma decisão, a ditadura não teria sido então derrubada nem se teria aberto o caminho para a democracia e a luta popular, "os melhores anos da nossa vida", dizia o Zeca Afonso. Foi o princípio da mudança e esse princípio tem o nome de Otelo.

Foi sempre polémico, apaixonado, foi levado pelo vento da história e pelas circunstâncias, foi generoso, foi ingénuo, meteu-se numa aventura que teve graves consequências para o setor de esquerda que representava e para o país, foi condenado, foi amnistiado, voltou a ser quem era, viveu sem ressentimentos.

Otelo merece ser lembrado como quem foi, protagonista de um tempo histórico que ajudou a fazer.” (Francisco Louçã)

 

“Devemos muito a quem nos ajudou a conquistar a liberdade.(Marisa Matias)

 

“Uma figura maior do que a sua própria história. Estratega do 25 de abril, será sempre lembrado como um dos libertadores de Portugal.(Catarina Martins)

 

“Obrigado Otelo por teres sido um dos principais obreiros da libertação de Portugal da tirania fascista.

Obrigado por teres sido um dos principais obreiros da conquista da Liberdade e da Democracia para Portugal. Liberdade e Democracia que é preciso não perder e aprofundar todos os dias.

Obrigado pela luta contra a besta fascista - que continua atual - e que ousa colocar as garras e a cabeça peçonhenta de fora e que é preciso esmagar, sem contemplações.

O teu exemplo de luta perdurará!

Descansa em paz Capitão de Abril!” (João Vasconcelos)


MAIS CITAÇÕES

 
A Groundforce, que era da TAP, foi oferecida a Alfredo Casimiro, um empresário com boas relações com Miguel Relvas.

(…)

Veio a pandemia e a Groundforce começou a ter dificuldades em pagar salários.

(…)

Casimiro era mais um capitalista sem capital. Não arriscava dinheiro seu, nem vendia a quem o fizesse. 

(…)

Enquanto ele arrastava os pés na informação a dar aos bancos, a TAP, com 49,9% da Groundforce e responsável por 70% da sua faturação, adiantou-lhe €12 milhões por serviços futuros.

(…)

Perante um acionista pouco amigo de contas certas, a TAP quis as ações como garantia.

(…)

A horas de se fechar o acordo, descobriu-se que as suas ações estavam penhoradas por outros bancos, facto que o acionista escondeu.

(…)

A TAP comprou, por €7 milhões, o equipamento da Groundforce, com possibilidade de recompra. Casimiro aceitou, mas, com o dinheiro já na conta, ficou com o material e não paga pelo aluguer.

(…)

É neste cenário que trabalhadores desesperados fizeram greve. 

(…)

Apesar de já todos terem percebido que tipo de empresário é Alfredo Casimiro, incluindo os passistas que ali o meteram, o mantra foi o de que isto é uma guerra pessoal do ministro.

(…)

O habilidoso Casimiro contava com um ministro que pagasse para não arranjar inimigos errados, deixando guerras por fazer.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)


As desigualdades são uma marca distintiva da sociedade portuguesa. A pandemia veio acentuar esta marca que é vital, existencial e de recursos. 

(…)

Sem maioria, sem acordos parlamentares e sem coligação, este é um Governo de Assembleia, obrigado a uma negociação permanente e por definição incerta.

(…)

Um Governo de Assembleia precisa de ter iniciativa permanente, sob pena de outros assumirem essa iniciativa. 

(…)

Os partidos estão a transferir para o Parlamento reivindicações importantes e legítimas de natureza sindical.

(…)

É objetivamente desvalorizada a negociação entre Governo e sindicatos, que neste momento parece não existir.

(…)

As sociedades menos desiguais são aquelas onde o diálogo e a capacidade de negociação com os sindicatos é maior. 

(…)

Somos desiguais também porque temos baixa densidade sindical e pouca tradição de negociação empresarial, sectorial e tripartida.

(…)

Ao secundarizar o diálogo com os sindicatos [este Governo] está a dar um contributo grande para a reprodução das desigualdades em Portugal. 

Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

 

O último debate no Parlamento antes de férias foi um bocejo, todos exaustos com isto da pandemia, todos, quase todos, todos menos um.

(…)

O primeiro-ministro tomou as vitaminas e, triunfal, ali mudava de discurso político.

(…)

António Costa falava com a desenvoltura súbita de um pós-falido que recebe uma herança e num átimo recupera a prosápia da opulência.

(…)

Isto é dinheiro que nos cai do céu e é o único dinheiro para investimento, que é aquilo de que o país mais precisa para sair da cepa torta e deste PIB raquítico e destas dívidas monstras. 

(…)

Com tanto dinheiro os valetes portam-se como se fossem reis.

(…)

O próximo Orçamento será de novo negociado à esquerda e a legislação do trabalho será moeda de troca.

(…)

[Costa] sabe que aquilo que BE e PCP querem é “proibir despedimentos”.

(…)

Estão a ver o filme? Claro que estão, é o filme de outras vezes, das festanças com fundos de Bruxelas. 

Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)


As trombetas da guerra fria voltaram a soar. O Presidente dos EUA anuncia aos quatro ventos a nova cruzada.

(…)

Trata-se da “guerra” entre democracias e autoritarismos (ditaduras ou governos de democracia truncada pelo domínio absoluto de um partido).

(…)

A realidade de muitos países considerados democráticos mostra que a democracia atravessa uma profunda crise e que a distinção entre democracia e autoritarismo é cada vez mais complexa.

(…)

Em vários países do mundo estão a ocorrer protestos nas ruas para defender a democracia e lutar por direitos violados direitos esses quase sempre consagrados na Constituição.

(…)

Muitos destes protestos dirigem-se contra dirigentes políticos que foram eleitos democraticamente, mas que têm exercido o cargo de modo antidemocrático, contra os interesses das grandes maiorias.

(…)

À primeira vista, há algo de estranho nestes protestos, porque a democracia liberal tem como característica fundamental a institucionalização dos conflitos políticos, a sua solução pacífica no marco de procedimentos inequívocos e transparentes.

(…)

A perplexidade instala-se. Se, por um lado, é crucial manter a diferença entre democracia e autoritarismo, por outro lado, os traços autoritários das democracias realmente existentes agravam-se cada dia que passa.

(…)

Nas democracias, a preciosa liberdade de expressão está cada vez mais ameaçada pelo controlo dos media por parte de grupos financeiros e outras oligarquias.

(…)

Os regimes autoritários eliminam a independência judicial; as democracias promovem perseguições políticas por via do sistema judicial.

(…)

É cada vez mais comum que quem tem poder económico e social tenha também o poder de manipular os procedimentos para garantir os resultados que pretende.

(…)

Na Europa, Steve Bannon, um ex-consultor de Donald Trump, promove forças de extrema-direita, antieuropeístas e católicas conservadoras que se opõem ao Papa Francisco.

(…)

De tudo isto resulta uma situação paradoxal: enquanto o discurso da guerra fria exalta a diferença entre democracia e autoritarismo, as práticas das potências hegemónicas não se cansam de reforçar os traços autoritários, tanto das democracias como dos regimes autoritários.

(…)

A Europa faria bem se se convencesse de que a nova guerra fria tem pouco a ver com democracia versus autoritarismo.

(…)

A Europa (…) teria todo o interesse em manter uma relativa distância em relação a ambos os antagonistas e prosseguir uma terceira via de relativa autonomia.

Boaventura Sousa Santos, Público (sem link)