quarta-feira, 31 de agosto de 2022

CITAÇÕES À QUARTA (18)

 Durante a pandemia, o SNS demonstrou ser a única verdadeira resposta de saúde pública

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Mas [o SNS] foi de tal forma posto à prova que todas as suas fragilidades vieram ao de cima. 

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As empresas que fornecem estes serviços [externos], muitas delas criadas por médicos saídos do SNS, tendem a falhar quando todo o sistema passa a depender delas. 

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É preciso dar autonomia para os hospitais contratarem e aumentar de forma permanente e muito substancial os médicos que escolham a exclusividade.

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Deixar o SNS morrer porque reforça-lo (e à escola pública, e à segurança social) é “preconceito ideológico”.

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A demissão de Marta Temido, num sistema que está a demonstrar brutais insuficiências, acaba por acontecer num caso em que ele até não falhou

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Falhas é quando a rede não pode responder. Não era o caso.

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Seja como for, no que dependia do sistema, tudo esteve preparado. 

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Mas quem tem memória há de se lembrar dos nascimentos em ambulâncias que deixaram de ser notícia no dia em que um ministro contestado caiu. 

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Se há área onde se movem interesses poderosos e muito dinheiro é esta. 

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O seu pecado, e é por causa dele que a sua demissão era inevitável, foi não ter aproveitado a força política que ganhou durante a pandemia.

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Marta Temido deixou-se inebriar pelo galanteio politicamente vazio de António Costa.

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[Marta Temido] não fez o mais urgente: exigir, depois da brutal pressão da pandemia, apoios absolutamente excecionais para a recuperação de um sistema que já acumulara dificuldades.

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Os agradecimentos de vários dirigentes do PS pelos serviços prestados, sem uma critica à falta de apoio dos últimos meses, são de um cinismo revoltante. 

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[O substituto] sobreviverá se ceder sempre a quem tenha poder de pressão. 

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Foi Costa que criou condições para esta demissão.

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Ambos [PCP d Bloco] avisaram que depois da Covid o sistema iria colapsar.

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Mas o tempo deu razão aos dois partidos: de nada serve abrir vagas para mais médicos que inevitavelmente ficariam vazias. 

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Marta Temido foi um cordeiro sacrificial e o isolamento para a queda seguiu o padrão habitual de Costa.

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Só a cedência a esses interesses [de sempre] compra a paz junto dos lóbis privado e corporativo mais fortes neste país.

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António Costa só quer poucas ondas.

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Estes quatro anos são para preparar outros voos. Os seus. O resto vai-se gerindo. Sem lealdades, como exigem os grandes voos.

Daniel Oliveira, “Expresso” online (sem link)

 

São as políticas que aplicam [o conhecimento] que promovem essa dignidade [à vida].

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É a utilização que dele [conhecimento] se faz que promove justiça ou desigualdade, bem-estar ou indignação, harmonia ou conflito.

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A secretária de Estado Patrícia Gaspar invocou um algoritmo para concluir que a Serra da Estrela devia ter ardido mais.

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Em segunda versão cheia de incongruências, [João Costa] adoçou o disparate inicial, sem que tenha deixado de corporizar mais um menoscabo pelo ensino do Português.

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A carência [de professores] não deve abrir portas à diminuição da exigência, porque existem formas de a superar sem baixar a qualidade da docência.

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Estamos a assistir ao gradual esboroar da qualidade do sistema de ensino.

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Estamos a pagar o preço de reformas que não se fizeram e de estratégias mal pensadas.

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Os próprios sindicatos assemelham-se a laboratórios de conformismo.

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Muitos [professores] estão desesperançados e saber como reagrupá-los para operar a mudança é o desafio do momento.

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A decidir, temos um ministro insuportavelmente doutrinário do ponto de vista pedagógico.

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Um ministro perito em ignorar a realidade para criar expectativas, cujo conceito de inclusão foi criar uma escola de exigências mínimas, obrigatória para todos, aprendam ou não.

Santana Castilho, “Público” (sem link)

 

[Marta Temido] foi amplamente aplaudida durante a pandemia e chegou a ser considerada uma potencial sucessora de António Costa

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A sua popularidade atingiu um pico — linguagem de pandemia  que vimos ser prontamente capitalizado pelo PS.

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Depois da tempestade costuma vir a bonança, mas é um clássico que quem tem habilidade para brilhar durante a tempestade não tem talento para a bonança.

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A pasta da saúde, no regresso à normalidade, revelou-se uma verdadeira granada.

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Pela oposição à esquerda, foi vista como não tendo força para impor a sua vontade às limitações orçamentais de António Costa e sobretudo à visão ideológica de um PS liberal.

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Num governo de maioria absoluta, não foi certamente a direita e também não foi a oposição à esquerda que a fizeram cair.

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Morreu uma grávida.

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Mas será que esta morte se deveu a uma falha do sistema e, por isso, a uma falha atribuível a Marta Temido?

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Houve um problema, e que terminou numa tragédia, mas ele não parece resultar de uma falha do SNS enquanto sistema.

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Também neste final ninguém terá sentido a mão do primeiro-ministro a segurar Marta Temido. 

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[Marta Temido] apresentou demissão na sequência de um caso, relativamente ao qual não tem “culpa”.

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O tratamento jornalístico que deverá ser dado a estes factos é outra coisa: é obrigatório que, nesse âmbito, se investigue a morte da mulher grávida.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)


SEGUNDA REUNIÃO DO GRUPO DE TRABALHO DA GARANTIA PARA A INFÂNCIA.

 

Um instrumento que já tinha financiamento insuficiente e vê agora o seu alcance ainda mais limitado pela inflação, sendo que terá de servir também para apoiar as crianças refugiadas. Falei sobre a importância de enquadrar este instrumento no conjunto das políticas contra a pobreza e no investimento nos serviços públicos. Na próxima reunião, discutiremos o financiamento com Comissão e Conselho, no contexto das ameaças de regresso da austeridade que vão surgindo. (José Gusmão)


SOBRE A DEMISSÃO DA MINISTRA DA SAÚDE E OS PROBLEMAS NO SNS IV

brunomaia2023.pt


MARX TEM RESPOSTA PARA A DEMISSÃO DA MINISTRA DA SAÚDE

 

Via Jorge Magalhães

À ESQUERDA, BLOCO E PCP TINHAM TODA A RAZÃO

 
Via José Gusmão

terça-feira, 30 de agosto de 2022

SAÚDE: O QUE FAZ FALTA É MUDAR A POLÍTICA

 

Não há tempo a perder. O que é preciso neste momento é uma alteração não apenas de ministra, mas de política para o SNS e deixarmos este remendo permanente em que tudo o que o governo tem para oferecer ao SNS são horas extraordinárias ou prestadores de serviços. O que o SNS precisa é de investimento e de profissionais com condições.

Lê mais aqui:

https://www.esquerda.net/.../mudar-ministra-sem.../82554


O GOVERNO TEM DECIDIDO ASSISTIR DE BRAÇOS CRUZADOS À DEGRADAÇÃO DO SNS

 

"Bloco lançou diversos avisos sobre o SNS"

O Governo não faz os investimentos necessários no SNS, que tem vindo a perder profissionais de saúde a cada dia que passa. O executivo de António Costa tem decidido assistir de braços cruzados à degradação do SNS.


FRASE DO DIA (1913)

 
Finalmente [é preciso garantir] que quem entrega a casa ao banco não continua a pagá-la, como hoje ainda acontece, mesmo que absurdo e imoral.

José Soeiro, “Expresso” online


OS LUCROS ESTÃO A SUBIR ENQUANTO OS SALÁRIOS SÃO ABSORVIDOS PELA INFLAÇÃO

 

"Chegou o fim da época da abundância." Quem o disse não foi um Bourbon de Linhaça preocupado com a perda do colar de São Cajó.

Foi mesmo o presidente francês Macron. Os lucros estão a subir, mas o povo continua a sentir dificuldades enquanto os salários são absorvidos pela inflação. (Catarina Martins)


AFEGANISTÃO: CONTINUA A CRESCER O NÚMERO DE PESSOAS AFETADAS PELA FOME

 
In "Diário de Coimbra"

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

"NÃO ACEITAMOS QUE SE DEIXE UM POVO INTEIRO SUFOCAR PELA INFLAÇÃO ENQUANTO A GANÂNCIA NÃO TEM LIMITES"

 

Os trabalhadores perderão o equivalente a um mês de salário este ano e o governo de maioria absoluta de António Costa é culpado de não fazer absolutamente nada para o evitar. É preciso tomar medidas fortes para controlar a inflação, nomeadamente impor tetos nos custos da energia, da habitação, da alimentação. Catarina Martins.


ESTE ANO, OS TRABALHADORES PERDERÃO O EQUIVALENTE A UM MÊS DE SALÁRIO

 

"Os trabalhadores perderão o equivalente a um mês de salário este ano e o governo de maioria absoluta de António Costa é culpado de não fazer absolutamente nada para o evitar"

https://www.esquerda.net/.../bloco-defende-tetos.../82504


FRASE DO DIA (1912)

 
Encerrado o processo eleitoral, também é altura de a diplomacia e a sociedade portuguesas repensarem a forma como se relacionam com Angola. 

Daniel Oliveira, “Expresso” online


ISRAEL MANTÉM 723 PALESTINIANOS SOB DETENÇÃO ADMINISTRATIVA SEM ACUSAÇÃO OU JULGAMENTO

 
Via Palestinian Information Center

PARA QUE NUNCA MAIS! (145)

 

Lei anti-cigana promulgada no dia 28 de agosto de 1592. Neste dia, a 28 de agosto de 1592, foi promulgada uma lei geral que proibia pessoas de etnia cigana e portugueses relacionados com elas, de andarem em quadrilhas, obrigando-as a saírem de Portugal e Espanha no prazo de quatro meses, sob pena de morte. Esta foi mais uma de muitas leis anti-ciganas promulgadas já desde o reinado de D. João III. Em 1590, os Vereadores da cidade do Porto tentaram inclusive expulsá-los. Os ciganos que quisessem ficar no Reino teriam de abandonar por completo a sua cultura e os seus costumes, juntamente com a língua e o modo de vestir. Apesar de todas as tentativas de segregação, assimilação cultural e expulsão forçada, a comunidade cigana foi capaz de resistir e continuar a residir no Reino, continuando a sofrer com todo o tipo de acusações da parte das elites. As acusações que lhes eram dirigidas de casos de violência e de roubo eram muitas vezes na verdade praticados por criminosos portugueses que procuravam juntar-se à comunidade cigana de modo a fugir aos crimes cometidos. (Via “História da Classe Trabalhadora)


domingo, 28 de agosto de 2022

“EU TENHO UM SONHO”

 

28 de Agosto de 1963: Martin Luther King profere o célebre discurso "I Have a Dream" ("Eu tenho um sonho")

No dia 28 de Agosto de 1963 a histórica “Marcha sobre Washington”, liderada pelo ativista Martin Luther King, deu força ao movimento dos direitos civis e a um projeto concreto de igualdade social nos EUA. Na época, foi a tentativa mais contundente em séculos contra as marcas da segregação racial e da exclusão social das minorias norte-americanas. No final da Marcha, que reuniu mais de 250 mil manifestantes, Martin Luther King pronunciou um dos mais marcantes discursos de todos os tempos.

O discurso de Martin Luther King, proferido na escadaria do Monumento a Lincoln, em Washington, foi ouvido por mais de 250.000 pessoas de todas as etnias, reunidas na capital dos Estados Unidos da América, após a «Marcha para Washington por Emprego e Liberdade». A manifestação foi pensada como uma maneira de divulgar de uma forma dramática as condições de vida desesperadas dos negros no Sul dos Estados Unidos, e exigir ao poder federal um maior comprometimento na segurança física dos negros e dos defensores dos direitos civis, sobretudo no Sul.

Devido a pressões políticas exercidas pela Presidência dos Estados Unidos - ocupada por John Kennedy -, as exigências a apresentar no comício tornaram-se mais moderadas, mas mesmo assim foram feitos pedidos claros: o fim da segregação no ensino público, passagem de legislação clara no que respeita aos direitos civis, assim como de legislação proibindo a discriminação racial no emprego; para além do fim da brutalidade policial contra militantes dos direitos civis e a criação de um salário mínimo para todos os trabalhadores, que beneficiaria sobretudo os negros.

Realizado num clima muito tenso, a manifestação foi um estrondoso sucesso, e o discurso conhecido sobretudo pela frase permanentemente repetida no meio do discurso «I have a Dream» (Eu tenho um sonho), mas também pela frase que é repetida no fim - «That Liberty Ring» (Que a Liberdade ressoe), que retoma o poema patriótico «América», tornou-se, com o discurso de Lincoln em Gettysburg, um dos mais importantes da oratória americana.

Em 1964 a Lei dos Direitos Civis foi votada e promulgada por Lyndon B. Johnson e em 1965 a Lei sobre o Direito de Votar foi aprovada.

Martin Luther King, Jr. foi escolhido como Prémio Nobel da Paz no ano seguinte, em 1964. (via Cláudia Teixeira)


VERDADE ETERNA

 
Via canal#moritz

FRASE DO DIA (1911)

 
É justamente a intervenção antrópica [relativa ao homem] que faz soar os alarmes de catástrofes, a ação humana negligenciada com o ambiente, pode deflagrar incêndios e potenciar consequências caóticas.

Guilherme Teixeira, Esquerda.net


ACOLHIMENTO DE CRIANÇAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

 
Capa do "Público"
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SIM À SOLIDARIEDADE

 
Via "O Esquerdista"

NÚMERO DE PRISIONEIROS DETIDOS SEM ACUSAÇÃO EM ISRAEL É O MAIOR NOS ÚLTIMOS 15 ANOS

 
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ESCRAVOS NO BRASIL FORAM SUJEITOS A CRUELDADES IMENSAS, ESQUECIDOS E CRIMINALIZADOS, ATÉ HOJE, PELA SUA COR

 

"Em nós, até a cor é um defeito. Um imperdoável mal de nascença, o estigma de um crime. Mas nossos críticos se esquecem que essa cor, é a origem da riqueza de milhares de ladrões que nos insultam".

Luiz Gama, nordestino, ex-escravizado, advogado, morreu em 24 de agosto de 1882.

(Via Mulherismo Africano MDA)


sábado, 27 de agosto de 2022

MAIS CITAÇÕES (195)

 
Copiando Trump, Bolsonaro prepara a acusação de fraude eleitoral há um ano. Até já a verbalizou numa reunião com embaixadores de 70 países.

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O que foi bom para lhe dar a vitória não chega para o derrotar.

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Na sua última entrevista televisiva, em que disse uma mentira em cada três minutos, o Presidente garantiu que respeitará eleições limpas para, logo depois, dizer que não acredita que o sejam.

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Como Trump, Bolsonaro foi frito pela covid. O ódio não protege, a mentira não vacina. 

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A gestão catastrófica da pandemia, (…), marcou o destino do seu primeiro mandato. 

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Para ele, “idiota” é o pobre, que vota maioritariamente em Lula.

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Se Bolsonaro perder — a debandada de oportunistas assim o indica —, não é pelo ódio que espalhou ou pela corrupção que persistiu. Será pela incompetência.

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Quando um Congresso liderado pelo primeiro réu da Lava-Jato e com mais de metade dos seus membros indiciados por crimes, destituiu uma das poucas políticas honestas do Brasil, começou o golpe.

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Apesar do espetáculo degradante daquele dia, ainda não se previa que aquela aberração política se transformaria no Presidente do Brasil.

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Com a esquerda sem candidato e o centrão comprometido com a selvajaria social do governo de Temer, o vazio tornou possível o impensável. No caos, venceu o imbecil que gritava mais alto.

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A escolha de Alckmin para vice de Lula repete a estratégia de Dilma e só pode repetir o resultado. Mas a alternativa era entregar o poder a mais quatro anos de ódio. 

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O perigo deve ser levado a sério porque a natureza da direita brasileira é golpista e antidemocrática. 

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Este é, provavelmente, o ano em que mais sentimos a gravidade dos problemas climáticos e ambientais. 

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É possível mudar a organização dos territórios e espaços de habitação, corrigir estilos de vida, utilizar riqueza existente para proteger povos e países em situações mais frágeis.

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Nas movimentações dos países e blocos que determinam as relações à escala global, os incendiários belicistas dominam como já não acontecia há muito tempo.

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A imposição de uma visão dicotómica do Mundo e da necessidade de "guerras justas" - doutrina agora reforçada no nosso Ocidente - ajudam a bloquear soluções.

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[Temos] o dever de não desistirmos das pequenas/grandes utopias e de nos responsabilizarmos como cidadão plenos.

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A Direita critica a obsessão do défice, não para que haja investimento onde ele é indispensável, mas sim para que o reforço momentâneo dos recursos do Estado desague nos mesmos de sempre.

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 Para os trabalhadores e setores desprotegidos da população [a direita] só tem o "programa de emergência social" - o velho assistencialismo caritativo.

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[Os problemas estruturais do país exigem do Governo] abandonar o relacionamento doentio com empresários da pedinchice e das negociatas, substituindo as "ajudas" que lhes vem oferecendo por apoios escrutináveis e com contrapartidas.

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[Os problemas estruturais do país exigem do Governo] apostar na segurança no emprego e em melhorar os salários.

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Há pequenas utopias realizáveis. 

Carvalho da Silva, JN

 

É provável que as perdas humanas [da guerra na Ucrânia] sejam significativamente superiores [à notícia da ONU], devido à informação deficiente que chega de áreas sob conflito intenso.

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Sem surpresa, a guerra levou à rápida deterioração da situação económica na Ucrânia: o Banco Mundial prevê uma quebra de 45% do PIB do país em 2022.

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O défice público ucraniano eleva-se a 5 mil milhões de euros por mês.

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[Existe um] total de necessidades de financiamento externo de 9 mil milhões por mês.

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Em percentagem do PIB, os maiores doadores são a Estónia, a Letónia, a Polónia e a Lituânia, o que sublinha a tal importância da vizinhança geográfica e, de alguma forma, questiona a extensão da solidariedade europeia.

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As sanções económicas [à Rússia] vão fazendo o seu caminho.

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Ainda assim, a economia russa tremeu, mas aguentou-se; as previsões apontam para uma quebra do PIB de 4 a 6% em 2023: nada que se compare ao trambolhão ucraniano.

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O balanço das ajudas e das sanções gerais é, por isso, mitigado: estamos muito para lá do que era imaginável em fevereiro, mas muito aquém de fazer tudo o que nos compete.

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Embora seja impossível calcular o valor das fortunas destes indivíduos [bilionários russos sancionados], os 87 presentes na lista da Forbes de 2022 tinham uma fortuna conjunta de 320 mil milhões.

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Tanto a ajuda como as sanções gerais (vide adaptação à escassez de gás) comportam custos para a população dos países ocidentais.

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O negócio do secretismo explorado pelos oligarcas russos e que o Registo Europeu de Ativos viria enfraquecer serve todos os cleptocratas que vivem à custa da miséria dos povos respetivos.

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Os perdedores podem ser poucos, mas são poderosos, e cada um tem muito a perder.

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Vendo melhor, não admira que os oligarcas se vão safando.

Susana Peralta, “Público” (sem link)


IGUALDADE...

 
Via Eduardo Jorge Pereira

EUA: FORD CONDENADA A PAGAR INDEMNIZAÇÃO DE 1,7 MIL MILHÕES DE DÓLARES

 
In "Expresso" Economia

PALESTINA: MAIS CASAS DEMOLIDAS PELAS FORÇAS DE OCUPAÇÃO ISRAELITA

 

As forças de ocupação israelitas demoliram 8 casas palestinianas na aldeia de ad-Duyuk at-Tahta, na cidade de Jericó. (Via Palestina hoy)


sexta-feira, 26 de agosto de 2022

CITAÇÕES

 
A sociedade de comunicação intensiva transformou o drama em que esse “super-homem” [nietzschiano] se moveria em farsa ou, ainda pior, em espetáculo.

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Queira-se ou não, a consolação é a pior condenação que se pode imaginar para uma tragédia.

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Os “colapsólogos” são então uma forma contemporânea destes apocalípticos consoladores.

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[Servigne] retoma as lições dessa existência simples [das formigas] e propõe uma alternativa para o tal colapso iminente, que seriam as cooperativas e aldeias, com o regresso a redes de proximidade e de consumo limitado. 

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As formigas com a sua notável instituição social, são também um exemplo de obediência piramidal que pouca gente parece querer replicar.

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Em 10 anos, malgrado as Conferências da ONU e as juras internacionais, a parte dos combustíveis fósseis no mix da energia utilizada passou de 80,3% em 2009 para 80,2%.

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O uso anual do carvão só recuou em média 0,3% em 20 anos e agora voltou a crescer.

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Só nos últimos cinco anos o uso do gás natural aumentou 2,6% e o do petróleo 1,5%. 

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Portanto, as emissões [de CO2] continuam a crescer, mesmo que cada ano se tornem mais brutais os sinais da emergência climática.

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As energias renováveis não substituem as fósseis, limitando-se a responder a parte do consumo que se vai ampliando.

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O peso político dos produtores de combustíveis fósseis tem-se avantajado, como se verifica na UE com a viragem da guerra na Ucrânia e no abandono do diálogo entre os EUA e a China para medidas energéticas responsáveis.

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Com ou sem colapso até 2030, temos pela frente calamidades sucessivas.

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Para que o aumento da temperatura média fique pelos 1,5°C, o que implicaria viver no regime dos desastres atuais, seria necessária uma redução de CO2 de 59% até 2030 e de 100% até 2050. 

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Nada disso parece politicamente acessível, tanto mais que metade das emissões são geradas pelos 10% mais ricos, os que têm força para proteger o privilégio.

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Mesmo os [dirigentes políticos] mais vocais pelas medidas climáticas são os primeiros a obedecer à lógica cumulativa do egoísmo fóssil.

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Os custos da transição climática exigem um gigantesco investimento público.

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Os colapsólogos partilham com todos os ambientalistas uma convincente ata de acusação aos governos. 

Francisco Louçã, “Expresso” (sem link)

 

À terceira, perante suspeitas de que nem tudo terá decorrido na perfeição no processo eleitoral angolano, a UNITA não deverá levantar (apesar de alguns assomos e vozes) a bandeira da fraude.

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Por um lado, é difícil sustentar a tese da fraude eleitoral quando a UNITA soma quase mais 435 mil votos e cerca do dobro da percentagem do MPLA em Luanda.

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Esta [é] uma realidade pública e confirmada pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), duríssima para a história, ego e representatividade do partido do Governo.

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[Com resultados globais mais apertados] qualquer acusação de fraude eleitoral provocaria, em alguns sectores da UNITA, uma onda de protestos que dificilmente poderia ser controlada por Adalberto Costa Júnior.

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A nova maioria absoluta do MPLA governará fragilizada por uma derrota esmagadora no centro nevrálgico do poder angolano e inclusa numa Assembleia Nacional absolutamente bipolarizada. 

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Será tentador não promover mais transparência, mantendo o anátema da falência da separação de poderes em Angola.

Miguel Guedes, JN

 

A perda de biodiversidade está na base dos problemas que afectam toda a nossa estabilidade.

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De acordo com o último Fórum Económico Mundial, mais de metade do produto interno bruto (PIB) total do mundo está altamente dependente do que a natureza oferece, com impactos na produção, cadeias de fornecimento e mercados.

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No entanto, assistimos a pressões internas e externas que nos levam a virar costas.

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Uma verdadeira economia circular devia ter por base o conhecimento do funcionamento dos ecossistemas.

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De 2017 até hoje pouco se aprendeu sobre o papel de como a gestão dos ecossistemas e a decisão sobre os tipos de ecossistemas a preservar geram consequências que podem ser fulcrais para a estabilidade da nossa paisagem.

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A sociedade, profundamente antropocêntrica e urbana, sente-se desresponsabilizada.

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Estamos a gerar sociedades semelhantes aos ecossistemas humanizados de produção: a exploração de áreas extensas com uma só espécie de forma clonal, herbáceas, frutícolas ou florestais, numa lógica linear de economia.

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[Há] uma realidade actual que ainda não é vista como novo paradigma social e económico. 

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O conhecimento transversal e holístico dos ecólogos permite transformar conhecimento em planos de acção que, em conjunto com outros técnicos, podem ser estruturantes e abrangentes.

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[Os ecólogos] não podem continuar inconformados e fechados perante a indiferença pública dos verdadeiros riscos ambientais.

Maria Amélia Martins-Loução, “Público” (sem link)

 

Nesta quarta-feira o presidente Zelensky pediu ao chefe da diplomacia portuguesa, João Cravinho, a imposição de restrições à concessão de vistos a cidadãos russos.

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Desde fevereiro, não concedemos “vistos gold” a estes cidadãos, mas que se mantém a concessão de vistos para estadas de curta duração.

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O tema será discutido no próximo dia 31 em reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE.

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Bastaria sabermos que existem dissidentes para acionarmos um travão no que diz respeito ao tratamento do povo russo como um todo homogéneo e apoiante da invasão.

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Como justificar a hostilização, ou pelo menos a estigmatização, de um povo na sua globalidade?

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Qual a fronteira entre uma medida dessa natureza e xenofobia?

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Há aqui um teste à solidez dos valores que costumamos apregoar.

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Não tem havido lugar para contextualizações ou quaisquer posições que não se restrinjam à manifestação de apoio incondicional à Ucrânia e à condenação da invasão russa.

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A indignação daqueles que são manifestamente radicais no apoio à Ucrânia dirige-se a comentadores da guerra ou a quem manifesta posições relativamente a ela.

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O pedido do presidente Zelensky, de restrições à concessão de vistos, não mereceu uma torrente de apoio público ou a exigência, junto do Governo português, para que a ele aceda.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)