sábado, 31 de outubro de 2020

SALÁRIO MÍNIMO EUROPEU

 

A Comissão Europeia apresentou esta semana a proposta de directiva para o Salário Mínimo Europeu. Uma proposta que determina o quadro dos critérios para o salário mínimo, mas que não obriga nenhum Estado Membro a ter sequer um salário mínimo. No episódio desta semana do "Lado A Lado", o José Gusmão, que tem acompanhado este dossier, explica melhor o que está em causa. (Marisa Matias)

 

CITAÇÕES

 
[Há uma] angústia da falta de trabalho desse exército de trabalhadores do espetáculo a quem restou, na melhor das hipóteses, um apoio extraordinário de cerca de duas centenas de euros mensais.

(…)

Leem-se os ecos de uma enorme fragilidade do setor cultural e criativo.

(…)

Como sublinham vários dos textos, muitas dos problemas que a pandemia expôs de forma violenta vêm de longe.

(…)

Na realidade, na cultura, o que vemos hoje é um território devastado pelos efeitos da pandemia e pelas enormes lacunas de proteção desse mar de “trabalhadores independentes”, “freelancers” ou “emprecários”.

José Soeiro, “Expresso”Diário

 

É falso que não venha a haver dinheiro público para o Novo Banco no próximo ano orçamental.

(…)

O Fundo de Resolução está obrigado a injetar dinheiro no Novo Banco sempre que haja necessidadesde capital para imopedir que novos prejuízos ponham em causa os rácios obrigatórios.

(…)

E o Estado está obrigado a financiar até 850 milhões de euros por ano sempre que, para fazer essas injrções, o Fundo não tenha recursos próprios ssuficientes.

(…)

Deve um contrato ser cegamente cumprido quando há indícios mais que fortes de que uma das partes tem um comportamento típico de administração ruinosa?

José Manuel Pureza, “Visão” (sem link)

 

Ao discutirmos serviços públicos e apoios sociais fica à margem quem for incapaz de apresentar qualquer alternativa para o futuro que não seja o regresso a um passado de má memória.

(…)

O Governo, que continua agarrado a metas artificiais de défice, tentou transformar as diferenças numa guerra de números, passando a semana a tentar desmentir as análises que tinham como fonte o Relatório do OE2021.

(…)

As peças jornalísticas que se debruçaram sobre a verdade dos números concluíam a cada análise que os dados do Governo não batiam certo com o que o ministro das Finanças tinha entregue no Parlamento.

(…)

Não sei se há arrependimentos ou algumas consciências pesadas, mas o país sabe que foi a arrogância pós eleitoral do PS que levou à rejeição de qualquer acordo escrito com o Bloco de Esquerda.

(…)

No total, e com base na informação do Governo, teremos, na melhor das hipóteses, apenas 1500 pessoas a entrar no SNS e a maioria só no último trimestre de 2021.

(…)

Depois de ter reconhecido que a atual lei laboral desprotege os trabalhadores, o primeiro-ministro não consegue explicar porque quer enfrentar esta crise com as regras definidas pela troika e PSD/CDS.

(…)

Estamos a assistir a uma enorme onda de despedimentos e o Governo prefere deixar as leis da troika em vigor do que defender o emprego.

(…)

As políticas fortes à esquerda continuam a ter uma maioria no Parlamento, tenha o PS vontade de se juntar a elas e o orçamento não falhará ao país.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

Nenhum Orçamento de esquerda assumiria o objetivo de baixar o défice em tempos de crise económica. Este Governo não só o fez como escolheu a consolidação num ano em que não existe qualquer pressão europeia.

(…)

Este Orçamento falha no compromisso político sobre a legislação laboral que ainda impõe as regras da troika e sobre a proteção dos trabalhadores perante uma nova vaga de despedimentos.

(…)

Mesmo sabendo que há milhões de exames, consultas e cirurgias por recuperar, o Governo continua a anunciar contratações que correspondem às necessidades identificadas numa outra vida, pré-covid.

(…)

Uma coisa é certa, se não houver recursos para o SNS, a resposta à pandemia transformar-se-á num negócio de milhões para os privados e no dia seguinte sobrará muito pouco do SNS para responder pelo país.

Joana Mortágua, Jornal i

 

Não é estranho o surgimento de contradições políticas e de medos, ou o aumento de preocupações das pessoas.

(…)

QuantcastEntretanto, sabemos que as audiências de grandes meios de comunicação se alimentam deste lamaçal tão propício à engorda de projetos políticos antidemocráticos.

(…)

Os medos vencem-se quando se assumem e se adotam comportamentos ofensivos que lhes vão fechando portas de entrada.

(…)

Para enfrentar velhos problemas estruturais da economia, da organização e eficácia da Administração Pública e os impactos da pandemia, o Governo precisa de um apoio político que não pactue com políticas de encanar a perna à rã.

(…)

[No SNS] é imprescindível investimento em recursos humanos e técnicos e responsabilizar alguns atores do setor privado.

(…)

[O apoio para aprovação do OE] impõe compromissos para negociações estratégicas com os parceiros e jamais encostá-los à parede.

(…)

As forças políticas à Esquerda do PS têm de fazer cedências, mas não podem fazê-lo abdicando de valores, da capacidade de agir em favor dos desprotegidos e da afirmação do valor e da dignidade do trabalho.

Carvalho da Silva, JN

 

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) usou para o desporto de elite [Fórmula 1] o desleixo inversamente proporcional ao zelo com que cuida de manter os espectadores afastados dos estádios de futebol.

(…)

Com um impacto de 30 milhões de euros na economia, a "DGS dos popós" deu o pior exemplo possível para aqueles que ainda acreditavam que as regras são iguais para todos e para cumprir.

Miguel Guedes, JN

APENAS O NEGÓCIO DA VENDA DE ARMAS É MAIS LUCRATIVO DO QUE O DA SAÚDE…

 

Momento Zen: um ex-secretário de estado da saúde, agora presidente da associação de hospitais privados, oferece os seus serviços, e uma dirigente dos hospitais privados lembra como o negócio é tão vantajoso como a venda de armas. (Francisco Louçã)


ALERTA PELA POLÓNIA!

 

Na Polónia, a Interrupção Voluntária da Gravidez já só era permitida em situações de gravidez de risco, malformação do feto, violações ou incesto, sendo a lei mais restritiva na Europa.

Hoje, o Tribunal Constitucional polaco decidiu que o aborto em casos de malformação do feto é inconstitucional. Na Polónia, 98% das interrupções são feitas por malformações do feto.

Solidariedade feminista!

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O SONHO DE UM REFUGIADO DO SUDÃO DO SUL

 

Anguoy tem 33 anos e nasceu no Sudão do Sul. Viveu alguns anos no Egipto e veio agora viver para Portugal onde espera encontrar paz.

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sexta-feira, 30 de outubro de 2020

MARISA MATIAS SOBRE BEM-ESTAR ANIMAL

 

[Esta quinta-feira] tivemos mais duas sessões da comissão de inquérito sobre o transporte de animais vivos. Na audição com a presidência alemã perguntei sobre a proposta de rotulagem de alimentos com o selo de bem-estar animal.

Precisamos que a rotulagem seja um garante do bem-estar animal ao longo de toda a sua vida, mas sobretudo precisamos de boas práticas que evitem no futuro a necessidade de comissões de inquérito como esta. (Marisa Matias)


FRASE DO DIA (1473)

 
O Bloco de Esquerda colocou como prioridades o reforço do SNS, a defesa do emprego, a proteção do Estado da pilhagem financeira, a segurança para quem está aflito no desemprego e na miséria.
Pedro Filipe Soares, “Público”

GOVERNO NÃO EXPLICA PORQUE RECUSA PROPOSTAS DO BLOCO NA LEI LABORAL E MANTÉM MEDIDAS DA TROIKA

 

Jorge Costa acusou o governo de não dizer “uma única palavra de explicação para recusar as alterações às leis do trabalho”, questionando a sistemática recusa do PS de medidas que defendia em 2012.

“Convença o parlamento e os portugueses que a troika tinha razão. Convença o país que Passos Coelho nos deixou uma lei laboral melhor que a anterior e que por isso recusa as propostas do Bloco para alterar a lei laboral”, desafiou o deputado.


PARA QUE NUNCA MAIS (044)

 

Porque estamos a 30 de outubro de 2020 e não basta estar alerta.... é preciso resistir.

Neste dia, a 29 de Outubro de 1942, a enfermeira polaca de 21 anos Danuta Terlikowska foi executada no campo de concentração de Auschwitz com uma injeção de fenol no coração. Ela foi presa em Varsóvia, na Polónia ocupada, enquanto limpava armas presumivelmente da resistência anti-nazi. Ela foi deportada para Auschwitz no dia 25 de Agosto de 1942 e a sua sentença foi ditada diretamente pelo departamento politico, que mais tarde listou a causa da sua morte como "pneumonia". Apesar de enfraquecida pela febre tifoide (tifo) e incapaz de andar sem ajuda, testemunhas sobreviventes descreveram-na como "capaz de se manter calma" e afirmaram que a expressão facial dela ficaria para sempre nas suas memórias.

(História da Classe Trabalhadora, via Paulo J. Felix)


AS MADRUGADAS NA PALESTINA...

 

As forças de ocupação israelita prenderam o jornalista e diretor Abdul Rahman Zahir em sua casa na madrugada de 27 Outubro. (Via Maria Matos)


quinta-feira, 29 de outubro de 2020

NÃO DAR AO SNS OS RECURSOS NECESSÁRIOS…

 

O Orçamento que o Governo propõe não dá recursos ao SNS para responder à pandemia e para recuperar tudo o que foi suspenso.

Não é anunciando os mesmos investimentos dos anos anteriores ou a contratação dos profissionais que já estão no SNS que se reforça o nosso serviço público de saúde. Não é com aumentos de 0,03% para o SNS que se dá recursos para os enormes desafios que já aí estão.

Já se sabe que quando não se investe no SNS acaba-se sempre a aumentar as transferências para o privado. A proposta de Orçamento do PS não serve ao SNS. (Moisés Ferreira)

 

FRASE DO DIA (1472)

 
A crise não é política e o que está em causa no Orçamento do Estado para 2021 vai à raiz desta crise, é saber se o SNS responde à pandemia e se o país resiste ao cataclismo económico e social.

Joana Mortágua, Jornal i

 

O RECADO AQUI FICA PELA BOCA DA CANDIDATA...

 

Quem estiver a pensar votar Ana Gomes fica desde já a saber que a candidata tem compromissos com a direita…


PARA QUE NUNCA MAIS (043)

 

 em 29 de outubro de 1936 chegam ao Tarrafal os primeiros presos políticos: Entre 1936 e 1954, passaram pelo "Campo da Morte Lenta" 340 presos políticos portugueses. Destes, 32 morreram no local. A partir de 1961, o campo passou a acolher presos ligados aos movimentos anticolonialistas e registaram-se mais quatro mortes. Muitos outros não resistiram às sequelas e faleceram após serem libertados. (In Esquerda net)


29 OUTUBRO 1929: INÍCIO DA GRANDE DEPRESSÃO

 

Neste mesmo dia, em 1929, o pânico bolsista afundou a bolsa de Wall Street. Esta foi a pior crise financeira do século XX. Numa economia débil e com a especulação, milhares de ordens de venda fizeram com que o valor das acções se despenhasse. A crise passou do sector financeiro para o industrial e dos EUA para todo o mundo. Tinha começado a Grande Depressão.


quarta-feira, 28 de outubro de 2020

MARISA MATIAS: DIREITOS HUMANOS E ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

 

Continuamos por aqui [Parlamento Europeu] a discutir propostas para ter em conta os impactos das alterações climáticas nos direitos humanos. Deixo-vos aqui uma das intervenções da manhã de hoje. (Marisa Matias)


FRASE DO DIA (1471)

 
É verdade que o Governo aumentará o Orçamento para saúde. Mas isso não se traduz num aumento de transferências para o SNS, seja quando se compara com o orçamentado, seja com o executado. 

Daniel Oliveira, “Expresso” Diário

 

O BLOCO DE ESQUERDA NÃO DESISTE DE PORTUGAL

 

A minha intervenção no encerramento do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2021.

Aprovaremos um Orçamento que responda à emergência, recusamos um Orçamento que desista de Portugal. Com medidas confiáveis, concretizáveis e que mobilizem respostas sólidas, o governo conta connosco. Sem medidas confiáveis e concretizáveis, conte com quem quiser, mas o Bloco de Esquerda não desiste de Portugal. (Catarina Martins)

 

SÓ PARA DESFAZER EQUÍVOCOS… SEM QUAISQUER COMENTÁRIOS

 

A propósito da acusação de que o Bloco se junta à direita no voto contra o OE 2021.


UM ORÇAMENTO ENGANADOR

 

O debate do OE não pode desviar-se do essencial: as respostas que dá ao país. E, afinal, o que inscreve o governo na sua proposta?

"Pode este orçamento passar no teste da realidade?"

Pedro Filipe Soares relembra que a "direita e a troika" continuam a mandar no código laboral no OE2021 e que falha no reforço do SNS e na proteção social.


ELEIÇÕES AMERICANAS: DEFENDER OS RESULTADOS

 

400 concentrações marcadas para tentar impedir Trump de “roubar” eleição: Mais de 70 milhões de americanos já votaram antecipadamente, sobretudo do lado democrata. Trump ameaça não reconhecer os votos que não estiverem contabilizados até à data das eleições. Vários movimentos sociais mobilizam-se contra a possibilidade de ele se declarar vencedor na noite eleitoral e impedir contagens.

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PEPE MUJICA, UMA REFERÊNCIA COMO SER SOCIAL E POLÍTICO À ESCALA GLOBAL

 

Jose "Pepe" Mujica renunciou a passada semana ao seu lugar no Senado uruguaio. Eleito Presidente da República do Uruguai em 2010, a sua ação política revolucionária retoma à juventude quando aos 29 anos se junta à guerrilha do Movimiento de Liberación Nacional-Tupamaros.

Guerrilheiro e dirigente político destacado, será perseguido pela ditadura militar uruguaia que o manterá preso entre 1972 e 1985.

Finda a ditadura participará na fundação e na ampliação de movimentos agregadores da esquerda uruguaia, deputado e senador integrará em 2005 o Governo da coligação de esquerda - Frente Ampla.

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terça-feira, 27 de outubro de 2020

“COMO PODE O GOVERNO ESPERAR QUE O SNS FAÇA MAIS COM MENOS?”

 

Catarina Martins denunciou o recuo nos investimentos no SNS presentes no Orçamento do Estado para 2021, explicando que, segundo o documento, as transferências para o SNS estagnam e a dotação orçamental para o SNS está 144M abaixo do inscrito no Orçamento Suplementar.

“É certo que o orçamento para a Saúde aumenta. Mas, se não vai para o SNS, para onde vai? É certamente necessário recorrer à capacidade instalada no setor privado e social. Mas não aceitamos que a pandemia enfraqueça o SNS e enriqueça o negócio privado da Saúde”, afirmou a coordenadora do Bloco.

Catarina Martins criticou também a intenção do governo de manter as medidas impostas no período da troika na lei laboral.


UMA ESCOLHA CARA DO GOVERNO QUE TODOS IREMOS PAGAR…

 

Esta é a grande escolha que vamos ter de fazer sobre saúde em Portugal. Não contratar médicos, não investir no SNS, não poupa um cêntimo. Significa, simplesmente, que vamos pagar a preços de extorsão aos privados para fazerem o que o SNS não consegue. (José Gusmão)


"AS PESSOAS NOS HOSPITAIS NÃO SÃO ATENDIDAS POR VAGAS DE MÉDICOS ANUNCIADAS"

 

Muito se tem dito sobre as nossas divergências com o Governo sobre o investimento do OE2021 no SNS, aqui ficam argumentos.

Joana Mortágua denunciou que, apesar de o OE2021 ter muitas rubricas na área da saúde, prevê transferir para o SNS menos do que estava previsto em 2020, questionando o governo se “quer enfrentar o maior desafio de sempre do SNS com um reforço do 0,03% da dotação orçamental para o SNS”.

"Estamos no meio de uma pandemia e o país ainda anda à volta da contratação dos mesmos 4200 profissionais que já faziam falta ao SNS antes da COVID-19 e mesmo que este número seja líquido, que seja acrescentado à vinculação de precários e à substituição de reformas, coisa que os números não mostram, não há nenhuma prova que mostre que 30% das vagas de médicos não ficarão vazias”, afirmou a deputada.

“A resposta à pandemia não aguenta um orçamento de estagnação, como este. Mudar o ângulo sobre os números não vai mudar a realidade nos hospitais, as pessoas não são atendidas nos hospitais por vagas de médicos anunciadas, são atendidas por médicos contratados, por enfermeiros, por assistentes operacionais que ganham pouco mais do que o salário mínimo”.


FRASE DO DIA (1470)

 
Ou se começa neste e no próximo ano esse esforço de reorganização de serviços, como o da saúde, ou isso nunca acontecerá, dado que em 2022 já vamos ter as autoridades europeias a cair sobre Portugal e a exigir um apertão orçamental.

Francisco Louçã, Expresso Diário

 

“COMPRESSÃO DOS DIREITOS DO TRABALHO CONTRIBUI PARA O AFUNDAMENTO DA ECONOMIA”

 

José Manuel Pureza acusou o governo de insistir em manter na lei do trabalho os ataques que a troika e o governo de direita impuseram, explicando que “se há coisa que aprendemos com a última crise foi que a compressão dos direitos do trabalho foi parte essencial da estratégia de afundamento da nossa economia e da nossa sociedade”.

O deputado do Bloco corrigiu também o Primeiro-Ministro sobre as suas afirmações em relação à proposta do Bloco para uma nova prestação social, explicando que iria chegar a 200 mil pessoas, relembrando o governo das vezes que se aliaram à direita para chumbar alterações à lei laboral de modo a proteger os trabalhadores e os rendimentos.


segunda-feira, 26 de outubro de 2020

A PAC E AS POLÍTICAS ECONÓMICAS E SOCIAIS SÃO TEMAS PARA MAIS ESTE EPISÓDIO DO “LADO A LADO”

 

Na última semana o Parlamento Europeu perdeu a oportunidade de poder fazer alinhar a Política Agrícola Comum (PAC) aos objetivos de combate às alterações climáticas, e de alterar as prioridades e a forma de distribuição dos recursos financeiros, de modo a contribuir para um modelo de agricultura mais justo e sustentável. Também no âmbito do debate sobre as políticas económicas e sociais para a zona euro e do programa de ação da Comissão Europeia para 2021, foi notória a enorme contradição entre os discursos e as propostas concretas apresentadas. (Marisa Matias)

“Lado a Lado” com Marisa Matias e José Gusmão.


FRASE DO DIA (1469)

 
Não podemos ter, em 2021, pior saúde, mais desemprego e menos apoio social.

Moisés Ferreira, fb


UM ORÇAMENTO QUE NÃO RESPONDE À EMERGÊNCIA SOCIAL TEM DE SER REJEITADO

 




Precisamos, mais do que nunca, de reforçar o SNS, o emprego, os apoios sociais e de parar de enterrar dinheiro público Novo Banco. Não aceitamos um Orçamento que não responde à emergência social.

A Mesa Nacional do Bloco de Esquerda decidiu, por unanimidade, votar contra o Orçamento do Estado proposto pelo Governo. As razões estão apontadas acima.


CHILE: MAIS UMA VITÓRIA DA DEMOCRACIA NA AMÉRICA LATINA


Os chilenos votaram no domingo de forma esmagadora a favor da elaboração de uma nova Constituição que substitua os princípios do liberalismo que vigoram há 40 anos, herdados da ditadura militar de Augusto Pinochet. Com uma participação eleitoral de 50%, 78,3% dos eleitores votaram a favor, enquanto 21,7% votaram contra.

Em abril o país volta às urnas para eleger uma assembleia constituinte. A primeira do mundo a ser paritária a 50%.

Mais Aqui e Aqui


domingo, 25 de outubro de 2020

MARISA, FORÇA MAIOR

 

Num fim de semana muito corrido estive em Leiria e em Coimbra a ouvir e a tomar posição sobre problemas que afetam a vida de muitas pessoas. É o caso dos problemas ambientais, como a ribeira dos milagres, e do desmantelamento do Hospital dos Covões. É também o caso de tantas e tantos cuidadores informais que continuam sem os apoios devidos. Sem enfrentar estes problemas dificilmente poderemos responder ao imperativo de não deixar ninguém para trás. (Marisa Matias)


MAIS CITAÇÕES (104)

 
Não aceitamos um Orçamento que falha à emergência social.

Catarina Martins, Esquerda. net

 

No momento presente, a mais candente ameaça [segundo QAnon] seria a conspiração de pedófilos e satânicos que dirigem uma operação global de tráfico de crianças para exploração sexual.

(…)

Ora, como qualquer conspirador sabe, se a uma ameaça delirante se juntar um conjunto de nomes famosos, a atenção está garantida.

(…)

A presença do QAnon na campanha presidencial norte-americana é muito visível.

(…)

[O FBI classificou] o QAnon como a mais grave ameaça terrorista doméstica.

(…)

O QAnonismo [tem] proliferado e dado origem aos movimentos “pela verdade”, que se multiplicam e que procuram mobilizar o desgaste social: Médicos pela Verdade, Advogados pela Verdade.

(…)

A maior inquietação perante tudo isto é a de tentar perceber o que faz com que as pessoas acreditem nestas bizarrias e por elas se mobilizem.

(…)

Algumas das consequências já as conhecemos: a recusa da ciência e a proliferação de diversos negacionismos.

(…)

O QAnon é somente a voz política de um mundo paralelo que sabe falar a linguagem dos medos de muitas pessoas.

Francisco Louçã, “Expresso” (sem link)

 

O Governo, que aqui e por aí foi muitíssimo elogiado pela resposta rápidas na primeira vaga, e pela forma como criou coesão e convocatória no país em torno de um inimigo comum, é o mesmo que agora não sabe a quantas anda nem a quantos manda. 

(…)

O Governo — e as instituições públicas em geral — soube improvisar no início o que não soube planear depois.

(…)

No Serviço Nacional de Saúde repetem-se os alertas de saturação.

(…)

Cada semana que “fechamos” é uma semana de mais recessão e desemprego.

(…)

Conseguiu-se dinheiro comunitário e alívio para o défice orçamental, mas isso é útil para as consequências da pandemia, não serve para substituir outra ação chamada pensar.

(…)

Mas o Governo tem de recuperar a liderança no discurso e na ação, até para ser eficaz no comprometimento dos cidadãos, muitos dos quais relaxaram comportamentos. 

Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)

 

[A pandemia] está a ser uma oportunidade para acentuar desigualdades e desequilibrar relações económicas e de poder.

(…)

Talvez o dado mais impressivo da singularidade nacional esteja no esforço das famílias portuguesas com despesas de saúde (quase 30% da despesa total), muito acima dos nossos parceiros europeus.

(…)

A pandemia não se pode transformar numa oportunidade para os privados se financiarem, depauperando o SNS.

(…)

A contratação de serviços aos privados corresponde, de facto, à retirada de recursos ao SNS. 

(…)

[O privado] tem resistido a tratar doentes da pandemia.

Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

 

[O Papa] quer impedir que a Igreja Católica se transforme num reduto de ultraconservadores, incapaz de lidar com a pluralidade dos seus fieis.

(…)

O Papa Francisco tenta livrar a Igreja de uma guerra cultural que tem sido suicida para sectores políticos tradicionais e que a entregaria a nichos fanatizados.

(…)

Tenta colocar a Igreja num lugar mais próximo da radicalidade do cristianismo.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

[A vida portuguesa está transformada] num cerrado nevoeiro que impede de ver outros caminhos além daquele que diariamente nos aconselham a seguir.

(…)

Cumpriu-se, finalmente, a aspiração de todos quantos tanto fizeram para que o nevoeiro fosse o estado natural da vida sobre a terra: deixámos de saber onde cada um pode ser encontrado.

(…)

É preciso subir bem alto, ao cume mais alto da montanha, para se perceber a extensão do nevoeiro. Ele cobre toda a terra.

Cipriano Justo, “Público” (sem link)

 

Alguns dos países cuja intervenção estatal é maciça são também aqueles em que o mesmo Estado disponibiliza recursos gigantescos às empresas e as duas coisas estão interligadas, como, por exemplo, a Turquia e os EUA.

(…)

Não se estranhe incluir os EUA, cujo Estado gasta biliões para apoiar o sector privado por via dos gastos militares, ou agora na indústria farmacêutica.

(…)

E desde quando aumentar o salário mínimo, ou as prestações sociais, como fizeram Marcelo Caetano, Sá Carneiro, Soares, Guterres, Cavaco, Sócrates, é especialmente de esquerda?

(…)

Na verdade, as chamadas “linhas vermelhas” do Governo são todas na fronteira da economia capitalista.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

CTT: O DECLÍNIO IMPOSTO A UMA EMPRESA COM SÉCULOS DE HISTÓRIA

 

Obra negra com a assinatura do governo PSD/CDS.


sábado, 24 de outubro de 2020

"TEMOS DE GARANTIR QUE A SAÚDE É PARA TODA A GENTE E NÃO UMA OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO"

 

A Marisa Matias reuniu esta reuniu esta manhã com o Movimento de Defesa do Hospital dos Covões [Coimbra]. Este grupo de cidadãos de Coimbra tem-se oposto ao desmembramento desta unidade do SNS e defendido mais investimento nos cuidados públicos de saúde.

"Não é coincidência que durante o período de desmantelamento do Hospital dos Covões se tenha assistido a um aumento do número de camas em hospitais privados. Temos de defender o SNS. Temos de garantir que a saúde é para toda a gente e não uma oportunidade de negócio", afirmou a candidata presidencial.


CITAÇÕES

 
Após meses de impasse, o Governo não cedeu um milímetro na legislação do trabalho, que continua essencialmente como Passos a deixou. 

(…)

Até agora, nenhuma mudança estrutural na proteção do emprego foi aceite pelo Governo.

(…)

A retoma do princípio de contributividade no subsídio de desemprego (ou seja, o valor do subsídio ser uma proporção do salário e não de um indexante social) foi rejeitada.

(…)

Em 2021, de acordo com a proposta do Orçamento, vão manter-se os cortes da troika na duração do subsídio.

(…)

O Governo recusou até um compromisso para a criação de uma “nova prestação social”, que chegou a ser anunciada no verão por António Costa

(…)

Faz sentido que um acordo à Esquerda assente, num ano como este, no compromisso de que nada muda do que a Direita fez nas prestações de desemprego?

(…)

Nas novas questões [sobre o trabalho e as suas regras], de que serve enunciar princípios pomposos se logo se diz que eles podem ser afastados por contrato individual, imposto pelo empregador?

(…)

Mas o futuro que a esquerda tem a propor é a manutenção, sem fim à vista, do desequilíbrio que a direita inscreveu na lei do trabalho? 

José Soeiro, “Expresso” Diário

 

É nestes momentos de instabilidade que a vida nos mostra os pilares fundamentais.

(…)

E foi o trabalho de décadas, contra inúmeros cortes orçamentais e preconceitos ideológicos vários, que permitiu ao SNS passar este desafio [da 1º vaga da covid-19].

(…)

Ainda não estava nos nossos horizontes a crise pandémica, mas havia a certeza de precavermos as necessidades do país [em termos de saúde].

(…)

Chegou a pandemia e aconteceu um movimento inesperado: no decorrer do ano o SNS perdeu quase mil médicos.

(…)

Da promessa de garantir médicos de família a todas as pessoas ficamos com a dura realidade de termos quase um milhão de pessoas sem médico de família devido à saída de clínicos.

(…)

A política de saúde deve ter a devida preparação. Não se esgota em concursos e anúncios, tem de ter conteúdo e horizontes.

(…)

A espinha dorsal do SNS são os seus profissionais. 

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

Quando observamos a evolução do peso dos rendimentos do trabalho no Produto Interno Bruto (PIB) constata-se uma queda da parte do trabalho, quase contínua, durante duas décadas.

(…)

Só o Governo PSD/CDS, através da aplicação das receitas de desvalorização interna recomendadas pela troika e ampliadas pelo próprio Governo, impôs uma perda superior a cinco pontos percentuais entre 2010 (56,5) e 2015 (51,5). 

(…)

[O Governo] afirma preocupações sociais e adota algumas medidas reparadoras, mas não prepara barreiras que impeçam uma nova vaga de desvalorização salarial.

(…)

As políticas de baixos salários são apresentadas [pela direita] como inevitáveis e necessárias.

(…)

[A procura interna e externa] e a constatação de que a pobreza é impeditiva do desenvolvimento, reforçam a necessidade de um forte combate à desvalorização salarial.

(…)

O Governo e o PS andam mal quando proclamam que os seus interlocutores preferenciais são os partidos à sua Esquerda e, depois, afunilam toda a discussão de políticas com eles em torno do Orçamento.

Carvalho da Silva, JN

 

É fácil falar, é simples adiar, não vale é fazer de conta que não se cumpriu com o prometido.

(…)

[No dossier da saúde] o Governo não cumpriu com muito do prometido nos acordos à Esquerda que viabilizaram o OE20 e não pode pensar que é possível incluir essas "velhas" medidas como novidades no OE21.

(…)

No SNS, o momento é dramático e terá consequências graves, a curto prazo, se o caminho não for corrigido agora.

(…)

Há uma quebra de quase mil médicos entre Janeiro e Setembro deste ano (264 médicos de carreira e 654 internos), mesmo contando com contratações precárias de 4 meses. 

(…)

Se nada for feito, no próximo ano o SNS perderá mais 1000 médicos devido à degradação das condições profissionais.

(…)

O Governo anda a contar uma meia-verdade sobre o SNS e quer, à força, que os partidos à Esquerda a subscrevam.

Miguel Guedes, JN

 

A “escola dos livros” é espaço nobre de construção do homem culto, da cultura humanística, da elevação intelectual, do conhecimento aprofundado, do livre pensamento, do espírito universal.

(…)

A direita antidemocrática, dentro e fora dos EUA, replica, no essencial, o modelo estratégico do Führer, bem como de outros construtores do totalitarismo gerador da organização social do Mal e associado às grandes tragédias políticas da história.

(…)

Estamos a viver novo momento de compilação das melhores receitas para a calamidade – com a agravante de esse acontecer não estar ainda inscrito na consciência colectiva.

João Maria de Freitas-Branco, “Público” (sem link)