sábado, 10 de julho de 2010

“Portugal tem de se opor a novas revisões das leis laborais"


Manuel Alegre criticou a posição de Cavaco Silva afirmando que esta não é o tipo de reformas que a Europa e Portugal precisam.
O candidato à presidência da República, Manuel Alegre com o  presidente do conselho de administração dos HUC, Fernando Regateiro, e o  mandatário distrital de Coimbra, António Arnaut, durante a visita aos  Hospitais da Universidade de Coimbra, 9 julho de 2010. PAULO  NOVAIS/LUSA
O candidato à presidência da República, Manuel Alegre com o presidente do conselho de administração dos HUC, Fernando Regateiro, e o mandatário distrital de Coimbra, António Arnaut, durante a visita aos Hospitais da Universidade de Coimbra, 9 julho de 2010. PAULO NOVAIS/LUSA

Durante uma sessão com apoiantes em Coimbra, Manuel Alegre respondeu à afirmação de Cavaco Silva feita no Fórum COTEC, que defendia a necessidade de ajustamentos do factor trabalho. Para Alegre esta afirmação só pode ter “uma de duas leituras, ou as duas, ao mesmo tempo: flexibilização dos despedimentos ou desvalorização salarial”. "Não é o tipo de reformas que a Europa precisa e muito menos o nosso país”, vincou.

Para o candidato presidencial ,Portugal tem de se "opor a novas revisões das leis laborais", sugeridas por Cavaco Silva, “As leis laborais já foram revistas, mas, neste momento, [a sua revisão] só pode significar flexibilização, enfraquecimento dos direitos dos trabalhadores e isso é contrário aos princípios consagrados na Constituição da República”, porque esta “não é neutra e protege o elo mais frágil da relação laboral, que são os trabalhadores”, defendeu Manuel Alegre.

Alegre assegurou que não é neutro na sua candidatura a Belém e que, por isso, quer ter consigo “todos os que acreditam na democracia, não apenas política mas também económica, social, ambiental e cultural", e em que “os direitos sociais são inseparáveis dos direitos políticos”.

Para Alegre, o Presidente da República jurou cumprir e fazer cumprir a Constituição e deve ter opinião”, pelo menos enquanto ocupar o cargo, não só sobre “regras formais, mas também de conteúdo". “Lutarei para que os direitos socais desta Constituição sejam intocados”, prometeu, afirmando ainda que se se “tocasse na escola pública, no Serviço Nacional de Saúde, na Segurança Social não se estaria a rever a Constituição”, estar-se-ia a “rever e a subverter a própria democracia”.

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