quarta-feira, 3 de agosto de 2011

LIQUIDAÇÃO TOTAL

O que o governo Passos Coelho está a levar a cabo é, nem mais nem menos, que a continuação da política de Sócrates no que diz respeito ao desmantelamento do património do Estado (de todos nós). Só que o faz com muito maior despudor pois o carácter ideológico que sempre assumiu não lhe cria quaisquer peias. E parece que está com muita pressa de passar tudo a míseros patacos, seja qual for o prejuízo para o erário público.
O exemplo mais recente tem a ver com o BPN, alienado por uns trocados, suportando ainda o Estado os encargos com os despedimentos que ascendem a 50% dos trabalhadores. A tudo isto juntam-se mais 550 milhões que vão ser sacados do bolso dos contribuintes para lá serem metidos, para além do valor astronómico que, desde há muito, já lá está enterrado.
Como muito bem afirma o escritor Manuel António Pina no texto que hoje assina no JN, “o actual Governo começa a parecer-se de mais com uma comissão liquidatária do património do Estado a preços de saldo (e com os contribuintes a financiar os compradores)”.
A era Sócrates foi tremendamente nefasta para os portugueses que, em desespero de causa, perante a necessidade de se livrarem de um quase-ditador, acabaram por entregar o poder a um bando que não vai ter o mínimo pejo de introduzir neste país tudo o que de mais nefasto impõe a doutrina neoliberal.
Vai ser uma factura tremendamente difícil de pagar num futuro muito incerto para a maioria da população portuguesa.

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