sábado, 25 de novembro de 2023

MAIS CITAÇÕES (259)

 
José António Vieira da Silva teme um reposicionamento do PS para uma convergência estratégica à esquerda.

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Até a NATO e a UE, que foram argumentos de Cavaco contra a ‘geringonça’, voltaram à baila.

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A estabilidade de quatro anos no Governo com maior taxa de aprovação deste século e a instabilidade de dois anos de maioria absoluta, onde o PS se afundou nas sondagens, parecem ter provado que os problemas do PS estão no PS.

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Não foram os anos de ‘geringonça’ bem mais produtivos e reformistas do que os que se seguiram?

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Na realidade, BE e PCP não conseguiram mais do que o mínimo, sempre nos apertados limites europeus.

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Sozinho em casa, percebeu-se que o problema do PS não é nem excesso nem falta de radicalismo.

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É não saber o que quer fazer com as maiorias que pede. 

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O discurso está de tal forma desequilibrado (…) que qualquer intervenção do Estado na economia, com propostas que até liberais do Norte da Europa aceitam, é meio caminho para Caracas.

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[Na moderação] não cabe um social-democrata que milita no PS desde os 14 anos.

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Chamar radical à reconstrução de uma esquerda reformista tem como objetivo a destruição de todo o campo ideológico da esquerda, da mais radical à mais moderada. 

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Ainda a procissão vai no adro e já são socialistas a reabilitar Passos Coelho e a fragilizar o seu mais provável candidato a primeiro-ministro, dando valiosas munições à direita.

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Partindo para este combate mais ferido do que esperava e com o PS muito desgastado, Pedro Nuno Santos sente-se obrigado a moderar a sua social-democracia. 

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Claro que a sua liderança pode representar uma clarificação, apenas porque ele é realmente socialista.

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As ideias movem o mundo, mas nunca tanto como a força de quem tem essas ideias. 

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Porque não são as lideranças que mudam a história. Elas apenas aproveitam as condições que existam para a mudar.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Ao longo de milénios, a mulher tem sido o maior álibi para a violência, ainda que esta seja muito mais sobre o género feminino, e pelo género masculino, do que de género feminino.

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Se tudo se baseasse na lógica da constituição, o sexo com mais força seria o mais apto para transportar mais peso durante nove meses. Não o é.

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Se tudo fosse uma questão de resistência física os homens viveriam mais do que as mulheres. Não acontece.

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Matar mulheres é das tradições mais perpetuadas pelos homens e, no entanto, o feminicídio continua sem legislação na maioria dos países, nomeadamente Portugal.

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Matar mulheres é das tradições mais perpetuadas pelos homens e, no entanto, o feminicídio continua sem legislação na maioria dos países, nomeadamente Portugal.

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Não há outra forma de tratar a paz e a não violência que não seja pelo feminismo.

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O homem é o ser que mais uso faz da violência, aquele que impõe o seu domínio sobre a natureza, os animais e, insistentemente, sobre as mulheres.

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Em Portugal, não podia deixar de citar o episódio de violência policial sofrido pela cidadã Cláudia Simões e que o PÚBLICO tem vindo a acompanhar.

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Certo, certo é que, não se podendo afirmar que todos os homens, pelo simples facto de serem homens, matam, observa-se que a masculinidade antecipa a violência.

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 Renegociar o modelo de organização política que queremos só tem uma via: o feminismo.

Ulika da Paixão Franco, “Público” (sem link)

 

As “cunhas”, os favores, ou melhor, o sistema de favores, o tráfico de influências, associado ou não a corrupção, não são problemas conjunturais ou pontuais na vida portuguesa, mas sim estruturais.

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O escrutínio é grande no poder político, e bem, mas é escasso noutras áreas como, por exemplo, a cultura, uma das áreas mais obscuras no sistema de favores.

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Outra área crucial em democracia cujo escrutínio é escasso é a comunicação social, porque isso significaria defrontar o poder dos donos dos órgãos de comunicação social.

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A área mais típica deste tipo de indiferença colectiva [à corrupção, ao nepotismo] é o desporto, ou melhor, o futebol. 

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O que escrevi sobre quem manda em Portugal, que, contrariamente à percepção pública, é essencialmente discreto e move-se nos corredores do poder político, na promiscuidade com a política.

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Há anos que reclamo de governos sem qualquer resposta o esclarecimento documental sobre muito aspectos da negociação com a troika, que permitiram saber que medidas são de autoria da troika ou dos governos Sócrates e Passos-Portas-troika.

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Duvido que haja sequer um registo fiável desses contactos.

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[Sabia-se] que um ministro português usava um computador de um membro da troika para enviar correspondência.

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O mito de que um deputado tem qualquer poder comparável a muitos assessores e chefes de gabinete, e aos intermediários pagos a peso de ouro à elite das consultoras e escritórios de advogados, ou aos “melhores amigos”, é bom para alimentar o chamado “jornalismo de investigação”, mas serve como distracção para o exercício efectivo de poder

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Um dos principais poderes destes poderes fácticos é um direito de veto informal para muitos lugares, carreiras, ou outros poderes.

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Como é que funciona esse direito de veto na política? O ataque, com relevo para a comunicação social ligada à direita radical, contra actores políticos que mostram “ideologia”, coisa que como é evidente só tem um lado.

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Lendo o que escrevi percebe-se muito bem o caso actual dos “influenciadores”, e por que razão digo que o mesmo é prática habitual em todos os governos desde o 25 de Abril, sem querer diminuir o actual.

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Não porque a democracia tenha mais tráfico de influências e corrupção do que a ditadura do Estado Novo, que escondeu milhares de casos debaixo da censura e da repressão.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Os resultados das eleições presidenciais na Argentina e parlamentares nos Países Baixos são duas vitórias da extrema-direita na sua perigosa cavalgada. 

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Os sacripantas da nossa extrema-direita conduzem, há muito tempo, um processo de manipulação de informações e de factos políticos, de calúnias, de julgamentos de diverso tipo na praça pública, ou até no seio da Assembleia da República.

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O Chega, partido inimigo da Constituição da República, apresenta-se perante a sociedade como grande defensor do Ministério Público (MP).

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Infelizmente, há quem, de forma leviana [como Carlos Moedas], alimente a ação da extrema-direita.

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O 25 de Abril foi único, foi o dia primeiro, “inteiro e limpo”, da esperança partilhada de mais justiça, igualdade e desenvolvimento.

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Precisamos de exercício pleno da democracia, não de barrelas manipuladas pelos seus inimigos.

Carvalho da Silva, JN


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