sexta-feira, 7 de março de 2025

CITAÇÕES

 
Quando se queixou, perante as primeiras perguntas a que não respondeu, que as suas respostas nunca seriam suficientes, é provável que soubesse que o suficiente não seria bom para ele.

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A Spinumviva é de Montenegro.

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O facto de anunciar, depois de se ter “desvinculado”, que as quotas da mulher iam para os filhos foi a enésima confissão de propriedade. 

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O seu negócio [leia-se da empresa] são os contactos de Montenegro, que não tem uma vida empresarial, tem rendas.

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[A empresa] não existe para além dele.

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Montenegro fez uma campanha baseada na gestão dos silêncios, que não poderá repetir.

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Foram raríssimas as suas conferências de imprensa com perguntas.

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No sábado, mandou cinco ministros a cinco canais responder às perguntas que ele se recusara a responder minutos antes.

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[O escrutínio] serve para defender o Estado e o interesse público de políticos demasiado vulneráveis.

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Furtar-se ao escrutínio, que inclui a imprensa, é desrespeitar a democracia. 

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Ao escrutínio exigido pela oposição, o primeiro-ministro deu uma resposta assombrosa: ou param de fazer perguntas ou crio uma crise política.

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Perante a possibilidade de se esgotarem todos os instrumentos de esclarecimento, só Montenegro saberá porque prefere este caminho.

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Quem apresenta a moção de confiança faz apelos para o PS a aprovar, em nome da estabilidade, quando, para isso, bastava não a apresentar.

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É por causa da insustentável ausência de condições éticas para o cargo que ocupa que Montenegro escolheu não o fazer [leia-se governar] e preparou a queda que sempre desejou.

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Montenegro sempre quis eleições e escolheu a revelação das suas próprias falhas para as provocar. 

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É o seu comportamento, primeiro, e a decisão de forçar eleições, depois, que levam a esta crise. É o solitário responsável por tudo isto.

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A campanha será sobre os seus negócios.

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Será uma campanha feia, que deixará marcas na democracia.

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[Exigia-se] era que se demitisse, porque o problema é ele.

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Ele [Montenegro] é a crise. 

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O PSD vai atirar-se para o lodo, em nome da sobrevivência de um homem desesperado. 

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

A grande questão é que esta estabilidade política não serve ao PSD.

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Para Luís Montenegro, as dificuldades desta magistratura parlamentar são um suplício, uma espécie de contragovernação ou governo-sombra que teria de suportar até ao cutelo do próximo Orçamento do Estado.

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Um solavanco chegou pela própria mão e Montenegro entende que é altura de avançar para a vitimização, esvaziar um pouco a extrema-direita e estabelecer também com a IL.

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As notas para a gestão da crise (…) são claras quanto ao plano traçado para a estratégia de comunicação do Executivo nos próximos dias.

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Explicar a dimensão da empresa de Montenegro como um pináculo de cuidado no tratamento da causa pública e na gestão das incompatibilidades é esquecer a natureza dos seus clientes, da sua estrutura familiar e da própria morada ou telefone.

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Montenegro percebe, porventura antes de todos os outros, que é gigante a probabilidade das eleições correrem muito melhor do que uma comissão parlamentar de inquérito.

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Ninguém válido se aproximará da vida política nos próximos tempos.

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O tempo, como se vê pela bancada do CH, será dos medíocres.

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Haverá a tentação do voto popular passar uma esponja em casos onde a legalidade seja duvidosa.

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Esta última, igualmente perigosa, também só atrairá mediocridade.

Miguel Guedes, JN

 

No ano que marca os oitenta anos do fim da Segunda Guerra Mundial, assistimos a um novo recrudescimento dos discursos de ódio, seja no âmbito da política interna dos Estados-nação, seja nas políticas internacionais.

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O termo woke popularizou-se nos Estados Unidos como sinônimo de políticas liberais que defendem pautas legítimas, como igualdade racial e social, feminismo, o movimento LGBTQIA+, o uso de pronomes de gênero neutro, o ativismo ecológico, entre outras-

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As eleições na Alemanha têm sido um bom exemplo de como a representatividade sem consciência política e de classe pode servir a fins políticos escusos.

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A líder da extrema-direita, Alice Weidel, que é casada com uma mulher estrangeira, reivindica os direitos LGBTQIA+ e das mulheres contra os imigrantes.

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Ainda que reconheçamos que movimentos progressistas estiveram na base de muitas lutas e conquistas emancipatórias, dentro de um contexto de crise eles têm grande potencial de se tornarem reacionários.

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A alienação das políticas progressistas e sua redução a pautas identitárias sem universalidade e efetividade têm permitido que o fascismo se aproprie da crítica legítima à ineficácia das instituições e a transforme em um clamor por um governo de mão forte.

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A única forma de contrariar esse discurso neofascista é afirmá-lo tal como é: políticas baseadas em identidade têm o potencial de se tornarem conservadoras e reacionárias.

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Como mulher racializada, de origem de classe trabalhadora precarizada e imigrante, ser feminista e antirracista foi um caminho natural de sobrevivência.

Marcela Uchôa, “Público” (sem link)

 

A política não deveria ser entendida como uma relação transacional, onde apenas aqueles que tiveram oportunidade de beneficiar do sistema podem, depois, "devolver" algo ao país.

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O que distingue a política profissional desse simples voluntariado? Talvez o facto de que, no primeiro caso, o suposto gesto de devolução vem sempre acompanhado de benefícios para o próprio.

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Esses benefícios não se limitam ao poder simbólico da função, incluem estatuto, influência e, sim, até dinheiro. 

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A política, aqui apresentada como um ato de serviço e retribuição, não é, pelo menos no nosso país, um sacrifício, mas, sim, uma posição de privilégio, acessível a poucas pessoas.

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Incomoda-me esta visão messiânica da política, que insiste na ideia do "homem providencial", do "salvador desinteressado" que, movido por um altíssimo altruísmo, se apresenta como aquele que vai “retribuir”.

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[Luís Montenegro tem não] somente de prestar contas, mas de agir em consequência, como, por exemplo, demitindo-se do cargo para o qual não serve, mas do qual, esperemos, não se tenha servido.

Luísa Semedo. “Público” (sem link)


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