O próprio primeiro-ministro tinha tomado
a iniciativa inaudita de certificar a solução sugerida pela ministra da Saúde
na negociação com a esquerda [sobre a nova Lei de Bases da Saúde], anunciando-a
no Parlamento.
(…)
O argumento mais interessante [de Costa]
na minha opinião, é que as parcerias público-privadas são poucas e pouco
relevantes.
(…)
De facto, não são coisa pouca: são
hospitais importantes, cuja gestão mobiliza grandes grupos internacionais, que
recebem dois mil milhões de euros por legislatura.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
A era do digital é também
a era dos bloqueios ambientais e ecológicos, de vivos confrontos entre
democracia e autoritarismo, de profundas e irracionais desigualdades, do
aumento da esperança de vida e de novas dinâmicas demográficas, da
mercantilização do trabalho.
(…)
É preciso aproveitar as
mudanças não para excluir mas sim para integrar e criar emprego; garantir os
direitos individuais e coletivos, rendimentos e segurança; trazer todos os
trabalhadores para dentro dos sistemas de segurança social e de proteção
social, que se querem universais e solidários, (…)
(…)
O avanço tecnológico não
tem de ser apocalítico. Forcemos a sua utilização ao serviço dos seres humanos.
Por causa dela os
portugueses estão a pagar o descalabro do sistema financeiro. Quase 20 mil
milhões de euros.
(…)
Não foram os professores,
nem os magistrados, nem os funcionários judiciais, nem a polícia quem deu causa
à crise.
(…)
[Os professores] são
credores do Estado e não devedores.
(…)
Centeno assume no seu ar
tecnocrático que o Estado português tem de cumprir os seus compromissos, mas
pelos vistos há compromissos que não são para cumprir...
(…)
Após as próximas eleições,
com quem vai [o PS] governar não tendo maioria absoluta, como tudo indica que
acontecerá?
Domingos
Lopes, “Público” (sem
link)
Na relação com os partidos
à sua esquerda, o PS violou de forma grave este princípio fundamental [da confiança]
em pelo menos duas ocasiões no decurso desta legislatura.
(…)
Em nenhuma negociação de
boa-fé é admissível um recuo face a uma proposta realizada.
(…)
Retirar uma proposta
depois de apresentada é uma quebra de confiança grave e uma violação dos
princípios da negociação séria e leal.
Alexandre
Abreu, “Expresso” Economia (sem
link)
Pagamos e continuaremos a
pagar, por muito tempo, muitas PPP que foram uma afronta ao interesse público.
(…)
[Talvez devêssemos discutir
em Portugal] a injustificável acumulação de funções de direção clínica entre
público e privado.
Pedro
Adão e Silva, “Expresso” (sem
link)
A ameaça de demissão [de Costa]
a poucos meses das eleições é apenas um ato de campanha eleitoral.
(…)
Com [a ameaça] uma
aldrabice descarada: que a decisão do Parlamento significa um aumento de 800
milhões, incomportável para o Governo.
(…)
Apesar de BE e PCP o terem
deixado governar quase sem sobressaltos estes quatro anos, o velho PS quer
rédea solta.
(…)
Costa montou uma encenação
que atira por terra uma mudança histórica na política portuguesa, que a
esquerda europeia via como exemplo.
(…)
Infelizmente, tudo em António
Costa é tática, nada em António Costa é convicção.
(…)
Foi a “geringonça” que
salvou o PS do destino dos restantes partidos socialistas europeus. Terá de ser
uma nova geração de políticos a impedir que o calculismo continue a deitar tudo
a perder.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
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