sábado, 5 de março de 2022

MAIS CITAÇÕES (171)

 
Sou daqueles que, mau grado ser politicamente distante, medito em algumas das suas [de Luís Aguiar-Conraria] análises e disso tiro proveito porque as consciências não vivem isoladas.

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A acusação que faz ao Bloco de Esquerda, na sua última crónica do Expresso, é a de que tem “uma pulsão totalitária”, contudo disfarçada, não tem uma única alegação plausível e demonstrada. 

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Apenas como atoarda destinada a caricaturar o que não se conhece ou se quer desfigurar. 

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Devo recordar que o BE apoiou Chavéz depois de um golpe de estado falhado promovido de fora pelos Estados Unidos da América, apesar de Chávez ter sido eleito presidente em eleições incontestadas.

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O Bloco de Esquerda nunca teve relações com os bolivarianos da Venezuela, ao contrário do PSD e PSD/Madeira, do CDS, e do PS de José Sócrates.

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No Bloco de Esquerda, nunca secundamos o regime de Maduro a quem sempre acusamos de corrupção endémica e de desvio antidemocrático.

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Será talvez um arrojo demonstrar que, em mais de vinte anos, no Bloco defendemos os Direitos Humanos onde quer que fossem ofendidos, independentemente dos regimes, atitude única na Assembleia da República.

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Não fomos nós que abrimos garrafas de champanhe quando venderam a EDP à China e o mostraram no telejornal das 20 horas. 

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O mesmo governo que foi vender vistos gold para a máfia de Putin. 

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O Bloco tem relações políticas com um partido russo que neste momento tem centenas de ativistas presos, o Movimento Socialista.

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A nossa relação com a Ucrânia não é de agora. 

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Isso também não quer dizer que tenha de se apreciar os grupos armados nazis que pululam pela Ucrânia ou sequer que se tenha de achar que tal facto é impeditivo das autoridades deterem o exercício da sua soberania integral em território reconhecido.

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Sempre reconhecemos [no Bloco] os valores constitucionais do nosso regime democrático e os nossos ideais socialistas não entram em contradição com isso.

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O Bloco abrange várias posições filosóficas entre os seus membros.

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Ser a favor da dissolução da NATO, como prevê a Constituição Portuguesa é, em abono da verdade, uma ajuda à Paz.

Luís Fazenda, “Expresso”

 

Henry Kissinger defendeu que a Ucrânia devia ser livre de entrar na UE, mas não devia pertencer à NATO, optando pela neutralidade finlandesa.   

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A motivação revisionista e imperialista de Putin está expressa em artigos assinados pelo seu punho e deixámos de poder não acreditar.

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Antes de Putin perdemos demasiadas oportunidades. E se nos livrarmos dele, teremos de encontrar uma solução em que a Rússia tenha lugar.

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[Na Ucrânia] há um ocupante e um ocupado. Isso é simples e quem se baralha merece crítica severa.

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Em tempo de guerra não se limpam armas, e por isso assistimos à militarização da inteligência.

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Esta é a primeira guerra televisionada e acompanhada pelas redes ao minuto. Do lado do ocupado.

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A emoção das opiniões públicas, sempre passageira, pode empurrar as lideranças para becos sem saída.

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Ou o déspota de Moscovo cai ou há negociações.

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Para que o conflito ucraniano não seja o derradeiro, os compromissos, e não as justas certezas morais, serão inevitáveis.

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Um Putin transtornado e encurralado mandará as tropas russas regressar sem perder a face?

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Não sabemos que efeitos esta aventura terá na sociedade russa, na elite económica e na cadeia de comando militar perante a evidência de que o ditador já só ouve quem lhe diz o que quer ouvir.

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[O mundo] precisa de esmagar Putin, ganhando a Rússia. Uma Rússia fraca é uma Rússia perigosa.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

A brutal agressão à Ucrânia, perpetrada por Vladimir Putin em nome da Rússia (…) merece-nos condenação inequívoca.

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Impõe-se ampla mobilização dos povos, dos países e das instituições internacionais, no sentido de rapidamente se pôr termo à guerra e à invasão.

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Putin nega valores e princípios da democracia, da paz e da liberdade. 

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Entretanto, mesmo que as nossas consciências estejam sobrecarregadas com o que é prioritário (…) são indispensáveis análises de maior fôlego, dada a delicadeza da situação.

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Assusto-me quando descortino, em posições nomeadamente da NATO e da União Europeia, uma perspetiva de incremento armamentista e de leituras simplistas do bem e do mal, em vez de assumirem a necessidade de uma nova ordem internacional.

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Aprendi pela vivência social, política, religiosa e académica a importância de, na saída da II Guerra Mundial, ter emergido uma forte consciência em defesa da paz, da justiça social e da democracia.

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A comunicação moderna mantém graves vícios antigos e as redes sociais são, em grande medida, espaços de incremento de ódios.

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A economia financeirizada (com o seu primado dos negócios) é dos espaços onde se praticam mais violações de princípios democráticos, da ética, dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos. 

Carvalho da Silva, JN

 

Estamos a viver tempos interessantes e não são bons.

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A incerteza, a surpresa, a dificuldade de dizer onde tudo isto vai parar, se é que pára, são dominantes.

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O impacto da brutalidade da invasão criou um movimento que mudará os termos da política europeia, mas nem todos o perceberam.

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[A Rússia de Putin] é um país de capitalismo corrupto e agressivo, e um país imperialista.

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Não há nenhum valor, seja da democracia, seja da liberdade, seja do socialismo, que esteja presente na invasão da Ucrânia.

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A posição do PCP decorre de considerar que sem a Rússia não há travão ao imperialismo americano.

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E uma análise geopolítica, não é uma análise marxista…

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Muito desse imperialismo [americano] mudou e está muito enfraquecido.

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[Biden] é um atlantista que quer reatar as relações com a Europa e fortalecer a NATO, e, formado na Guerra Fria, vê a Rússia como um inimigo sério.

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Ao mesmo tempo, Biden tem prosseguido uma política de muito maior moderação com Cuba e o Irão.

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Todas as consequências que Putin não desejava vão-se realizar.

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[Na Ucrânia está] em causa um combate entre a democracia e a autocracia.

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A Ucrânia está longe de ser uma democracia perfeita, com uma vida política turbulenta, uma extrema-direita nazi e corrupção endémica, de uma ponta à outra da governação.

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E quanto a oligarcas, a Ucrânia tem também a sua dose.

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Pode ser, com todas as reservas do “se”, que a participação popular na defesa do seu país venha a dar origem a uma Ucrânia mais democrática.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)


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