
Mas o que mais distingue Sócrates é o seu lado de cidadão politicamente empenhado, tão raro no mundo do futebol profissional. Apelidado de “Doutor” e “Magrão” pelos seus fãs, dizia ser “um paraense com nome grego e alma tupiniquim”. Fundou algo de inédito no espaço da bola – a Democracia Corinthiana, um movimento dentro do clube que permitiu aos jogadores eleger democraticamente o treinador, escolher o horário dos treinos, participar nas eleições do clube e abolir a obrigatoriedade de concentração. Elegante e de finta curta, Sócrates jogava com o interior da cabeça e fora do campo revelou-se um corajoso activista contra a ditadura militar. Foi agora, no dia 4 atraiçoado pelo álcool, um amigo falso em quem confiava desde há uns tempos. (1)
Depois de apanhado pelo vício da bebida desabafava: “O álcool é um companheiro para conviver com parte da loucura da sociedade do nosso tempo”.
Mas este Sócrates, tal como o filósofo grego com o mesmo nome (cerca de 469-399 A.C.) que ensinou o ocidente a pensar, vai ficar mesmo na História.
(1) Transcrito da “Visão”
Sem comentários:
Enviar um comentário