terça-feira, 15 de julho de 2025

PORTUGAL NÃO PODE APOIAR O GENOCÍDIO EM GAZA

 

Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal e Paulo Rangel ao participar hoje, dia 15 de julho de 2025, na reunião do Conselho de Associação UE – Israel, a mensagem deve ser clara: Portugal e a União Europeia NÃO PODEM APOIAR as violações de direitos humanos perpetradas pelo governo israelita no Território Palestiniano Ocupado.

A União Europeia deve condenar a ocupação, o genocídio e o apartheid imposto por Israel. Juntos exigimos a suspensão do Acordo de Associação com Israel. Partilhe esta publicação e identifique o ministro dos negócios estrangeiros Paulo Rangel (Paulo Rangel).

#NãoEmMeuNome Portugal não pode apoiar o genocídio em Gaza.


FRASE DO DIA (2476)

 
Em vez de enfrentar os problemas da saúde e da habitação, verdadeiramente preocupantes para a maioria dos portugueses e com tendência para o agravamento, o Governo tem como prioridade aproximar-se do Chega.

Capicua, JN


AINDA NÃO VIMOS TUDO…

 

Um novo conceito de poder.

Já viu tudo? Nem pense nisso. Donald Trump, que é presidente dos EUA, lançou agora uma linha de perfumes. Pela módica quantia de 249 dólares. No ano passado tinha lançado um perfume a 199 dólares. E umas sapatilhas douradas. E o que mais se verá. Francisco Louçã


HÁ QUE DAR VOZ ATÉ À EXAUSTÃO A ESTA SITUAÇÃO DRAMÁTICA QUE OCORRE EM PORTUGAL

IMIGRANTES: O QUE INTERESSA É O QUE SE PODE TIRAR DESTA VACA LEITEIRA

 

Via Bernardino José Guia


MANOBRA DE DIVERSÃO DO GOVERNO PARA ESCONDER OS SEUS FALHANÇOS PRINCIPAIS

 
"Governo está a usar a imigração para não ter de falar dos seus falhanços: Saúde e Habitação"

Via SIC Notícias


MAIS DE 60% DE APROVAÇÃO DA POLÍTICA EXTERNA DE LULA

 

A aprovação das políticas internacionais adotadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve um aumento significativo, segundo uma pesquisa realizada pela AtlasIntel para a Bloomberg divulgada nesta terça-feira, 15.

A pesquisa revelou que a postura do presidente diante das ameaças de tarifas de 50% do presidente americano, Donald Trump, sobre os produtos brasileiros ajudou a fortalecer sua imagem internacionalmente, com 60,2% dos entrevistados aprovando a política externa adotada pelo governo e 38,9% desaprovando. Via “Burguesia Fede”


segunda-feira, 14 de julho de 2025

INTERVENÇÃO DE MARIANA MORTÁGUA NO FÓRUM AUTÁRQUICO DO BE COIMBRA, ONTEM, DIA 13

 

Via Jaime Mestre


FRASE DO DIA (2475)

 
Depois do que aconteceu à nossa banca, à REN, aos CTT, à EDP, à PT e à ANA, parece não se ter aprendido nada. A sucessiva desnatação da economia de um país sem moeda própria e muito limitado na capacidade de impor políticas económicas tem sido a nossa tragédia.

Daniel Oliveira, “Expresso” online


CERCA DE 250 MIL CASAS VAZIAS EM PORTUGAL FORA DO MERCADO DE VENDA OU ARRENDAMENTO

 

Dos 723 mil fogos vagos em Portugal, 485 mil estão em condições de ser habitados, mas destes apenas cerca de metade estão no mercado para venda ou arrendamento. “Público”

Mais Aqui


PARA MAL DA MAIORIA DOS PORTUGUESES, PRIORIDADES DO GOVERNO ESTÃO AO CONTRÁRIO

 

Subscrevemos. Imagem via Jaime Mestre


EUA: MANIFESTAÇÃO DE JUDEUS CONTRA O GENOCÍDIO EM GAZA

 

Judeus manifestam-se - e são presos pela Polícia…- no Capitólio contra o genocídio em Gaza, gritando “Não em nosso nome!”

António Garcia Pereira


CUIDADORES E CUIDADORAS INFORMAIS: ESTATÍSTICAS QUE IMPRESSIONAM

 
Mais Informação: Consulte o documento em: http://bit.ly/3Io8K20

NADA ESTÁ A SER FEITO PARA ACABAR COM O GENOCÍDIO DOS PALESTINIANOS

 

Traduzindo texto da imagem: “Se nós desaparecermos da Terra em breve, não fique surpreendido porque você apenas observou acontecer tudo”

Imagem via “United4Palestine”


POR CULPA DO CAPITALISMO, AGORA TRABALHAMOS MAIS E GANHAMOS MENOS

 

Imagem via Bernardino José Guia


domingo, 13 de julho de 2025

GAZA: PELO MENOS 798 PESSOAS FORAM MORTAS ENQUANTO TENTAVAM RECEBER AJUDA ALIMENTAR

 

Via “Expresso”


EM POLÍTICA NÃO VALE TUDO, E EXISTEM REGRAS QUE NÃO ESTANDO ESCRITAS DEVEM SER OBSERVADAS


O TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL EMITE MANDADOS DE DETENÇÃO CONTRA LIDERES TALIBÃ POR CRIMES CONTRA A HUMANIDADE

 



O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de detenção contra o Líder Supremo dos Talibãs, Haibatullah Akhundzada, e o Chefe de Justiça dos Talibãs, Abdul Hakim Haqqani, pelo crime contra a humanidade de perseguição de género no Afeganistão e pela sua alegada responsabilidade individual.

A Amnistia Internacional apela também à comunidade internacional para que reconheça o apartheid de género como um crime ao abrigo do direito internacional, a fim de reforçar os esforços para combater os regimes institucionalizados de opressão e dominação sistemáticas impostas com base no género. Via AI


FRASE DO DIA (2474)

 
A transição energética não é apenas uma questão técnica ou económica; é também uma questão de cidadania e de justiça social.

Carla Castelo, “Público”


“DIGA-ME UMA PRIVATIZAÇÃO QUE TENHA CORRIDO BEM”

UMA AFIRMAÇÃO DA INSUSPEITA CNN

 

Em nove dias, os técnicos da Agência Portuguesa do Ambiente e de outras entidades, percorreram 45 quilómetros entre Troia e Melides, numa fiscalização anunciada depois da recente polémica sobre acessos condicionados a algumas praias do concelho de Grândola. Das 22 praias, duas têm acesso controlado e oito acesso condicionado.

Os proprietários de empreendimentos que até agora controlavam e limitavam o acesso, são obrigados a garantir a passagem e a sinalizar a existência da zona balnear. As cancelas também vão ter de desaparecer, depois de anos de existência sem que fossem alvo de contraordenações. Via CNN


OS "FALSOS MODERADOS" CONTRIBUEM PARA UMA "BANALIZAÇÃO DO MAL"

 

Na sua crónica, Daniel Oliveira critica a política de imigração do governo de Luís Montenegro, assim como a sua aproximação ao Chega nas votações parlamentares. O cronista e comentador afirma que os "falsos moderados" contribuem para uma "banalização do mal". Mais Aqui


JÚLIA PEREIRA É A PRIMEIRA CANDIDATA TRANSGÉNERO A UMAS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS

 

Via SIC Notícias


IMIGRANTES COM MELHOR DOMÍNIO DA GRAMÁTICA PORTUGUESA DO QUE APOIANTES DO CHEGA

 

Via Celeste Santos


sábado, 12 de julho de 2025

GENOCÍDIO EM GAZA: HOUVE UMA “DISTORÇÃO GIGANTESCA DA INFORMAÇÃO”

 

Na cobertura a partir do 7 de outubro houve uma “distorção gigantesca da informação”, com jornalistas palestinianos assassinados e jornalistas estrangeiros “levados em tours” por Israel, diz esta autora. Vivemos um “naufrágio dos bastiões do jornalismo”.

👉Entrevista de João Pinhal: https://comunidadeculturaearte.com/entrevista-alexandra.../


MAIS CITAÇÕES (341)

 
No plano nacional, os últimos dias mostraram-nos o chorrilho de mentiras que suportou a colocação da alteração à Lei da Nacionalidade como urgência política, e o potencial de ódio que tal manobra arrasta. 

(…)

Na Saúde, vimos uma ministra incapaz de assumir responsabilidade perante a violência a que as grávidas (e familiares) são sujeitas, quando não sabem onde podem ser acolhidas. 

(…)

Uma pessoa ter que se deslocar a quatro ou cinco hospitais para resolver um mesmo problema é uma aberração e aumenta riscos.

(…)

Está em curso um programa de aniquilamento do SNS a partir de alteração de estruturas e funções, por retirada de capacidades, pela entrega da capoeira à guarda da raposa.

(…)

No plano europeu, prossegue uma gestão política caótica. 

(…)

[Cresce] a ausência de princípios nas relações internacionais.

(…)

[O Ocidente] preferiu seguir o caminho das guerras punitivas, da lei do mais forte, de práticas neocoloniais, da instabilização das relações comerciais, da negação do direito à diferença, da sujeição das pessoas a todo o tipo de sacrifícios para aceder ao trabalho.

(…)

O direito a trabalho digno e o acesso a direitos sociais são áreas para as quais o liberalismo económico e os ultraconservadores não dispõem de respostas positivas.

Carvalho da Silva, JN

 

Após termos assistido, há não muito tempo, à tentativa de criminalização do discurso antirracista, eis que os tribunais são agora convocados a intervir no domínio do humor.

(…)

Uma das principais funções do direito à liberdade de expressão é a de poder criticar o poder e, nomeadamente, através do humor.

(…)

O humor é um dos domínios que precisa de ser especialmente protegido pelo direito à liberdade de expressão.

(…)

Não é por acaso que as pessoas que têm como ofício fazer rir são, por vezes, vítimas, dependendo do contexto, de despedimentos, ameaças, processos, agressões e assassinatos.

(…)

O humor é uma coisa séria.

(…)

Se o humor não tivesse poder não seria proibido ou tão atacado pelas ditaduras.

(…)

Considero que fazer rir é das mais nobres capacidades que possuímos.

(…)

Viver sem riso é como viver sem música ou sem amor.

(…)

Não é a mesma coisa gozar com o poder ou com grupos vulneráveis.

(…)

Tal como quem trabalha com o humor tem direito à liberdade de expressão, também o público tem o direito de gozar, mandar vir, ficar chocado.

(…)

A questão dos limites do humor posiciona-se, a meu ver, sobretudo, na questão da gestão de conflitos. 

(…)

Existe uma diferença entre a sátira dirigida a uma figura pública, enquanto indivíduo, e um discurso humorístico que ataca todo um grupo social, historicamente vulnerabilizado.

(…)

O humor foi, demasiadas vezes, instrumento de legitimação de ideologias discriminatórias.

(…)

O riso revelou-se frequentemente cúmplice do poder hegemónico.

Luísa Semedo, “Público” (sem link)

 

Para Peter Thiel, os culpados por o mundo estar como está é dos hippies e de gente como Greta Thunberg.

(…)

Na sua perspectiva, ao transformarem-se em obstáculos no caminho do progresso, fizeram o mundo estagnar.

(…)

[O Homem] vê o progresso a alentecer-se pela acção dos que acham que a ciência não pode ser deixada sem amarras éticas, nem responsabilidades morais.

(…)

Thiel considera o ambientalismo “bastante poderoso”, uma ideologia tão poderosa que tem como grande ambição construir um Estado totalitário a nível mundial cujo objectivo é “travar a ciência”, controlar todos os computadores.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Como libertário político, pirómano social e defensor de monopólios empresariais, o multimilionário [Peter Thiel] investiu grandes somas de dinheiro na sua cruzada contra o pensamento progressista (o liberalismo à americana)

(…)

[Peter Thiel, que não é só multimilionário, também “é um dos mais influentes intelectuais de direita dos últimos 20 anos”] como libertário político, pirómano social e defensor de monopólios empresariais, o multimilionário investiu grandes somas de dinheiro na sua cruzada contra o pensamento progressista (o liberalismo à americana).

(…)

Thiel e os seus amigos do clube dos milhares de milhões querem criar, a partir das cinzas dos liberais imolados, uma ciência sem amarras, uma tecnologia sem controlo. Para quem? Para eles, claro.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Enquanto se debatia há uns dias, no Parlamento, as alterações à lei da imigração e da nacionalidade, o líder do Chega leu uma lista com nomes de crianças, alegadamente estrangeiras, que frequentam um jardim-de-infância de uma escola pública portuguesa.

(…)

Antes do debate, a deputada Rita Matias leu a mesma lista, num vídeo que partilhou nas suas redes sociais, indo mais longe e dizendo também os apelidos das crianças, para tentar demonstrar que os imigrantes têm prioridade no acesso às vagas no pré-escolar. 

(…)

A extrema-Direita já deixou, há muito, de ter limites no que toca ao populismo e à sede de poder: vale tudo, até instrumentalizar crianças.

(…)

A premissa de que os filhos de imigrantes têm prioridade no acesso a escolas públicas é fácil de desmentir: o artigo 10º do Despacho Normativo n.º 10-B/2021, de 14 de abril, determina as regras de prioridade na matrícula ou renovação de matrícula na educação pré-escolar e nenhuma se prende com a nacionalidade dos pais ou das crianças.

(…)

Uma das formas mais eficazes de integrar estrangeiros – talvez a mais eficaz – é através dos seus filhos.

(…)

Integrar estas crianças na escola pública, (…) é acima de tudo um dever democrático e humanitário mas é, também, uma questão de inteligência, de pensar o país a longo prazo.

(…)

A integração cultural num país estrangeiro é talvez um dos raros fenómenos em que a transmissão funciona melhor em sentido inverso – dos filhos para os pais – e, para além de desumano, é estúpido não perceber isto. 

(…)

Mas ser estúpido é menos mau do que ser desumano, por isso o argumento maior tem que ser o da humanidade: os nomes naquelas listas são nomes de crianças, não são nomes de imigrantes. 

Martha Mendes, (“diário as beiras”)


JOSEPH FIGUEIRA: UM ANO DE PRISÃO SEM JULGAMENTO

 

Não é função do parlamento averiguar da culpa ou inocência. Mas é função do parlamento e das restantes instituições europeias exigir o respeito pelos direitos básicos de todos os cidadãos em qualquer parte do mundo. Catarina Martins 


NENHUMA SURPRESA. SÓ INDIGNIDADE

 

A Assembleia da República rejeitou ontem as propostas apresentadas por PS, Livre, PCP, BE e PAN de reconhecimento do Estado da Palestina. PSD, CDS, IL e Chega votaram contra a História. Nenhuma surpresa. Só indignidade. José Manuel Pureza


QUASE 90% DOS CUIDADORES INFORMAIS JÁ SENTIRAM EXAUSTÃO EMOCIONAL

 

Via “Expresso”


PALESTINIANO ESPANCADO ATÉ À MORTE POR COLONOS ISRAELITAS

 

Um homem de 23 anos referido como cidadão dos Estados Unidos foi espancado até à morte por colonos na cidade de Singil na Margem Ocidental, de acordo com testemunhas oficiais locais. Mais Aqui


sexta-feira, 11 de julho de 2025

CITAÇÕES

 
A obsessão do Governo pela imigração e pela nacionalidade, que ocupam a sua atenção desde que tomou posse, não serve para travar a extrema-direita. 

(…)

Também não serve para resolver ou prevenir problemas. Se servisse, trabalharia com dados.

(…)

Na imigração continuamos sem dados rigorosos atualizados, porque o Observatórios das Migrações foi suspenso.

(…)

É contra estes [imigrantes] que o Governo tem apontado as baterias.

(…)

Apesar de ter alegado um aumento exponencial de pedidos de nacionalidade para mudar a lei, a média mensal desceu 12,5% de 2024 para 2025.

(…)

O foco obsessivo serve para esconder o falhanço nas duas áreas que um barómetro recente apresentou como as prioritárias para os portugueses antes da imigração: saúde e habitação.

(…)

Sabendo que os fluxos migratórios se vão intensificar, porque o mundo está mais pequeno e interligado, [os políticos] fazem escolhas.

(…)

Se apostam no medo, dificultam o rea­grupamento familiar, impedem a construção de lugares de culto para quem não seja cristão.

(…)

Claro que para receber imigrantes é preciso investir em serviços públicos. Mas sai mais barato culpá-los pela crise no Serviço Nacional de Saúde, na habitação ou no pré-escolar.

(…)

Para justificar o fim do “não é não”, (…) Leitão Amaro disse que estes temas devem ser tratados por moderados, não por radicais.

(…)

Leitão Amaro quer dizer-nos, como um marido apanhado em traição, que “isto não é o que parece”.

(…)

Este tipo de “moderado” determina os seus valores pela média das posições dominantes, mesmo quando se radicalizam. 

(…)

Dou poucos meses para estarmos a discutir a possibilidade de dar prio­ridade a filhos de portugueses no acesso ao pré-escolar.

(…)

A banalização do mal é garantida pelos que, não sendo convictos, vão para onde sopra o vento. 

(…)

Este suposto “moderado” só se imagina em minorias resistentes nas tragédias do passado.

(…)

Com oportunismo e cobardia, inspira fundo o ar do tempo. É deste género de “moderados” que é feito o Governo.

(…)

Escolheu uma política radical, mas não lhe parece que o seja porque corresponde ao pensamento hegemónico.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

É inqualificável que crianças sejam usadas como joguetes políticos, é insustentável que tal seja permitido na casa da democracia, pesa a todos que tal não seja suficiente para que tenhamos noção do que é um limite a ser ultrapassado. 

(…)

Costuma dizer-se que há gente que não se importa de vender a mãe para atingir os seus objectivos.

(…)

A complacência parlamentar com o ódio e a discriminação mancharão para sempre o Parlamento, enlutando a democracia.

(…)

Um simulacro de decência no Parlamento.

(…)

A seguir, o debate sobre a lei de estrangeiros, onde todas as audições parlamentares foram chumbadas.

(…)

A mudança de paradigma desta limpeza ideológica está a bater à sua porta com novos preços a pagar.

(..)

A vizinha Espanha acabou com os “vistos gold” após ter-se apercebido de que quase todos eles se direccionavam para investimentos imobiliários.

(…)

Portugal resolve atacar a sua crise da habitação pela perseguição aos “okupas”, uma nova loucura demagógica e alucinada sobre a ocupação de imóveis.

Miguel Guedes, JN

 

Nós, médicos, profissionais e estudantes na área da saúde de diferentes partes do país escrevemos com o coração pesado pela morte de 284 pessoas durante a onda de calor que ocorreu entre os dias 23 de junho e 2 de julho em Portugal.

(…)

Escrevemos em luto. Mas também em luta.

(…)

Durante estes 10 dias de calor extremo, a crise climática triplicou o número de mortes por calor em 12 cidades europeias.

(…)

Das 2305 mortes em excesso atribuídas ao calor nessas cidades, cerca de 1504 resultam diretamente do aumento das temperaturas causado pela queima de petróleo, carvão e gás.

(…)

Estima-se que muitos outros milhares tenham morrido por todo o continente devido ao colapso climático, mas não sendo registadas como tal.

(…)

Estas mortes não são uma fatalidade.

(…)

São mortes que têm responsáveis.

(…)

Estas pessoas morreram porque foi conscientemente decidido continuar a queimar combustíveis fósseis, mesmo sabendo que isso tornaria o planeta mais quente e mais perigoso para viver.

(…)

Estas são mortes provocadas diretamente pela crise climática. São mortes com causa conhecida e com responsáveis identificados.

(…)

[A crise climática] é, aos nossos olhos, a maior ameaça à saúde da espécie humana, e de todas as espécies, na história contemporânea.

(…)

As ondas de calor são a causa de um aumento do número de hospitalizações e da frequência e gravidade do agravamento de patologias crónicas.

(…)

A maior frequência e gravidade das ondas de calor nos verões europeus também é diretamente causada pela emissão desenfreada de gases com efeito de estufa.

(…)

O calor extremo não é democrático. E o sistema que o gera também não o é.

(…)

A medicina, a nossa profissão, exige que protejamos a vida.

(…)

[Há que] garantir uma transição energética justa, rápida e profunda, para energias renováveis.

(…)

preciso]desmantelar o sistema fóssil e o modelo económico capitalista que o sustenta.

(…)

[Vivemos num] sistema que escolhe, todos os dias, o lucro infinito em vez da vida.

(…)

O capitalismo, [é] o sistema que exige a valorização infinita num planeta com recursos finitos.

(…)

É uma guerra que se faz com cheias, secas, incêndios, fome, deslocamentos forçados, e calor insuportável. 

(…)

Queremos um SNS capaz de responder às exigências da crise climática, capaz de prestar cuidados de qualidade, de reter profissionais, que valorize as suas carreiras e que dê voz aos utentes.

(…)

Recusamo-nos a compactuar com a destruição progressiva e planeada do Serviço Nacional de Saúde.

(…)

Recusamo-nos a concordar tacitamente com a inação dos decisores políticos perante o colapso climático,

(…)

As crises do clima e da saúde não podem ser separadas uma da outra de uma forma estanque. Ergamos a voz e organizemo-nos!

(…)

A crise climática é a nossa crise.

(…)

Não há juramento de Hipócrates que se cumpra ignorando esta realidade.

Hélio Pires, médico e mais treze médicos e estudantes de medicina, “Público” (sem link)