(…)
Os oligarcas abancam em Washington e Moscovo e a liderança
europeia treme, desnorteada como um frango sem cabeça.
(…)
[Há quem queira] marchar para a guerra,
mas um frango sem cabeça sabe lá por onde vai.
(…)
Oitocentos mil milhões
de euros para rearmar a Europa?
(…)
Para onde foram os 326
mil milhões de euros gastos em 2024 (mais 30% que em 2021)?
(…)
Se tivesse cabeça, a
Europa olhava ao espelho. No ano passado, uma rede de desinformação russa
colocou na internet milhões de artigos para condicionar os algoritmos da Meta,
da Google, da Microsoft e da OpenAI.
(…)
Quem irá comandar esse exército europeu e controlar o
botão vermelho nuclear em Paris? Le Pen? Weidel? Ou será Putin?
(…)
A guerra é dos oligarcas contra a democracia.
(…)
A guerra é o poder da Google, da Meta ou da Amazon de
manipularem a nossa informação e a nossa “nuvem”.
(…)
A guerra é a política em transformação. Só há uma forma de
vencer: combater os oligarcas, os nossos e os outros.
(…)
Proteger a educação e a saúde e retomar aquilo de que nunca
deveriam ter-se apropriado.
(…)
A Europa dispensou a diplomacia para defender a Ucrânia
porque ia “vencer a Rússia”. Ajudou a armar o genocídio na Palestina.
(…)
[As bombas] não nos servirão para evitar guerras.
Haverá poucos, nas redações ou no Parlamento, que não
conhecessem o seu currículo [de Montenegro].
(…)
[Montenegro] teve o mérito de se reinventar pelo silêncio.
(…)
De tal forma que uma das suas vantagens eleitorais era a
imagem de honestidade.
(…)
O que se passou com a sua empresa (…) foi a
confirmação de que o fato que não serve acaba sempre por rasgar.
(…)
E não há como Montenegro voltar a parecer sério.
(…)
Quer dizer que nunca mais vai ser visto da mesma forma.
(…)
O PSD é, como o PS, uma federação de carreiras e negócios
locais que tem medo de perder a época de nomeações e contratos depois de tantos
anos longe do pote.
(…)
É desse PSD profundo que Montenegro e os seus problemas
vieram, aliás.
(…)
Montenegro arranjou forma de se demitir e vitimizar-se por
isso.
(…)
Ele, e não “os políticos” ou “os partidos”, é o responsável
pelas suas falhas éticas e por procurar a crise.
(…)
O problema é o tema desta campanha, que Luís Montenegro impôs
depois de sequestrar o partido e o Governo para resolver os seus próprios
problemas.
(…)
O primeiro-ministro fará da vitimização o mote da campanha.
(…)
Montenegro venceu porque havia um grande cansaço com oito
anos de PS.
(…)
O que hoje assombra Montenegro não irá desaparecer.
(…)
As histórias dos negócios que se cruzam sempre com a política
estão lá todas, para serem visitadas. Muitas.
(…)
Se não se transformar num cadáver político, Montenegro será
uma bomba-relógio.
(…)
O voto não o pode limpar.
É provável que para o Presidente Donald Trump soft power seja uma expressão pouco masculina.
(…)
Para
Trump, só existe hard power
e, com ele à frente, os EUA mostrarão o mais duro hard power que o mundo alguma vez viu.
(…)
A sanha com que a sua Administração se lançou sobre a Agência
dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) (…) estará
mais relacionada com a ideia de que essa ajuda tem de vir com contrapartidas
directas.
(…)
Cortar
a eito e sem nexo nem alternativa [a ajuda externa], como está a fazer esta
Administração que nem há dois meses chegou ao poder, terá um “alto custo humano
imediato” em quem depende da ajuda e sem grandes ganhos para os EUA.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
Em apenas seis semanas (…) o Governo Trump já cancelou 83% dos programas da USAID [a ajuda
externa] por não servirem os interesses
nacionais dos EUA.
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Este
anúncio chega poucos dias depois de o Supremo Tribunal ter rejeitado o pedido da Administração Trump
para reter quase dois mil milhões de dólares em pagamentos para organizações de
ajuda internacional.
(…)
[o juiz Carl Nichols] foi nomeado por Trump e no
mês passado permitiu que o Governo avançasse com o seu
plano de colocar mais de dois mil funcionários da USAID de licença.
(…)
Os
cortes foram decididos por Elon Musk e o seu Departamento de Eficiência
Governativa (DOGE) e, segundo a imprensa norte-americana, levaram ao choque
entre o multimilionário e o secretário de Estado [Rubio].
António Rodrigues, “Público” (sem link)
Com enorme
sentimento de irrazoabilidade, o país tem eleições marcadas para dia 18 de maio
e um calvário eleitoral pelo meio.
(…)
Luís
Montenegro não explica porque prefere não explicar.
(…)
Ainda que
com todos os riscos, é para ele mais seguro ir a eleições do que a queima em
lume brando de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
(…)
É muito
difícil imaginar que pessoas preparadas durante anos para o exercício de cargos
públicos não percebam que têm mesmo de largar os seus negócios à porta,
sobretudo quando assumem responsabilidades governativas.
(…)
A
responsabilidade política desta crise tem um nome e uma causa impulsionadora.
(…)
Não podem
ser eleições a julgar eventuais ilícitos éticos cometidos por Montenegro, pelo
que o primeiro-ministro arrasta o líder do PSD para uma Comissão Eleitoral de
Inquérito.
(…)
Dois meses
em que não se tratará de nada mais senão de políticos a convocarem um largo
júri colectivo, provavelmente abstencionista, para um julgamento popular.
(…)
O curto
prazo de validade que se augurava ao Governo de Montenegro não passou do prazo.
Há um outro PSD à espreita.
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