(…)
Não há soluções com “suspensão da democracia”.
(…)
Também não se resolve o bloqueio com amputações
de representação dos cidadãos, mesmo que feitas à custa do chamado voto útil.
(…)
A presente situação económica, social e
política mundial, europeia e nacional é muito delicada.
(…)
Como vão organizar-se respostas a esta perigosa
extrema-direita imperial?
(…)
A grande fatura que Trump tem para a Europa é
outra: os europeus que fiquem com os custos decorrentes da guerra na Ucrânia e
comprem mais combustíveis e armas aos Estados Unidos (EUA).
(…)
[Estamos perante] a necessidade de os povos não
se sujeitarem a ser meros consumidores da loja do patrão.
(…)
Em cada país da UE é preciso fazer crescer as
forças que se opõem a essa via desastrosa e se empenham em abrir relações
comerciais e políticas com a generalidade dos países, desde logo com os BRICS
e, muito em particular, com a China.
(…)
Para uma solução de governação à Esquerda só
existe uma via: o conjunto das forças de Esquerda ter maioria.
Desde
2019, a 12 de abril de cada ano, celebra-se em Portugal o Dia Nacional do Ar,
com o objetivo de destacar a importância da qualidade do ar e sensibilizar a
população para a necessidade de proteger este recurso essencial à vida.
(…)
De
acordo com a Organização Mundial de Saúde, a poluição do ar é uma das maiores
ameaças ambientais, sendo responsável, de acordo com os dados mais atuais, por
cerca de cinco mil mortes prematuras anuais em Portugal.
(…)
Uma
má qualidade do ar traduz-se num agravamento dos problemas de saúde –
respiratórios e/ou cardiovasculares, especialmente em grupos mais vulneráveis
como as crianças, idosos e pessoas.
(…)
A poluição do ar tem efeitos noviços na biodiversidade, nas culturas agrícolas, nos materiais, entre
outros aspetos.
(…)
Três
das principais fontes de poluição do ar no país são o tráfego rodoviário nas
grandes cidades, a queima de biomassa em nossas casas (…) e os problemas relacionados com pequenas
unidades industriais.
(…)
Os
veículos a combustão, sobretudo os movidos a gasóleo, são responsáveis pela
emissão de óxidos de azoto e partículas finas que podem
penetrar profundamente no sistema respiratório.
(…)
Estamos muito longe de ter medidas ambiciosas
nesta área, principalmente nas restrições ao uso do automóvel.
(…)
[A queima de biomassa] intensifica-se nos meses
de inverno, contribuindo para o aumento significativo da concentração de partículas.
(…)
As
emissões elevadas de partículas e os odores persistentes constituem um problema
ambiental muitas vezes negligenciado, mas que afeta o bem-estar de milhares de
cidadãos.
(…)
A
abordagem à melhoria da qualidade do ar em Portugal exige um esforço coordenado
entre autoridades locais, entidades nacionais e cidadãos.
Francisco Ferreira, “Público” (sem link)
Há uma coisa em que nunca me enganei: quem é
Donald Trump e ao que vinha.
(…)
Escrevi
há algum tempo sobre as suas “vantagens” – hesitei e hesito em dizer
qualidades –, mas isso não é muito relevante, e como elas revelam aspectos da
erosão interior das democracias.
(…)
[Carisma]
aplica-se inteiramente a Trump, e não é por estar todos os dias metade do tempo
a fazer o seu show
televisivo e três dias da semana a jogar golfe e, obviamente, a ganhar tudo.
(…)
Trump usou e usa em todo o seu esplendor as
suas capacidades mediáticas.
(…)
E
ninguém como ele vai mais longe em tornar os tempos actuais “interessantes”, o
que é, como se sabe, uma maldição.
(…)
Classifiquei-o
de, com Putin, ser o par mais perigoso do nosso tempo, com todas as vantagens
para Putin, que o domina pela exploração da sua motivação única, a vaidade.
(..)
Acresce
que eu penso mesmo que ele não é bom da cabeça, signifique isso o que
significar, e que o seu narcisismo é patológico.
(…)
Uma
coisa, no entanto, ele está a fazer: a transformar os EUA numa oligarquia
autoritária, a caminho para um regime sem lei, de violência, perseguição,
censura e exclusão.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)
Umberto Eco tinha razão: a Internet e as redes
sociais vieram empoderar os idiotas.
(…)
Conseguiram-no travestindo a mentira de
verdade, transformando o debate político numa conversa de taberna, semeando
o medo e fazendo do ódio uma das indústrias mais lucrativas do nosso tempo.
(…)
A ascensão dos idiotas ao poder fez-se com o
impulso de muitos cúmplices, incluindo até dos seus opositores mais ingénuos.
(…)
Apesar
de o Chega ser “apenas” a terceira força política em Portugal, é ele [Ventura] quem,
muitas vezes, tem mais exposição mediática.
(…)
Muitas mentes mais humanistas e progressistas
acabam a morder o isco que Ventura lhes oferece.
(…)
Esta técnica de manipulação tem um nome: rage bait, isto é, usar a raiva como isco.
(…)
Uma boa parte do ativismo de teclado que temos
hoje procura também tirar dividendos da economia da indignação.
(…)
A indignação tornou-se assim uma mercadoria das
redes sociais e não falta quem queira monetizá-la.
(…)
A razão passou para plano secundário. Tudo é
emoção.
(…)
Um
deslize é tratado como se de um pecado capital se tratasse, mesmo que o infrator
o reconheça e se desculpe.
(…)
Os julgamentos são sumários, sem atenuantes.
Nelson Marques, “Público”
(sem link)
O tempo político, ansioso por resultados visuais e eleitorais,
colide com o tempo social, que exige continuidade, escuta atenta e soluções
para problemas persistentes.
(…)
Quando os cidadãos percebem que as decisões públicas visam
apenas o voto e não as suas necessidades, a confiança nas instituições começa a
deteriorar-se.
(…)
A desilusão pode não gerar necessariamente passividade, mas
alimentar um desgaste da crença nos políticos como agentes de transformação
coletiva, capazes de atender às nossas necessidades.
(…)
Uma política com visão revela-se na abrangência de
transportes acessíveis, na dignidade da habitação, na criação de um espaço
público inclusivo, no respeito pelo ambiente e, fundamentalmente, na promoção
da justiça social.
Ana
Raquel Matos, “diário as beiras” (sem link)
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