sexta-feira, 4 de julho de 2025

CITAÇÕES

 
Para não sermos demasiado severos connosco, 86% dos portugueses consideram que a decisão de Portugal reconhecer as independências foi correta e 57% dizem que teriam apoiado a independência no decorrer da Guerra Colonial.

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É falso que a maioria dos portugueses seja saudosista do colonialismo e que os ex-colonizados tenham saudades dos portugueses.

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[Atualmente] seria bom não deixarmos que uma minoria ressentida monopolize os termos deste debate.

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Ainda assim, a maioria dos portugueses continua a não fazer uma avaliação claramente positiva da libertação das colónias africanas e do fim da experiência colonial portuguesa. 

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A ideia de que a descolonização poderia ser feita de forma diferente parte do princípio de que a potência colonial ainda podia determinar os termos, o tempo e o processo de descolonização.

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Para que Portugal determinasse, naquele momento, os termos da descolonização teria de segurar o poder colonial e usar a força para impor a transição.

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Como acham que a jovem democracia poderia continuar a mandar homens para morrer e matar em África?

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Em que realidade alternativa seria possível ter gerido de forma diferente o impasse herdado do Estado Novo?

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E, apesar da integração conseguida, não fomos capazes de compreender os dramas pessoais de centenas de milhares de “retornados”.

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Está chegado o momento de, seguindo em frente, responsabilizar quem tem de ser responsabilizado por uma descolonização violenta, tumultuosa e rápida: os que recusaram uma descolonização pacífica, politicamente negociada e no tempo em que aconteceram no resto de África.

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Mostrando que o ruído não representa a maioria, são mais os que culpam o Estado Novo (38%) do que os negociadores da época (20%). 

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A forma como a descolonização aconteceu tem como responsáveis os que, para manterem o seu poder autoritário, precisavam de segurar um império colonial anacrónico nas mãos de um país miserável e atrasado.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Para o país dos navegadores e do hipercluster do mar, a realidade da política de gestão costeira põe-nos ao espelho da vergonha e da revolta.

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[Há competências] que não se têm cansado de alertar e denunciar a gravíssima hipoteca em que os desmandos têm posto o futuro do país nas ameaçadas e frágeis zonas costeiras.

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Passam até algumas figuras mais corajosas e atuantes, mas que pouco acabam por conseguir.

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O país tem falta de tudo — da Saú­de ao Ensino, da Justiça à ferrovia, — e todos os anos tem que gastar dezenas de milhões de euros a pôr areia na linha de costa para segurar praias em erosão.

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(…) para proteger imóveis que todos os especialistas dizem que jamais deveriam ter sido ali licenciados.

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Os atentados continuam costa fora, antevendo-se sempre custos crescentes para os segurar...

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[Hoje] é também a tentativa de obstrução do acesso público ao Domínio Público Marítimo (uma lei de 1864!) visando a ‘privatização’ ilegal de praias perante a indignação das populações.

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Percorrendo a costa portuguesa, é possível ver em tempo real o saque e a destruição a acontecer. 

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No meio de tudo isto a pirâmide de responsáveis é enorme e vai desde o funcionalismo autárquico até ao topo da hierarquia do Estado.

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É a total paralisia de toda a estrutura do Estado face à brutalidade ruinosa que paulatinamente tem vindo a tomar conta de todo o litoral português.

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Pior que tudo, legamos-lhes [aos que cá virão a estar] a vergonha de quem deixou tudo isto acontecer, atirando para as costas das gerações futuras a falta de futuro que as espera.

Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)

 

Na confusão das prioridades há quem tenha olho por olho a procurar o mal dos outros para fazer justiça dente por dente.

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Donald Trump aumenta a dívida norte-americana, militariza toda a economia e afasta a classe trabalhadora com baixos salários do acesso à saúde e aos cuidados básicos, abolindo a “Medicaid” em cortes selvagens de 700 biliões de dólares para oferecer uma prenda de cortes fiscais de 235 biliões de dólares aos mais ricos dos mais ricos. 

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Que ausência de moral é esta que fará com que esta geração seja julgada pela História como a mais conivente com a pobreza e a guerra, quando tinha objectivas condições para acabar com ambas?

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Quando não interessa o que se diz, deixa de ser verosímil questionar o resultado da realidade, mesmo global, à escala de tudo e de todos. 

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A promessa de Trump em acabar com a guerra na Ucrânia apenas num dia bateu contra o relógio na primeira hora. 

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Putin garante ao presidente norte-americano que não renunciará aos seus objectivos de obter território e soberania “artificial” sobre partes da Ucrânia.

Miguel Guedes, JN

 

Por estes dias de genocídio dos palestinianos em Gaza às mãos de Israel, envergar camisolas ou agitar bandeiras com as cores da Palestina transformou-se num acto político.

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Quase como se protestar pela causa daqueles que morrem indefesos fosse um acto de subversão mais condenável do que todas as violações de direitos humanos cometidas pelas Forças de Defesa de Israel na Faixa de Gaza, incluindo a morte de 15 mil crianças.

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Mas há um clube que faz de todos os seus jogos na primeira liga do futebol chileno uma jornada de apoio à causa palestiniana.

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[O Clube Desportivo Palestino] reflecte o facto de o Chile ter a maior diáspora palestiniana no mundo fora das nações árabes: mais de meio milhão de pessoas.

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Hoje o Clube Palestino é mais do que um nome. As camisolas com a silhueta do mapa da Palestina pré-Estado de Israel a substituir o número 1 nas costas são um sucesso à escala global.

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Não podem ser usadas em campo, mas podem ser vendidas e envergadas fora dos relvados. 

António Rodrigues, “Público” (sem link)


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