sexta-feira, 1 de agosto de 2025

CITAÇÕES

 
Provou-se que a União é “um gigante económico e um anão político”, como disse um antigo responsável da Comissão. 

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Trump vai cobrar 10% às empresas britânicas, 15% às da União. 

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O ­maior banco privado alemão prevê uma diminuição de 25% das exportações europeias para os EUA.

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Com este pré-acordo político, que ainda terá de ser negociado secto­rialmente e aprovado pelos 28 países, 70% das exportações do continente vão pagar uma tarifa de 15% à entrada nos EUA.

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Mas nada acontece em sentido inverso. 

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Trump omite sempre os serviços, principalmente financeiros e digitais.

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Também neste acordo as poderosas Amazon, OpenAI, Netflix ficam incólumes.

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O mais certo é cair a pretensão de regular as redes so­ciais e uma parte dos mecanismos de defesa da privacidade pessoal em vigor no espaço europeu.

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A Europa chegou à negociação a gatinhar. Claro que não podia conseguir melhor do que isto.

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Trump assumiu, logo no dia seguinte, que pretende aumentar as tarifas sobre este sector [farmacêutico] “num futuro próximo”.

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A cedência europeia só fará Trump avançar ainda mais.

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Diz-se que a nossa dependência estratégia impediu melhor do que isto. 

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Apesar do peso económico da Europa, escolheu um lugar secundário e subjugado. 

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Esteve em causa a necessidade de expansão e venda de stocks da indústria militar americana. 

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A UE perpetua a sua dependência tecnológica, logística, de know-how e, acima de tudo, geopolítica.

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De uma penada, Trump conseguiu aumentar as tarifas, aumentar a venda de armas, cimentar a dependência estratégica da Europa e minar a Defesa das democracias europeias e do seu modelo social.

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Sem nada em troca. 

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A capitulação europeia não foi comercial. Foi existencial.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Parafraseando Gertrude Stein, o genocídio que Israel está a cometer em Gaza é um genocídio é um genocídio é um genocídio. Ponto.

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Se necessário fosse a confirmação de o genocídio de Gaza ser um genocídio, duas organizações não governamentais israelitas vieram dizê-lo esta semana com todas as letras e o agudo assento no i.

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E o mais aterrador é que o mesmo modelo esteja a ser aplicado na Cisjordânia.

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A destruição de um povo por uma máquina de guerra poderosa e por uma turba de fanáticos religiosos perante a simpatia ou a apatia da maioria dos seus cidadãos.

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Inculcado no subconsciente de muitos judeus de Israel está a ideia de que os palestinianos são o Hamas e o Hamas são os palestinianos.

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Não há homens, nem mulheres, nem crianças, simplesmente, há homens-terroristas, mulheres-terroristas e futuros terroristas.

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[O grupo britânico pró-palestiniano Palestine Action] realiza acções disruptivas nomeadamente contra a indústria de armamento do Reino Unido, a quem acusa de cumplicidade na política de apartheid de Israel em relação aos palestinianos.

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Estas acções directas foram, no entanto, consideradas pelo Governo trabalhista britânico como passíveis de ser consideradas terroristas.

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A Palestine Action foi classificada como organização terrorista e, desde então, cerca de 200 pessoas foram presas por exprimir publicamente o seu apoio à organização não-governamental.

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Esta quarta-feira, uma das co-fundadoras, Huda Ammori, conseguiu ganhar na justiça a possibilidade de contestar a ilegalização da organização no Supremo Tribunal.

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O assunto deveria ser, sublinhou [Jeremy] Corbyn, as armas que o Reino Unido fornece a Israel e que ajudam nessa matança.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Pela sua geografia e pela sua História, Portugal poderia ser não um dos mais poderosos, mas um dos mais respeitados. 

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Deveria dar-se ao respeito, tomar o equilíbrio como uma opção própria e não passar das marcas (…) posicionando-se na vanguarda e na defesa do carácter humanista dos povos.

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Poucos, como nós, poderiam reclamar o respeito por uma espinha dorsal fundada no movimento dos povos. 

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O Estado português planeia reconhecer o Estado da Palestina em setembro, na Assembleia Geral das Nações Unidas, num movimento colectivo de cerca de 15 países.

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147 dos 193 já reconheceram a Palestina como Estado.

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[Em Portugal] foi preciso esperar para ver.

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É um Portugal deveras articulado, mas nem por isso menos marioneta.

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Há um tempo para tudo e se a justiça não se materializa no tempo é um simulacro de justiça.

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Há um lado simbólico que atravessa a indiferença e a mentira sobre a fome em Gaza, atroz e criminosa, tragédia que todos vêem.

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Não há neutralidade no tempo perdido, sobretudo quando se alimenta uma guerra até que quase nada reste.

Miguel Guedes, JN

 

O mundo gira para um absurdo precipício, caso não seja alterado o rumo para o choque bélico entre as principais potências mundiais.

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Uma potência em declínio e outras a tentarem impor-se. 

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O chamado Sul Global a fortalecer a sua presença mundial de onde sobressaem os BRICS, com todas as suas contradições, que são muitas.

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Os dois mais perigosos conflitos atuais estão na invasão da Ucrânia pela Rússia e na ocupação do território palestiniano por Israel.

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O extraordinário neste conflito [Guerra na Ucrânia] é que nenhum dos beligerantes quer que ele acabe tal como está.

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A Rússia quer que a Ucrânia sucumba aos seus desígnios (impedir a sua entrada para a NATO e uma nova arquitetura de segurança internacional).

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O Ocidente, na sua lógica, não “pode” perder esta guerra.

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A Rússia acha que consegue alcançar os seus objetivos.

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A elite da UE virou definitivamente as costas a qualquer política realista que assente no continente europeu e entregou-se à política do novo Presidente dos EUA, que trata os europeus como vassalos.

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show off da Cimeira de Haia da NATO abriu várias fissuras com vista a agradar ao novo patrão.

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Cinco por cento do PIB em gastos militares é colossal, designadamente para as despesas sociais, que terão de ser cortadas.

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A guerra [na Ucrânia] vai, portanto, continuar. A menos que, neste velho e sonolento continente, os povos queiram impedir que os seus filhos sejam incinerados no braseiro nuclear e exijam com veemência a paz.

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Os palestinianos de Gaza vão continuar a morrer à fome e a tiro.

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Está a ser difícil sair da ordem unipolar liderada pelos EUA para outra multipolar.

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O rumo em direção ao precipício é visível.

Domingos Lopes, “Público” (sem link)

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