sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Groundforce: Trabalhadores responsabilizam Governo por despedimento

Sindicato repudia "a atitude do Governo e dos ministérios da tutela que deixaram que 336 funcionários fossem despedidos por e-mail". Bloco de Esquerda questiona Governo. Presidente da Groundforce pertence ao núcleo duro da campanha de Cavaco.
Trabalhadores da Groundforce do aeroporto de Faro manifestam-se após terem a informação dos despedimentos, 11 de Novembro de 2010 Foto de Luís Forra/Lusa
Trabalhadores da Groundforce do aeroporto de Faro manifestam-se após terem a informação dos despedimentos, 11 de Novembro de 2010 Foto de Luís Forra/Lusa

Os 336 trabalhadores de Faro da Groundforce, que foram despedidos por e-mail, manifestaram a sua revolta nesta quinta feira e denunciaram que o despedimento colectivo foi “programado” com a TAP em “conluio” com o Governo. Como que a confirmar a denúncia, há que notar que a TAP foi a primeira companhia aérea a cancelar o contrato com a Groundforce.

Nos seus protestos os trabalhadores empunharam cartazes, num deles podia-se ler: “Prejuízos??? Mas os senhores administradores ganharam prémios de boa gestão”. Entre os administradores, destaca-se Luís Correia da Silva, presidente da Groundforce indicado pela TAP. Luís Correia da Silva é da direcção da actual campanha de Cavaco Silva, pertencendo ao seu núcleo duro. Luís Correia da Silva já participara na anterior campanha de Cavaco Silva, sendo na altura responsável pelo marketing e eventos.

O presidente do Sindicato dos Técnicos de Handling dos Aeroportos (STHA), André Teives, anunciou entretanto que vai pedir uma audiência ao primeiro ministro, José Sócrates, como reacção à atitude do Governo. António Goulart da União dos Sindicatos do Algarve (USA/CGTP) declarou ao Diário Económico que o despedimento dos 336 trabalhadores vai custar ao Estado três milhões de euros, no mínimo, em subsídios de desemprego. O dirigente da USA afirmou ainda: “É um despedimento como nunca se viu na região. É um despedimento violento e selvagem. É um despedimento que vai ter um impacte enorme na economia do concelho de Faro e da região e, a concretizar-se vai engrossar a longa lista de desempregados no Algarve”.

O Bloco de Esquerda questionou o Governo sobre este despedimento colectivo, perguntando se o Governo foi “previamente informado”, que medidas pretende “adoptar no sentido da manutenção dos postos de trabalho” e se confirma “que o encerramento da unidade de Faro da Groundforce resulta dos cortes nas empresas públicas, decididos para aplicação do plano de austeridade” (aceda aos requerimentos ao ministério do trabalho e ao ministério das obras públicas).

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