quarta-feira, 8 de julho de 2015

A BARBÁRIE ISRAELITA



Desde a sua fundação que o Estado israelita se considera desobrigado do cumprimento de uma multidão de resoluções da ONU, sempre sob o manto protector dos Estados Unidos. Se isto acontece a nível internacional, não admira que internamente vigore a lei da selva, a favor dos cidadãos israelitas que com a maior das impunidades, numa terra que não lhes pertence, exercem todo o tipo de violências sobre os palestinianos, de um modo particular sobre as crianças.
É importante que situações destas sejam veementemente denunciadas já que a pressão para as silenciarem é por demais conhecida.
Nesta linha de denúncia, aqui fica este artigo de opinião do Embaixador da Palestina (*) que transcrevemos do Público de hoje.
O dia 2 de Julho marcou o primeiro aniversário do brutal crime contra a criança Mohammad Abu-khdair (16 anos), que foi queimada viva até à morte, nas mãos de três colonos israelitas terroristas, mas que ainda está vivo na memória de todos aqueles que têm algum senso de humanidade. Em memória do seu filho, Hussein Abu Khdeir disse: “Nós não nos esquecemos dele. Ardemos por dentro, cada vez que nos lembramos como foi assassinado.”
O mais provável é que a lei racista israelita liberte estes colonos terroristas, autores do crime ou condene-os com uma pena leve, alegando que estão mentalmente perturbados ou em autodefesa.
Na verdade, existem muitos casos semelhantes de assassinos israelitas de palestinianos que não foram considerados culpados. Há alguns anos atrás, um oficial de segurança de um colonato, construído no terreno da aldeia palestiniana chamada Hosan perto de Belém, espancou até à morte uma criança palestiniana chamada Hilmi Shoushah, alegando que esta teria atirado uma pedra contra o seu carro. Este oficial foi condenado pelo tribunal israelita a seis meses de serviço comunitário.
Os colonos ilegais israelitas, na Palestina, muitas vezes atropelaram, com os seus carros, transeuntes e peões palestinianos. Lugares santos, cristãos e muçulmanos, foram vandalizados e queimados, como também centenas de milhares de árvores frutíferas foram queimadas e desenraizadas. Estes colonos escaparam aos seus crimes, ou, no máximo, foram condenados com uma pena leve pela sua legislação racista.
A violência de colonos contra palestinianos, na Cisjordânia ocupada, é uma rotina impune por Israel, com 324 incidentes de violência registados em 2014, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários. Em contrapartida, Deus ajude qualquer palestiniano que se atreva a cometer os mesmos actos, porque a sua sentença será a morte, a tiros, no local ou mais de cem anos de prisão.
Ainda nos lembramos do Juiz Judeu Sul-africano Goldstone que, no seu relatório sobre a Operação Chumbo Fundido de 2008/2009, considerou o estado de Israel como culpado na condução de crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Israel, até agora, escapou de todos os seus crimes, uma vez que ninguém se atreveu a responsabilizar este mimado país, "Israel", pelos seus crimes, assumindo-se assim como um país acima da lei internacional.
Ironicamente, Israel, o estado assassino, com o intuito de escapar às ações penais pelos seus mais recentes crimes contra o povo de Gaza durante a sua última "Borda Protetora", a ofensiva de Julho de 2014, levou a cabo as suas próprias investigações e considerou-se não culpado.
Ao mesmo tempo, um comité legal ministerial israelita aprovou no domingo, 31 de Maio deste ano, um projeto-lei onde se diz que se pode aprisionar, por até 10 anos ou mais, os jovens ou crianças palestinianas que atirem pedras contra veículos em movimento.
No meio de todas estas racistas contradições judiciais israelitas, espero que toda a comunidade internacional recuse estas investigações israelitas e os seus resultados hilariantes. Não apenas porque o sistema judicial israelita é racista, pela sua natureza, mas também porque, de facto, Israel insulta toda a comunidade internacional, uma vez que mina a inteligência de cada um. Israel, na ofensiva mais cruel a "Borda Protetora", apagou 72 famílias inteiras do registo civil, matou mais de 600 crianças e aniquilou bairros inteiros.
A Palestina juntou-se ao Tribunal Penal Internacional, não apenas para trazer Israel à justiça pelos seus crimes, mas também, mais importante que isso, para fazer Israel descer à terra, a fim de se tornar um país normal, acabando assim a cultura de impunidade israelita, na qual as forças de ocupação israelita e os colonos têm, tão vil e continuadamente, agredido civis palestinianos sob a sua ocupação. Após serem vítimas, por décadas, do poder ocupante israelita, os palestinianos estão, finalmente, com esperança de ganhar acesso à justiça sob a lei internacional.
(*) Hikmat Ajjuri

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