terça-feira, 30 de abril de 2024

CONTAR A NOSSA HISTÓRIA TODA

 

As reparações históricas não são novidade em Portugal e nem no resto da Europa. E por isso a reação da direita sobre este tema é absurda. É certo que o Presidente da República tem feito uma sucessão de declarações desastrosas. Mas é mais do que tempo de reconhecermos toda a nossa história. (Catarina Martins)


VOTO DE SAUDAÇÃO AO 1º DE MAIO, APRESENTADO PELO BE NA AM DE PORTIMÃO

 

Voto de saudação ao 1º de Maio, apresentado pelo Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Portimão a 29/04/2024. Aprovado por unanimidade.

https://portimao.bloco.org/.../saudacao-ao-1%C2%BA.../3635


FRASE DO DIA (2237)

 
As estruturas de poder herdadas e construídas pelo colonialismo continuam a ditar o racismo, a exclusão social, as hierarquias do conhecimento.

Leonor Rosas e João Moreira da Silva, “Público”


UM NÚMERO IMPRESSIONANTE DE PESSOAS CELEBROU O 25 DE ABRIL EM LISBOA

 

Análise da consultora PSE aponta para “mais do dobro” do número de pessoas face a 2023. Dados indicam que 62% dos que assinalaram a data na zona do Marquês de Pombal, Avenida da Liberdade e Rossio têm formação superior e 44% estão na faixa etária dos 55 ou mais anos.

Veja mais estatísticas sobre este dia: https://expresso.pt/.../2024-04-30-quase-219-mil-pessoas...


PIDE ÓSCAR CARDOSO VOTA CHEGA, NATURALMENTE

 

Parem as máquinas: o PIDE vota Chega e acha que os choques elétricos só faziam comichão.

Entrevistado pelo Correio da Manhã, o pide Óscar Cardoso partilha a sua devoção a Salazar e a sua saudade da ditadura. Naturalmente, vota Chega. Lembro que foi este homem que recebeu uma pensão vitalícia por decisão de Cavaco Silva, o mesmo primeiro ministro que recusou essa pensão a Salgueiro Maia. Francisco Louçã


A TRANSIÇÃO ENERGÉTICA TEM DE SER INICIADA JÁ!

 


É intolerável que, em plena crise climática, empresas como a Galp continuem a ter carta branca para perpetuarem o assassínio em massa de pessoas por todo o mundo através da queima incessante de combustíveis fósseis. Quebrar os vidros desta sede é um ato de legítima defesa contra uma empresa colonial e assassina, que afirma ser líder na transição verde mas continua a inaugurar novos projetos de morte para a extração de combustíveis fósseis em países como Moçambique e a Namíbia. Climáximo

Mais Aqui


AS URGÊNCIAS CONTINUAM CAÓTICAS

 
Via "Diário de Coimbra"

segunda-feira, 29 de abril de 2024

ENTREGA DA LISTA ÀS ELEIÇÕES EUROPEIAS

 

Entregámos hoje a lista às eleições europeias. É uma enorme responsabilidade encabeçar uma lista com esta competência e diversidade. E é um orgulho contar com pessoas com percursos cívicos tão fortes e que, pela primeira vez, se candidatam. Um terço da lista do Bloco é formada por independentes. A quem faz do Bloco a sua casa de sempre e a quem decidiu fazer este caminho comum, mantendo a sua independência, obrigada ❤️

Vai ser uma grande campanha.


MOÇÃO APRESENTADA PELA BLOCO DE ESQUERDA NA ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE PORTIMÃO A 26/04/2024

 

Assembleia de Freguesia de Portimão

Moção

Passeio entre a Quinta das Oliveiras e a Bemposta

O troço da Estrada da Bemposta que vai da Quinta das Oliveiras à Rua de Tânger não tem nenhum passeio lateral, apenas uma estreita berma (...). Em consequência, torna-se complicado, ou até eventualmente perigoso, ir a pé de urbanizações como a Quinta das Oliveiras ou a 2ª fase do Bairro Independente até à Bemposta ou vice-versa (p.ex., crianças e jovens que frequentem a Escola da Bemposta).

Assim, a Assembleia de Freguesia de Portimão, reunida a 26 de Abril de 2024, apela às entidades competentes, nomeadamente ao Município de Portimão, para que seja construído um passeio na berma do troço de estrada referido.

O membro eleito pelo Bloco de Esquerda

Miguel Madeira

Aprovada por unanimidade.

https://portimao.bloco.org/.../mocao-passeio-entre.../3633


CATARINA MARTINS JÁ A AQUECER OS MOTORES PARA AS ELEIÇÕES EUROPEIAS

 

Hoje [leia-se este domingo] estivemos em Matosinhos numa sessão pública, já a aquecer os motores para as eleições europeias. Clima, serviços públicos, habitação, igualdade: uma Europa para os povos e o planeta, não para servir os milionários. Foi disso que falámos, é para isso que vou à luta nestas eleições Europeias.


ALEGRIA RIMA COM LIBERDADE

 

A liberdade de Abril encheu as ruas de imensa alegria para derrotar o medo e o ódio: https://www.publico.pt/2088307


ONDE HÁ POBREZA E GUERRA NÃO HÁ LIBERDADE

 

Responder a estes e outros desafios é o que temos de fazer nos 50 anos da revolução que nos trouxe a liberdade. Estive à conversa sobre isso e muito mais com a Ana Markl e a Mariana Mortágua para lembrar que é à esquerda que vive a liberdade que Abril nos deu.


FRASE DO DIA (2236)

 
Se o 25 de abril nos deu a liberdade, a igualdade [de direitos entre homens e mulheres], nitidamente, ainda teremos de a conquistar.

Tânia Graça, “Público”


HÁ UM LIMITE MÍNIMO PARA O TAMANHO DA ROUPA?

 

"Na mesma semana do 25 de Abril, chegou-nos a notícia de que há uma suposta proibição de 'decotes excessivos' e 'calções curtos' no Liceu Pedro Nunes, em Lisboa. (...) Tenho muitas perguntas: a partir de que ponto podemos, de uma forma universal, assumir que um decote é 'excessivo' e uns calções são 'demasiado curtos'? Vai haver uma régua específica que dite limite mínimo de centímetros para a roupa?", questiona Clara Não, cronista do Expresso.

Leia a opinião: https://expresso.pt/.../2024-04-29-o-qi-baixa-conforme-os...


NA BOCA DOS LIBERAIS A PALAVRA "LIBERDADE" FOGE SEMPRE PARA O AUTORITARISMO

 

A propósito dos 50 anos do 25 de Abril, estive à conversa com a Ana Markl e a Catarina Martins sobre o que é "a liberdade". Lembrei que já no passado foi o projeto liberal que levou à perda da liberdade. É na solidariedade, na comunidade e nos direitos coletivos que vive a liberdade. À esquerda, portanto. Mariana Mortágua


domingo, 28 de abril de 2024

FRASE DO DIA (2235)

 
Montenegro pode apostar num cenário de eleições antecipadas. Se analisarmos o guião que está a seguir, concluímos que é essa a sua estratégia. Tenta dramatizar e transferir responsabilidades.

Carmo Afonso, “Público”


O NEGACIONISMO DA EXTREMA-DIREITA É FEITO DE MENTIRAS E HIPOCRISIA

 

A saúde pública e as vacinas salvam vidas. A política antivacinas já foi testa pelos amigos do Chega, como Bolsonaro no Brasil e o custo foi catastrófico. Mas ainda assim, insistiram. Esquecem de lembrar quando defenderam o lóbi das farmacêuticas. Mas o Bloco está aqui para repor a verdade. Isabel Pires


RECORDAÇÕES QUE OS 50 ANOS DO 25 DE ABRIL CONVOCAM (04)

 

Via “Diário de Coimbra”


FASCISMO NUNCA MAIS

 

José Gusmão


DESDE O INÍCIO DA GUERRA, EM 7 DE OUTUBRO, MAIS DE 34.300 PALESTINIANOS FORAM MORTOS, NA SUA MAIORIA CRIANÇAS E MULHERES

 

O exército israelita anunciou este domingo novos ataques e operações na Faixa de Gaza por terra, mar e ar.

Desde o início da guerra, em 7 de outubro, mais de 34.300 palestinianos foram mortos, na sua maioria crianças e mulheres.

Leia mais: https://expresso.pt/.../2024-04-28-ataques-por-terra-mar...


EFEITO LULA

 

A prioridade de qualquer governo progressista, de esquerda, é tirar as pessoas da fome e da miséria! Se estes números agradam ou não ao mercado financeiro, às mídias vendidas... paciência. O Esquerdista


sábado, 27 de abril de 2024

MAIS CITAÇÕES (280)

 
Abril deu ao trabalhador a dignidade de não tirar o chapéu ao patrão, à mulher o direito a deixar de pedir autorização ao marido, ao negro a experiência de não tratar o branco por “senhor”.

(…)

O 25 de novembro, que o povo apoiou sem alguma vez festejar, foi necessário para travar a caminhada para o abismo das “vanguardas”. 

(…)

Hoje serve para os outros derrotados desse dia (os que Melo Antunes travou quando queriam a revanche saudosista) tentarem criminalizar essa explosão inicial, transformando a Revolução num mero golpe de Estado. 

(…)

Do 25 de Abril fazem parte o 28 de setembro, o 11 de março, o 25 de novembro. Mas só Abril libertou.

(…)

Resumir essa libertação ao fim da censura e da polícia política ou à adoção da democracia parlamentar é ignorar o que há mais tempo oprimia os portugueses: a miséria, a dependência, o favor, a herança.

(…)

O que acabou com a indignidade foram os direitos dos trabalhadores, o sistema de reformas universal, as fé­rias, o 13º mês, a escola pública para todos, o Serviço Nacional de Saúde.

(…)

Na justiça, onde está intacto [o corporativismo], alimenta o justicialismo antidemocrático de uma casta “moralmente superior”.

(…)

Não há liberdade a sério para quem vive em necessidade. Quem não tem direitos não pode deixar de tirar o chapéu ao patrão que passa. Não há mulheres livres que não se sustentem a si mesmas.

(…)

Um cidadão não vive em democracia se o medo impera na empresa onde trabalha. O que libertou e democratizou o nosso país foi, antes de tudo, uma profunda revolução social. 

(…)

Sem exagerar nos resultados, porque ainda somos dos países mais desiguais da Europa.

(…)

Se a extrema-direita ameaça a democracia política, outros têm atacado estas conquistas, que veem como um perigo para a liberdade do privilégio. 

(…)

Por estes dias, a (verdadeira) social-democracia chega e sobra como radicalidade. Quero que alguém se recorde que o 25 de Abril não se fez para estarmos de acordo.

(…)

Abril deu-nos o direito a sermos do “contra”.

(…)

Por isso o celebramos com uma manifestação de protesto, coisa incompreensível para estrangeiros que vão espreitar a avenida.

(…)

Conquistámos os instrumentos para decidir o nosso futuro. 

(…)

A extrema-direita cresce porque as pessoas precisam que alguém diga que quer mudar alguma coisa.

(…)

Tanto empenho em defender Abril que nos esquecemos que Abril nos trouxe o direito à dissidência. 

(…)

Se queremos celebrar Abril, reinventemos a desobediência.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

A liberdade chegou como esperança no futuro e os portugueses desataram a fazer bebés.

(…)

Na última década, a natalidade exibiu níveis historicamente baixos e em 2013 e 2014, amordaçado pela crise e pela troika, Portugal teve a menor taxa bruta de natalidade de toda a Zona Euro

(…)

O que sabemos é que as famílias portuguesas adiam cada vez mais a decisão de ter o primeiro filho.

(…)

Em Portugal, homens e mulheres têm muito menos filhos do que gostariam, por entenderem que não têm a estabilidade laboral ou a capacidade financeira para o poder fazer.

(…)

[A crise da natalidade] é um sintoma de uma crise mais larvar e mais profunda que paira sobre o futuro da sociedade portuguesa no momento em que a democracia celebra 50 anos.

(…)

Há hoje um estreitamento das possibilidades de futuro dos mais jovens por comparação com o passado.

(…)

A rutura geracional de hoje não é cultural, é económica.

(…)

Pais e filhos percebem que a possibilidade das gerações mais jovens virem a ter uma vida decente no país é bem mais escassa do que no passado.

(…)

A parte da provisão de serviços públicos pelo Estado melhorou. É no mercado de trabalho que acontece a queda. 

(…)

Os salários continuam entre os mais baixos da Europa, a precarização do trabalho é ainda mais profunda e incapacitante, mas os preços da habitação, pelo contrário, se aproximaram das grandes capitais europeias. 

(…)

Quem avisou para o buraco geracional que se estava a escavar estava certo - os custos da precarização do trabalho e da habitação estão hoje à vista.

(…)

Apesar de ter criado um Ministério da Juventude, as políticas do novo Governo da AD resumem-se a um fingimento de solução. 

(…)

A atual crise da democracia é uma crise de futuro.

Ana Drago, Diário de Notícias

 

[Com o 25 de abril de 1974] a igualdade e a justiça surgiam implícitos ao próprio conceito de democracia.

(…)

Nesta quinta-feira, tivemos as maiores manifestações de evocação do 25 de Abril feitas na caminhada dos 50 anos da democracia. 

(…)

No dia 25 e nos últimos dias, se têm realizado inúmeras iniciativas amplamente participadas por portugueses de todas as gerações, em freguesias, vilas e cidades.

(…)

No dia 25, tivemos uma evocação imensa e bonita, com muita juventude e mais abrangente e inclusiva que outras. 

(…)

Para alguns milhões de portugueses, as prioridades enunciadas pelo Sérgio continuam a estar na primeira linha das reivindicações dos trabalhadores. 

(…)

Temos de reclamar justiça e igualdade: na democracia que temos vivido, os poderes instituídos e os fátuos têm-se esquecido de as garantir. 

(…)

Grande parte [dos jovens] é desconsiderada nos seus saberes e capacidades, porque persiste uma economia de baixo perfil de especialização e uma tolerância inaceitável face à pobreza, aos baixos salários e à precariedade.

(…)

Quanto ao trabalho, emprego e proteção social, o Governo parte da visão obtida por uma lupa hiperliberal. Nem uma vez o substantivo “sindicato” aparece no seu programa. 

(..)

Neste 1.º de Maio, há que lutar pela liberdade a sério.

Carvalho da Silva, JN


O NOSSO SALÁRIO MÍNIMO NÃO DÁ PARA FESTEJAR...

Via Joaquina Lourenço

CONTRA VENTOS E MARÉS: A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS AINDA É GUARDA-CHUVA PARA A DEMOCRACIA E A LIBERDADE

 

"Enfrentando o mau tempo", é o nome do cartoon de António publicado na edição do Expresso desta quinta-feira, 25 de abril. Perante nuvens no horizonte, céu cinzento ou intempéries, a Revolução dos Cravos ainda é guarda-chuva para a Democracia e a Liberdade.

Veja a imagem completa: https://expresso.pt/.../2024-04-24-enfrentando-o-mau...

🎨António Antunes


POR TODO O PAÍS, UMA IMENSA MASSA HUMANA MOSTROU AOS FASCISTAS E SEUS APANIGUADOS QUE OS VALORES DE ABRIL SE MANTÊM BEM VIVOS

 

“Não é possível avançar um número certo, mas muito provavelmente será um dos maiores [desfiles] de sempre”: as imagens aéreas de uma Lisboa em festa para celebrar a liberdade e de um mar de gente que desfilou na capital, nos 50 anos do 25 de Abril. As imagens mostram a Avenida da Liberdade totalmente preenchida, desde a rotunda do Marquês de Pombal até aos Restauradores.



A PERSISTENTE POBREZA E DIFICULDADES ECONÓMICAS EM ÁFRICA

 
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RECORDAÇÕES QUE OS 50 ANOS DO 25 DE ABRIL CONVOCAM (03)

 
Controlados desde a ida ao cinema até à matrícula do carro. Via "Diário de Coimbra"

sexta-feira, 26 de abril de 2024

CITAÇÕES

 
O ambiente que se vive por estes dias no país convida-me a escrever sobre a face oculta da Revolução de 1974/75 de que geralmente pouco se fala: a contrarrevolução que fluiu permanente e antagonicamente com aquela.

(…)

[A contrarrevolução pretendia] derrubar o curso revolucionário pela vio­lência subversiva e pelo golpe armado, visando instaurar um novo regime autoritário e neocolonial.

(…)

O general Spínola foi a figura de proa da movimentação contrarrevolucionária.

(…)

A extrema-direita organizou-se clandestinamente em grupos terroristas com sede na Espanha franquista, responsáveis por inúmeros atentados bombistas e assaltos violentos contra as sedes e pessoas de partidos de esquerda e contra a embaixada de Cuba.

(…)

Uma dessas organizações foi o MDLP (Movimento Democrático para a Libertação de Portugal.

(…)

Alguns operacionais das redes bombistas organicamente ligadas ao MDLP, foram julgados posteriormente em processos que condenaram “peixe miúdo”, mas pouparam os mandantes.

(…)

O MDLP era chefiado pelo general Spínola e da sua direção política (“gabinete político”) fazia parte, entre outros, o atual deputado e dirigente do Chega, Diogo Pacheco de Amorim.

(…)

Os chefes e quadros do MDLP ficaram impunes e nunca tiveram de responder pelo bombismo terrorista da responsabilidade desse movimento.

(…)

Puderam assim, alguns deles, regressar discretamente à política, refugiados na área do MIRN ou do CDS. Foi o caso de Diogo Pacheco de Amorim, que naturalmente veio desaguar no Chega de que é deputado e alto dirigente. 

(…)

No que me toca prefiro estar prevenido e atento contra a armadilha da normalização e do branqueamento da extrema-direita fascizante e do seu passado terrorista.

Fernando Rosas, “Expresso” online

 

Uma das grandes transformações desde o 25 de abril, particularmente intensa na última década [é o aumento significativo do número de imigrantes em situação regular].

(…)

Temos mais contacto com o mundo, somos mais livres em tudo, a começar pelas relações que estabelecemos com os outros.

(…)

A presença de tantos trabalhadores migrantes, essenciais para largos setores da economia, era inimaginável há meio século. Mudámos e ainda bem.

(…)

O tema das migrações, como se sabe, é um elemento unificador das extremas-direitas a nível europeu.

(…)

Narrativas nacionalistas, discursos de estigmatização e criminalização dos imigrantes, defesa da “nossa cultura” contra a “cultura deles”, tudo isso faz parte de um “núcleo ideológico comum” das extremas-direitas.

(…)

Quotas para imigrantes, com limites por área profissional, política inaplicável que existia há vinte anos e que a experiência condenou porque apenas burocratiza as autorizações de residência de quem entra (e continuará a entrar se houver emprego).

(…)

A procura de imigrantes é aqui maioritariamente para setores indiferenciados e que faltam postos de trabalho qualificado para absorver mão-de-obra, o que explica a emigração de jovens diplomados.

(…)

A imigração é um bem e uma necessidade. 

(…)

Tem de ser acompanhada por políticas que garantam mais habitação acessível para todas as pessoas, fiscalização rigorosa contra a exploração laboral, integração de trabalhadores de todas as proveniências na lei do trabalho e na contratação coletiva (…).

(…)

Eis um desafio central para quem quer, 50 anos depois, defender a democracia contra a mentira.

José Soeiro, “Expresso” online

 

O povo que ontem saiu às ruas do Porto, Lisboa, Coimbra, um pouco por toda a parte, não saiu à rua “num dia assim” por uma razão “sem nome para qualquer fim”. Pelo contrário, repleto de motivações e causas.

(…)

Para lá do subjectivo, há um sentimento gregário que pode ter acordado perante o elenco e a objectivação de um inimigo comum. 

(…)

Que estas emocionantes manifestações, à semelhança de muitas iniciativas que se ergueram por ocasião das comemorações dos 50 do 25 sirvam para alguns perceberem que só pela multiplicação das convergências e equilíbrios é possível ser, na força do voto que opera transformação, o que transparece na força da rua. 

(…)

Há uma relevância em ser muito mais quando unidos, sendo que às vezes parece que é algo que não se sabe.

(…)

Que se cumpra Abril, para sempre e como nunca. 

(…)

Seria dogmático pensar que o 25 de Abril só se comemora à Esquerda, quando a direita democrática também sai à rua e deve reivindicar o seu património de liberdade. 

Miguel Guedes, JN

 

Estou convencida de que a maioria dos políticos de direita não sabe bem o que fazer com o 25 de Abril.

(…)

Não puderam ignorá-lo (…) mas também não conseguiram celebrá-lo sem uma reserva ou sem uma tentativa de o desvalorizar.

(…)

Parte da bancada do PSD, e o próprio Luís Montenegro, não usou um cravo na lapela. É um pequeno sinal. Uma maneira de afirmar que não celebram o 25 de Abril inteiro.

(…)

Celebrámos os 50 anos do 25 de Abril representados por um Governo, uma maioria parlamentar e um Presidente da República de direita.

(…)

[Carlos Moedas] não apoiou o Arraial dos Cravos, no Largo do Carmo, e, com isso, transformou um pequeno evento numa manifestação imensa.

(…)

Nunca o Carmo esteve tão cheio na véspera do 25 de Abril. Devemos isso a Carlos Moedas.

(…)

[Marcelo] quis ser o foco das atenções e fê-lo com a subtileza que costumamos atribuir aos elefantes em lojas de louça.

(…)

Suponho que quis mostrar aos portugueses que fez uma justiça qualquer, [informando-nos que cortou relações com o filho].

(…)

Esta parte foi só um aquecimento. Num jantar com jornalistas estrangeiros, fez o pleno.

(…)

Caracterizou o primeiro-ministro como sendo de um país profundo, urbano-rural, com comportamentos rurais.

(…)

Este golpe de génio foi apenas ultrapassado pelo momento em que se referiu a António Costa, um homem lento por ser oriental.

(…)

A sensação que temos a ouvir Marcelo é igual à de estar ao telefone com alguém que julga ter desligado a chamada e desata a dizer coisas inconvenientes. Preferíamos não ter ouvido.

(…)

O Nuno Melo, que só não risca o 25 de Abril do calendário porque não pode.

(…)

Mas houve coisas boas. A Avenida da Liberdade nunca esteve tão cheia, e se já tinha estado no ano passado.

(…)

A esquerda tem um sítio onde cresce quando encolhe no Parlamento. É a rua. É essa pertença à rua que não se inventa.

(…)

O 25 de Abril não tem donos, mas tem inquilinos daqueles à antiga.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)