terça-feira, 5 de novembro de 2024
FRASE DO DIA (2340)
DIZER NÃO AO CHEQUE EM BRANCO QUE O GOVERNO PEDE
Bloco de Esquerda apela a todos os partidos
para que chumbem cheque em branco que Governo pede para alterar lei do trabalho
em funções públicas, nomeadamente lei da greve, férias, doença, mobilidade e
sistema de avaliação. Fabian Figueiredo
ADRIANO CORREIA DE OLIVEIRA, FIGURA INCONTORNÁVEL DA CULTURA PORTUGUESA, INTÉRPRETE DA CANÇÃO DE COIMBRA E CANTOR DE INTERVENÇÃO
Um busto de Adriano Correia de Oliveira foi inaugurado em Avintes no dia 26
de Outubro, perto da rua com o nome do artista (jardim no cruzamento da Rua 5
de Outubro com a Rua do Padrão Vermelho). A iniciativa dos herdeiros do cantor
contou com o apoio do Centro Artístico, Cultural e Desportivo Adriano Correia
de Oliveira (CACDACO), com sede naquela freguesia do concelho de Vila Nova de
Gaia. Avintes é a terra adoptiva de Adriano, figura incontornável da cultura
portuguesa. A escultura da autoria de Joaquim Álvares de Sousa é mais um
elemento de preservação da memória de Adriano Correia de Oliveira.
Adriano Maria Correia Gomes de Oliveira (Porto, 9 de Abril de 1942 —
Avintes, 16 de Outubro de 1982) foi um músico português, intérprete da Canção
de Coimbra e cantor de intervenção.
Saiba mais:
https://www.meloteca.com/por.../adriano-correia-de-oliveira/
https://www.musorbis.com/vila-nova-de-gaia-rota-musical/
#Abril #avintes #AdrianoCorreiadeOliveira
A CONDENAÇÃO DOS ASSASSINOS DE MARIELLE FRANCO É UM PASSO IMPORTANTE PARA QUE SE FAÇA JUSTIÇA
Marielle Franco foi assassinada a 14 de março de 2018, juntamente com o seu
motorista Anderson Gomes. Feminista e ativista de Direitos Humanos, Marielle
estava a mudar a sua comunidade, a sua cidade e o país. Pagou um preço alto por
isso.
A condenação dos seus assassinos é um passo importante para que se faça
justiça. Mas isto são apenas os primeiros passos. A justiça exige que os
mentores, aqueles que ordenaram a sua morte, sejam também responsabilizados e
condenados.
Saiba mais sobre o caso Marielle Franco em www.amnistia.pt
ESTAS IMAGENS VÃO REPETIR-SE NO FUTURO, AINDA COM MAIOR VIOLÊNCIA
"Vale a pena fixar estas imagens porque
elas se vão repetir no futuro. A emergência climática só consegue que os media
se interessem pelo tema quando descamba em tragédia climática. E só quando a
tragédia é perto de nós, no continente europeu, atingindo um grupo social ao
qual pertencemos. De resto, ninguém quer saber", escreve Clara Ferreira
Alves no Expresso.
segunda-feira, 4 de novembro de 2024
UMA BOA NOTÍCIA: MODA DOS CLUBES DE LEITURA VEIO PARA FICAR EM PORTUGAL
Em bibliotecas públicas, cafés ou em espaços virtuais, têm-se multiplicado
os grupos de discussão livre entre livros. É defendido que "as comunidades
de leitores são campos de treino para a inclusão social, a tolerância e a
colaboração".
domingo, 3 de novembro de 2024
DE VEZ EM QUANDO UMA REFLEXÃO (19)
FRASE DO DIA (2339)
Luís Filipe Rocha, “Público”
sábado, 2 de novembro de 2024
MAIS CITAÇÕES (306)
(…)
Domingo passado vimos como Trump e a sua
milícia afiam as facas contra a grande maioria de nós (…) com o apoio de
metade dos Estados Unidos da América.
(…)
E no
dia seguinte, com duas novas leis, o parlamento israelita fez o seu maior
ataque às Nações Unidas, dentro da guerra geral que Israel trava na ONU desde a
fundação.
(…)
Maiorias esmagadoras, que mostram (mais uma
vez) como a degradação de Israel está longe de se resumir a Netanyahu.
(…)
O
mesmo pseudo-parlamento que persegue o jornalismo. E obriga os aliados
internacionais a contorções diárias — ou ao silêncio — para manter o mito de
que Israel é uma democracia.
(…)
A
UNRWA foi, a partir de 1949, o que as Nações Unidas inventaram para lidar com a
Catástrofe palestiniana, a Nakba, quando centenas de milhares tiveram de fugir
das suas casas, depois da fundação de Israel.
(…)
Então, a UNRWA é o que o mundo inventou por ter
abandonado um povo inteiro.
(…)
Uma
tragédia por todas as razões, incluindo o facto de a máquina que garante a
sobrevivência ser ela mesma, por isso, perpetuadora do mal.
(…)
A ajuda da UNRWA desresponsabilizou Israel.
Permitiu ao mundo fechar os olhos aos crimes da ocupação.
(…)
E aos
israelitas fechar ainda mais os olhos aos seus próprios crimes. Pois se alguém
estava a manter os palestinianos vivos o mundo podia seguir como se nada fosse.
(…)
[No 7
de outubro] pela primeira vez muitos jovens no mundo viram o que era a
Palestina do outro lado do muro. E viram o que era Israel, essa construção do
Ocidente, quando tudo lhe é permitido.
(…)
A
UNRWA é a má consciência do Ocidente. Foi muito útil a Israel, perito em dar de
comer à máquina enquanto a vai destruindo.
(…)
A UNRWA só existe porque o mundo nunca fez
justiça aos palestinianos.
(…)
Não é simplesmente possível substituir a UNRWA
agora, ou num futuro próximo.
(…)
Banir a UNRWA de Israel significa bani-la de
Jerusalém Oriental, território que Israel anexou contra todas resoluções
internacionais.
(…)
Milhões de palestinianos deixarão de ter
escola, comida, cuidados médicos.
(…)
Proíbem
o secretário-geral de entrar em Israel. Insultam-no, não lhe atendem as
chamadas. Isto está a acontecer desde 7 de Outubro. Ao mesmo tempo que Israel
continua sentado nas Nações Unidas. A mesma organização que espezinha.
(…)
O que
é que falta para as outras nações tratarem Israel como o estado pária que é?
Para Israel, enfim, aprender o que é um limite?
(…)
Os EUA estão já enterrados até às orelhas, o
que não os impede de continuarem a mandar bombas.
(…)
Kamala
em campanha não tem qualquer visão além do que vinha de Biden, e de antes,
apesar de esta campanha pedir mais visão do que nunca.
(…)
Na
convenção, Kamala desprezou os não-alinhados que lhe pediram algo tão simples
como uma voz palestiniana-americana no palco a falar por Gaza.
(…)
Desprezou os apelos ao embargo de armas.
Desprezou a quantidade de muçulmanos americanos.
(…)
Torço para que Trump, proto-ditador e criminoso
já condenado, perca as eleições e a derrota não seja violenta.
(…)
O facto de Trump ser tão mau não torna melhor a
incapacidade de Kamala.
(…)
[Kamala ficou muito] aquém do que se podia e
deve esperar dela num momento histórico.
Alexandra Lucas Coelho,
“Público” (sem
link)
Em 30 anos, Washington protagonizou todos os
pesadelos que as suas maiores figuras históricas consideravam fundamental
evitar.
(…)
Hoje, nos EUA campeia uma plutocracia obscena
que tudo controla, desde a comunicação social ao sistema político, incluindo as
eleições.
(…)
O presente mostra-nos os EUA como um
persistente obstáculo à cooperação internacional no combate à crise global do
ambiente e clima, do mesmo modo que o seu negócio das armas transformou a
diplomacia e a política externa na continuação da guerra por outros meios.
(…)
Os EUA embarcaram, sem aparente retorno, na
demencial desmesura de um poder, autocentrado, que se julga absoluto.
(…)
O que une quem manda nos EUA e na UE é um
desespero crepuscular, da sua inteira responsabilidade.
(…)
É indecente falar no Ocidente em direitos
humanos, quando a desigualdade doméstica resvala na pobreza, e se alimenta o
genocídio e agressão perpetrados por Israel.
[O Sistema Público de Segurança Social] garante segurança
económica aos reformados e aos trabalhadores no ativo, a quem protege na doença
e no desemprego, e apoia as famílias.
(…)
O Sistema Público de Segurança Social combate as
desigualdades, a pobreza e a exclusão social, e constrói coesão.
(…)
O Sistema de Segurança Social tem saúde financeira. O seu
Fundo de Estabilização ultrapassou, em setembro, os 35 mil milhões de euros.
(…)
O superavit da Segurança Social é o que tem permitido aos
governos não apresentarem défices nas contas públicas.
(…)
A preocupação com a sustentabilidade da Segurança Social deve
ser permanente, mas na dupla dimensão: a financeira (que serve a social) e a
missão social inerente ao compromisso com os cidadãos..
(…)
A posição pública de João Vieira Lopes, presidente da CCP,
defendendo que se debata a descida da taxa social única, (…) mostra
quanto o bolo é apetecível e pode ser roubado aos trabalhadores.
A
natureza está enviando todos os tipos de alertas: tsunâmis, incêndios
florestais, furacões devastadores, chuvas torrenciais, inundações e secas
extremas. Mais do que isso: está cobrando a conta.
(…)
Não
por acaso, um experiente meteorologista norte-americano de Miami, diante de
cenas fortes da chegada de dois furacões que assolaram diferentes estados no
país mais rico do planeta, chorou diante das câmaras.
(…)
Contra dados verdadeiros de cientistas, não há
contestação.
(…)
Ainda há tempo. Podemos rever velhos hábitos de
consumo. Repensar a vida. Reduzir, reciclar e reutilizar.
(…)
Veja o
que pode fazer para ajudar neste movimento global por uma economia mais justa,
inclusiva, solidária e sustentável, sem deixar ninguém para trás.
Sónia Araripe, “Público” (sem link)
PARA SEMPRE ADRIANO!
Dia carregado de saudades e emoções descerrando o busto de Adriano Correia
de Oliveira na sua terra natal Avintes. Junto dos seus filhos Isabel, Jose
Manuel e neta Maria, muitos admiradores familiares e amigos do Adriano
juntaram-se não só para o homenagear, mas principalmente não deixar que o seu
nome e obra sejam esquecidos. Para sempre Adriano.
#associaçaoadrianocorreiadeoliveira
sexta-feira, 1 de novembro de 2024
QUE FUTURO ESTAMOS A CONSTRUIR, SE O QUE É FUNDAMENTAL É DEIXADO PARA TRÁS?
Este orçamento compromete o futuro: gasta em
benefícios fiscais às grandes empresas e aos jovens mais ricos o dobro do que
atribui a professores, enfermeiros e forças de segurança. Em vez de utilizar o
património público para responder à crise de habitação, o governo escolhe
vendê-lo ao mercado imobiliário. Que futuro estamos a construir, se o que é
fundamental é deixado para trás? Mariana Mortágua
CITAÇÕES
(…)
Como nos recorda o caso Watergate, sempre houve
interferências.
(…)
Musk e Bezos não compraram negócios, compraram
poder político para fazer crescer negócios que dependem do Estado. Cumprida a
função, abandonarão as carcaças destas marcas.
(…)
Segundo Thomas Piketty, a concentração da
riqueza era, nas vésperas da crise financeira de 2008, semelhante a antes de
1929.
(…)
Desde então, as coisas agravaram-se. 1% dos
norte-americanos detêm quase um terço da riqueza.
(…)
Num país de 330 milhões, 130 mil famílias
concentram 14% da riqueza.
(…)
Apesar de relacionadas, pobreza e desigualdade
são coisas diferentes.
(…)
Desigualdade económica é desigualdade de poder.
Acima de um determinado nível, a democracia torna-se inviável.
(…)
É o ponto em que estamos: os homens mais ricos
do mundo concentram tanto poder que nenhum Estado os consegue limitar.
(…)
A privatização de funções soberanas do Estado,
como a defesa e a exploração espacial, oferece-lhes o poder de definir o futuro
do mundo e fazer dos Estados seus reféns.
(…)
Assistimos ao ocaso da democracia. O
crescimento da extrema-direita é apenas mais uma fase de um processo que se
iniciou, paradoxalmente, com o fim do perigo comunista, que obrigava o
capitalismo a refrear-se.
(…)
Quer pela concentração de poder, quer pela
natureza global deste novo capital, estes déspotas bilionários não precisam das
velhas democracias nacionais.
(…)
Mas precisam dos Estados para continuar a
concentrar dinheiro, que é poder.
(…)
Elon Musk disse que era preciso tirar o Estado
dos bolsos dos contribuintes.
(…)
Segundo uma investigação de 2021, não pagou
impostos federais sobre o rendimento em 2018. Bezos não os pagou em 2007 e
2011; Soros não pagou três anos consecutivos, e Buffett pagou uma taxa de 0,1%
entre 2014 e 2018.
(…)
Naqueles bolsos o Estado só entra para deixar
dinheiro.
(…)
A Tesla tem quase o monopólio na rede de
carregamento de carros elétricos nos EUA e recebe milhares de milhões em
incentivos. A Amazon assinou contratos de dezenas de milhares de milhões com a
NSA, o Pentágono, o Departamento de Defesa e a CIA para usar a sua rede na
cloud.
(…)
Mas não é o sistema económico que lhes garante
o poder que querem fragilizar. É o sistema democrático que protege o povo do
poder.
(…)
[Os democratas] permitiram e promoveram esta
brutal concentração de riqueza, que é poder.
(…)
Descobrem, tarde demais, que a democracia é
inviável se não redistribuirmos uma e outra coisa.
Daniel Oliveira, “Expresso”
(sem link)
Da
semana que passou, apesar das dezenas de especialistas convidados para falar
sobre a morte do Odair e os consequentes incidentes, foi Claúdio Gonçalves
“Tibunga” – modelo e morador do Bairro do Zambujal – que disse na televisão o
mais óbvio e certeiro.
(…)
[Disse
Claúdio Gonçalves “Tibunga”] “Quando
mataram o meu amigo não quiseram saber, quando começaram a incendiar caixotes
começaram a interessar-se”.
(…)
Como
profissional que actua sobre desigualdades, pobreza e justiça social,
evidentemente que me desagrada a falta de atenção mediática regular a estes
assuntos.
(…)
Infelizmente
generalizou-se a expressão “Estado de Direito”, adequando-a apenas ao aparelho
repressivo. E pondo o ónus sobre aqueles a quem não oferecemos os restantes
direitos do Estado: saúde, habitação, cultura, cidadania, educação e emprego.
(…)
Solidificar esses direitos (…) nunca
será despesa, mas sempre investimento.
(…)
Aqueles que acham que a semana que passou
permitiu uma mais sensibilidade e caminhos de política pública enganam-se.
(…)
À mesma hora a que o Governo se encontrava com
um conjunto de associações (…) o Estado despejava cerca de 80
moradores no Monte da Caparica através do Instituto de Habitação e Reabilitação
Urbana.
(…)
É este
o dia seguinte para quem não os ouve mais, que é o mesmo dia de todos os outros
de quem lá vive, até nova explosão.
António Brito Guterres, “Público” (sem link)
A proximidade das eleições americanas, a cinco dias de
assinarem - distintivamente e com carimbo - boa parte do que será destino,
causa e consequência do Mundo nos próximos anos, é motivo para nervosismo
global e para algum imobilismo geral até que as definições existam.
(…)
São dias de imobilidade, dias invisíveis, quase vazios, horas
nada pequeninas até ao momento do parto americano. Há um Mundo suspenso.
(…)
Desde então [2016], o que ambas as forças políticas disseram
aos seus eleitores é que não se importavam de jogar no campo da demagogia e do
populismo.
(…)
O aparecimento de um ser humano “normal” [Kamala Harris]na
campanha fê-la maior que o recente atentado ao adversário.
(…)
A sorte democrata é mesmo a de ter um opositor assim: um
candidato republicano com mais capacidade já teria tomado esta eleição como sua.
(…)
Agora, se [Trump] derrotar Kamala, será a condenação ao
“Ground Zero”, epidémico, transmissível, doentio. Tudo suspenso.
“Se eu fosse Presidenta da República”, (…)
teria agido de forma diferente do Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa
[aquando do assassinato de Odair Moniz às mãos da polícia].
(…)
A pena
de morte não existe em Portugal. A polícia é uma instituição do Estado. A
polícia mentiu, neste caso, de forma reiterada.
(…)
A polícia opera num contexto social marcado por
um racismo estrutural profundo e persistente, ao qual ninguém é imune.
(…)
Qualquer viés preconceituoso no desempenho das
suas funções pode resultar em graves injustiças, com consequências
potencialmente fatais.
(…)
A polícia tem um historial de infiltração de
grupos de extrema-direita. A extrema-direita instrumentaliza a polícia para
fins políticos.
(…)
A situação criou medo, desamparo e revolta nas
populações que se identificaram com Odair Moniz.
(…)
Era precisamente aqui que o Presidente deveria
ter assumido um papel fundamental, em vez de se refugiar num silêncio
ensurdecedor.
(…)
A
função de chefe de Estado implica mais do que uma aparição cosmética, é uma
posição em que deve também agir como mediador, como consciência moral do país.
(…)
Ao
colocar ao mesmo nível as vozes de ódio da extrema-direita com as que pediram
justiça nas manifestações de sábado, sugere uma desresponsabilização
preocupante.
(…)
O não
posicionamento em relação à morte de Odair Moniz é mais do que uma omissão
discursiva, é uma omissão de responsabilidade institucional.
(…)
O
Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, possui não apenas autoridade, mas também
um capital de simpatia e proximidade da população, o que contrasta fortemente
com o seu posicionamento na última semana.
Luísa Semedo, “Público” (sem link)