sexta-feira, 15 de novembro de 2024

CITAÇÕES

 
Na sua [de Trump] reencarnação, só restam apóstolos [indefetíveis republicanos].

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Vingativo, rancoroso (…), Trump pode romper todas as amarras institucionais que o prendiam. 

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A nomeação de Musk e de Ramaswamy, um fanático bilionário da biotecnologia, para desmantelar partes significativas do Governo federal é o anúncio estrondoso do que aí vem.

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Elon Musk, que tem contratos de milhares de milhões com o mesmo Estado que vai “reformar”, é só o oligarca mais famoso de uma “nova ordem mundial” anunciada por ele mesmo.

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Musk, (…) pediu [a Trump] para nomear funcionários da sua empresa espacial, a SpaceX, para o Departamento de Defesa.

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Mas os interesses vão muito para lá do espaço: seis empresas de Musk são alvo de 20 investigações federais.

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A regulação federal é apresentada como uma barreira à inovação e ao crescimento económico e Trump promete destruí-la.

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A desregulação financeira dos anos 80 e 90, depois dos 30 anos dourados do pós-guerra, criou as bases para a concentração de riqueza, aumento da desigualdade e ciclo de sucessivas crises que devastaram as democracias.

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Ainda assim, não foi tão relevante como o que pode vir a acontecer com a desregulação tecnológica.

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A regulação de uma transformação tão vertiginosa para a humanidade [como a Inteligência Artificial] é um imperativo civilizacional.

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Mas é um imperativo inaceitável para o pequeno grupo de oligarcas globais que deseja expandir livremente áreas de negócio disruptivas, concentrando um poder nunca antes conhecido. 

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O maior contributo de Musk para a vitória de Trump (…) foi o impulso à desinformação de extrema-direita no Twitter. 

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[Estamos à beira de] uma concentração de riqueza e de poder que torna estes oligarcas na maior ameaça para o futuro da democracia e de um capitalismo concorrencial.

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A subida ao poder dos fascismos foi apoiada pelo capitalismo industrial, tal como Trump é apoiado pelo capitalismo tecnológico. 

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 Para Trump e os oligarcas que o apoiam o Estado é securitário para imigrantes e minorias, mas anula-se na regulação do novo poder económico.

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A grande diferença em relação aos anos 30 do século passado é a proximidade entre fascistas e neoliberais.

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O que se propõe é uma desregulação assimétrica, com um Estado fraco para os fortes e forte para os fracos.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Os direitos individuais das mulheres já fazem a diferença na relação com o poder de quem decide.

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Poderá dizer-se que as mulheres não foram capazes de se unir para derrotar Donald Trump mas talvez seja importante reflectir sobre os resultados que se contariam sem o voto das mesmas.

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Foram as mulheres a evitar uma humilhação eleitoral democrata.

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A defesa dos direitos das mulheres ainda criou a ficção de que seria possível interromper o renascimento de monstros.

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Todos os anos, são centenas as mulheres [portuguesas] que procuram clínicas em Espanha porque não conseguem assegurar o direito ao aborto que a lei lhes consagra no nosso país. 

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O prazo estabelecido em Portugal (dez semanas) é o mais baixo da Europa (assim como na Croácia), quando o prazo é de 12 ou mais semanas em 23 dos 27 estados-membros.

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Transformar a objecção individual numa objecção institucional é uma negação do acesso à saúde e do Estado de direito.

Miguel Guedes, JN

 

A escola é um elevador social. Esta afirmação é tão certa quanto traiçoeira — um elevador avariado, enferrujado, antigo e sem manutenção à vista.

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Não é que, quando finalmente cheguei à docência, com o fato de super-herói, pronta para livrar o mundo das desigualdades, me deparei com o flagelo que é ligar um Windows 98, numa sala de aula, em 2024?

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Pior, vi as desigualdades da rua a serem vincadas na escola.

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Rapidamente guardei o fato, sentindo-me envergonhada da indumentária que com tanta seriedade e empenho vesti, como se fosse Halloween e eu fosse a única com um disfarce.

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Os meus poderes omnipotentes para a resolução da desigualdade social eram completamente fictícios.

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Na verdade, ser professora não é ser uma super-heroína: acabei numa sala de aula, em frente a dez turmas a cada ano, a ser uma superburocrata.

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Aos alunos que têm dificuldades em casa, a escola dá uma resposta: aqui terás dificuldades também.

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Que condições dá a escola para o ano? Exactamente as mesmas que deu no ano anterior, com a diferença de que agora eles se sentem ainda menos inteligentes.

Cristiana Gaspar, “Público” (sem link)

 

A linguagem inclusiva não desafia apenas a língua; desafia normas, relações de poder e uma visão de mundo.

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Ao "sempre foi assim" (apesar de não ter sido, nem no tempo ou no espaço) que os moderados “anti-woke” querem preservar por conforto, num mundo moldado à sua medida, é necessário que se adicione estas questões: quem estão a deixar de fora?

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Quem tem o direito de inventar palavras ou de usar aquelas que, aliás, já estão no dicionário?

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Isto não é sobre língua, é sobre identidade e poder e tem consequências políticas.

Luísa Semedo, “Público” (sem link)

 

As eleições norte-americanas servem de alerta para a Esquerda.

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Os insultos de Hillary Clinton ao eleitorado pouco instruído e, mais recentemente, as palavras indecorosas de Joe Biden não contribuem para a popularidade dos Democratas nestas franjas.

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Nas últimas décadas, a Esquerda teve vergonha de defender os seus valores.

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 A "terceira via" tem sido um desastre. A social-democracia não pode compactuar com o neoliberalismo.

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Na verdade, os políticos de Esquerda têm falhado imenso enquanto o desnível de riqueza no mundo assume contornos absurdos. 

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Liberdade sem igualdade de oportunidades não passa de privilégio.

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A Esquerda deve semear a esperança onde reina o medo.

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Desejo uma Esquerda de mangas arregaçadas, corajosa na defesa inalienável da justiça social.

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Anseio por uma Esquerda que nunca abandona os mais necessitados, os injustiçados e os famintos de esperança, mesmo quando votam noutro partido político.

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O social-democrata sabe que há algo mais importante do que a derrota ou o triunfo: é a justiça.

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Nunca deve abdicar deste princípio: todas as pessoas possuem dignidade.

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Não devemos pedir desculpa pela defesa dos oprimidos.

Ricardo Da Costa Pereira, “Público” (sem link)


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