quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

CITAÇÕES À QUARTA (139)

 
Que esta tomada de posse [de Trump] só foi pacífica porque ele venceuE que a próxima, daqui a quatro anos, só o será se ele voltar a vencer.

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Alguém que recusa a democracia e só aceita o voto popular se vencer concentra, a partir de hoje, um poder inimaginável. 

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[O que se passou eta segunda-feira] foi a transferência condicionalmente pacífica de poder para um homem que, em qualquer democracia saudável, estaria preso.

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O que vimos, lemos e ouvimos foi uma total normalização de Donald Trump.

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E é nestes momentos [aqueles que já não se chocam com a retórica de Trump], e não contra heroicas resistências, que os autoritários e as suas ideias se impõem.

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A normalização de Trump não se faz pela sua adaptação. É o mundo que se adapta a ele.

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As pessoas sentem que ele molda mesmo o futuro.

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O segredo é ir esticando o limite o extremismo fica a parecer moderado.

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Nas ordens executivas que assinou encontramos o triangulo do autoritarismo reacionário e neoliberal.

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[A dimensão da deportação é] criar um ambiente de estado de exceção permanente e alimentar o inimigo interno, dois pilares de qualquer poder com pretensões autoritárias. 

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E, como reação à suposta ditadura woke, perseguir minorias e impor a uniformização moral.

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Como sempre, tudo em nome da liberdade (dos mais fortes) e contra a elite.

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[Novo é] ter ao seu lado, não apenas os homens mais ricos do mundo, mas aqueles que, através do controlo das plataformas tecnológica (e da Inteligência Artificial), moldam e moldarão as opiniões públicas e a própria noção de verdade.

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O que aconteceu na segunda-feira não foi a repetição de 2016. Foi uma mudança de regime. Nos EUA e em todo o Ocidente. No mundo.

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Os tímidos limites que a democracia ainda impunha aos mais poderosos cairão nos próximos anos. 

Daniel Oliveira, “Expresso” online

 

Recentemente, o Conselho Nacional de Educação (CNE) revelou uma realidade alarmante: há milhares de alunos sem aulas e nem sequer sabemos quantos.

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A educação está a ruir perante nós e o mais grave é que parece que todos – dos governos à sociedade – continuam a aceitar isso como inevitável.

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Agora, [a falta de professores] ameaça o sistema educativo como um todo.

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Os números são inequívocos: mais de 50% dos professores têm mais de 50 anos e caminham rapidamente para a aposentação.

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As regiões do interior e zonas periféricas sofrem ainda mais.

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A cada ano letivo, a falta de docentes compromete a qualidade da educação e reforça a incerteza.

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Não estamos apenas a perder professores; estamos a perder a capacidade de ensinar e de fazer aprender. E com isso, perdemos o futuro.

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Ser professor, em Portugal, deixou de ser apenas uma vocação para se transformar, em muitos casos, num ato de resistência.

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[Hoje, os professores] são impelidos a assumir funções de psicólogos, assistentes sociais e mediadores, enquanto garantem aulas com recursos mínimos e turmas sobrecarregadas.

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Falta uma clarificação das condições de trabalho docente, que deveriam ser prioritariamente pedagógicas, devolvendo aos professores o tempo para ensinar e fazer aprender.

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Uma burocracia excessiva e o atraso na implementação de soluções estruturais agravam a dificuldade em atrair e manter profissionais no ensino.

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E o que acontece quando os professores que ainda resistem finalmente desistirem?

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As escolas em zonas vulneráveis sofrem primeiro [com a falta de professores], perpetuando ciclos de exclusão social e pobreza.

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Os alunos que enfrentam lacunas educativas hoje terão menos oportunidades no futuro, num mercado de trabalho cada vez mais competitivo.

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Chegámos a um ponto em que apenas uma transformação radical, ousada, sustentada e contínua pode salvar o sistema educativo.

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revisão do Estatuto da Carreira Docente (ECD) surge como uma oportunidade histórica para implementar mudanças significativas.

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É urgente reduzir a carga administrativa que consome o tempo e a energia dos docentes.

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Sem incentivos justos, como subsídios de habitação e apoio às deslocações, será impossível atrair e fixar professores onde são mais necessários, perpetuando a desigualdade no acesso à educação.

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Quando descuramos a educação, estamos a abdicar do nosso futuro coletivo.

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A educação é o alicerce de uma sociedade justa, próspera e sustentável. Se não investirmos nela agora, o que restará amanhã?

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A sala de aula que hoje permanece vazia será o reflexo, amanhã, de um país sem rumo.

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Educar é plantar as sementes de amanhã, mas sem professores não há mãos para semear, não há terreno fértil para inovar, não há colheita de conhecimento.

Fernando Elias, “Público” (sem link)

 

Começo por perguntar, senhor Ministro, é aumentando a propina que garante a equidade?

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Este decréscimo [do valor da propina], no panorama político-estudantil [e que estabilizou nos 697 euros anuais] é considerado largamente benéfico, uma vez que contribuiu para a igualdade de oportunidades e para o alargamento do acesso ao ensino superior.

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Vem o Ministro dizer que a redução das propinas “foi um erro”.

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Vem agora quase contradizer-se [quanto à manutenção do atual valor das propinas], frustrando as expectativas tanto dos futuros como dos presentes Estudantes de Ensino Superior.

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Mas com bolsas mínimas de 871€, que apoio é que garantimos aos Estudantes superiores?

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Não há aulas de literacia financeira que consigam ensinar os Estudantes a gerir os 174 euros que lhes sobram de bolsa para o ano inteiro, pagas as propinas “reduzidas”.

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No contexto económico-social em que vivemos, as declarações de Fernando Alexandre são, no mínimo, repreensíveis e censuráveis.

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Apenas 44% dos Estudantes com dificuldades económicas ingressam no Ensino Superior. 

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Pergunta-se qual é a política “clara” deste Governo quanto ao financiamento do Ensino Superior.

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É à custa dos Estudantes que se quer financiar o Ensino Superior.

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Ter um Ministro da Educação que manifestamente olha para o Ensino Superior como uma despesa, e não como o Investimento cultural, científico e social que é, faz-me prever que tempos difíceis se avizinham.

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Claramente não com este Governo, mas avançaremos, por um Ensino Superior democrático, justo, gratuito.

Francisco de Jesus, “Público” (sem link)


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