sábado, 18 de janeiro de 2025

MAIS CITAÇÕES (316)

 
A reivindicação de que é necessário aumentar salários surge, por vezes, como sendo uma questão nacional consensual.

(…)

[É uma ilusão que] se desmorona quando se discutem políticas concretas numa empresa ou no plano nacional.

(…)

No passado, sobretudo desde o virar do século, o crescimento da produtividade foi superior ao crescimento dos salários reais, tomados como variável de ajustamento da economia.

(…)

Houve uma transferência de rendimento da generalidade dos trabalhadores para os acionistas das empresas - mais profunda no período da troika.

(…)

As notícias são imagens de caos, de impossibilidade de planos económicos para responder às necessidades das pessoas, da iminência da guerra generalizada.

(…)

E o belicismo que marca o atual contexto geopolítico trará mais argumentos para o sacrifício de políticas salariais, laborais e sociais.

(…)

A direção política e os burocratas da União Europeia (UE) (…) baixam a qualidade dos nossos políticos e agentes económicos e impedem boas políticas públicas.

(…)

Está com força a teoria neoliberal da ineficácia da subida salarial.

(…)

Ela assenta em três ideias falsas: i) que a maior parte dos custos empresariais é com salários (…); ii) que forçar um aumento salarial é provocar inflação, com prejuízo simultâneo para trabalhadores e acionistas (…); iii) que a aposta numa maior procura apenas aumenta as importações, obrigando a prazo a uma maior austeridade.

(…)

A manterem-se estas políticas, o efeito tsunami será real. Crescente exportação de qualificações, empobrecimento da capacidade produtiva, quebra salarial em espiral. 

Carvalho da Silva, JN

 

As palavras de Trump sobre uma eventual expansão dos EUA, por compra ou imposição, para o Canadá, Gronelândia e Panamá, causaram sobressalto na UE. 

(…)

Não há impérios benignos.

(…)

Trump não rompe com a vontade de hegemonia norte-americana, antes lhe pretende determinar um novo e não menos arriscado caminho.

(…)

Um caminho que colocou os EUA num distante segundo lugar como potência industrial, provocando um imenso caudal de guerras e sofrimentos que nos trouxeram à beira da III Guerra Mundial.

(…)

A clarificação de Trump, no seu estilo brutalista, retoma e prossegue as grandes linhas históricas da expansão dos EUA. 

(…)

O território onde se encontra o canal pertencia originariamente à Colômbia, tendo esta apoiado a construção do mesmo, mas recusado a soberania americana sobre o canal.

(…)

A clarificação de Trump não esconde que a lógica dos jogos de soma zero (“eu ganho o que tu perdes”) se aplica tanto a aliados como a adversários.

(…)

A NATO vai acentuar a sua natureza rentista a favor de Washington.

(…)

Os 5% do PIB na Defesa, que Trump exige a quem queira ficar na NATO, é o imposto a pagar por uma UE que trocou a dignidade, inerente à soberania de um caminho comum, pela servidão voluntária.

Viriato Soromenho Marques, DN

 

A frase “não é nada pessoal, são só negócios” é uma das mais abjectas que o mundo empresarial já inventou.

(…)

As empresas transformam-se em máquinas de fabricação de lucros sem qualquer responsabilidade social e ética para além daquela que pode afectar os dividendos dos seus accionistas.

(…)

No princípio dos anos 1990 falava-se muito de ética empresarial, de responsabilidade social das empresas – a ideia do eterno progresso começava a esbarrar nas limitações do planeta.

(…)

A prestar atenção aos efeitos da sua actividade no bem-estar das comunidades onde estavam inseridas e mais além.

(…)

Oliviero Toscani, o fotógrafo italiano que morreu esta semana aos 82 anos (…) a publicidade e marketing de uma empresa deveriam torná-la relevante, humanizá-la.

(…)

Toscani pisou o risco várias vezes, na sua ideia de que mais valia provocar que ser irrelevante e que uma empresa também podia ser “activista” na defesa de causas.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Uma das grandes ironias do presente é que o homem que a si mesmo não impõe limites no desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA) acredita que no futuro será capaz de condicionar essa mesma inteligência em eterna expansão à capacidade cognitiva humana.

(…)

O potencial da IA para a melhoria da vida humana é incomensurável, tal como os desafios éticos que apresenta à humanidade, mas há quem só pense nos primeiros, relativizando os segundos, ignorando uma biblioteca inteira de alertas literários.

(…)

Os avisos caem em saco roto, numa espécie de tecno-autismo.

(…)

Pode até transformar-se numa religião em si, assente na verdade dogmática da ciência pela ciência, sem condicionalismos.

(…)

O medo (…) é que estejamos já numa etapa tão avançada no desenvolvimento que as máquinas possam assumir o controlo a partir daqui e “afectar não só a economia, mas também a sociedade e o papel dos seres humanos neste mundo digital”.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

A segunda passagem de Donald Trump pela Casa Branca não será como a primeira.

(…)

Desta vez vem preparado para acabar com as instituições que tentarem meter limites no seu caminho. E traz um aliado de peso: o multimilionário Elon Musk.

(…)

Um e outro parecem preparados para lidar com os interesses do Estado como se fossem extensão dos seus próprios interesses, sem limites éticos.

(…)

No primeiro mandato já tivemos exemplos de como Trump e a família aproveitaram a Casa Branca para lucrar nos negócios.

(…)

[Desta vez levantam-se] temores de a Casa Branca de Trump poder ser “comprada” por qualquer empresa estrangeira através de negócios com a família do Presidente.

(…)

No seu último discurso desde a Sala Oval da Casa Branca, Joe Biden alertou esta semana os norte-americanos para o perigo dessa oligarquia que se prepara para tomar conta do país.

(…)

Perguntava no domingo no Observer Peter Pomerantsev, “como podemos debater políticas públicas face à influência crescente – e polarizadora – do proprietário do X e de outros cujo único objectivo é servir-se a si próprios?"

António Rodrigues, “Público” (sem link)


Sem comentários:

Enviar um comentário