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Por sua vez, os “comentadores” (naturalmente entre aspas) – sempre os mesmos – que os canais televisivos convocam, têm essencialmente origem nos corredores partidários da ideologia dominante, revelando a promiscuidade existente entre alguns círculos de imprensa e políticos no activo. Basta ver a sua preocupação em garantir, de imediato, que foi A ou B quem venceu o debate como se se tratasse de um combate de box. Nem, ao menos, fazem um esforço para não revelarem tão desavergonhadamente as suas simpatias partidárias. Para os espectadores que gostariam de ouvir várias opiniões com alguma isenção acabam, naturalmente, por desistir. É claro que isto leva a que se perca a ocasião de fazermos crescer a nossa indignação perante abjectas afirmações como a que comporta o mais despudorado ataque ao Estado Social através de uma insuportável indiferença pelo sofrimento alheio: “mas porque é que uma pessoa no interior acha que, por se sentir mal, tem de ter uma ambulância à porta para a levar ao hospital mais próximo? Então não tem vizinhos?”
Comentários para quê? Apenas uma chamada de atenção para aqueles que pensam que esta é a opinião tresloucada de um jornalista. Nada mais errado! Ele é apenas o porta-voz daqueles que constituem o arco do FMI (PS/PSD/CDS). Esta é que é a realidade.
Luís Moleiro
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