sábado, 11 de julho de 2020

CITAÇÕES


Surpreende pelo timing a decisão concertada entre Marcelo e Costa que deu por terminados os encontros regulares no Infarmed, mantidos entre políticos, especialistas em saúde pública, conselheiros de Estado, sindicatos e patrões.
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Apesar do exotismo da facilidade com que Rui Rio prescinde da presença de António Costa nos debates quinzenais no Parlamento, a cultura de confronto não se extingue e parece ter migrado para o PS.
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A incomodidade de tantos socialistas perante a opinião própria de Pedro Nuno Santos relativamente ao tão maltratado dossier das eleições presidenciais dá bem nota de como o PS se prepara para apoiar mais uma decisão concertada entre Marcelo e Costa.

Estamos a caminho de sermos governados pelo centrão político.
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O centrão de interesses, que viveu uns anos incomodado com uma governação um pouco mais à esquerda, jamais abdicou do objetivo de dispor de um poder que lhe corresponda plenamente.
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Algumas medidas de combate à austeridade e reposição de rendimentos, adotadas nos primeiros anos da anterior legislatura, vingaram porque estavam plasmadas em acordos entre o PS, o BE, o PCP e os Verdes.
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O centrão político prepara-se para manipular os medos que as pessoas sentem perante a desconjunção da economia, as ameaças à saúde e a impossibilidade de termos uma noção do tempo em que continuaremos prisioneiros.
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Nos últimos dias foi anunciada a convergência entre os dois partidos para a machadada final na regionalização, quando é tão necessário organizar poderes dinâmicos.

Ser imigrante em Lisboa ou Porto aumenta a probabilidade de ser infetado.
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Os caminhos do vírus percorrem agora as fragilidades das condições socioeconómicas mais vulneráveis. O vírus explora os problemas que o modelo económico criou.
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Os epidemiologistas demonstraram como a sobrelotação de alojamentos, com a coabitação de famílias no mesmo espaço, também faz parte do problema.
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Combater o vírus passa por combater a precariedade laboral, social e habitacional.
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São os dados científicos que mostram como o vírus está a percorrer os caminhos das nossas fragilidades sociais e económicas e nos indicam quem está em situações de maior risco.
Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

A narrativa oficial de que o mercado se autorregula e assim se encontram alternativas de produção menos poluentes através dos mecanismos de preço e concorrência é uma falsidade.
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Para o bem e para o mal, não há política para além do mercado.
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O sistema económico que polariza a acumulação de capital através da extração contínua dos recursos naturais, e que com isso coloca o planeta à beira do abismo, é o mesmo que não consegue resolver coisas simples como evitar que haja quem morra em casa ao frio.
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Em momento algum o critério das emissões [de carbono] atribuídas é a supressão de necessidades sociais - enquanto se cria alternativa - e a conservação da natureza.
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[No momento atual] na resposta climática a visão dominante continua a ser a do “negócio habitual” com as pequenas mudanças para que tudo se mantenha.
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Nelson Peralta, “Público” (sem link)

A generalidade dos economistas é ignorante em relação ao pensamento económico e, por isso, ignorante em relação à História e, por isso, ignorante em relação à Economia.
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O monolitismo e falta de pluralismo do pensamento económico é transposto para as instituições e para os media, afunilando o debate e limitando a democracia.
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A verdade é que uma faculdade que aceita que aqueles que de alguma forma investiga lhe paguem as contas está condenada na sua liberdade científica.
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Dificilmente a SBE [School of Business and Economics] poderá fazer um estudo que ponha em causa as vantagens de continuar a dar tanto poder concorrencial a grandes distribuidores como a Jerónimo Martins.
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Um dos principais objetos de estudo da Economia, como é tratada na Nova SBE, é a forma como funcionam os mercados. Permitir que as maiores empresas paguem as contas implica um conflito de interesses.
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O dinheiro é, neste tempo, o mais forte instrumento de censura e condicionamento.
Daniel Oliveira, “Expresso” Diário (sem link)

As violações em massa [durante a Guerra na Bósnia] - cometidas por todos os exércitos mas particularmente pelo exército sérvio contra as mulheres muçulmanas bósnias - alertaram para a necessidade de pensar a violência sexual como parte de um programa de limpeza étnica e genocídio.
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Desde o início das hostilidades nos Balcãs, as mulheres organizaram-se e insurgiram-se contra o controlo da sua sexualidade e a violação dos seus direitos reprodutivos, sexuais e da regressão do que haviam conquistado no pós-guerra.
Leonor Rosas, “Público” (sem link)

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