sábado, 18 de julho de 2020

CITAÇÕES


PS e PSD entenderam-se para moldar o parlamento às suas conveniências.
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[Riu] vê o parlamento a partir do desempenho do PSD e, por isso, acha mesmo que os debates com o Governo no parlamento são só mise-en-scène.
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É, pois, por um misto de conveniência e convicção que o bloco central quer diminuir o parlamento enquanto órgão de fiscalização política do Governo.
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O bloco central percebeu o risco que é para si um parlamento que discute política e, por isso, em que ganha corpo o confronto de caminhos e fica patente que seguir um e não outro é escolha e não imperativo técnico-jurídico.
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O bloco central quer ter um parlamento dócil que não dê eco aos protestos de quem é sempre preterido.

Chega o momento de todos repetirmos peremptoriamente, enquanto portugueses, que podíamos confiar no BES mas não naqueles que nos diziam que podíamos confiar no BES.
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Substituir Carlos Costa por Mário Centeno é uma história escrita que o PS quis fazer render para caucionamento democrático.
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Mal da democracia quando toda a ética política tem de ser vertida para leis e não convocada a viver por si.

O Governo precisa urgentemente de saber com que meios pode contar para a recuperação da economia, do emprego e das condições de vida de muitas centenas de milhares de portugueses.
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Tudo indica que entraremos num tempo de grandes exigências sem se pensar o país de forma consistente.
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Um plano para sustentar o rumo de um país é construído num processo marcado pela participação da pluralidade de interesses e visões presentes na sociedade.
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Por exemplo, como explorar o fundo do mar à procura de minérios, sem avaliar os impactos ambientais e outros?
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O Governo deixe-se de planeamento para europeu ver e faça-o com rigor e responsabilidade, deitando mão da inteligência coletiva, da participação dos portugueses e das suas organizações, das capacidades do Estado.

Exportar e importar, trocar com o mundo, não é sempre benigno, nem maligno; não é por natureza justo, nem injusto - tudo depende, claro está, da forma como é feito.
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O acordo UE-Mercosul contribuiria para acelerar as alterações climáticas que põem em perigo a sobrevivência da própria civilização, e que muito em breve se aproximam de um ponto de não-retorno.
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O acordo UE-Mercosul aumentaria a importação, para a Europa, de produtos como a carne, o etanol e a soja, cuja produção agrícola tem estado ligada, na América do Sul, à desflorestação.
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Como consequência de uma corrida aos recursos naturais dos seus territórios, estas populações [indígenas no Brasil] têm sofrido expropriações com enorme violência.
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O pacto com o Mercosul levará a que importemos produtos que já produzimos com padrões mais elevados, enquanto obrigamos os nossos produtores a uma competição impossível e desigual.
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Todos estes problemas poderiam eventualmente ser desvalorizados, se o acordo tivesse pelo menos resultado de um processo transparente, sujeito a escrutínio democrático. Não é o caso.
Eduardo Proença, “Público” (sem link)

Se há defeito de carácter que infelizmente se repete em Portugal, vez após vez, sem culpa nem remorso, é a adulação dos poderosos seguida pelo seu escárnio público quando deixam de ser poderosos.
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Salgado e a família Espírito Santo começaram por ser um dos heróis do anti-PREC.
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Esta apreciação só começou a mudar muito mais tarde, quando o longo período de governação do PS mostrou as cumplicidades de Salgado com o poder socialista.
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Circulando de conselhos de administração para lugares políticos, de escritórios de advocacia de negócios para consultoras financeiras, ou pura e simplesmente falando com os seus pares dentro desse círculo de confiança, tudo o que é relevante chega aos ouvidos [da elite portuguesa].
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As elites bancárias que circulam em meios semelhantes e/ou muito próximos, que vão das ilhas Virgens ao Panamá, aos offshores, aos bancos suíços e ingleses, aos negócios portugueses, nem que fosse por razões de competição, não podiam desconhecer as manobras do BES.
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Pura e simplesmente, não acredito – não por fé, mas por razão – que o BES e Salgado pudessem fazer tudo de que são acusados sem que tal fosse, pelo menos em traços largos, conhecido, a começar pelos seus pares na banca e, por maioria de razão, do Banco de Portugal.
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O festival de hipocrisia a que hoje se assiste (…) é a melhor garantia de que tudo se pode repetir, com outros protagonistas e outros métodos, mas com o mesmo mecanismo de ganância e silêncio.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

Cada donativo individual [dos administradores do BES e do GES à campanha presidencial de Cavaco Silva] não ultrapassou o máximo permitido por lei e o valor total representou metade do que tinha sido orçamentado para a campanha.
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Os beneméritos receberam depois o dinheiro de volta através da ES Enterprises, uma entidade controlada pelo GES e que é considerado o tal “saco azul” do grupo.
Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

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