sábado, 18 de junho de 2022

MAIS CITAÇÕES (186)

 
[O problema do SNS] é de organização e de sustentabilidade.

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Durante a pandemia, o SNS demonstrou ser a única verdadeira resposta de saúde pública.

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Foi posto à prova. Mas foi-o de tal forma que ficou exausto e as suas fragilidades vieram ao de cima.

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Os apetites [ao negócio da saúde] são vorazes e sente-se o eco do mais poderoso lóbi mediático deste país.

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Mas a defesa [do SNS] faz-se com políticas racionais, não com a negação dos problemas.

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Nos Orçamentos de 2021 e 2022, BE (nos dois) e PCP (no segundo) fizeram deste tema uma das principais razões para a sua oposição: depois da covid, o sistema iria colapsar. O debate ficou-se pela crise política e ninguém quis perder muito tempo com o conteúdo. Mas o tempo deu-lhes razão: de nada servia abrir vagas para mais médicos que inevitavelmente ficariam vazias. Nem chegava pagar mais. Era preciso mexer nas carreiras.

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O sistema de urgências depende, hoje, de prestadores externos. Não para funções extraordinárias, mas para necessidades permanentes. 

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Só para pegar num dos hospitais que entrou em rutura na semana passada, metade do serviço de urgência obstetrícia de Portimão depende de tarefeiros. 

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O que o Estado está a fazer é a empurrar médicos para fora do SNS, pagando-lhes mal dentro e melhor fora.

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[O ataque à contratação de funcionários do Estado] pretende degradar serviços públicos para os libertar para o negócio privado.

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A solução da direita é o pré-fabricado ideológico que tem para tudo: se o SNS não garante, não se lhe dá mais meios.

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Passa-se a função para o privado, como Marta Temido acabou de fazer e nunca será considerado suficiente.

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Até tudo o que interessa estar no privado e ser impossível manter o SNS por falta de massa crítica, meios e médicos.

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[Esta crise] é do sistema que dura e piora desde os anos 2000.

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O que é preciso é dar autonomia para os hospitais contratarem e aumentar de forma permanente e muito substancial os médicos que escolham a exclusividade, para que não se torne mais atrativo cortar o vínculo com o SNS e continuar a trabalhar para ele.

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Ter centenas de milhares de portugueses sem médico de família é um dos maiores fracassos deste Governo.

Daniel Oliveira, “Expresso”

 

Kharkiv era o lar de 1,5 milhões de pessoas. Foi alvo das forças militares russas desde o início da invasão. 

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Muitas partes reduziram-se a escombros cinzentos devido à destruição causada por este tipo de bombas [de fragmentação] proibidas.

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[A Rússia] não pode recorrer a estas armas de ataque indiscriminado matando ou deixando civis feridos, arrasando as suas habitações e infraestruturas civis como hospitais e escolas.

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Fazê-lo é cometer crimes de guerra ao abrigo do Direito Internacional Humanitário.

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[Em Karkiv as pessoas] morreram porque seguiam com as suas vidas que não ameaçavam nenhum tipo de autoridade em Moscovo ou em lado nenhum.

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Todas estas pessoas [sobreviventes] enfrentam agora o futuro condicionadas a uma guerra que não escolheram.

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Perante a barbárie, é imperativa, por parte das autoridades, a realização de investigações independentes, imparciais e exaustivas sobre todas as alegações credíveis de crimes de guerra.

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Ao mal feito deve procurar-se apaziguar os seus efeitos de todas as formas possíveis. Só a justiça, em todas as suas componentes, pode ter esse papel.

Pedro A. Neto, Diretor-executivo da AmnistiaInternacional/Portugal

 

A criação de organizações globais, com o objetivo de pensar o mundo como um todo, foi uma das decisões cruciais que resultaram dos conflitos armados do séc. XX.

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Criada em 1948, a Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma dessas organizações.

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Das inúmeras conquistas no seu currículo, talvez a mais visível seja a erradicação da varíola, após uma longa campanha mundial de vacinação. 

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[Ainda] hoje, uma em cada cinco crianças no mundo não recebe vacinas contra doenças evitáveis como a difteria, tosse convulsa, tétano, sarampo ou poliomielite.

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O sentimento de desconfiança associa-se frequentemente ao ritmo demasiado lento com que estas organizações normalmente parecem responder às solicitações que lhes são dirigidas.

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Enquanto uns apelam a reformas urgentes e efetivas, outros duvidam que haja tempo ou se é mesmo desejável esperar pela reforma das grandes instituições.

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Este novo pilar da OMS [Painel Intergovernamental para a Saúde Global] funcionaria como uma rede global de especialistas, descentralizada e protegida da pressão política ou interferência burocrática. 

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Reformular a OMS é essencial para reganharmos a capacidade de trabalhar com todos e para todos.

Maria Manuel Mota, “Expresso”

 

Sabe-se que em Portugal os contratos temporários correspondem a 21% face a 15% da média europeia e, no caso dos jovens, a percentagem sobe para 62% face a 49% na UE.

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Existem estudos europeus que dão conta de uma degradação progressiva das condições de trabalho, sobretudo por via de uma crescente precarização.

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Em Portugal, o número de trabalhadores que são precários e forçados a sê-lo é de 82% enquanto na UE é de 53%.

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Portugal vive uma situação particularmente grave, no contexto europeu, de precarização do trabalho, especialmente no que respeita à população mais jovem.

Liliana Marques Pimentel, “Diário de Coimbra” (sem link)

 

Ao longo das últimas décadas, o setor destacou-se como um dos poucos que contribuíram para contrariar o processo de desindustrialização em Portugal.

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Todavia, prevalecem ou acentuam-se limitações. É muito grande o conteúdo importado para produzir o que se exporta. Em vários subsetores o investimento é baixo. Persiste uma redução de custos assente em contenção remuneratória e aumento da precariedade. 

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As remunerações mensais base, que desde 2008 até 2015 cresceram acima das do total da economia (setor empresas) e da indústria transformadora, estão em queda contínua desde esse ano, e já abaixo daquelas.

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A produtividade não cresceu, o que indica reforço de atividades de baixo valor acrescentado.

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Portugal posiciona-se mal na cadeia de valor global.

Carvalho da Silva, JN


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